sábado, março 08, 2014

DEBATE: Como estilhaçar um coxinha pró-militar

Por Cristiano Alves



É comum ouvir de jovens que jamais viveram no período da ditadura fascista cívico-militar que "os generais da ditadura morreram todos pobres", a despeito de que muitos eram donos de fazendas e grandes propriedades(e não estamos falando de condomínio residencial em fazendas). Eventualmente esse mantra vez também de idosos que viveram nessa época.

Um internauta, entretanto, não deixou passar em branco esse argumento e se deu ao trabalho de refutá-lo devidamente. Eis aqui a resposta de Romualdo Neto:

"Incrível acreditar que os meliantes ditadores morreram pobres. Se deram muito bem, vide Geisel que, após seu mandato, ganhou de presente a presidência da filial brasileira da multinacional Dow Chemical. o cel. Mário Andreazza que também faturou uma nota com a Transamazônica, etc. Para não falar da g'r'obo e outros veículos de mídia que para praticar a auto-censura sobre os seus jornalistas se beneficiaram às largas dos cofres públicos. Ah, chegaram a fazer um decreto que dava pensão eterna para filhas de oficiais que ficassem solteiras. A desculpa furada é que como seus pais mudavam muito por razões próprias de seu ofícios, as moças eram dificultadas em ter relações sociais que lhes permitissem arrumar marido para as sustentar. Falam das obras do atual governo, que apesar dos boicotes e sabotagens, caminham de vento em popa. Mas se esquecem de falar das "obras" fictícias da ditadura (como açudes e pontes que ficavam só no papel e no dinheiro para as construtoras amigas) além das que foram abandonadas inacabadas depois de consumirem fortunas (Transamazônica, Ferrovia do aço, etc.). Mesmo aquelas que tiveram seu mérito por serem, realmente necessárias e terem sido concluídas, consumiram muito mais do que o necessário para serem realizadas (Hidrelétrica de Itaipu, Ponte Rio-Niteroi, etc.) . Ah, para os moçoilos que não viveram esta época: sabiam que o Maluf criou uma empresa de economia mista para explorar petróleo? Chamava-se Paulipetro e nunca realizou uma única perfuração apesar dos volumosos recursos que recebeu e que foram parar na Suíça. Ah, também se esqueceram do Ibrahim Abi Ackel que foi flagrado pela g'r'obo traficando pedras preciosas num momento de confronto passageiro com a ditadura (a ditadura apoiava a candidatura de Mário Andreazza no Colégio Eleitoral, enquanto que a g'r'obo apoiava o Paulo Maluf pelo mesmo partido da ditadura, na época PDS. Por conta dessa "desobediência" da g'r'obo, a ditadura tinha armado um flagrante sobre uma equipe da emissora que voltava do exterior com equipamentos eletrônicos contrabandeados. Só que a g'r'obo, como contava com informantes dentro da ditadura, do qual sempre foi aliada durante todo o tempo, deu um jeito de voltar "limpa" e depois partir para o revide em cima do Abi Ackel). Ah claro, que nunca ouviram falar nisso. Não só são preguiçosos e incultos e não pesquisam sobre àquela época. Além do que o escândalo foi logo abafado para tentar salvar o regime ou o que restava dele."


O internauta recomendou a leitura do livro "A dupla face da corrupção", de J. Carlos de Assis.

2 comentários:

Felipe disse...

Há um pequeno erro neste texto: quem era ligado à Dow Chemical era o general Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil nos governos Geisel e Figueiredo.

Romualdo disse...

Em termos, Felipe. O Golbery foi o presidente da dow chemical, realmente. Mas o Geisel não ficou de fora da bocada. Após o seu "mandato" foi presenteado com a presidência do conselho de administração de duas subsidiárias da Dow Chemical: a Copene e a Norquisa. http://averdade.org.br/2015/04/houve-corrupcao-em-todos-os-governos-militares/