Por Cristiano Alves
Artigo escrito em resposta ao artigo "Trotsky foi um político e Stalin era um psicopata"
Recentemente chamou a minha atenção a exagerada publicidade dada a um romance de um autor cubano, "O homem que amava os cachorros". O romance, aclamado pela crítica "de esquerda" e ignorado ou até elogiado pela crítica de direita, trata-se de uma eulógia a Lev Trotsky, um dos líderes da Revolução Russa de 1917 que mais tarde confessaria a próprio punho seu intento de colaborar com o FBI na repressão aos comunistas dos Estados Unidos. Foi ainda curioso o fato de um blog "de esquerda" que traz como um de seus atrativos artigos que questionam "se era bom o cunnilingus de Kim Jong Il" ter trazido justo no dia do aniversário de Stalin um artigo difamando o líder soviético com as mais levianas acusações. Mas, longe disso, o que realmente surpreende mais do que as supostas "taras de Kim Jong" é a tara que certos intelectuais de esquerda mantém por um homem cujo "trabalho revolucionário" no ocidente apenas limitou-se a jogar lama na experiência soviética.
Para situar o leitor no assunto que discutimos, não se pode olvidar que em outubro(novembro no calendário ocidental) de 1917 se deu a maior revolução política do século XX, a Revolução Bolchevique da Rússia, seu líder maior, Vladimir Ilich Ulyanov, mais conhecido como Lenin, um advogado russo fluente em línguas estrangeiras, jornalista e autor de vários trabalhos epistemológicos. Diferente dos socialistas de seu tempo, que acreditavam numa "mobilização geral do proletariado", Lenin, embora não fosse militar, tinha a perfeita noção de que somente um partido com uma estrutura similar à de uma organização militar poderia levar os operários e camponeses à vitória. Assim, o russo entendia muito bem que além de levar a cabo a teoria de Marx e Engels, ele também precisaria por em prática os ensinamentos de um outro alemão, Clausewitz, um doutor na arte da estratégia, assim como os ensinamentos milenares de Sun Tzu, estrategista chinês.
A estratégia de Lenin funcionou, e ele sabia muito bem, inclusive pela experiência da Comuna de Paris, que um poder socialista não é um conto de fadas, uma fantasia que, uma vez estabelecida, carece de quaisquer riscos e perigos, como imagina parte da esquerda brasileira. Essa fantasia de parte da esquerda talvez exista graças a Cuba, que desde a Invasão da Baía dos Porcos, nunca mais foi invadida, não por que o imperialismo americano é generoso, mas por que a ilha caribenha foi um aliado soviético e é aliada dos russos, que até tem bases na ilha.
Mas voltando ao assunto da Revolução Russa, como é possível que tão pouca gente conheça a obra de Lenin? Mais fácil é encontrar alguém que conheça John Lennon ou Lenine, mas poucos sabem quem foi Lenin, e foi esse mesmo Lenin, líder da maior revolução do século XX que durante praticamente toda a sua obra travou uma batalha teórica contra "Judas Trotsky"(como ele se referiu ao revolucionário da Ucrânia), já em 1921 Lenin dizia que não apenas as teses de Trotsky, como seu programa inteiro estavam errados(Uma vez mais sobre os sindicatos). Os maiores revolucionários do século XX jamais gostaram de cães, não os nossos amáveis amigos quadrúpedes, mas aqueles que encarnam a pior conotação que esse termo pode assumir na língua portuguesa e na língua russa, onde "sabaca"(cão) é considerado um grave insulto, um "palavrão educado". Che Guevara, nosso vizinho argentino, latino, espinafrara Trotsky, ele, que se orgulhava de ser um aluno de Stalin, dissera certa vez que "Hruschev, assim como Trotsky, pertence à categoria dos grandes revisionistas". Enver Hodja, revolucionário albanês, também condenou Trotsky, também o fizeram o líder da segunda maior revolução do século XX, Mao Tsé Tung, assim como o líder de uma das mais sangrentas lutas anti-imperialistas, o revolucionário vietnamita Ho Chi Minh, a viúva de Lenin, Nadyezhda Krupskaya, Antonio Gramsci(respeitadíssimo pela intelectualidade brasileira), inúmeros congressos da Internacional Comunista, personalidades políticas progressistas da Rússia, etc. Enfim, ninguém no meio progressista gosta de cães, exceto a "esquerda caviar" ocidental, sem querer me filiar totalmente ao pensamento de Rodrigo Constantino. Assim, questiono mais uma vez, o que leva essa "esquerda" a essa tara por um personagem histórico odiado pelos maiores revolucionários de nosso tempo?
Para responder a essa pergunta, enfatizo uma citação de Leonardo Padura:
"creio que existe uma simpatia natural pelos derrotados"
Aqui Leonardo nos permite entender parte de seu sistema de ideias, a filosofia que chamaremos aqui de "coitadismo". Não acredito que qualquer pessoa progressista, não digo nem comunista, sente "simpatia natural pelos derrotados". Concordar com o pensamento de Leonardo Padura é sentir "simpatia natural" por Adolf Hitler, por Benito Mussolini, por Napoleão Bonaparte(talvez o personagem histórico mais parecido com Trotsky), pelas Galinhas Verdes, por José Serra, pela família imperial russa, etc. Nenhum ser humano de bom senso sente "simpatia natural por derrotados", ela pode sim solidarizar-se com alguém que lutou por uma causa justa. Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, por exemplo, foram "derrotados", mas lutaram por uma causa justa, e isso faz de sua "derrota" ao mesmo tempo um triunfo, o de lutar por justiça social, pelo socialismo. O mesmo podemos dizer de Ernesto Che Guevara, um "derrotado" que morreu lutando por um mundo melhor, por uma América Latina justa e equitativa, contra o capitalismo. Che foi um derrotado, mas não um fracassado e sua causa permanece viva até hoje. Mas quem foi esse "Trotsky" tão idealizado pela "esquerda" brasileira e tão bem referenciado pela direita?
Não há como negar que o Trotsky de 1917 realmente exerceu um papel importantíssimo no triunfo da Grande Revolução de Outubro, algo reconhecido inclusive pelo próprio Stalin, isso não que dizer, evidentemente, que ele tenha sido o único líder de outubro. Trotsky exerceu um papel importante na organização do Exército Vermelho, isso não quer dizer evidentemente que ele foi o seu único organizador, Vassiliy Chapayev, comandante revolucionário russo prestou um importantíssimo papel durante a guerra civil, com táticas de combate que envolviam o inovador uso da "tachanka", uma carruagem com metralhadora, capaz de dizimar fileiras inteiras de tropas inimigas, esse personagem, entretanto, é absolutamente ignorado na historiografia ocidental, preocupada em enaltecer o papel de Trotsky na Revolução Russa e na Guerra Civil. Foi nesta última, entretanto, que Trotsky comprovara aquilo que Lenin escrevera a seu respeito nos anos anteriores, isto é, que Trotsky era alguém obcecado por poder, capaz de desrespeitar as ordens do comando mesmo que isso custasse as conquistas da revolução. Trotsky liderou uma campanha desastrosa contra a Polônia, que custou à União Soviética o oeste da Ucrânia e da Bielorrússia.
Se a Revolução Francesa teve Napoleão Bonaparte, a Revolução Russa teve Liev Trotsky. Assim como Napoleão vilipendiou a Revolução Francesa, levando à campanha desastrosa que conheceríamos muito bem pelo romance do imortal da literatura Liev Tolstoy, o Leão(tradução de "Liev") tentou vilipendiar a Revolução Russa de outubro. Enquanto Napoleão apossou-se da Europa inteira, Trotsky não conseguiria sequer ir além da pequena Polônia. Para saber quem foi ele guerra, é importante que saibamos o que escreveram sobre ele os seus opositores(assim como é importante que saibamos o que os alemães escreviam sobre Stalin na época da IIGM). Enquanto Stalin, durante sua direção do Exército Vermelho, era retratado negativamente pelos alemães, temos a respeito de Trotsky o seguinte depoimento do contrarrevolucinário branco Bruce Lockhart em sua obra "English Agent": "O serviço especial britânico pretendia usar como vantagem os desentendimentos entre Lenin e Trotsky". Lockhart escreve que tinha constantes contatos com Trotsky em sua cabine e recebia "informação de primeira mão sobre todos os assuntos de governo". Ainda, ele escreve abertamente na obra, sobre o seu "sonho de organizar um grande putsch com Trotsky". Lockhart, a propósito, fora expulso da Rússia por atividades contrarrevolucionárias. Que um agente do imperialismo britânico demonstre em sua obra tanta afinidade para com o "revolucionário" russo deveria ser motivo de preocupação para qualquer pessoa minimamente interessado num poder socialista. Por que a "esquerda" brasileira estaria interessada num personagem que agia em conluio com contrarrevolucionários?
Existe um grande esforço para tentar canonizar Trotsky no meio intelectual, muitos o mostram como um "revolucionário puro que foi vítima do malvado stalinismo", pela "repressão de Stalin", e a maior prova disso seria um golpe com um picador de gelo desferido por um agente do NKVD, que uma esquerda tacanha tenta equiparar à imagem da crucificação de Jesus Cristo. Como "a vítima sempre tem razão"(Hitler e Mussolini que o digam!), logo tudo fica mais fácil partindo-se dessa premissa. Curiosamente, parece que essa mesma esquerda tacanha parece esquecer que foi Trotsky que, junto a Felix Dzerjinsky, reprimiu implacavelmente a Revolta dos Marinheiros de Kronshtadt. Tropas de Trotsky, na guerra russo-polonesa, chegaram ao ponto de empalar oficiais poloneses como o capitão Rosinsky, sua foto pode ser localizada na rede mundial, ele pendurado em uma árvore com uma estaca perfurando o seu ânus, completamente despido. As tropas do Exército Vermelho de Stalin, conforme se sabe, jamais sequer enforcaram um só alemão, e a respeito do tratamento dado aos alemães por esse Exército, disse um oficial alemão que "se eles(os soviéticos) fizessem aos alemães ao menos um quinto do que fizemos ao seu povo, não restaria um só alemão na Alemanha". Deste modo, chegamos à verdade inexorável de que o queridinho da esquerda festiva brasileira inegavelmente reprimiu, que o queridinho da "esquerda" torturou(empregando aqui o mesmo linguajar que usam contra Stalin) e inclusive fuzilou. Mas por que a "esquerda" brasileira defende um "revolucionário" que agiu em conluio com espiões do imperialismo e reprimiu?
A esquerda brasileira acha que Trotsky foi algum personagem "humilde e injustiçado". Uma rápida lida na entrevista com Trotsky feita por León Villanúa nos mostra um indivíduo soberbo e arrogante, "eu sou Trotsky(...) eu sou a ação, eu sou a espada". Quando lhe foi perguntando se ele se via como um gênio, respondeu que "não é que eu me veja como um gênio, é que eu o sou". Desnecessário comentar, mas resta perguntar, por que a "esquerda" brasileira defende alguém arrogante e esnobe?
Enfim, poderiam ser traçados vários aspectos negativos da personalidade de Trotsky e de suas ações, aspectos negativos que indubitavelmente superam suas qualidades. Todavia, o suicídio político de Trotsky se deu com a sua chegada ao México. Lá o ex-revolucionário transformou-se num perigoso reacionário. Uma de suas ações foi tornar-se um intelectual pago da rede de jornais do magnata ultrarreacionário William Hearst, pai do jornalismo marrom(originalmente, yellow journalism). O mesmo magnata que firmou grandes negócios com a Alemanha nazista, tornando-se o seu porta-voz não oficial, fabricando o mito do "genocídio ucraniano" que mais tarde seria chamado pela direita de "Holodomor", tornou-se o patrão de Liev Davidovich Bronshtein. Foi no The New York Evening, jornal do magnata fascista Hearst, que Trotsky escreveu em 1937:
"Dentro do Partido, Stalin colocou-se acima de toda a crítica e do Estado. É impossível removê-lo, a não ser pelo assassinato. Todo oposicionista torna-se, ipso facto, um terrorista."
Em plena segunda metade dos anos 30, quando o Estado soviético tomava todas as medidas para conter o fascismo dentro e fora de suas fronteiras(Stalin tentou firmar um pacto de aliança com a Polônia para colocar 40 mil tropas do Exército Vermelho na fronteira com a Alemanha), Trotsky clamava justamente pelo assassinato de Iosif Djugashvili. Se hoje a direita repete ad infinitum que "comunismo e nazismo são a mesma coisa", que "Stalin é igual(ou pior) do que Hitler", Trotsky já preparava a munição que décadas mais tarde fariam parte do credo político de Olavo de Carvalho, Rodrigo Constantino e dos crápulas da revista Veja. Escrevia Trotsky que "Stalin e Hitler se pareciam tanto, que enquanto a mãe do primeiro queria que ele se tornasse um padre, a mãe do segundo queria que ele se tornasse um pastor" evangélico. Não foi à toa que o revolucionário e pensador italiano Antonio Gramsci descreveu Trotsky como "a puta do fascismo", como não seria nenhum exagero estender tal qualidade àqueles que veneram o contrarrevolucionário soviético.
Se Trotsky fora um herói em certos momentos da Revolução de Outubro, nos anos 30 ele se convertera num traidor, e isso está aliás documentado pelo próprio punho de Trotsky num hediondo texto seu chamado "Why I Agreed to Appear Before the Dies Committee"(Porque eu decidi aparecer ante o Comitê Dies). Esse documento, diferente de muitos outros trabalhos de Trotsky, curiosamente não existe em língua portuguesa, mas está no arquivo bibliográfico de Trotsky do mais respeitado site de obras marxistas, o Marxists.org. O documento, em suma, apresenta a decisão do contrarrevolucionário de colaborar com o Comitê Dies, conhecido também por "Comitê de Atividades Anti-Americanas", o principal órgão responsável pelo terror mccarthista dos anos 50, a "Inquisição Americana", responsável pela Caça às Bruxas. A intenção de Trotsky de colaborar com um órgão burguês de repressão a comunistas selou seu destino de uma vez por todas, o seu conhecimento das atividades comunistas no México e nos Estados Unidos indubitavelmente levaria o ex-revolucionário a denunciar milhares de comunistas mexicanos e americanos que naturalmente teriam apenas um destino, ser eletrocutados até a morte pela cadeira elétrica por serem "espiões da União Soviética".
Assim, se para os soviéticos Trotsky era até então um "mero renegado", ele passara a ser agora um espião do imperialismo, um cagueta, um gatilho que anteciparia nos EUA uma cruzada anticomunista e viria a prejudicar as relações deste país com a URSS na guerra mundial. O poder soviético, agindo com prudência, enviou o seu agente, Ramón Mercáder, um ex-trotskista, para executar o agente imperialista, era a vida de Trotsky ou milhares de vidas de comunistas mexicanos e americanos. No documento, ainda, Trotsky se mostra contrário à proibição de partidos fascistas, e ao contrário do malabarismo ideológico papagueado pelos seguidores de Trotsky, que afirma que "a URSS era um mero Estado operário burocratizado", Trotsky escreve coisa bem pior, alegando ser uma "monstruosa forma totalitária". Assim, já bem antes de Olavo de Carvalho e todo um exército de intelectuais de extrema-direita passando por corruptos intelectuais supostamente de esquerda como Hannah Arendt, Trotsky nos apresentava já em 1939 a ideia de que "a URSS era um Estado totalitário". Com uma esquerda assim, quem precisa de direita?
O trabalho teórico de Trotsky, amplamente disponível na língua de Shakespeare e William Bland, é geralmente desconhecido pela "esquerda" trotskista, a mesma esquerda tacanha que deixa de aprender inglês por que pensam ser "a língua do imperialismo", preocupando-se com questões esdrúxulas, como por exemplo, "se devem chamar o nativo dos EUA de americano ou de estadunidense", como se isso fosse uma constatação do quão "revolucionários puristas são". A teoria trotskista, como afirmaram Lenin, Stalin, Krupskaya, Che, Ho Chi Minh, Enver Hodja e Gramsci, é um trabalho repleto de falsificações, erros, revisão do marxismo-leninismo e reação. Uma teoria inútil própria de alguém absolutamente inútil para o povo trabalhador do ocidente, para os povos latino americanos. Sob Stalin o marxismo passou a ser a orientação de 1/3 do globo terrestre, mas e Trotsky, quantas revoluções ele organizou? Por que esse interesse doentio de parte da esquerda brasileira em louvar um fracassado?
Na realidade, essa pergunta deve ser respondida com base num fulcro moral! Para entender a força que Trotsky, praticamente ignorado na Rússia, tem no Brasil, é preciso fazer uma breve análise do perfil do militante trotskista. Uma jovem estudante da Universidade de São Paulo(USP), Anna Paula Figlino, relatava-me, sobre algumas "práticas revolucionárias" de trotskistas da instituição. Num desses "eventos revolucionários", organizaram um "Ato contra a moral e os bons costumes", o "ato" consistia em ocupar a reitoria completamente desnudo. Por sua recusa ao ato obsceno, a estudante imediatamente passou a sofre bullying na universidade, sendo tachada de "mal comida". Um trotskista, querendo provocá-la, tirou a camisa em sua frente. De fato, é inegável o caráter revolucionário das organizações trotskistas, tão revolucionárias quanto uma casa de swing!
Relatos de posturas imorais e irreverentes de trotskistas correm o Brasil de norte a sul. Uma estudante de direito de certa universidade do Sul, comunista, nos relata um fato vivido. Ao enamorar-se de um rapaz, que desconhecia ser trotskista, ela rapidamente teve uma desilusão amorosa. Primeiramente, foi alertada pelo seu ex-namorado sobre comentários, ou melhor, fofocas acerca de sua pessoa, descrita como "patricinha burguesa do direito", por causa de sua boa aparência, depois passou ser incomodada pelo seu namorado com propostas homossexuais, ato que facilmente levaria este à cadeia em Cuba. Segundo a estudante, não havia outro tema pelo qual seu ex-namorado trotskista mostrava tanta obsessão quanto o sexo lésbico. Essa obsessão que muitos trotskistas demonstram pelo homossexualismo já foi testemunhada por este que vos escreve. Num evento organizado pelo MST em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em meados de 2005, recordo-me como passei a debater com um militante do PSTU, que rapidamente veio com teses baratas sobre o "Testamento de Lenin" ou "burocracia stalinista", foi muito fácil refutá-lo citando a obra do próprio Lenin e ideias lançadas pelo grande magíster britânico William Bland. Passei a falar então das realizações socialistas de Stalin, citando números expostos na obra epistemológica do comunista belga Ludo Martens, citando inclusive os grandes progressos soviéticos no tocante aos direitos das mulheres e dos negros. Desarmado e sem argumentos, o trotskista veio falar nos "gays da União Soviética", como se o país de cossacos e variegues fosse Amsterdã ou algum episódio de novela da Globo. Depois surgiu outro trotskista exaltado que também desarmado e sem argumentos apelou para o argumento de que "Stalin usou armas nucleares nos próprios soldados", quando desafiei-lhe a mostrar as fontes, ele disse que "viu por aí". Tal é o exemplo trotskista de honestidade moral e ética. O sectário de Trotsky encarna a perfeita descrição do "esquerdista" descrito na obra teórica de Lenin, e embora se julguem "profetas revolucionárias", são uma versão caricaturesca dos personagens de "Os demônios", renomada obra de Fyodor Dostoyevski.
Assim, eu perguntava, por que a "esquerda" venera tanto um fracassado e traidor? Por que parte dessa "esquerda" não são mais do que meros filhotes de burgueses com poucos neurônios e muito testosterona, sem nenhum método, sem uma tática, assim preferem agarrar-se a fraseologias ultrarrevolucionárias para encobrir sua deficiência intelectual. São vigaristas e hedonistas, imorais e amorais, e por isso Trotsky se torna para eles um deus, um "Cristo profano" cuja morte, em vez de expiar seus pecados, expia o seu compromisso revolucionário, já que agora, em vez de fazerem algo de útil por uma revolução proletária e socialista, podem, tal como num jogo de RPG, viver acreditando que "são perseguidos pelos malvados stalinistas burocratas", o que justificaria uma "cruzada antisistalinista", e em nome dessa "cruzada" eles tem carta branca para colaborar com a burguesia ao difamar, caluniar e injuriar movimentos sociais e partidos comunistas, e tem uma justificativa moral para apoiar contrarrevoluções e até mesmo intervenções do imperialismo internacional! Não é segredo para ninguém que os trotskistas festejaram o fim da União Soviética, chamando-a de "revolução antiburocrática", para usar o termo de Mandel, apoiaram a invasão da Líbia, chamando-a de "revolução das massas contra Kadaffi, o grande burocrata stalinista colaborador da OTAN", apoiaram a invasão da Síria e o PSTU, maior expoente do trotskismo no Brasil, mesmo chegou a trazer uma mercenária da CIA para o Brasil, Sara Al Suri, esta por sua vez, questionada por um estudante brasileiro sobre os vínculos do FSA(Exército Sírio Livre) com o imperialismo de Israel e dos EUA, respondeu apenas que o interlocutor era um "stalino-castro-chavista burocrata". Embora não seja uma posição massiva, não é raro encontrar militantes, ou melhor, militontos de organizações trotskistas defendendo até mesmo a direita ucraniana pró-OTAN ante os atuais acontecimentos na Ucrânia. Por sua preguiça intelectual, por sua incapacidade de duvidar e de investigar, torna-se fácil seguir Leonardo Padura, alegando que "Trotsky era um político e Stalin era um psicopata".
Como vimos, a defesa do trotskismo, longe de ser "esquerdismo honesto", "esquerdismo democrático" ou qualquer outra coisa, nada mais é do que um sinal de ignorância ou de psicopatia. Declarações como as de Mauro Iasi sobre "aspectos positivos do trotskismo" devem ser categoricamente denunciados por aqueles que reivindicam o marxismo-leninismo.
Não se trata de um "debate infantil" ou "medição do tamanho do falo". Há muito que a Internacional Comunista denunciou os trotskistas como desertores políticos isolados, e condenar desertores não é "fragmentar o movimento comunista", mas antes de tudo expurgá-lo da quinta-coluna da burguesia infiltrada no movimento comunista.
Falar de Stalin, é falar daquele que liderou a construção do socialismo, que transformou um país agrário semi-feudal numa superpotência cujo povo trabalhador era seu principal protagonista. Falar de Trotsky é falar numa versão malfadada de Napoleão Bonaparte, um tirano frustrado que não media escrúpulos para chegar ao poder. E quando falamos de Stalin e Trotsky, não é demais lembrar que enquanto os seguidores deste último estão a jogar lama sobre a experiência socialista que realmente existiu, em nome de um onanismo político, os seguidores do primeiro estão lutando pelo socialismo, e agora estão a enfrentar a neve e o frio extremo do inverno russo para depositar flores no túmulo daquele que representou a força, o entusiasmo e a glória de toda uma geração, de um país, de um sistema. E esses homens não gostam de cachorros.
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A geração de ontem e de hoje da Rússia e Geórgia a honrar a memória do líder soviético. Os homens que não gostam de "cachorros". |
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Em 2011, na Rússia, uma visita organizada ao túmulo de Stalin reuniu mais de 5 mil flores! Chora, esquerda festiva! |