Perspectivas acerca das eleições
Por Cristiano Alves
Recentemente o jornal A Nova Democracia denunciou, com êxito, a farsa eleitoral, o grande circo chamado "Eleições", tendo como símbolo maior disso a eleição do palhaço Tiririca. Vale lembrar aqui um trecho inesquecível da reportagem, em que afirma que "o selo perfeito para o primeiro turno do circo eleitoral foram os mais de um milhão e trezentos mil votos para o deputado Tiririca. Enquanto alguns esbravejavam clamando uma "reforma política" que impeça que Tiriricas arrastem outros de sua legenda, ele é uma grande prova da despolitização, vaziez, imprestabilidade da farsa eleitoral e ao mesmo tempo é o retrato fidedigno do que representa o sistema de governo do velho Estado".1
De fato, antes de comemorar a vitória de Dilma, há que se comemorar a derrota de Serra, que representou no processo eleitoral o que há de mais reacionário na política brasileira. Não que a campanha de Dilma seja necessariamente progressista ou revolucionária, mas por um lado ela estava com setores progressistas da sociedade, embora com alguns reacionários. Sua história de luta, inclusive, é digna de louvor, assim como parece que será boa gerente. A questão, entretanto, é a superação de um modelo ultrapassado e arcaico, incapaz de satisfazer às necessidades da classe operária, que é caracterizado pelo embrutecimento do proletariado, pela subcultura do forró, do funk da periferia, da novela global, da ignorância, do semi-analfabetismo, do misticismo, da aversão à ciência e à ética, do atraso.
Vivemos numa sociedade hipócrita que, ao mesmo tempo que prende ladrão de galinha, deixa passar impune o professor de universidade pública que comparece na faculdade apenas 1 vês no mês e de lá subtrai R$ 3.000,00 a R$ 6.000,00 pagos com o dinheiro do contribuinte. Este mesmo comportamento num país como Cuba ou a ex-União Soviética e o sujeito automaticamente receberia a justa pena do Direito Socialista. A mesma sociedade que prende alguém que subtraiu R$ 100,00 de uma carteira, mas deixa passar impune aquele que subtraiu 1 a 10 milhões dos cofres públicos. Enfim, como reza a letra da Internacional, "o crime do rico a lei o cobre".
Assistimos à uma sociedade brutalizada a cada dia por valores mesquinhos apresentados por novelas globais de teor elitista, consumista e mesmo racista, onde seleciona-se etnias específicas num país que tem a maior população negra das Américas, segunda maior do mundo, perdendo para a Nigéria apenas. Prova disso é que nenhuma novela global tem em seu papel principal um ator negro, talvez algumas raras tragam atrizes negras, mas normalmente contracenando com atores brancos. E se essa novela traz afrodescendentes, seu papel é sempre terciário, é o de faxineiro, de empregado, jardineiro... não que essas profissões não sejam importanes, mas na trama em si, normalmente tem pouca relevância se comparado com o papel principal, por exemplo. Mesmo nos EUA, que tem uma longa e forte tradição racista, essa mentalidade arcaica já foi superada, conforme se verifica em várias séries.
Enfim, fora a completa falta de ética, do abandono da coisa pública e do povo a um estado semi-bárbaro, o Brasil tem ainda que aturar os delírios elitistas de uma classe média esnobe, facilmente manipulada por organizações como a Globo e outras redes de TV, por revistas como a VEJA e jornais como Estadão, que em pouco ou nada contribuem para a sociedade onde vivemos, senão para a sua alienação com a propagação de mentiras, misticismo e propaganda imperialista.
Espera-se que no governo de Dilma Roussef haja um pouco da revolucionária que esta um dia foi, e que promova a educação no país sob parâmetros distintos daquele que há hoje no país, que o anticomunismo seja extirpado dos livros escolares e seja jogado na lata do lixo, seja da sala de aula, seja da história!
1- Em http://www.anovademocracia.com.br/no-70/3045-14-do-brasil-nao-vota-anula-ou-vota-em-branco
Por Cristiano Alves
Recentemente o jornal A Nova Democracia denunciou, com êxito, a farsa eleitoral, o grande circo chamado "Eleições", tendo como símbolo maior disso a eleição do palhaço Tiririca. Vale lembrar aqui um trecho inesquecível da reportagem, em que afirma que "o selo perfeito para o primeiro turno do circo eleitoral foram os mais de um milhão e trezentos mil votos para o deputado Tiririca. Enquanto alguns esbravejavam clamando uma "reforma política" que impeça que Tiriricas arrastem outros de sua legenda, ele é uma grande prova da despolitização, vaziez, imprestabilidade da farsa eleitoral e ao mesmo tempo é o retrato fidedigno do que representa o sistema de governo do velho Estado".1
De fato, antes de comemorar a vitória de Dilma, há que se comemorar a derrota de Serra, que representou no processo eleitoral o que há de mais reacionário na política brasileira. Não que a campanha de Dilma seja necessariamente progressista ou revolucionária, mas por um lado ela estava com setores progressistas da sociedade, embora com alguns reacionários. Sua história de luta, inclusive, é digna de louvor, assim como parece que será boa gerente. A questão, entretanto, é a superação de um modelo ultrapassado e arcaico, incapaz de satisfazer às necessidades da classe operária, que é caracterizado pelo embrutecimento do proletariado, pela subcultura do forró, do funk da periferia, da novela global, da ignorância, do semi-analfabetismo, do misticismo, da aversão à ciência e à ética, do atraso.
Vivemos numa sociedade hipócrita que, ao mesmo tempo que prende ladrão de galinha, deixa passar impune o professor de universidade pública que comparece na faculdade apenas 1 vês no mês e de lá subtrai R$ 3.000,00 a R$ 6.000,00 pagos com o dinheiro do contribuinte. Este mesmo comportamento num país como Cuba ou a ex-União Soviética e o sujeito automaticamente receberia a justa pena do Direito Socialista. A mesma sociedade que prende alguém que subtraiu R$ 100,00 de uma carteira, mas deixa passar impune aquele que subtraiu 1 a 10 milhões dos cofres públicos. Enfim, como reza a letra da Internacional, "o crime do rico a lei o cobre".
Assistimos à uma sociedade brutalizada a cada dia por valores mesquinhos apresentados por novelas globais de teor elitista, consumista e mesmo racista, onde seleciona-se etnias específicas num país que tem a maior população negra das Américas, segunda maior do mundo, perdendo para a Nigéria apenas. Prova disso é que nenhuma novela global tem em seu papel principal um ator negro, talvez algumas raras tragam atrizes negras, mas normalmente contracenando com atores brancos. E se essa novela traz afrodescendentes, seu papel é sempre terciário, é o de faxineiro, de empregado, jardineiro... não que essas profissões não sejam importanes, mas na trama em si, normalmente tem pouca relevância se comparado com o papel principal, por exemplo. Mesmo nos EUA, que tem uma longa e forte tradição racista, essa mentalidade arcaica já foi superada, conforme se verifica em várias séries.
Enfim, fora a completa falta de ética, do abandono da coisa pública e do povo a um estado semi-bárbaro, o Brasil tem ainda que aturar os delírios elitistas de uma classe média esnobe, facilmente manipulada por organizações como a Globo e outras redes de TV, por revistas como a VEJA e jornais como Estadão, que em pouco ou nada contribuem para a sociedade onde vivemos, senão para a sua alienação com a propagação de mentiras, misticismo e propaganda imperialista.
Espera-se que no governo de Dilma Roussef haja um pouco da revolucionária que esta um dia foi, e que promova a educação no país sob parâmetros distintos daquele que há hoje no país, que o anticomunismo seja extirpado dos livros escolares e seja jogado na lata do lixo, seja da sala de aula, seja da história!
1- Em http://www.anovademocracia.com.br/no-70/3045-14-do-brasil-nao-vota-anula-ou-vota-em-branco
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