sexta-feira, julho 20, 2012

MUNDO: Evidências da homoafetividade de Anders Breivik

Evidências da homoafetividade de Anders Behring Breivik
Por Vladimir Tavares


Ao longo da história, a hipocrisia foi uma arma comumente utilizada por mentes reacionárias, projetando no oponente determinadas características próprias com o intuito de afastar de si a culpa para algo, assim, organizações homofóbicas como a SA e a SS nazistas eram conhecidas pela obsessiva preocupação com a aparência mesmo orgias homoafetivas. No caso da SA, o líder desta chegava a ser um conhecido pederasta, Ernst Röhm. Segundo a obra "O segredo de Hitler", de Lothar Machtan, evidências, depoimentos de colegas de infância e até fotos públicas do führer apontam uma grande possibilidade de Hitler ter sido homossexual. No entanto, o que surpreende não é o fato destes nomes ou organizações terem tido um acentuado caráter homoafetivo, mas sim de ser formado por homossexuais "no armário" que perseguiam outros homossexuais fora dele.

Evidências da homossexualidade do terrorista conservador norueguês Anders Breivik são conhecidas há muito tempo, antes mesmo de seus crimes. Conhecido por uma preocupação obsessiva com sua aparência, fetiches por uniformes militares e especialmente por cruzados medievais, Breivik, criado pela mãe, realizou ainda jovem uma cirurgia plástica para tornar seu nariz "mais ariano", uma vez que o achava "demasiado árabe". De acordo com testemunhas, a sua antiga página do Facebook jamais trouxe qualquer contestação de um questionamento se ele seria gay, aliás, o próprio Breivik enfatiza em seu "Manifesto", que isso poderá chocar alguns cruzados cristãos, mas "o uso de maquiagem para um cruzado é essencial". O próprio Breivik, aliás, usava maquiagem, e segundo depoimentos dados em juízo durante seu julgamento, ele foi visto e fotografado na Parada do Orgulho Gay de Oslo, em 2004, de acordo com muitos amigos e mesmo o próprio Breivik, este jamais teve qualquer envolvimento amoroso com mulheres. Em seu livro de ódio, o terrorista norueguês critica de forma ácida o movimento gay, mas não o comportamento gay em si, mesmo portando-se de forma afeminada em várias ocasiões. Embora se dissesse "cristão", não há registro de visita sua a qualquer igreja local nem são conhecidas testemunhas de tais visitas. A homoafetividade de Breivik não apenas é alegada por amigos seus próximos, como também já foi levantada em alguns jornais como o Telegraph, britânico, e mesmo noruegueses e suecos, inclusive jornais LGBT como o Pink News, britânico.

O fato é que Breivik é uma caricatura perfeita do típico conservador que "sem coragem para sair do armário" ataca os mais exaltados homoafetivos, como forma de lutar com seus conflitos existenciais internos. A opção sexual do terrorista conservador norueguês deve ser dissociada de seus atos, uma vez que cerca de 40 jovens que seriam vítimas de Breivik foram salvos por um casal lésbico, que os resgatou em sua lancha particular após os pedidos de socorro.

Uma das 70 vítimas de Anders Breivik, terrorista conservador norueguês

quarta-feira, julho 18, 2012

MUNDO: Semelhanças entre o regime nazista e o norte-americano

Semelhanças entre o regime nazista e o norte-americano
Por Vladimir Tavares

Muitas personalidades de direita, especialmente a chamada "direita conservadora", eufemismo hodierno para "fascista", tem feito colossais esforços na tentativa de equiparar o comunismo ao nazismo. Latentes as suas diferenças, necessário é levar para o campo da epistemologia e abstrair conclusões a respeito dessa questão. Sendo o nazismo nada mais que um capitalismo desesperado, nenhum país se parece mais com o modelo nazista do que o modelo americano em diversos momentos de sua história.

- Racismo

EUA e Alemanha nazista foram historicamente campeões do racismo, seguidos de fortes concorrentes como o Reino Unido, Bélgica, Espanha, África do Sul e Japão. Dois aspectos notáveis nos dois países citados é a criação de leis de segregação racial.

Alemanha nazista: Leis de Nuremberg

As Leis de Nuremberg(Nürnberger Gesetze) eram leis abertamente racistas surgidas na Alemanha nazista durante os anos 30. Seu conteúdo visava a proibição de qualquer relacionamento entre judeus e alemães não-judeus. Embora a pena fosse inicialmente a de trabalhos forçados, ela foi depois substituída pela pena capital. Um dos mais famosos casos foi o de Leo Katzenberger, guilhotinado(em pleno século XX) em 2 de junho de 1942.

Estados Unidos: Leis racistas coloniais e a Lei Jim Crow

Desde os tempos coloniais, os britânicos introduziram leis racistas nas 13 colônias, em 1664, a colônia de Virgínia estabeleceu uma lei criminalizando o casamento entre brancos e negros, algo que há 4 anos havia sido regularizado. Em 1691, uma lei proibiu o casamento entre brancos e negros, lei que mais tarde se espalhou para outras colônias. Para se ter uma idéia do quão reacionárias eram essas leis, nas colônias francesas como a Luisiana, não havia proibição legal ao casamento interracial, embora um Código Civil estabelecido em 1685 tenha proibido o casamento entre católicos e não católicos, sem envolver questões raciais. Sob o domínio espanhol, o casamento interracial poderia ocorrer somente sob consentimento parental, antes dos 25 anos de idade, e sem ele caso as partes fossem mais velhas. Quando os EUA(já independentes) tomaram a Luisiana, em 1806, casamentos interraciais foram banidos.

Em 1776, ano da independência dos Estados Unidos, o casamento interracial continuou proibido, frequentemente sob falsas alegações que evocavam princípios da Bíblia e atribuíam interpretações erradas desta que jamais foram contempladas por qualquer patriarca na Ortodoxia ou mesmo por alguns papas no Catolicismo, histórias como a de Cão e Fineias. É interessante ressaltar que embora a Independência dos Estados Unidos tenha tido como uma de suas bases o iluminismo, o racionalismo, esta foi depois corrompida pelo fundamentalismo protestante, que até hoje influencia a ideologia americana.

A mais famosa lei racista nos EUA foi a Lei Jim Crow, de 1876 a 1965, lei que segregava legalmente negros e brancos, estabelecendo locais públicos só para negros e só para brancos, e até mesmo fontes de água para pessoas de cor e brancas, sendo os locais para negros geralmente de qualidade inferior aos dos brancos. Um dos mais famosos casos de questionamento desta lei foi o caso da mulata Rosa Parks, professora de origem afro-índio-irlando-escocesa que, sentada em um acento destinado aos negros, foi requisitada para deixar seu acento e cedê-lo para um branco que estava de pé, conforme o costume local estabelecido pelas autoridades brancas; por se recusar a fazê-lo, Rosa Parks foi presa por policiais, após a requisição do motorista do ônibus, que já havia se recusado a abrir a porta para Rosa Parks durante uma chuva. A Lei Jim Crow não apenas proibia casamentos interraciais, como também negava aos filhos de casais interraciais direitos sociais e acesso às escolas e hospitais públicos.


- Organizações terroristas de supremacia branca

A SS nazista usava uniformes desenhado por um famoso membro do partido, o estilista Hugo Boss

Alemanha nazista: Antes do nazismo, a Alemanha foi atormentada por anos pelas ações da SA(Sturmabteilung), popularmente conhecidos como "camisas-marrom", um tipo de camisa fácil de ser adquirido e que assemelhava-se à cor das tropas coloniais alemãs. Esta organização promovia a segurança de líderes nazistas, ataques contra comunistas, judeus, negros e era conhecida pelo seu alcoolismo e orgias homossexuais, sendo que o próprio Röhm era assumidamente homoafetivo, tendo numa de suas cartas expressado o seu desejo por "rapazes jovens e arianos".

Reunindo mais de 3 milhões de membros, a SA deu origem à SS, que passaria a garantir a proteção de líderes nazistas e trocaria as camisas marrons por camisas negras desenhadas por um fascista quase tão famoso quanto o próprio Hitler, o estilista Hugo Boss.

Tendo iniciado como organização paramilitar do partido nazista, a SA, assim como a sua "filha", a SS, tornaram-se organizações oficiais do governo fascista alemão.

Estados Unidos: Em 1865, surge o Ku Klux Klan(KKK), organização secreta extremista de supremacia branca, formada por veteranos confederados. Essa organização promovia o terrorismo cristão-protestante, promovendo o linchamento de negros e combatendo toda e qualquer tentativa de integração dos negros à sociedade através dos mais violentos métodos disponíveis(há rumores de que a sigla KKK seria uma onomatopéia do som de um rifle ao ser carregado), tais como o linchamento de pessoas de cor, enforcamento, fogueiras para negros, castração, mutilação de seus órgãos sexuais, dentre outros.  Esse grupo era bastante ativo em períodos eleitorais, onde impediam por qualquer método os negros de votar. O abuso do terrror indiscriminado em nome do "orgulho branco", levou o governo americano à persecução penal dos crimes do KKK, o que levou à sua derrocada, mas não do racismo e do terrorismo branco, uma vez que o clã deu lugar à Liga Branca e aos Camisas Vermelhas, organizações paramilitares responsáveis pelo assassinato de eleitores e líderes negros. Ao contrário do "Clã", essas últimas organizações eram abertas, não fazendo segredo sobre suas ações.

Com o fim do KKK, por volta de 1870, surge um novo Ku Klux Klan em 1915, no estado da Geórgia, nos EUA. Dessa vez, a organização terrorista ganhou um novo aliado, o cinema. Utilizando-se de modernas campanhas publicitárias, o clã ganhou um enorme número de adeptos após a exibição do filme The birth of a nation(O nascimento de uma nação), baseado na peça The Clansmen, película de propaganda racista anti-negro. Para se ter uma idéia do ponto a que chega o racismo no filme, negros são apresentados sempre como ininteligentes, constantemente perturbados e sexualmente agressivos em relação à mulheres brancas, nele, embora alguns figurantes sejam negros, os atores "negros" que desempenham algum papel relevante são atores brancos pintados de preto, como o asssassino "Gus", tarado por mulheres brancas que tenta estuprar uma jovem branca que prefere se suicidar a ser tocada por ele(os filmes da época costumavam usar sempre atores brancos pintados de preto para cenas que envolvessem um maior contato com mulheres brancas). O filme satiriza negros tornando-se congressistas, especialmente numa cena em que um deles tira o sapato em pleno congresso e pões os pés em cima da mesa, ao passo que outros bebem em pleno congresso. De acordo com periódicos americanos, após a exibição desse filme um negro foi linchado após a saída do cinema. O nascimento de uma nação foi utilizado como ferramenta de recrutamento pelo KKK até a década de 1970, encontrando-se disponível no site de vídeos Youtube e eivado de comentários racistas, o filme também foi o primeiro a ser exibido na Casa Branca. O presidente dos EUA Woodrow Wilson exibiu o filme diversas vezes em sessões privadas. Apesar do enorme sucesso comercial, o filme gerou uma onda de protestos, tendo o mesmo diretor produzido o filme "Intolerância" no ano seguinte.

O Ku Klux Klan teve um famoso jornal nos anos 20 chamado "The Good Citizen", isto é, "O cidadão de bem", "O bom cidadão", nas quais evocava a terminologia "WASP", que em inglês quer dizer "Protestante Branco Anglo-Saxão" e defendia idéias de supremacia branca e anti-catolicismo como seus antecessores, antes de Hitler dominar as ruas na Alemanha. Tratava-se de uma luta para tentar resgatar a superioridade branca e protestante americana, "ameaçada" por novos cidadãos em tal sociedade, fundada no extermínio de seus homens originais e na escravidão daqueles que os próprios brancos americanos anglo-saxões trouxeram ao país.

A popularidade do clã foi perdida em fins dos anos 20, com a grande depressão. Em fins dos anos 30, o KKK tentou estabelecer laços com a Alemanha nazista, flertando com a ideologia hitleriana, o que foi oficialmente abandonado após a entrada dos EUA na guerra do lado dos aliados. Este clã havia adotado novos rituais como a queima de cruzes, durante as quais usava sempre o seu famoso uniforme branco.

Em fins dos anos 40, o KKK tenta se levantar mais uma vez, surgindo o "Terceiro Clã", reciclado no anticomunismo febril dos tempos da Guerra Fria. Embora tenha sempre sido uma organização paramilitar, é importante frisar que um filme associado à sua ideologia foi o primeiro a ser exibido na Casa Branca e mesmo em várias sessões privadas pelo presidente Woodrow Wilson, e nos anos 50, no filme-documentário produzido pelo governo americano How to spot a communist(Como detectar um comunista) uma passeata contra o Ku Klux Klan é apresentada como "propaganda comunista", isto é, opor-se a uma organização terrorista e racista era considerado um "abominável atocomunista antiamericano". Assim, ao contrário de seus pares alemães da SA e SS, o KKK jamais foi uma organização oficial dos Estados Unidos da América, todavia contou ela com o aval do governo americano e a inexistência de uma legislação que proiba o racismo naquele país, existindo até os dias atuais e marchando em ruas americanas sem contar com qualquer repressão policial, destino não reservado às milhares de manifestações sociais ocorridas no país. A covardia do KKK e seus métodos cruéis repousa no assassinato de milhares de negros, militantes por direitos ou não, bem como num terrível crime onde um garoto deve sua face desfigurada por um tiro de escopeta após assobiar para uma mulher branca.


- Assassinatos em massa, militarismo e imperialismo

Militares americanos mostram seu verdadeiro rosto(a foto não é montagem)

Alemanha nazista: A Alemanha é conhecida por incontáveis atos facínoras, crimes contra a humanidade em nome da "higiene racial" que provocaram a destruição de milhões de vidas na ex-União Soviética, Polônia e outros países. Estima-se que as perdas totais da IIGM, iniciada pela Alemanha nazista, foram de cerca de 60 milhões de pessoas, isto é, 2,5% da população mundial em apenas 6 anos, e não os costumeiros "6 milhões de judeus" descritos, mesmo por que morreram muito mais eslavos do que judeus, especialmente poloneses, russos, ucranianos e bielorrussos, considerados uttermensch pelos nazistas, isto é, uma "raça inferior". Vale salientar que milhões ficariam sem casa e deficit habitacional se tornaria um sério problema nos anos seguintes.

Estados Unidos: Diferente de seus colegas alemães, os alvos dos racistas americanos não eram brancos, razão pela qual o país não tem a mesma fama da Alemanha, mas sim negros e americanos nativos, isto é, povos indígenas. Diferentemente de outros países do continente americano, nos EUA os índios foram praticamente extirpados do país, negros foram mortos aos milhares por organizações como o KKK, e esse espírito imperialista ainda se estendeu direta e indiretamente a países vizinhos como a Guatemala, Nicarágua, Filipinas, Líbia, Afeganistão, Sérvia, Iraque, Somália, Quênia, além de dezenas de outros países.

É importante enfatizar que tal como na Alemanha nazista, nos Estados Unidos a "faxina racial" foi defendida abertamente em várias ocasiões, valendo ler o discurso do presidente Andrew Jackson sobre a necessidade de "eliminar a raça inferior indígena". Em alguns casos, essa defesa foi velada, merecendo ser citado o "plano de eliminação da raça eslava", isto é, a Operação Dropshot, que visava lançar 300 bombas atômicas em território soviético em 1947.

- Experimentos com seres humanos

Alemanha nazista: Conhecida por uma série de experimentos com prisioneiros "indesejáveis", o mundo horrorizou-se com as experiências do Dr. Mengele e as teorias racistas do pseudocientista Eugene Fischer, que provocaram a morte de milhares de pessoas em testes laboratoriais... com cobaias humanas.

Estados Unidos: Tal como no filme "V for vendetta", tal como seus colegas alemães, os americanos empreenderam uma série de testes com cobaias humanas nos anos 40, sob a liderança do ditador Harry Truman. Utilizando-se de negros, prisioneiros e especialmente gualtemaltecas, o vírus da sífilis foi introduzido involuntariamente em diversos seres humanos. Dos milhares de infectados, apenas alguns tiveram a "sorte" de serem usados para testar sua vacina, fato que evidencia a possibilidade do vírus da AIDS ser uma criação de laboratórios americanos para o extermínio de africanos.