quinta-feira, agosto 14, 2008

Beijing Beijing, tchau tchau!
Cristiano Alves


O mundo assiste atento aos jogos Olímpicos de Pequim, iniciados na última sexta-feira, após muita turbulência algumas semanas antes da realização de tais jogos, onde alguns monges e liberais franceses bateram no peito para defender a causa do Tibet, fazendo, voluntariamente ou não, apologias a um regime responsável pela multilação de mulheres e a escravização de seres humanos, um "feudalismo amigável" muito bem exposto por Michael Parenti.

O fato é que por mais que haja na mídia de massa muita difamação, calúnia e injúrias contra o Estado chinês, não se pode negar que ele é, hoje e desde algum tempo, um Estado promotor do capitalismo, frequentemente me sua forma mais selvagem possível, assim segundo Eric Vanden Bussche, brasileiro que reside na República Popular da China, concedeu uma entrevista à BBC, principal órgão de imprensa do Reino Unido, onde revela alguns fatos de grande relevância.

Segundo Eric Bussche, "não há mais nada de comunista na China. A China diz que seu regime é um socialismo com características chinesas. Entretanto, as relações de trabalho – e a economia como um todo– abandonaram os dogmas socialistas e hoje a economia chinesa se aproxima muito mais de uma economia capitalista do que de uma economia planificada. Obviamente, ainda há certas diretrizes formuladas pelo governo central, mas não têm o impacto que tinham há 20, 30 anos". Essa entrevista condiz plenamente com a informação da ONU/cf. Mészaros segundo a qual, desde 1979, 300 milhões de chineses ficaram desempregados.

É importante frisar que a idéia de que a China já deu seu "tchau tchau" ao comunismo não é uma visão nem simplista nem unilateral "típica de folhetins burgueses", mas sim um fato constatado por vários estudos da OMT, dados da ONU, governo chinês e mesmo difundido em várias publicações de orientação marxista-leninista(adiante ML) como a Northstar Compass, jornal A Verdade e mesmo nas obras do renomado revolucionário albanês Enver Hodja, que denunciou o caráter revisionista do maoísmo, onde se atribuía o papel dirigente da revolução não ao proletariado, conforme defendia K. Marx, mas sim aos "estudantes", o que culminou na fracassada e famigerada "Revolução cultural" e posteriormente uma aproximação com os EUA contra a União Soviética, também revisionista, evocando a famosa passagem da ópera de John Adams, Nixon in China, onde Nixon questiona who are our enemies...?

Assim, durante a abertura dos jogos olímpicos constatou-se um fato há muito tempo já constatado, o abandonamento oficial do socialismo científico na China e mesmo do maoísmo. Em Pequim(também denominada "Beijing"), enfatizou-se mais o confucionismo do que o marxismo-leninismo ou mesmo o maoísmo, um nacionalismo ufanista mais próximo de Kung Fu Tsé e mais longe de Marx, Engels, Lenin e Stalin, estes dois últimos, as duas "espadas da revolução", segundo Mao. Some-se essa festa à existência de 3 bolsas de valores na China, à existência de bilionários no país, à existência da propriedade privada no país e, para quem ainda acha isso muito vago, à recente aprovação de uma lei histórica que consagra a propriedade privada no Direito Civil chinês, em consonância com outras leis que permitem a entrada dos grandes capitalistas no Partido Comunista Chinês.

Vale questionar, por que um capitalismo chinês seria melhor do que um americano? O que ainda faz alguns indivíduos crerem que a China é um país socialista? Na China, considerando os fatos, o Estado fascista já disse há muito tempo para o comunismo e os comunistas a seguinte frase: Beijing, Beijing, tchau tchau!
O papel da educação segundo o ministro sueco
Cristiano Alves


De acordo o blog Convenant Zone, utilizando-se de um estudo divulgado nas notícias do Yahoo, já retirado do ar, em 2007 uma pesquisa apontou que há entre os jovens suecos uma visão positiva a respeito do comunismo. Assim, conforme a fonte citada, 90% dos adolescentes suecos entre 15 e 20 anos de idade ignoram o conceito de Gulag e 40% acreditam que o "comunismo" incrementou a prosperidade no mundo. O blog não demonstra a porcentagem dos que não souberam responder ou pensam de forma diferente.

A pesquisa, dirigida por Camilla Andersson, chefe da Information About Communism, foi informada à agência de notícias sueca TT, demonstrando uma imagem positiva deste ideal político na Suécia, país que há pelo menos várias décadas tem sido alvo de constantes bombardeios de propaganda anti-comunista e terror psicológico disseminado pelas elites do país.

O estudo, feito entre 1004 adolescentes, demonstrou que 82% dos entrevistados não via Belarus como uma ditadura e 43% acreditavam que o comunismo fez menos de um milhão de vítimas, dados esses publicados no Dagens Nyheter, jornal diário do país. Ainda, 56% dos jovens suecos se mostraram descrentes na idéia de que as economias de mercado ocidentais são democracias e 22% apontaram o comunismo como uma estrutura social democrática.

Diante de tais resultados, um tanto positivos para um país onde tem-se tentado difamar a imagem do comunismo, declarou o ministro da educação sueco, Jan Bjoerklund, que ele planejava propor mais lições de história nos currículos do país e que nesses o Holocausto e supostos "crimes cometidos em nome da União Soviética e do comunismo" se tornassem obrigatórios. Vale questionar, que "história" quer o ministro sueco? Será que os suecos sabem quem iniciou a sua "família real"? Pressupõe-se que "escolas" são instituições de obtenção de conhecimento, e não meros "jardins de infância" ou centros de lavagem cerebral.