Por Cristiano Alves
- George, por que tanto barulho na janela?
- É a parada dos coprófagos, senhor.
- O quê? E o que eles querem?
- Eles querem apenas o direito à igualdade, senhor.
- Não entendi. Eles não têm alguém para lhes dar fezes em casa?
- Não exatamente, senhor. Eles não querem comer isso apenas em casa. Eles protestam para poder ter direito de ter fezes em todos os estabelecimentos, para que nos cruzamentos de sinais possam comprar fezes em espetinhos e nos restaurantes possam pedir fezes em uma pá sem nenhum problema.
- Mas isso é nojento e desagradável, George! Que porcaria!
- Mas por que, senhor? Isso é genético, eles são assim desde o seu nascimento e nada pode ser feito. Além disso a natureza traz vários exemplos de coprofagia. Cães, lobos marinhos, há vários animais que tem isso como algo normal. Por que é que um ser humano, como parte do mundo animal não pode fazer o mesmo? Se uma pessoa pode andar com um espetinho de carne ou frango na mão, por que não de fezes?
No reino animal todas as espécies têm casos de coprofagia, mas coprofobia só existe em uma espécie – o ser humano!
- George, se eu entendi bem, se eles conseguirem o que querem, então em qualquer café em qualquer esquina, junto com suflê de amoras irão vender juntos fezes em copinhos???
- Exatamente, senhor, a coprofagia é absolutamente normal e as pessoas têm direito a ter sua sobremesa favorita na hora do almoço, sem ocultar suas preferências.
- Meu Deus, eu iria embora do lugar!
- Senhor, como pode??? Isso é absolutamente intolerante, é coprofobia! O senhor poderia ser penalizado por isso, e até mesmo ser preso.
- Como???
- E a propósito, senhor, um famoso psiquiatra em sua época disse que: “se você não gosta de coprófagos, então é por que você na verdade você também é um coprófago não assumido”. Eu não sei se essa frase é correta, mas tente ouvi a voz que há dentro de você, talvez haverá um futuro brilhante quando o senhor se assumir.
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