sábado, agosto 22, 2015

Filosofia: Esboços da crítica da filosofia de Alexander Duguin

Por Cristiano Alves e Angela Mezacasa

Duguin é sem dúvidas um pensador importante, até pelo currículo dele, é doutor, era professor da Universidade Estatal de Moscou e é um politólogo com uma significante estratégia para a geopolítica russa, entretanto sua obra possui sérias limitações.

 Capas de livros de A. Duguin: Konspirologiya e Elyemyenty


A crítica que Duguin faz a Marx é tão rica quanto aquela feita por Mises, isto é, é inteiramente baseada em premissas falsas, seja por desconhecimento da obra de Marx ou por conveniência política conveniente ao seu movimento próprio e à sua doutrina política, classificada por muitos autores como "neoeurasianismo". "Neo" por que os nacionalistas ucranianos também têm sua própria versão do eurasianismo, que prega a supressão da Rússia para a formação de uma grande Rússia sediada em Kiev, com a supressão de "Moscou", como eles chamam a Federação Russa, e a eliminação física de todos os "moskalya", isto é, dos russos, tal como planejado pelos nazistas, inspirados no programa de anglossaxonização da América, como bem nos mostra Domenico Losurdo.

Defesa de que tradição?

Muitos brasileiros respeitam Duguin pela sua crítica do pós-modernismo, "nós defendemos a tradição", dizem os duguinistas, "nós somos contra o pós-modernismo". Porém, evocando aqui o pensamento de S. Kurginyan, como defender a tradição num país, por exemplo, como Afeganistão? Propõe Duguin defender o Talibã? Afinal, ninguém defendia mais a tradição contra o "malvado comunismo ateu" do que os terroristas do Afeganistão, e nessa tradição está inclusa a produção de heroína e o estupro de meninos. Que propõe Duguin? Extinguir da mulher o direito de voto para se ater a uma "grande tradição"? Seu modelo de "tradição" é um modelo que vai não apenas contra o pós-modernismo, como também contra o modernismo, e isso fica bem evidente em sua "Catequese do membro da Juventude Eurasianista":

"O passado nos mostra como viver, sem parlamento, sem televisores, "direitos humanos", utensílios eletrônicos das cidades. O passado é real, o presente é virtual... A contemporaneidade sempre erra"1

A propósito, vale salientar que dentre os Direitos Humanos, odiados pelos duguinistas, está o direito à vida, à liberdade de expressão, dentre outros. Nesse aspecto a teoria de Duguin mostra-se extremamente reacionária. Isso explica por que em um de seus vídeos, Duguin diz que "a internet não traz nada de bom" e noutro por que "o homem deveria parar de construir foguetes para pensar em Deus".

Ora, a tecnologia sempre foi um ponto muito forte para a Rússia e fator determinante de sua sobrevivência econômica. Hoje, até a NASA precisa de motores de foguete russos, sem os quais os seus foguetes não decolam. A Rússia também desenvolveu e desenvolve várias tecnologias, o que quer Duguin? Uma Rússia na Idade da Pedra como solução?!

Racismo

Um dos pontos polêmicos do catecismo político de Duguin é o seu racismo. Se os seus seguidores são alguns rapazes com fantasias por garotas-propagandas de Duguin, vamos ver o que o catecismo de seu movimento nos ensina sobre relacionamentos com pessoas que não são da sua raça2:

"Você é mulher (...) Seja digna da sua grandeza, não fuja das leis da raça, dê amor e afeição a homens bonitos e fortes da sua tribo (...) Sirva aos fortes, violentos e livres, fuja dos covardes, frouxos e dos cretinos"3


Para ser justo, Duguin possui escritos antirracistas, especialmente em "Evraziyskiy revansh Rossii", mas devido ao fato de estar ligado a Julius Évola, ele mostra-se anti-miscigenação. Essa postura evoliano-duguiniana é facilmente refutada por um autor que Duguin diz defender, sobre o qual até chegou a escrever positivamente, um autor que refuta Duguin, Iosif Vissaryonovitch Stalin.

Em "O marxismo e a questão nacional" Stalin destrói o mito da "raça pura", quase 100 anos antes do Projeto Genoma, usando-se de estudos históricos (o georgiano estava muito à frente de seu tempo):


"A atual nação italiana foi formada de romanos, germanos, etruscos, gregos, árabes, etc. A nação francesa foi constituída de gauleses, romanos, britânicos e germanos, etc. O mesmo pode-se dizer dos ingleses, alemães e dos outros povos (...)"4


Ora, se mesmo a Rússia é um país miscigenado, se mesmo os russos vem dos povos cita, sármata, mongóis, dentre outros, o que quer Duguin falando em pureza racial, ainda que indiretamente? E essa realidade da Rússia também vale para Alemanha, França... "nações puras" só podem ser encontrados em tribos de aborígenes na Oceania ou em florestas da África. Que sentido faz uma teoria dessas em um país miscigenado como o Brasil? Nem para um alemão (saxões, romanos, celtas...) isso faz sentido, quanto mais para um mestiço tupiniquim. Esse tipo de teoria não tem espaço na sociedade e nem na política brasileira, ela é natimorta.

Duguin contra a ciência e a tecnologia

Para defender a sua ideia de "revolução conservadora" Duguin criou o site Arktogeia (país mítico no Paraíso Polar pensado pelo historiador nazista Guerman Irvit).

No site citado, ele defende o seu ódio contra a tecnologia, afirmando que a verdadeira face da "Revolução Conservadora" é o ódio ao pensamento científico, o que seria voltar ao tempo em que "senhor' e "servo" tinham um sentido absoluto. Isso explica sua oposição à corrida espacial e à internet, expressa em dois notáveis vídeos seus disponíveis na internet.

A posição de Duguin, segundo a qual a tecnologia escraviza o homem e é preciso destruí-la para emancipar o homem, especialmente a tecnologia de ponta, é muito parecida com a opinião dos ludistas do século XIX, segundo a qual a emancipação do homem se daria pela destruição das máquinas. Essa postura foi firmemente condenada pelos marxistas, em especial por um marxista da Geórgia, país do Cáucaso, que classificou em suas Obras Escolhidas as doutrinas "anti-tecnologia" de fase infantil do movimento operário.

Nesse sentido, ao contrário do que pregam os adeptos do neo-eurasianismo de Duguin, sua teoria não apresenta absolutamente nada de novo, apenas a velha teoria anarquista com uma roupagem de ultranacionalismo russo. Uma reedição de velhas ideias que se apresenta com caráter de excepcionalidade ou de novidade.

O velho discurso liberal, mas antiliberal

Karl Marx e Friedrich Engels são dois autores no mínimo curiosos, conseguindo a façanha de serem muito conhecidos e ao mesmo tempo desconhecidos. Todo mundo "conhece" Marx, todo mundo "refutou" Marx e está sempre pronto par apontar o dedo e nos dizer como sua teoria estava errada, por esse ou aquele motivo que não está na obra de Marx e nem de Engels. Na melhor das hipóteses, esses marxólogos de araque não leram sua obra na íntegra. Duguin cai no mesmo conto do "Marx profeta".

Em "A quarta teoria política", Aleksandr Guelyevich, falando sobre Marx, sustenta que:

"O marxismo está normalmente correto quando descreve seu inimigo, especialmente a burguesia. Porém, suas próprias tentativas de entender a si mesmo levaram ao erro. A primeira e mais proeminente contradição é a previsão não cumprida de Marx sobre os tipos de sociedades que são as mais aptas para as revoluções socialistas. Ele estava confiante de que essas ocorreriam nos países industrializados europeus com elevado nível de manufatura e um alto percentual de proletariado urbano. Tais revoluções eram excluídas de ocorrer em países agrários e países com o modo asiático de produção devido a sua falta de desenvolvimento. No século XX, tudo ocorreu exatamente ao contrário. Revoluções socialistas e sociedades socialistas se desenvolveram em países agrários com uma população rural arcaica, enquanto nada similar ocorreu nas altamente desenvolvidas Europa e América.Porém, mesmo naqueles países em que o socialismo venceu, o dogma marxista não permitiu repensar seus pressupostos lógicos básicos, considerar o papel de fatores pré-industriais e avaliar corretamente o real poder do mito. Em suas versões ocidental e soviética, a autorreflexão do marxismo acabou sendo questionável e imprecisa. Justificadamente criticando o liberalismo, o marxismo estava seriamente equivocado sobre si mesmo, o que, em certo ponto, afetou seu destino."

A priori essa história já é conhecida! E ela nem mesmo é de Duguin. E o problema dessas afirmações é que elas estão completamente erradas!

Levando para o campo da epistemologia, em 1881, o filósofo alemão Karl Heinrich Marx redigiu cartas para a revolucionária Vera Ivanovna Zasulitch falando sobre a luta de classes na Rússia. Essas cartas apresentam uma ruptura com a ideia da necessidade do desenvolvimento das forças produtivas para que a revolução socialista aconteça. Marx mudou de opinião, em uma perspectiva diferente dos textos anteriores que ele havia escrito não apenas países industrializados tinham condições para uma revolução socialistas, mas também países agrários e países subdesenvolvidos. Essa análise da situação russa no século 19 forneceu bases e anteciparam o movimento que culminaria na Revolução Russa de 1917. Essas cartas de Marx foram compiladas e agora são um livro chamado “Luta de Classes na Rússia” que pode ser facilmente obtido.

É curioso como há sempre um ou outro pretenso "estudioso de Marx" pronto a dizer que "Marx não previu isso", "Marx não previu aquilo". Devemos lembrar que Marx e Engels eram filósofos, e não videntes para prever isso ou aquilo. Eles não participavam de missa negra, ritual xamânico ou criavam sites sobre "reinos fantásticos do Polo Norte", ou usavam como símbolos de suas obras runas vikings ou recorriam aos segredos da sabedoria hiperbórea, da Cabala ou dos dos xamãs. Marx não era Mãe Diná! Ou como diriam no mundo eslavo, "Marx não era a Vovó Vanga".

Praviy Sektor russo?

A atuação dos duguinistas na Novorrússia é alvo de vários debates e críticas. Algumas unidades e pensadores acusam os duguinistas de "não levar uma luta séria contra Kiev", sustentam eles que mais cedo ou mais tarde irão entrar em acordo para promover uma Maydan na Rússia.

Os autores Aleksey Kochetkov e Stanislav Byshok, monitores de direitos humanos respeitados na Rússia e fora dela, que denunciam os crimes do regime de Kieve o estudam em profundidade na sua magna obra "Euromaydan imeni Stepana Bandery" (Euromaydan chamada Stepan Bandera), muitas vezes comparam o movimento que tomou o poder na Ucrânia com o de Alexander Duguin na Rússia. Vale frisar que os neonazistas e elementos fascistóides ucranianos também se dizem "eurasianistas", só que com uma visão centrada em Kiev, ao contrário do neoeurasianismo duguiniano que se concentra em Moscou.

Vale lembrar que embora oficialmente apoie resistência anti-Kiev da Novorrússia, o mesmo Duguin tem uma relação amistosa e curiosa com ninguém mais, ninguém menos do que Korchinskiy, um banderista ucraniano! Em 2005, o banderista Korchinsky aparece em um Protesto Eurasiano ao lado de Alexander Duguin.



Conclusão

Longe de "superar o marxismo" ou seguir por um "caminho alternativo", "terceiro", "quarto" ou décimo, a teoria de Duguin não tem nada de novo, ela propõe a supressão de aspectos culturais dos povos, a destruição de valores modernos, industriais. Trata-se de um fascismo com uma nova roupagem, reeditado, mas muitos de seus objetivos são os mesmos.



1- http://www.zerkalov.org.ua/node/5814
2- Originalmente o termo usado é rod.
3- http://www.zerkalov.org.ua/node/5814
4- STALIN, Iosif Vissaryonovich. OBRAS. Volume 2. O Marxismo e a questão nacional. Pg. 280. Editorial Vitória LTDA. Rio - 1952

quarta-feira, agosto 12, 2015

REFLEXÃO DO DIA: O que é liberdade?


"É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste em se fazer o que se quer. Em um Estado, isto é, numa sociedade onde existem leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer o que se deve querer e não em ser forçado a fazer o que não se tem o direito de querer.
Deve-se ter em mente o que é a independência e o que é a liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; e se um cidadão pudesse fazer o que elas proíbem ele já não teria liberdade, porque os outros também teriam esse poder."

MONTESQUIEU. O espírito das leis

A VOZ DO COMUNISMO: Stalin e os negros

A VOZ DO COMUNISMO: Reacionários coxinhas são pervertidos e estupradores em potencial

terça-feira, julho 07, 2015

NOVORRÚSSIA: A Página Vermelha entrevista miliciana socialista

Por Cristiano Alves

A miliciana Svetlana com uma Metralhadora Kalashnikov (PK)

Foi uma grande surpresa para A Página Vermelha ter estabelecido contato com a notável miliciana russa que hoje luta no Donbass, a entrevista revelou uma série de surpresas sobre uma mulher verdadeira, uma luz que não é movida não pelo ódio, bizarrices pós-modernas num mundo povoado por idolatras do hedonismo, mas antes de tudo uma jovem com princípios movida por um sentimento de justiça e altruísmo. Ela se inspira no exemplo de Zoya Kosmodemyanskaya, lendária partizanka soviética que voluntariamente participou de vários atos de sabotagem contra o invasor nazista, acabando torturada, enforcada e esquartejada por se manter leal aos seus camaradas até os seus últimos momentos, nos anos 40. 

Enquanto muitos "homens" se dizem de esquerda e se mantém indiferentes à guerra no Donbass, idolatrando aberrações fetichizadas e propagandeadas pelo imperialismo, Svetlana foi combater a maior instituição do imperialismo moderno, a OTAN. A miliciana, que gosta da natureza e quer ter muitos filhos após a guerra, nos fala um pouco de si e de seu povo. 

Ao falar de minha experiência na Rússia, sobre como fui bem acolhido em seu país e tive uma enorme facilidade para se relacionar com os russos, a miliciana Svetlana nos fala de seu pov, ela diz que "os russos possuem uma alma bastante aberta". Essa, a propósito, é uma característica marcante da língua russa que nenhuma tradução pode captar com exatidão, o uso constante da palavra "dusha", isto é, "alma", usada com muito mais frequência do que em outras línguas. Não se fala do coração físico, mas do estado de espírito em si. "Os russos são um povo muito amistoso, mas nós jamais permitimos que nos ofendam", ela prossegue, "e sempre nos levantamos contra a injustiça. Lutamos por uma causa justa e por isso Deus está conosco e somos invencíveis".

Svetlana foi ao Donbass, após retornar da Rússia, onde mora o povo que desde seus primórdios divide a mesma história com os ucranianos. Em realidade, não há diferenças físicas entre russos (russkie) e ucranianos (antes chamados de pequenos-russos), sua única diferença é na língua, já que a Ucrânia por muito tempo esteve sob domínio polonês e na região de Lvov passou a conhecer diferenças significantes em relação ao idioma falado em Moscou. Lembremos que até a Revolução de Outubro de 1917, a escrita cirílica ucraniana e russa eram praticamente idênticas. É um fato que 1, em cada 3 russos, tem parentes na Ucrânia. Deste modo, é um erro muito frequente de analistas políticos e apologistas do regime de Kiev comparar Rússia e Ucrânia (que compartilharam um território comum, uma cultura e economia comuns, e compartilham fronteira e um idioma comum) com Brasil e Portugal ou Argentina e Espanha, que tiveram uma história diferente, compreendiam uma etnos diferente (americana e europeia) até ter sua história fundida pela invasão de um pelo outro.

Da Rússia, Svetlana trouxe ajuda humanitária para as crianças do Donbass, no Leste da Ucrânia, onde milhões de crianças estão vivendo em porões para se proteger dos ataques de artilharia do regime de Kiev, da Junta, liderado por Poroshenko, um tirano que governa com o aval da OTAN e o apoio moral de John McCain, candidato a presidência fracassado dos Estados Unidos, que após ser derrotado nas urnas americanas agora dá instruções até de que ministros devem ser escolhidos para o governo ucraniano.

A miliciana Svetlana com um fuzil AK, colete balístico, capacete e um cão
A Página Vermelha: Aqui no Ocidente muitas fontes de imprensa "livre" dizem que no Donbass lutam apenas profissionais das Forças Armadas Russas. Você teve qualquer instrução antes de sua chegada ao Donbass? Talvez no Exército? Na Polícia?

Miliciana Svetlana: Eu nunca tive qualquer experiência militar até vir ao Donbass. A primeira vez que eu vi um fuzil foi só aqui. Nas fileiras da milícia lutam pessoas de especialidades totalmente pacíficas, mineiros, professores, economistas, advogados, etc. Aqui não havia Forças Armadas Russas e nem há, apenas voluntários.

A Página Vermelha: Quem são essas pessoas que servem com você? O Pyatnashka é um batalhão internacionalista, de onde são os seus camaradas? Por que eles lutam?

Miliciana Svetlana: Em nossa brigada lutam pessoas de diferentes países. Há habitantes locais, russos, abecásios, armênios, uzbeques, eslovacos.

A Página Vermelha: Acerca da fé, todos sabem que você é ortodoxa. Você tem uma foto em frente a um monumento soviético. Você tem convicções políticas?

Miliciana Svetlana: Socialistas!

A Página Vermelha: Durante a Grande Guerra Pátria (nome da IIGM na Rússia e ex-URSS) diferentes mulheres tornaram-se famosas em combate, Mariya Oktyabrskaya, Zoya Kosmodemyanskaya, Lidiya Litvyak... Alguma delas te inspira?

Miliciana Svetlana: Zoya Kosmodemyanskaya é uma mulher que merece respeito. Ela foi um símbolo de heroísmo do povo russo.


A brava Svetlana em meio à guerra


A Página Vermelha: O que é estar na guerra? Quais foram os momentos mais difíceis? As cenas mais assustadoras? A mídia ucraniana e alguns apoiadores da Ucrânia nos dizem que os milicianos são terroristas. O que você responde a essas pessoas?

Miliciana Svetlana: A guerra é horrível, é a lágrima de pessoas inocentes, é uma morte sem justificativa. É horrível quando crianças, em vez de passear com os seus pais pelos parques e comer sorvete, são forçados a ficar em porões sujos para se esconder de bombardeios. 

Acerca dos terroristas, como chamar a uma pessoa que se levanta para defender a sua casa, o seu povo e os interesses de seu povo, como podem ser chamados de terroristas?! Isso não me entra na cabeça.

A Ucrânia berra que está combatendo mercenários russos, para justificar os seus fracassos no campo de batalha, para eles é uma vergonha reconhecer o fato de que as suas forças armadas estão sendo derrotadas por simples mineiros.

A Página Vermelha: Você tem uma foto com uma metralhadora. Diferentes fotos mostram você no front. Você tem armas favoritas?

Miliciana Svetlana: A minha arma favorita é o AK, Fuzil Kalashnikov. 

A Página Vermelha: Após a guerra, você pretende continuar como militar?

Miliciana Svetlana: Após a guerra eu quero voltar para casa e ter muitos filhos.

A Página Vermelha: Agora um pouco sobre o Brasil. O que você sabe sobre o Brasil? 

Miliciana Svetlana: No Brasil eu nunca estive, por isso eu não sei nada.

A Página Vermelha: No Donbass lutam voluntários do Brasil, alguns deles não tinham nenhuma experiência militar antes da guerra, mas ironicamente jornais ucranianos como a TSN insistem em dizer que são "mercenários", mercenários sem preparo militar?! Nós temos aqui muitas pessoas, incluindo mulheres, que gostariam de lutar pelo povo do Donbass. Que conselho para eles você tem?

Miliciana Svetlana: Se há o desejo de ajudar, então é necessário ajudar por quaisquer meios.

A Página Vermelha: Que mensagem você gostaria de dar a nós brasileiros e a nós de A Página Vermelha? Talvez você não saiba, mas dentre nós há uma jovem que gostaria de lutar no Donbass, mas não pode, nossa camarada Angela.

Miliciana Svetlana: É um prazer saber que pessoas no distante Brasil não são indiferentes à guerra no Donbass. Muitos dizem que "a guerra não é lugar para mulheres". Mas quando surge a questão sobre defender o povo de um genocídio, a questão do sexo não tem nenhuma importância.

Svetlana atira com um lança-rojão RPG
Encerramos a entrevista com um convite a Svetlana para visitar o Brasil. No curso da entrevista ela mostrou o desejo de encontrar-se no Donbass com o autor de A Página Vermelha futuramente e de manter contato. Muitos milicianos mantém contato através de suas redes sociais, trazendo informações diretas sobre combates e a situação de milhões de pessoas oprimidas e bombardeadas pelas forças ucranianas. São pessoas nobres, que lutam por uma causa justa, e não mercenários obcecados por dinheiro ou neonazistas sedentos de sangue das "raças inferiores" como há nas forças ucranianas. Svetlana em russo significa "Iluminada", e seu depoimento nos dá uma luz para que do Brasil possamos entender os acontecimentos na Ucrânia Oriental, no Donbas.

Sobre a questão de quem é o "verdadeiro terrorista na história", alguém poderia dizer que "o lado ucraniano é suspeito para falar", que "o lado miliciano é suspeito para falar", o que nos obriga a buscar uma terceira parte, no caso a INTERPOL. Ao passo que se inserirmos no banco de dados da INTERPOL o nome de Girkin (Strelkov), o primeiro miliciano, ou Pavlov (popularmente conhecido como Motorolla), ou Hodakovskiy (comandante da Brigada Vostok), nós não obtemos nenhum retorno. Todavia se inserirmos o nome de Yarosh, um dos líderes do Setor de Direita, deputado e comandante do Batalhão Punitivo ucraniano, formado por neonazistas, obtemos seu nome na lista de terroristas. A verdade está com o Donbass!

quarta-feira, julho 01, 2015

MUNDO: Aleksiy II, o patriarca que desafiou a União Europeia (LEGENDADO)


Quando um pontífice religioso é mais revolucionário do que muitos ditos "comunistas"

NOVORRÚSSIA: Temos que resistir no Donbass, entrevista com uma miliciana

Tradução russo-português de Cristiano Alves

Introdução de A Página Vermelha: Enquanto muitos ditos "homens" idolatram pervertidos e a Casa Branca, uma jovem siberiana pegou em armas para lutar contra Kiev e os valores ocidentais que os neonazistas pretendem impor na Ucrânia Oriental.

Como é que garotas do interior dos Urais aparecem na milícia do Donbass? Como elas combatem? O que elas dizem sobre isso?

Outro dia eu tive o prazer de conversar com uma dessas valentes garotas. O nome dela é Svetlana, ela tem pouco mais de 20 anos, nasceu e vive na cidade de Solikamsk, na região de Perm, antes trabalhava com tipografia. A guerra na Donbass não a deixou indiferente e, em novembro de 2014, Svetlana demitiu-se do trabalho, recebeu a indenização, gastou dinheiro com presentes para crianças de Donetsk e partiu para o Donbass.

Svetlana passou a servir no batalhão “Pyatnashka”. Primeiramente trabalhou conseguindo na Rússia ajuda humanitária, distribuindo-a para os necessitados. Entregava comida e roupas a pessoas que viviam em porões. Para as crianças ela trazia bombons. “Se vocês vissem os seus olhos!” – diz Svetlana sobre as crianças de Donetsk, e os olhos da própria Svetlana mudam, tornando-se vivazes.

"E o que você fazia em Donetsk?" - pergunto eu.

"Não consegui ficar muito tempo sentada como ajudante humanitária, pedi para entrar em um grupo de combate” – responde Svetlana. 

"Por que?" - pergunto.

"De fato, não quero que a guerra chegue à Rússia. Preciso parar isso tudo lá" - responde Svetlana.

E torna-se compreensível por que a frágil garota largou o trabalho, por que em meio à incompreensão de conhecidos e parentes ela deixou a sua cidade natal, por que ela foi ao próprio inferno e por que ela pegou em armas.
Abaixo, passo algumas das mais interessantes partes da nossa conversa.

Sobre a construção do Estado na RPD (República Popular de Donetsk)

Pergunta: “Como se dá hoje a construção do Estado na RPD?”

Svetlana: “Constroem, ativamente constroem. Organizaram seus comissariados de recrutamento militar (adiante CRM), através deles se dá a mobilização dos donenses no exército. Organizam o pagamento de benefícios, pensões. As pessoas gostam muito de Zaharchenko e esperam dele a melhoria em sua vida”.

Sobre o espírito combativo dos habitantes da RPD e da milícia

Pergunta: “E como é o povo de Donetsk? Há prontidão de combate, para guerrear?”

Svetlana: “A guerra afetou muito os cidadãos pacíficos. Mas no exército da RPD o espírito de luta é muito alto. Afinal de contas, por que temos tanto sucesso, por que temos poucas perdas? Por que temos um alto espírito de luta, alta motivação. E os soldados das Forças Armadas Ucranianas (adiante FAU) vem aqui involuntariamente, não querem guerrear.  A propósito, atrás das posições das FAU estão os “pravoseki” (NT: membros do Praviy Sektor), a guarda nacional, como destacamento punitivo*. Eles mesmos não se envolvem na batalha... nós fizemos muitos prisioneiros, as FAU não querem guerrear... Agora temos potencial militar bem maior, do que tínhamos a um ano atrás. Das FAU, nos “caldeirões”, nós tomamos o máximo que pudemos, armas, munições, equipamentos!”

Pergunta: "Muitos nativos estão na milícia?"

Svetlana: "Muitos, oitenta a noventa por cento. Os milicianos tem um moral muito elevado. Eles correm em direção à luta".

Sobre como tudo começou

Pergunta: “E como foi que tudo começou na primavera de 2014? O que dizem os habitantes locais?”

Svetlana: “Aqueles com quem eu conversei, em sua maioria, disseram que eles queriam se separar da Ucrânia, juntar-se à Rússia ou viver independentemente. Os nativos se levantaram por si mesmos, se auto-organizaram, eles mesmos invadiram as administrações locais...”

Sobre Strelkov

Pergunta: “E quem é Strelkov, o que falam a seu respeito em Donetsk?”

Svetlana: “Sim, já esqueceram dele. Quando no ano passado ele entregou Slavyansk e veio para Donetsk, muitos falaram dele. E agora na Rússia, ele faz discursos... Lembrar de que a respeito dele?”

Sobre a defesa de Slavyansk

Pergunta: “E o que falam a respeito de Slavyansk? Era possível defende-la, mantê-la?”

Svetlana: “Entregaram em vão. A milícia poderia manter Slavyansk, em sua maior parte, dizem. E Strelkov? A entrega de Slavyansk não foi covardia dele, mas antes de tudo estupidez...”

Sobre a ajuda humanitária.

Pergunta: “Há rumores de que a ajuda humanitária da Rússia é vendida em Donetsk nos mercados e lojas. É verdade?”

Svetlana: “Antes poderia ser, mas não agora. Mercadorias russas vem para Donetsk apenas em comboios humanitários. Se alguém ver em uma loja mercadorias, mesmo que remotamente pareçam com ajuda humanitária da Rússia, então o dono da loja não apenas é multado... Isso é rigorosamente punido”.

Sobre ações militares

Pergunta: “De que ações militares você participou pessoalmente?”

Svetlana: “Agora nós estamos a 200 metros das FAU em Marinka. Eu olho no binóculos, e os soldados das FAU me observam. Os soldados das FAU adoram sentar-se em residências, colocam tanques no meio da rua. Como atirar neles? A nossa unidade ajudou a tomar o aeroporto de Donetsk, lá nós tomamos muitos uniformes da OTAN. Mochilas (mostra a sua), kits de primeiros socorros, rações, fuzis M-4... O Ocidente está ajudando a Ucrânia seriamente, e mesmo as próprias FAU se preparam seriamente. Nós, em Debaltsevo, após a libertação, invadimos muitos hangares com alimentos, armas, equipamentos e munições, que as FAU prepararam para si. Eles poderiam se defender durante a metade do ano...”

Sobre Donetsk

Pergunta: “Fale de Donetsk, o que achou da cidade?”

Svetlana: “Donetsk é uma cidade muito bonita, o centro da cidade mesmo agora está em condição quase ideal. Lá crescem rosas, Donetsk é geralmente chamada de a cidade das rosas. Se é necessário limpar, as pessoas saem aos sábados maciçamente e de forma gratuita. Pessoas fortes, vencê-las é impossível”

Sobre a relação dos civis com os milicianos

Pergunta: “Como os habitantes nativos se relacionam com a milícia, com o exército?”

Svetlana: “Como se relacionam com a milícia? Dou um exemplo: às vezes nas trincheiras de combate nos faltam batatas** e nós vamos até os nativos trocar carne enlatada por batatas, temos muita. Então eles não pegam a carne moída, dizem: “Você já nos ajuda! Fique com elas”. Uma mulher foi nos chamar na adega, pediu para pegar as compotas, com conservas. “Só devolvam as latas”. Depois as FAU mataram o seu marido e a feriram...”

Sobre as relações com a Rússia

Pergunta: “Algumas fontes na Rússia “divulgam” que no Donbass não gostam da Rússia e dos russos”

Svetlana: “As pessoas se dão muito bem com a Rússia e com os russos. No inverno aqui eu tive resfriado, fui até a enfermaria de Donetsk, pedi ajuda. Então lá, melhor do que na Rússia, eles me trataram, vieram atrás de mim, me levaram, cuidaram de mim. Fui curada... A eles sou muito grata.”

Sobre os habitantes dos territórios ocupados pela Junta banderista*

Pergunta: “Qual é a sua relação com os habitantes da Ucrânia?”

Svetlana: “Às vezes nos ajudam os nativos de Donetsk de locais temporariamente ocupados pela Junta. Falam das FAU, para onde se mudaram... Eles vivem lá com medo, revistam tudo, levam as pessoas. Batem à porta e os vizinhos são despejados pelas FAU, em seus lugares colocam outras pessoas... A Ucrânia hoje vive um bloqueio de informação... Quando o povo da Ucrânia conhecer a verdade, ele se levantará”.

Sobre o principal

Pergunta: “E que saída você vê para essa guerra civil?”

Svetlana: “Chegar até Kiev. Não há outra opção, eles não vão descançar. Nós temos que resistir no Donbass! Ninguém “enterra” o Donbass, não o entregará a essas pessoas. Nós temos que defender essas terras, do contrário a guerra irá até a Crimeia, à Rússia, a Rússia irá guerrear com a OTAN no território da Ucrânia. E não serão granadas que irão voar, mas foguetes atômicos”.

Hoje Svetlana voltou a Donetsk para lutar pela Rússia, pelo Donbass, pelo povo. Contra o fascismo.
Foto de Svetlana com uma metralhadora 7,62, de seu arquivo pessoal


*Originalmente, “zagradotryad”, tropas punitivas responsáveis por atirar em soldados que tentam fugir da guerra. Não confundir com a expressão “batalhão punitivo”, responsável por promover atos de terror e bombardear civis na Ucrânia Oriental.
**Na Rússia, Novorrússia e Ucrânia, é comum usar como complemento alimentar a batata, em vez de arroz, como no Brasil ou partes da Ásia.
***Seguidora das ideias de Stepan Bandera, colaborador de Hitler na Ucrânia e agente da inteligência do III Reich, o Abwehr, conhecido sadista e pervertido sexual responsável pelo assassinato e estupro de russos, ucranianos e de poloneses no massacre de Volhynia, na Ucrânia Ocidental durante a IIGM.

quinta-feira, junho 11, 2015

OPINIÃO: Idiotia é contagiosa!

Por Cristiano Alves


A Página Vermelha tem crescido exponencialmente em número de leitores nos últimos meses, além de possuirmos um grande número de leitores fora do Brasil, um de seus editores foi recentemente convidado para trabalhar na Novorrossiya TV, canal de TV online das repúblicas revolucionárias de Donetsk e Lugansk, que estão na linha de frente contra o imperialismo mais agressivo e poderão ser o palco de uma grande guerra de proporções mundiais. Logramos ainda, e isso fazemos questão de enfatizar com orgulho, que enviamos uma pequena, mas significativa soma, em ajuda para a luta no mês de dezembro e no início de janeiro. Ocorre que, como já dizia Mao, sempre que abrimos a janela, entra ar fresco, mas também muitas moscas.

Ultimamente várias moscas têm feito esforços colossais para nos desacreditar, são em muitos casos leitores frustrados pela falta de atenção (já que somos bastante procurados aqui), muitas vezes preguiçosos, que não buscam informações no site e enchem nossa caixa de mensagem com perguntas de teor repetitivo, ou por vezes trata-se de degenerados e pervertidos mal criados no seio de suas famílias que partem de uma perspectiva individualista e ególatra. Pouco inteligentes e cheios de fúria, eles automaticamente acham que se publicamos um feito positivo de um líder X, então é por que apoiamos incondicionalmente tudo que faz o líder X, se escrevemos que "é necessário conservar a cidade limpa", logo alguns energúmenos já acham que "nos tornamos ambientalistas", em alguns casos até mesmo que "nos tornamos nazistas", se publicamos um cartaz soviético que traz apenas pessoas brancas (como era o caso de mais de 70% da população soviética e cerca de 90% da população russa), logo já "deduzem" que "defendemos apenas a família branca" e somos racistas, se tiramos uma foto de preto em um funeral, logo "viramos fascistas", já que Mussolini também usava preto, se defendemos um ou outro conceito defendidos pelos eurasianistas, logo viramos "eurasianistas", se levantamos uma bandeira tradicional que é defendida em nosso país, mas principalmente na Rússia, logo é por que "somos russófilos". Enfim, essas pessoas são de uma retórica agressiva e absolutamente sectária, na qual pessoas que não se encaixam nos seus padrões ideológicos são "aberrações". Longe de pelo menos tentar entender por que defendemos uma posição ou outra, preferem apenas ladrar como cães raivosos. Isso acontece tanto a pessoas direita quanto de esquerda, e particularmente falaremos deste último nesse artigo.

Conforme já dissemos num dos vídeos do "Canal da Vitória", nosso canal no Youtube, o Brasil não possui partidos comunistas, um tipo de partido definido nas obras de Lenin e Stalin, mas possui organizações que tentam resgatar as ideias comunistas ou associações de pervertidos e degenerados pequeno-burgueses que acreditam que estão mais preocupados com orgias ou paradas gays do que com treinamentos militares, com a organização de um partido ou a luta de classes. Há um meio termo entre esses dois tipos que são os chamados "aventureiros pequeno-burgueses", isto é, jovens que alegam "não saber ficar sem militar", como uma jovem que escreve um artigo agressivo sobre nós e agora resolveu aderir a uma organização sectária, que alega defender "a Coreia do Norte e os travestis", que insiste que as "lutas de gênero" são parte da luta de classes por que viram uma foto de natureza homossexual nas fileiras da guerrilha comunista das Filipinas, ignorando que se trata de uma causa que, conforme expresso nas páginas da Wikileaks e mesmo nas das associações de George Soros e Rockfeller, é patrocinada pela CIA e pelos grandes capitalistas, visto que a ideologia de gêneros/LGBT é uma ferramenta útil à burguesia em seu processo de engenharia social.

Mas voltando a dita cuja, esta se diz "poetiza", quando é apenas uma desocupada preocupada em criar fofocas e boatos sobre aqueles que ela tem em seu Facebook. Ela inicia um artigo falando de Stalin, para afirmar seu "marxismo-leninismo", diz que "não gosta de ad hominem e não faz ataques a ninguém assim". Ocorre que em seu artigo, se é que podemos chamar assim seus escritos "aborrecentes" com argumentos fecais, ela acusa, por exemplo, ao autor desta nota, de "celebrar feriados nacionais burgueses". Quem lê essa nota até pensa que eu promovo churrascos ou grandes encontros ou festas por causa de feriados que para mim não tem nenhuma significância. A grande "evidência" que a dita cuja tem é o fato de que "comemoro feriados nacionais" é que publiquei em minha linha do tempo o "Hino da Proclamação da República", um hino que possui uma musicalidade bonita e é fruto da criação artística e cultural do Brasil. Lembremos que algumas músicas da era soviética são músicas da época do Império que receberam novas letras condizentes com o período. Em seu acesso de histeria e mitomania, ela alega se tratar de uma "letra racista", numa tentativa de desacreditar a mim e a outros camaradas que trabalham para tornar essa página um veículo mais rico de informações.

Em seus devaneios ela nos acusa de ser uma espécie de "fanclube de Stalin", sendo que ao contrário dela nós não apenas divulgamos textos da obra de Stalin, como inclusive propagandeamos sua obra, divulgamos o seu trabalho contra o imperialismo e o racismo, tendo publicado inclusive artigos de militantes negros socialistas (o próprio autor do site se assume como negro), e sobretudo ressaltamos o fato de ter sido um paladino que criou o primeiro sistema realmente alternativo ao capitalismo, na modernidade, que funcionou sem qualquer dependência do grande capital.

Não contente em me atacar, a dita cuja persiste em sua retórica infantil e mesquinha inclusive do ponto de vista pessoal e moral, pois ela não ataca somente nossas opiniões políticas, como também a pessoa de nossa camarada Angela Sztormowsky, que conseguiu arrecadar a soma de mil euros para a luta na Novorrússia e recentemente listada como terrorista em um site oficial do governo neonazista da Ucrânia de suporte aos Batalhões Punitivos (grupos paramilitares formados por neonazistas que aterrorizam as populações civis do Leste da Ucrânia). Longe de atacar as ideias de nossa camarada, o grande argumento apresentado pela nossa "aventureira que não sabe ficar sem militar" é atacar a aparência do cabelo da nossa camarada comunista! Curiosamente essa "Quixote da revolução" acusa a nossa camarada, que é branca e tem cabelo liso desde criança, de ir "muitas vezes ao salão de beleza", o que é estranho para alguém que desde infância usa apenas um tipo de cabelo. Uma rápida olhadela no perfil da moça permite-nos identificar 3 tipos diferentes de cabelos e 6 tipos diferentes de unhas. Por aí sabemos rapidamente "quem vai mais ao salão de beleza". Isso para não falar de seus bordadinhos de almofadas. Aparentemente, além de nitidamente ser ignorante em ciência política, em matéria de marxismo-leninismo, a "boa mocinha marxista" tem também problemas de recalque.

Mas engana-se redondamente qualquer pretenso machista que acredita que isso é "coisa de mulher". O autor desse artigo já foi criticado por homens incomodados o tamanho de suas capas usadas no inverno ou espantados por que suas roupas não costumam trazer nenhuma estampa ou lembram abadás de carnaval. Esse é o nível dos "super-homens ultra-revolucionários made in university".

Emocionalmente desequilibrada, a autora deste artigo esnobe e prepotente descrito aqui, acusa a nossa camarada de ter "virado à direita" por se mostrar favorável à eleição de Marine Le Pen, uma postura defendida por muitas pessoas de esquerda por esta representar a única alternativa que no presente momento demonstra algum interesse em romper com a União Europeia e com a OTAN, apresentando uma linha muito parecida com a do ex-presidente venezuelano anti-imperialista Hugo Chávez, e favorável ao fim das sanções contra a Rússia e das ações punitivas na Ucrânia Oriental.
Mas enxergar isso num contexto geopolítico é algo inadmissível para um sectário, preocupado apenas com uma suposta e imaginária "pureza ideológica". O mais interessante é que segundo o Grande Lenin, em suas Obras Escolhidas em língua portuguesa, "se não soubermos trabalhar com os não comunistas, não poderemos falar numa construção do socialismo efetiva". E trabalhar com não comunistas é um dos motivos pelos quais a luta na Novorrússia tem avançado no sentido de construir um Estado com garantias sociais e a única alternativa ao capitalismo na Europa, modelo defendido pelo finado Mozgovoy, que alguns chamaram de "Che Guevara ucraniano", aliando conservadorismo moral e socialismo econômico, e claramente visível em organizações comunistas militantes e combatidas como o Sut Vremeni, que possuída uma unidade na Brigada Vostok e moveu-se recentemente para o Batalhão "Han".

É por isso que no Brasil podemos afirmar que não temos "comunistas", não há jovens interessados em estudar a teoria de Lenin ou Stalin, não há pessoas com disciplina para ter seu trabalho dirigido por camaradas com mais experiência e conhecimento, respeito por pessoas que não apenas detêm, como compartilham esse conhecimento ou consideração. São em muitos casos jovens de até 20 anos que tiveram uma criação excessivamente permissiva de seus pais, jamais ouviram um não ou eram sempre aplaudidos quando tomam uma desonesta, individualista ou chamam palavrões, "olha que bonitinho". A autora do artigo citado já tem um longo histórico de insubmissão e rebeldia gratuita. Segundo ela, sua "aproximação ao comunismo" se deu através do movimento feminista, que na maior parte do Brasil, em especial em sua faculdade, a USP (isso já diz muita coisa!), tem um caráter pós-moderno, liberal e misândrico. Sua guerra não é a de classes ou de libertação nacional, mas sim a guerra contra os "cis opressores". De lá migrou para outro partido que hoje, lamentavelmente tem um viés pós-moderno na onda do "marxismo ocidental", o PCB. Desse partido ela foi expulsa, não por que "combatia o seu caráter pós-moderno", mas por que era conhecida por sua arrogância e prepotência conforme um membro deste partido nos relatou. Segundo ela, "saiu do partido", sendo que em realidade foi expulsa.

Agora, segundo ela, "não sabe ficar sem militar" e se encontra em mais uma organização sem perspectivas, movida apenas pelo sectarismo, e para esse partido precisa dar provas de seu caráter desprezível e sectário, sendo sua página pessoal um bom exemplo disso, e atacar A Página Vermelha, para a qual jamais deu contribuição alguma, nem mesmo suporte à causa novorrussa, acaba sendo sua opção de lazer para extravasar seu ódio infantil, que para nós não possui nenhum valor. 

SOCIEDADE: A grande parada CC

Por Cristiano Alves

- George, por que tanto barulho na janela?
- É a parada dos coprófagos, senhor.
- O quê? E o que eles querem?
- Eles querem apenas o direito à igualdade, senhor.
- Não entendi. Eles não têm alguém para lhes dar fezes em casa?
- Não exatamente, senhor. Eles não querem comer isso apenas em casa. Eles protestam para poder ter direito de ter fezes em todos os estabelecimentos, para que nos cruzamentos de sinais possam comprar fezes em espetinhos e nos restaurantes possam pedir fezes em uma pá sem nenhum problema.
- Mas isso é nojento e desagradável, George! Que porcaria!
- Mas por que, senhor? Isso é genético, eles são assim desde o seu nascimento e nada pode ser feito. Além disso a natureza traz vários exemplos de coprofagia. Cães, lobos marinhos, há vários animais que tem isso como algo normal. Por que é que um ser humano, como parte do mundo animal não pode fazer o mesmo? Se uma pessoa pode andar com um espetinho de carne ou frango na mão, por que não de fezes?
No reino animal todas as espécies têm casos de coprofagia, mas coprofobia só existe em uma espécie – o ser humano!
- George, se eu entendi bem, se eles conseguirem o que querem, então em qualquer café em qualquer esquina, junto com suflê de amoras irão vender juntos fezes em copinhos???
- Exatamente, senhor, a coprofagia é absolutamente normal e as pessoas têm direito a ter sua sobremesa favorita na hora do almoço, sem ocultar suas preferências.
- Meu Deus, eu iria embora do lugar!
- Senhor, como pode??? Isso é absolutamente intolerante, é coprofobia! O senhor poderia ser penalizado por isso, e até mesmo ser preso.
- Como???
- E a propósito, senhor, um famoso psiquiatra em sua época disse que: “se você não gosta de coprófagos, então é por que você na verdade você também é um coprófago não assumido”. Eu não sei se essa frase é correta, mas tente ouvi a voz que há dentro de você, talvez haverá um futuro brilhante quando o senhor se assumir.

segunda-feira, junho 01, 2015

MUNDO: Campos de concentração nos EUA, piores que na Alemanha nazista!

Você sabia, que os primeiros campos de concentração não surgiram na Alemanha totalitária, mas sim nos Estados Unidos durante a época da Guerra Civil?

No quesito horror, os campos de concentração de Andersonville e Douglas em nada ficam a dever ao Campo de Concentração de Auschwitz. 

Designado para abrigar 8 mil pessoas, ele recebeu 33 mil, sob as piores condições de higiene, trabalho e tortura. Os que tentavam fugir eram brutalmente torturados. Agora quantas vezes você já ouviu alguém perguntar "gosta dos Estados Unidos, já ouviu falar dos campos de concentração?".

Lembremos que ao contrário de outros massacres e genocídios cometidos pelos Estados Unidos, este não era "contra os índios", mas contra o seu próprio povo, e isso sob o regime de Abraham Lincoln! Nessa época, enfatizemos, a população americana era bem menor do que a atual.

Fotos chocantes e mais informação em: http://a-tushin.livejournal.com/58520.html

EDITORIAL: Querem acabar com A Página Vermelha!

Informamos aos nossos leitores que um fakes diversos na rede social Facebook e um indivíduo chamado Eduardo Recchi anda promovendo uma campanha de difamação contra A Página Vermelha, ameaçando tirar do ar A Voz do Comunismo e inclusive lançado ameaças à pessoa do editor de A Página Vermelha.

O dito cujo tem duas caras, uma quando fala diretamente com o editor da página, quando diz que ele é "inteligente e pode avançar", e outra quando comenta em seu perfil pessoal, onde o pinta como se fosse um espancador de pessoas "somente em razão de sua orientação sexual". Isso é uma mentira, quem denunciamos são os uranistas, os homossexualistas, isto é, pessoas que defendem a homossexualidade como fundação social, como ideologia de Estado, a exemplo do que acontece em vários países do campo imperialista. Lembremos que os EUA gastaram 7 milhões, que poderiam ser usados para construir moradias para o povo americano, para fabricar uma "bomba gay". Isso não é "invenção da cabeça do Cristiano", isso foi publicado por 2 grandes jornais britânicos como o Daily Mail e pela BBC, lembrando que o Parlamento do Reino Unido, país imperialista, é famosíssimo pelos seus ministros gays. Entendemos que é essencial para a esquerda, se essa realmente quiser ter apoio das massas como teve nos anos 30, da Intentona Comunista, ela precisa desvencilhar a sua imagem dos grupos de promoção do uranismo, a doutrina da superioridade do comportamento e da cultura queer surgida nos Estados Unidos.

O discurso pró-LGBT, longe de ser um discurso "em defesa dos direitos", é em realidade um discurso de ódio comparável apenas ao dos sionistas, "somos sacrossantos e quem nos critica quer nos exterminar". Não não criticamos pessoas de orientação não-tradicional, criticamos HOMOSSEXUALISTAS, que podem ser gays ou não (como o próprio Eduardo diz não ser), e isso já destrói o argumento de que somos "homofóbicos".

Homofobia é um ódio irracional a indivíduos gays, nós não criticamos um indivíduo, nós criticamos um coletivo ideológico, partidário, político e não aceitamos essa pecha. Agora quem nos acusa de "homofobia" é não apenas desonesto, desonrado, mas antes de tudo um CRIMINOSO, UM MELIANTE, BANDIDO E CANALHA! Atribuir a alguém fato criminoso é CRIME, atribuir a alguém fato que não condiz com sua conduta também é CRIME! O dito cujo, dono de uma página chamada "Brasil em foco", militante do PSOL, incorre em crime de CALÚNIA, INJÚRIA E DIFAMAÇÃO, listados no nosso código penal!

Pedimos aos nossos leitores que não apenas denunciem esses crimes como busquem o máximo de informações sobre os responsáveis! Grato pela atenção e desculpas pelo transtorno!

domingo, maio 31, 2015

MUNDO: Ditador ucraniano é nomeado para o Prêmio Nobel da Paz

Por Cristiano Alves

O ditador Petro Poroshenko, responsável pelo massacre de civis no leste da Ucrânia, foi nomeado para o Prêmio Nobel da Paz. O Prêmio Nobel, de natureza eminentemente política, já conheceu nomeações como a de Benito Mussolini, Adolf Hitler, Barack Obama e agora Petro Poroshenko. Os brasileiros devem se orgulhar de não ter um Nobel!




MUNDO: De acordo com o jornal americano "The New York Times" casamento tradicional é "um absurdo"

Por Cristiano Alves

De acordo com o jornal americano The New York Times, "o casamento tradicional é um absurdo". Lembremos as palavras do grande escritor alemão Friedrich Engels, "se um dia os uranistas ganharem direitos, as pessoas normais irão perder muito com isso":

http://politicaloutcast.com/2015/05/new-york-times-declares-traditional-marriage-absurd/#8sGvGjPkPcqhvdbU.99

segunda-feira, abril 13, 2015

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quinta-feira, março 12, 2015

POESIA: Ucrânia? Que Ucrânia, Hohlyatko?


Por Tolyan


Ela não existe, Hohlyatko. Ela morreu*. Você a matou, Hohlyatko.


Você a esmagou com um trator na Maydan, bateu nela com paus e correntes, você atirou nela pedras e fogo, você a apunhalou com uma sovela, você atirou nela quando ela tentou pará-lo em sua loucura.

Você a torturou na Casa Ucraniana, você espancou os olhos dela e a deixou para morrer no palco da Maydan.



Você a apanhou e a queimou nos ônibus, quando tentava fugir de ti, atormentada pelo êxtase da destruição. E quando ela tentou escapar dos ônibus queimados, você a enviou para o campo e a espancou com pauladas.



Você a fuzilou do helicóptero quando ela tentou dissociar-se de paranoicos como ti. Você atirou nela e a esmagou, quando ela tentou parar com as mãos os seus BTRs.*



Você a queimou, matou e assassinou em Odessa e festejou sobre o seu corpo mutilado. E ela morreu. Não há mais Ucrânia, Hohlyatko.



E você não existe mais. Você é um moribundo azul-amarelo.


Você pergunta: “Mas, como eu? Eu estou aqui. Veja, tenho até o passaporte da Ucrânia”. A pessoa cujo nome está escrito em seu passaporte morreu quando você apareceu, Hohlyatko. Naquele momento, quando você disse suas primeiras palavras em “Ukraina ponad usye” (Ucrânia acima de tudo), “hto ne skatchet tot moskal” (quem não pular é um moscovista), “kommunyaku na gilyaku, moskaliv na noji” (comunistas na forca, moscovistas na faca), essa pessoa morreu.

E você é um morto-vivo, Hohlyatko, um carniçal, um natimorto.


E como qualquer morto-vivo, você vai matar mais e mais. Essa é a propriedade dos mortos-vivos, buscar matar todos os vivos, até ele transformar tudo relacionado em cinzas e excremento.

Por isso o dever de cada pessoa é tranquilizar o morto-vivo. 



É assim.


*O hino atual da Ucrânia fascista se chama "A Ucrânia ainda não morreu".
**Veículo blindado de transporte de pessoal.

INTERNET: Estamos no Facebook

Por razões de dinamismo, muitas postagens de A Página Vermelha tem sido postadas na rede social Facebook, utilizada por milhões de brasileiros. A decisão constitui uma forma mais dinâmica de levar a mensagem do socialismo. Curta-nos no Facebook:

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domingo, janeiro 18, 2015

TEORIA: A dialética marxista



Para Engels, "a dialética é a ciência das leis gerais do movimento, tanto do mundo externo quanto do pensamento humano."

A dialética é a estrutura contraditória do real, que no seu movimento constitutivo passa por três fases: a tese, a antítese e a síntese. Ou seja, o movimento da realidade se explica pelo antagonismo entre o momento da tese e o da antítese, cuja contradição deve ser superada pela síntese.

Eis os três momentos:

Identidade: tese

Contradição ou negação: antítese;

Positividade ou negação da negação: síntese

Para melhor entender o processo, vejamos o que Hegel diz a respeito do verto alemão Aufheben. Essa palavra quer dizer, em primeiro lugar, "suprimir", "negar", mas também a entendemos no sentido de "conservar". Aos dois sentidos, acrescenta-se um terceiro, o de "elevar a um nível superior".

Esclarecendo com exemplos: quando começo a esculpir uma estátua, estou diante de uma matéria-prima, a madeira, que depois é negada, isto é, destruída na sua forma natural, mas ao mesmo tempo conservada, pois a madeira continua existindo como matéria, só que modificada, elevada a um objeto qualitativamente diferente, uma foram criada. Portanto, o trabalho nega a natureza, mas não a destrói, antes a recria.

Da mesma forma, se enterramos o grão de trigo, ele morre (dá-se a negação do trigo); desaparece como grão para que a planta surja como espiga; produzido o grão, a planta morre. Esse processo não é sempre idêntico, pois podem ocorrer alterações nas plantas, resultantes do aparecimento de qualidades novas (evolução das espécies)

Segundo a concepção dialética, a passagem do ser ao não-ser não é aniquilamento, destruição ou morte pura e simples, mas movimento para outra realidade. A contradição faz com que o ser suprimido se transforme.

Além da contraditoriedade dinâmica do real, outra categoria fundamental para entender a dialética é a de TOTALIDADE, pela qual o todo predomina sobre as partes que o constituem. Isto significa que as coisas estão em constante relação recíproca, e nenhum fenômeno da natureza ou do pensamento pode ser compreendido isoladamente fora dos fenômenos que o rodeiam. Os fatos não são átomos, mas pertencem a um todo dialético e como tal fazem parte de uma estrutura. Os fatos não são átomos, mas pertencem a um todo dialético e como tal faz parte de uma estrutura.

A dialética marxista - Hegel foi o primeiro a contrapor a lógica dialética à lógica tradicional. Para ele, compreender a natureza é representá-la como processo. Mas, sendo idealista, explica a realidade como constituída pela racha do pensamento. O Ser é a Idéia que se exterioriza, manifestando-se nas obras que produz, e que se interioriza, voltando paa si e reconhecendo sua produção. O movimento de exteriorização e interiorização da idéia se faz por contradições sempre superadas nas sínteses que, por sua vez, se desdobram em contradições (novas teses e antíteses). A dialética encaminha Hegel para uma nova concepção de história.

Karl Marx e Friedrich Engels partem do significado da dialética hegeliana, mas promovem uma inversão, pois são materialistas, ao contrário de Hegel, que é idealista.

Segundo Mar, no caso de Hegel, "a dialética apóia-se sobre a cabeça; basta repô-la sobre os seus pés para lhe dar uma fisionomia racional".

Isso significa que, para Hegel, é o pensamento que cria a realidade, sendo esta a manifestação exterior da Idéia. Para Marx, o dado primeiro é o mundo material, e a contradição surge entre homens reais, em condições históricas e sociais reais.

Assim, o mundo material é dialético, isto é, está em constante movimento, e historicamente as mudanças ocorrem em função das contradições surgidas a partir dos antagonismos das classes no processo da produção social.

Exemplo de contradições com os termos relações de produção e forças produtivas:

As relações fundamentais de toda sociedade humana são as relações de produção, que revelam a maneira pela qual os homens, a partir das condições naturais, usam as técnicas e se organizam por meio da divisão do trabalho social. As relações de produção correspondem a um certo estádio das forças produtivas, que consistem no conjunto formado pelo clima, água, solo, matérias-primas, máquinas, mão-de-obra e instrumentos de trabalho.

Por exemplo, quando os instrumentos de pedra são substituídos pelos de metal, ou quando o desenvolvimento da agricultura se torna possível pela descoberta de técnicas de irrigação, de adubagem do solo ou pelo uso do arado e de veículos de roda, estamos diante de alterações das forças produtivas que por sua vez provocarão mudanças nas formas pelas quais os homens se relacionam.

Chamamos modo de produção a maneira pela qual as forças produtivas se organizam em determinadas relações de produção num dado momento histórico. Por exemplo, no modo de produção capitalista, as forças produtivas, representadas sobretudo pelas máquinas do sistema fabril, determinam as relações de produção caracterizadas pelo dono do capital e pelo operário assalariado.

No entanto, as forças produtivas só podem se desenvolver até certo ponto, pois, ao atingirem um estádio por demais avançado, entram em contradição com as antigas relações de produção, que se tornam inadequadas. Surgem então as divergências e a necessidade de uma nova divisão de trabalho. A contradição aparece como luta de classes. Vejamos como isso ocorre na história da humanidade.

Nas sociedades primitivas, os homens se unem para enfrentar os desafios da natureza hostil e dos animais ferozes. Os meios de produção, as áreas de caça, assim como os produtos, são propriedades comuns, isto é, pertencem a toda a sociedade (comuna primitiva). A base econômica determina certa maneira de pensar peculiar, em que não há sentimento de posse, uma vez que não existe propriedade privada.

O modo de produção patriarcal surge quando o homem inicia a domesticação de animais, desenvolve a agricultura graças ao uso dos instrumentos de metal e fabrica vasilhas de barro, o que possibilita fazer reservas.

Quais as conseqüências das modificações das forças produtivas?

Alteram-se as relações de produção e o modo de produção: aparece uma forma específica de propriedade (propriedade da família, num sentido muito amplo); diferenciam-se funções de classe (autoridade do patriarca, do pai de família); há alteração do direito hereditário, estabelecendo-se a filiação paterna (e não mais materna).

O modo de produção escravista é decorrência do aumento da produção além do necessário à subsistência e exige o recurso a novas forças de trabalho, conseguidas geralmente entre prisioneiros de guerra, transformados em escravos. Com isso surge propriamente a propriedade privada dos meios de produção, e a primeira foram de exploração do homem pelo homem com a conseqüente contradição entre senhores e escravos. Dá-se então a separação entre trabalho intelectual e trabalho manual. A ociosidade passa a ser considerada a perfeição do homem livre, enquanto o trabalho manual, considerado servil, é desprezado.

O modo de produção escravista é típico da Antigüidade grega e romana. A luta dos povos bárbaros contra o Império romano, no final da Antigüidade, não é senão a luta contra a escravidão e eles imposta pelos romanos. A contradição do regime escravista leva-o à ruína e, para restaurar a economia, são necessárias novas relações de produção.

No modo de produção feudal, a base econômica é a propriedade dos meios de produção pelo senhor feudal. O servo trabalha um tempo para si e outro para o senhor, o qual, além de se apropriar de uma parte da produção daquele, ainda lhe cobra impostos pelo uso comum do moinho, do lagar, etc. A contradição dos interesses das duas classes leva a conflitos que farão aparecer, paulatinamente, uma nova figura: o burguês. Surgida dentre os servos que se dedicam ao artesanato e ao comércio, a nova figura social forma os burgos e consegue aos poucos a liberdade pessoal e das cidades. A jovem burguesia está destinada a desenvolver as formas produtivas que em determinado momento exigirão novas relações de produção.

O modo de produção capitalista é a nova síntese que surge das ruínas do sistema feudal, ou seja, da contradição entre a tese (senhor feudal) e a antítese(servo).

O que vimos até agora é que o movimento dialético pelo qual a história se faz tem um motor: a luta de classes.

Chama-se luta de classes ao confronto entre duas classes antagônicas quando lutam por seus interesses de classe. No modo de produção capitalista, a relação antitética se faz entre o burguês, que é o detentor do capital, e o proletário, que nada possui e só vive porque vende sua força de trabalho.

http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/dialeticamarxistaarruda.html

CRISE NA UCRÂNIA: Exército Popular da Novorrússia ativa sua primeira aeronave


Por Cristiano Alves

Uma das maiores dificuldades do Exército Popular da Novorrússia, que combate o regime fascista da Ucrânia e luta por um país socialista, é a falta de uma força aérea. Essa situação pode ser revertida com a ativação de aeronaves de museus, como foi feito com uma aeronave de treino adaptada para fins militares.


FUTEBOL: Torcida flamenguista dá exemplo de solidariedade e internacionalismo

Por Cristiano Alves
Durante a partida entre o Flamengo e o Shakhta Donetsk a torcida flamenguista deu exemplo de solidariedade e internacionalismo, levando ao estádio a bandeira da República Popular de Donetsk e da Novorrússa. A partida terminou empatada em 0 x 0.






MUNDO: Um exemplo a ser seguido, Indonésia fuzila traficante de narcóticos brasileiro

Por Cristiano Alves


O líder indonésio Joko Widodo negou o pedido da presidência Dilma Rousseff de clemência para com o brasileiro preso, julgado e condenado por tráfico de drogas.

Lembremos que sob o socialismo, nenhum sistema político fuzilou mais traficantes do que o socialismo da República Popular da China, sob Mao Tse Tung. O líder comunista chinês criou clínicas de reabilitação para dependentes e prendeu e fuzilou traficantes grandes e intermediários.

segunda-feira, dezembro 22, 2014

FOTO DA SEMANA: O samovar stalinista


Por Cristiano Alves


Samovar com a éfige de Iósif Stalin feito pelos operários de Tula


Em visita ao Museu do Samovar na cidade de Tula deparei-me com uma interessante peça no inventário do museu, um samovar com a éfige de Iósif Vissaryonovitch Stalin. A guia, uma senhora bastante idosa que viveu no período de Stalin, mencionou que o samovar foi criado em razão do aniversário de 70 anos do líder soviético, em 1949. Ela falava com admiração pelo líder soviético, explicando que na época de Stalin havia ordem, não havia conflitos interétnicos na URSS como o vergonhoso conflito no leste da Ucrânia, provocado pela tirania de Petró Poroshenko, e que as pessoas recebiam a melhor educação. Completei afirmando que muitos no Brasil o respeitam como um líder exemplar, honrado, que criou a primeira constituição a condenar o racismo, em 1936.

O samovar foi doado por Iosif Stalin ao Museu do Samovar, em Tula, na antiga União Soviética.

domingo, dezembro 21, 2014

MUNDO: Milícia popular da Novorrússia cola retratos de Stalin o Leste da Ucrânia

Por Angela Stormowsky


"Experimenta ir lá na Ucrânia e gritar em praça pública que gosta de Stalin", esse clichê batido, sem noção e ridículo é um mantra para olavettes e outros direitoides fanaticamente anticomunistas. Em realidade ele parte de uma noção absurda, a de que um militante de uma causa deve sair à rua gritando o nome de seu candidato ou referencial (alguém aí já imaginou um militante do PSDB indo para rua sozinho com uma camisa de Aécio Neves e gritando "eu amo Aécio Neves"?).

Sem noção do ridículo, direitoides não poderiam esperar por essa. Muitos comunistas e outros progressistas no Leste da Ucrânia resolveram literalmente seguir o conselho dos direitoides e olavettes tupiniquim, colando grandes retratos de Stalin em seus carros e outros locais públicos. Essa tradição, a propósito, é popular desde os tempos soviéticos, em reação aos governos revisionistas que se seguiram após o governo de Stalin.


A direita anticomunista tupiniquim já pode se atirar da janela em seus roupões de cetim pensando que é o fim, os comunistas já cumpriram o "desafio"! Agora resta perguntar à esquerda tupiniquim, o que os "comunistas do Brasil" (ou comunistas brasileiros) estão esperando para sair do sofá e começar a pegar em armas ou auxiliar a milícia popular na Novorrússia, a nova alvorada revolucionária e talvez uma faísca que irá reacender a chama soviética?


MUNDO: Comunistas comemoram 135 anos do nascimento de Stalin

Por Cristiano Alves


Mesmo sob o frio invernal, a Praça Vermelha foi alvo de visitas de comunistas de todo o mundo, em comemoração aniversário de Ióssif Vissaryonovich Stalin, líder comunista que transformou a União Soviética numa superpotência tecnologicamente e socialmente desenvolvida e que inspirou o povo na luta contra o fascismo alemão.

Pessoas de todas as idades da Rússia e de todo o mundo fizeram o percurso que inclui o Mausoléu de Lenin e o túmulo de Stalin, prestando as suas homenagens ao líder operário que criou a primeira constituição a condenar o racismo e escreveu importantes livros em combate ao racismo, ao capitalismo e ao fascismo. As obras de Stalin foram traduzidas para o português a partir da língua italiana, havendo apenas 5 edições das Obras de Stalin em português (em russo, conforme o autor deste artigo constatou na rua Arbat, de Moscou, são mais de 10).

Dentre os visitantes do túmulo de Stalin encontraram-se personalidades ilustres como a garota mais forte do mundo, Maryana Naumova, campeã de levantamento de peso juvenil. O túmulo de Stalin também foi visitado pelo autor de A Página Vermelha, o brasileiro Cristiano Alves, que depositou flores no túmulo do líder soviético.

Para desespero dos liberais, Stalin tem grande popularidade na Rússia. Mesmo muitos de seus críticos o admiram de alguma forma, no Museu do Samovar em Tula, por exemplo, cidade conhecida por suas fundições, produção alimentícia e militar, encontra-se um samovar com a éfige de Iósif Stalin, feita pelos operários da cidade em comemoração ao seu aniversário de 70 anos em 1949. A guia do museu fala da época de Stalin com grande entusiasmo, sobre como sob Stalin diferentes nacionalidades conviviam harmonicamente, sem guerras interétnicas como na Chechênia, na Ossétia ou no Leste da Ucrânia, onde surge a Novorrússia.

Na Rússia, em especial na cidade-herói de Moscou, é muito fácil encontrar canecas com Stalin, bustos de Stalin à venda, camisas com seu retrato, além de diversos suvenires relacionados ao líder soviético, em meio a outros retratando Lenin e o presidente Putin. Ao contrário do que acontece no Brasil e outros países do ocidente, onde são publicados apenas autores liberais e anticomunistas, na Rússia existe maior liberdade de expressão, havendo diversos livros sobre Stalin em grandes livrarias como a Tchitay Gorod (literalmente, "Cidade Leia"). Uma série de grande sucesso lançado pelo autor de origem armênia Ardem Mitrosyan é a série 200 mifov o Staline (200 mitos sobre Stalin), presente na biblioteca pessoal do autor deste artigo. A série refuta vários dos mitos populares no ocidente e mesmo na Rússia sobre Stalin, com argumentos e fatos, bem como fontes como os Arquivos de Moscou. Além dele é possível encontrar nas livrarias autores como Maxim Kalashnikov, Yuriy Muhin, Yuriy Júkov, dentre vários outros livros que trazem a verdade sobre o período stalinista, todos ignorados pelos "sovietólogos" ocidentais, que preferem recorrer a autores como Hannah Arendt ou autores ocidentais russofóbicos, anticomunistas, sionistas e que em grande parte sequer tem conhecimento da língua russa, expondo apenas preconceitos fabricados por agentes da CIA ou do IRD, a agência secreta britânica.

A comemoração do aniversário de Stalin em 21 de dezembro é uma prova viva da atualidade de suas ideias e de seu pensamento na luta contra a hegemonia liberal, contra o sistema capitalista. Mais do que isso, suas ideias inspiram milhares de jovem de todo o mundo a lutar contra o regime neonazista de Petró Poroshenko, na Ucrânia, jovens que se alistam como voluntários ou prestam algum tipo de auxílio à Milícia Popular da Novorrússia. O nome de Stalin será sempre odiado e temido pelos parasitas do povo trabalhador, pelos latifundiários, pelos capitalistas, pela reação, porém sempre respeitado por aqueles que acreditam na justiça e defendem o povo trabalhador. 



Maryana Naumova, campeã de peso juvenil russa, deposita flores no túmulo de Stalin

Milhares de comunistas se dirigem à Praça Vermelha para comemorar o aniversário de Stalin. A bandeira soviética é carregada por militar da reserva e acompanhada por outros militares comunistas.

Em uniforme comunista da Guerra Civil, comunista homenageia o túmulo de Iósif Stalin

Comunistas reunem-se ante um monumento ao Marechal Júkov
Brasileiro deposita flores no túmulo de Iósif Stalin
Alguém ainda se atreve a se afirmar "especialista em Stalin" citando algum ocidental?


Miliciano ucraniano falando sobre Stalin:

quarta-feira, dezembro 10, 2014

RELATOS DA RÚSSIA: O povo russo e a revolução no Donbass

Por Cristiano Alves


É comum ver nas ruas e especialmente no metrô de Moscou jovens portando a fita georgiana, em apoio à causa da Novorrússia.

No dia de hoje, mais brasileiros se juntam a essa luta, demonstrando que no Brasil nem todos são "revolucionários de margarina".

quarta-feira, dezembro 03, 2014

A VOZ DO COMUNISMO: Entrevista com general cossaco sobre o conflito no Leste da Ucrânia

Por Cristiano Alves (Com tradução simultânea)








RELATOS DA RÚSSIA: Está explicado o ódio que os reacionários sentem pelo país

Por Cristiano Alves 


Estação "Proletária" do Metrô de Moscou





RELATOS DA RÚSSIA: A maior biblioteca da Rússia


Por Cristiano Alves






No meu manual de russo eu li sobre a grande Biblioteca V. I. Lenin, a maior biblioteca da Rússia e a quarta maior biblioteca do mundo! Até então eu só ouvi falar dela no meu manual, mas como a encontrei foi ainda mais interessante!


Passando pelo metrô, eu ouço o "narrador" dizer que "a próxima estação é a Estação Biblioteca chamada V. I. Lenin", daí já me preparei para sair. Saindo do metrô, passando por uma ou 2 escadarias, resolvi sair, mas precisava saber bem a direção, já que estava fazendo -18 graus naquele trecho, segundo alguns. De repente vi uma pessoa de cabelo curto e bastante loiro, quando pedi uma informação e a pessoa se virou, então vi que era uma garota, totalmente diferente das demais russas, já que tinha cabelo curto e raspado nas laterais, naturalmente grande em cima, um look feminino, mas totalmente diferente.
 

Ela não só me orientou a direção, como fez questão de ir comigo até lá. Quando falei do monumento a Dostoyevskiy, disse que o li pela primeira vez aos 13 anos, então ela até adivinhou a obra, Crime e Castigo. Tirou várias fotos e depois disse que precisava sair correndo, para a minha surpresa deixou o contato dela. Quando vi a profissão... tradutora. Fez questão de que eu a contatasse.