quarta-feira, setembro 24, 2014

NOVORRÚSSIA: Comunistas de Stalingrado enviam caminhão de ajuda ao Donbass

Por Cristiano Alves


Comunistas russos enviaram um caminhão de ajuda humanitária à região de Donbass. O caminhão saiu de Stalingrado(Volgogrado), no sul da Rússia, e partiu em direção ao Donbass, zona de conflito na Ucrânia, próximo da região.







EXCLUSIVO: Guerrilha ucraniana encontrou valas com cadáveres de civis

Por Cristiano Alves
Com informações de Lifenews


Forças de repressão ucranianas fuzilaram em massa cidadãos pacíficos na Ucrânia, é o que dizem guerrilheiros do exército popular de Donbass. O crime de guerra está sendo investigado pela OSCE. De acordo com as forças guerrilheiras, à medida que eles se aproximaram de uma cidade, as forças repressoras ucranianas promoveram o fuzilamento.

QUESTÕES IDEOLÓGICAS: Quem é Alexander Duguin e o que é sua "Quarta Teoria Política"


Por Cristiano Alves

Duguin e Duke, Grão-Mago do Ku Klux Klan, em foto mantida no site do último

Esteve no Brasil recentemente o filósofo e professor russo Alexander Duguin, palestrante do Encontro Evoliano sediado na cidade de São Paulo, e ex-professor da Universidade Estatal de Moscou(MGU), demitido após uma série de críticas suas à inação das elites russas ante o conflito na Novorrússia e pedidos mais enérgicos de intervenção direta da Rússia no conflito no Leste da Ucrânia. Muitos saudaram o professor russo de forma entusiástica, inclusive pessoas de esquerda, comunistas que se consideram marxistas-leninistas. Essa não foi a primeira vez que o professor Duguin esteve no Brasil, onde até lançou livros seus em português. Apesar do entusiasmo de muitos militantes de esquerda e mesmo de nossas saudações a alguns trabalhos seus, nós não nos iludimos quanto à verdadeira natureza de suas ideias, que esse artigo visa expor.

Alexander Duguin é sem dúvidas um progressista quando se trata de expor o processo de dominação cultural e militar ao qual o ocidente tem tentado submeter a Rússia. Ele também mesmo chega a superar muitos ditos "comunistas" quando se trata de denunciar de forma exemplar o flagelo conhecido por liberalismo, digno da mais profunda repulsa por qualquer pessoa que se diz comunista. Pode-se mesmo recomendar a aquisição de alguns trabalhos seus, pois suas análises também são muito ricas no que tange o pós-modernismo e a sua natureza enquanto ideologia do capitalismo contemporâneo. Mas isso não faz de Duguin nenhum "sábio excepcional", superdotado ou "a nova alternativa". Em realidade, sua alternativa política parece ser "velha como o mundo", como se diz na Rússia, e qualquer um que minimamente sabe russo sabe muito bem o que Duguin e muitos de seus partidários tem a esconder.

Tudo começa quando a investigação de um dos entusiastas de Duguin no Brasil se revela simpático a uma racista, conivente com o racismo. Parece pouco? Não é pouco se levarmos em conta que ele também integra um grupo nazista à moda antiga que defende ideias de "supremacia ariana", pseudocientífico, obviamente. Aparentemente, muitos que têm receio de assumir publicamente o seu nazismo assumem socialmente a Quarta Teoria de Duguin, e não fazem isso por acaso. Não são poucos os russos que comentam sobre o fascismo disfarçado de Alexander Duguin. Melhor que isso, só mesmo analisando os seus escritos. Em 1997, num poema chamado Nezhdaniy nikem avatara(Avatar inesperado de ninguém), o nome de Himmler é evocado por um certo "Alexander Sternberg", pseudônimo de Alexander Duguin, conforme alegado pela poetisa russa Tatyana Scherbina. Duguin alegou que não fora o autor do artigo, o que foi contrariado por Vladimir Pribylovsk.

Em vez da teoria marxista da "luta de classes", Duguin, em manifesto político de 1992, "A Grande Guerra dos Continentes", sustentou que a história de todas as sociedades não foi uma "história da luta de classes", mas sim da "história da luta de atlantistas contra eurasianos", publicada no diário nacional-patriótico Den, e republicado no livro Konspirologiya. Lá Duguin desenvolve suas teorias conspiratórias sobre "atlantistas x eurasianos", onde eles sustentam que eles foram as "forças ocultas de todas as guerras". Nesse mesmo artigo, Duguin salienta que "encontramos representantes dessa ordem(eurasianista) no Abwer(a inteligência nazista), e depois nos setores estrangeiros da SS e SD(especialmente a SD, cujo chefe Himler foi um eurasianista convicto, tornando-se vítima das intrigas do atlantista Canaris). Esse artigo absurdo sustentava também que o KGB(do qual o pai de Duguin era general) era uma "organização dos atlantistas". 

Outro artigo absurdo de Duguin é o artigo político "Nacionalismo de esquerda", escrito em 1992. Lá Duguin sustenta uma apologia ao neofascismo russo, ele sustenta que "o fascismo é o Terceiro Caminho". Ele defende no artigo um "fascismo sem chovinismo", "sem ódio racial", um "fascismo russo". O fascismo, como bem coloca William Bland, é a "ditadura terrorista aberta e sem máscara da burguesia exercida através de um partido fascista contra o proletariado", sendo um ideário incompatível com o comunismo e com os objetivos dos operários e camponeses, normalmente as maiores vítimas de seu regime político. Embora ele tente se distanciar do fascismo alemão, Duguin sustenta no artigo que a SS era um oásis ideológico. Alguns podem alegar que Duguin mudou, que ele abandonou suas convicções filo-nazistas, mas outros sustentam ser isso mera retórica.

Desde 1992, Duguin publicou a revista "Elementos" junto a nomes da extrema-direita europeia, Robert Stoykers, Jean Tiriar, Claudio Mutti, Allan De Benoi, na qual muitos aprendiam a ideologia da Waffen SS. A conexão de Duguin com neonazistas é algo que parece não incomodar nenhum pouco o cientista político russo, tampouco é coisa do passado. Em 2005, Duguin manteve encontros com o grão-mago David Duke, do Ku Klux Klan, renomado racista americano que foi à Rússia para escrever um livro sobre "como os judeus impuseram o comunismo na Rússia". Um certo Vladimir Romanov chegou a escrever sobre Duke era importante para uma revolução feita por um povo russo livre como John Reed foi importante para a escravidão bolchevique, 87 anos antes. A foto de Duguin com Duke está em vários sites, inclusive na página pessoal do Grão-Mago. E isso por que verbalmente Duguin rejeita os "aspectos racistas do nazismo".

As críticas a Duguin não partem apenas de liberais, como poderiam alegar alguns, como também de comunistas, democratas, nacionais-bolcheviques como Limonov e mesmo de eurasianistas(Duguin se enquadraria como um neo-eurasianista). Um artigo publicado pelo Centro Gumilyov, eurasianista, sustenta que numa entrevista em inglês dada em 1996, Duguin enfatizou várias vezes que era um fascista, bem como um "conservador revolucionário". Durante a década de 2000, precisamente em 2006, Duguin ressaltou como exemplos a serem seguidos os "nazistas de esquerda" como Otto e Grevor Strasser, além de Goebbels, essas são algumas posições pouco comentadas no tocante ao líder "eurasianista".

Tudo isso explica o porquê da afirmação de Duguin segundo o qual "o comunismo foi uma ideologia fracassada e totalitária", empregando um término liberal(apesar dele incluir o liberalismo também no rol de ideologias totalitárias). É notável para qualquer observador atento que Duguin, durante o encontro evoliano, praticamente nada disse sobre os crimes e atrocidades cometidas pelo fascismo, logo ele que nasceu na União Soviética, país invadido por dezenas de milhões de hordas fascistas da Alemanha, Itália, Hungria e de outros países, cuja influência nefasta Duguin procura atenuar. 

Essas posições não são todos os absurdos ideológicos do professor russo, que diferente de Olavo de Carvalho teve uma formação intelectual universitária. Duguin rejeita a importância da cosmonáutica soviética, desenvolvida sob o socialismo e tendo em Yuri Gagárin e Valentina Tereshkova seus grandes ícones. Para ele, o desenvolvimento da cosmonáutica foi "uma vergonha", pois o certo seria o homem servir à Deus e à Igreja. Mas tal como Olavo de Carvalho antes de se apresentar como "católico fervoroso" recorria ao ocultismo, astrologia e magia negra, o joven Duguin foi flagrado numa missa negra em memória de Aleyster Crowlei, bruxo e ocultista(segundo alguns, satanista), segundo nos informa um blog comunista russo. Essa mesma tese é sustentada em um fórum de um site cristão ortodoxo russo, onde são levantadas ligações suas com o paganismo. A confusão ideológica(e religiosa) de Duguin faz parte de sua própria história. Nos anos 90 ele trocou de movimento político como quem troca de camisa, podemos listar dentre alguns de seus movimentos o Pamyat, poderia-se falar mesmo no KPRF, Frente Nacional-Bolchevique, Partido Nacional Bolchevique, Eurásia e outros.

Os devaneios daquele que sustenta ter sido o comunismo uma "ideologia fracassada do século XX" não param por aí, chegando mesmo a níveis pueris. Um bom exemplo está num vídeo onde Alexander Duguin propõe a proibição da internet(Bog protiv interneta, isto é, "Deus contra a internet"), que segundo ele "nada traz de bom", curiosamente essa "internet que nada traz de bom" tem um número expressivo de vídeos duguinistas no Youtube, na rede social VK, além do próprio Duguin manter uma página virtual, uma página na rede social russa VK e até mesmo no Facebook, todas aparentemente operadas por alunos seus, segundo indícios. Ele também espinafra sites como o Livejournal, que segundo ele é um "mecanismo de degradação da juventude. Tamanho absurdo nem mesmo Olavo de Carvalho ousou cometer! Absurdos esses que demonstram que o pensador russo não pode ser, ao menos em sua totalidade e mesmo em grande parte de seu sistema de ideias, levado a sério!

A chamada "Quarta Teoria Política" de Duguin não passa de um mero truque, uma falácia, ela não tem nada de novo, apenas velhas fórmulas com uma nova roupagem. Nem mesmo Duguin acredita em "quarta teoria", a despeito de alegar que "a quarta teoria é o eurasianismo". O próprio Duguin sustenta que há apenas 3 teorias, comunismo, liberalismo e fascismo, se encontrando a sua no último campo, só que com uma nova roupagem, um novo discurso, uma nova retórica, especialmente quando hoje na Rússia é punido por lei a "propaganda do extremismo", o que leva o professor a buscar uma nova roupagem para velhas ideias com uma nova linguagem e nomes pomposos como sua teoria sobre o "dasain", que, é necessário admitir, já foi desmistificada até mesmo pelo embusteiro Olavo de Carvalho. Para muitos intelectuais, russos e estrangeiros, a Quarta Teoria não é mais que um embuste ideológico pseudo-intelectual.

Dugin merece grande respeito enquanto oponente do imperialismo ocidental e do liberalismo(e sem isso ele não teria nenhuma popularidade), enquanto pesquisador histórico que ajudou a desmistificar as mentiras sobre a história da União Soviética fabricadas pela indústria anticomunista da Glasnost, demonstrando o mito das "milhões de vítimas do comunismo", todavia enquanto "mentor ideológico", "professor ideológico" ou referência teórica ele pertence ao mesmo abismo que nomes como Soljenytsin e Olavo de Carvalho. Para impedir que o fascismo, histérico ou não, se alastre dentre a juventude faz-se necessária a criação de um Partido Comunista de tipo revolucionário que resgate o espírito combativo dos comunistas e atue de forma agressiva contra o flagelo do liberalismo e do pós-modernismo!

Duguin em missa negra:



Fonte de consulta:

O doutor Duguin é fascista?
Duguin e Crowley, ocultista e satanista

terça-feira, setembro 23, 2014

CRISE NA UCRÂNIA: Entrevista com o primeiro voluntário brasileiro na Novorrússia

Extraído da Agência Novorrússia

Tradução do russo para o português por Cristiano Alves*



Nota de A Página Vermelha: As opiniões do entrevistado não representam sempre as mesmas de A Página Vermelha. Condenamos veementemente a ideia de que "os negros são privilegiados" devido ao sistema de cotas em nossa sociedade. Nós de A Página Vermelha também rechaçamos veementemente e manifestamos repúdio pela afirmativa de que "ninguém no Brasil traduz notícias do russo", o que é falso, visto que a A Página Vermelha faz isso desde 2000 através da dedicação e da militância de seu fundador, que não apenas traduz notícias de fontes russas em caráter voluntário como promove a cultura do país. Algumas traduções de A Página Vermelha são referência internacional, servindo inclusive para fontes de informação espanholas.

A despeito do erro do brasileiro, apoiamos o seu espírito de luta e desejamos sucesso nos combates na revolução que se segue no leste da Ucrânia, que hoje tem um caráter internacional e progressista na luta contra as forças mais reacionárias do cenário político ucraniano, lideradas pelo tiranete e oligarca filonazista Petró Poroshenko! O jovem Rafael, a despeito de suas convicções, é um exemplo para qualquer pessoa que aspire ser um revolucionário, e temos a certeza de que seguindo o seu exemplo outros brasileiros verdadeiramente comunistas se juntarão a luta e a apoiarão como puderem!



O VOLUNTÁRIO DO BRASIL: TUDO QUE OS AMERICANOS TOCAM SE DESMANCHA



Rafael é um homem incomum. Nós ouvimos e vimos voluntários da Europa que foram ajudar os milicianos da Novorrússia a defender a sua terra contra a junta de Kiev, mas ainda não houve brasileiros dentre os milicianos. O ex-policial no Brasil que antes serviu na Legião Estrangeira francesa resolveu juntar-se à milícia da Novorrússia. Atualmente, Rafael ainda se encontra nas fileiras das brigadas conjuntas criadas por voluntários franceses e sérvios e, antes de tudo, ficará para combater na composição dessa unidade particular. Nós resolvemos conversar sobre o que o levou a tomar precisamente essa decisão. A primeira coisa que nos impressionou foi o russo suficientemente bom e a aparência não sulista do nosso interlocutor.

- Rafael, por que você resolveu lutar pela Novorrússia? Seus antepassados não são da Rússia? Onde você aprendeu russo?

- Não, meus antepassados vieram há quase 100 anos atrás da Hungria e se estabeleceram no Brasil. O russo eu sei, por que estudei quase um semestre com vocês de medicina em Kursk, isso foi muito difícil... Eu sonhei em ingressar no Exército Russo, mas sem saber russo, é difícil fazer isso. Por isso, assim que surgiu a oportunidade de ir para a Rússia, eu fui para lá. Desde a infância eu amava a Rússia, a cultura russa. Às vezes nos mostravam desenhos soviéticos. Por exemplo, sobre os cossacos. E o meu pai gostava de um filme, "Taras Bulba", que filmaram na Argentina sobre o romance de Nikolay Gogol. Com esses desenhos e filmes tudo começou. Depois eu li bastante, me interessei, o amor pela Rússia se fortaleceu.

Mas por que você resolveu ir à guerra? Amar a Rússia de longe é uma coisa, mas morrer pelos russos é outra.

- Bem, em primeiro lugar, a Rússia e o Brasil estão fortemente ligados pelo BRICS, do que a Rússia precisa, o Brasil também precisa, do ponto de vista geopolítico. O BRICS poderá substituir a hegemonia dos EUA e da Europa no mundo. Claro, se houver ação, e não apenas conversa como agora.

No Brasil há muita influência americana. Tudo que os americanos tocam se desmancha, valores familiares, eu não sou muito religioso, mas a religião também. Tudo se torna sem sentido. Por exemplo, as garotas comuns no Brasil não são feministas, mas muito egoístas. Elas insistem no futuro "americano".

Eu quero viver aqui. Quando surgiu essa crise, quando na Rússia surgiram todos esses problemas, eu pensei, "Eu vou". A guerra não é um problema para mim, por que durante toda a vida eu fui militar.

- Interessante, e onde você serviu?

Aos 18 anos eu me alistei para a Legião Estrangeira na França. Quando eu terminei de servir lá, fui servir na polícia do Brasil, servi na Cavalaria da Polícia. Quando eu estive na Legião estrangeira, lá serviam muitos russos, eles eram considerados os melhores soldados da Legião e eram bons companheiros.

- Participou de ações militares?

- Na Legião Estrangeira eu servi na África. Mas lá haviam apenas instruções. Nós tínhamos que efetuar assistência humanitária.

- E o que você planeja fazer no fim do conflito?

- Eu vou ficar até o final, e depois eu quero permanecer na Novorrússia. Não importa onde. Onde eu puder ficar, lá ficarei.

- No Brasil sabem que você foi lutar pela Novorrússia?

- Não é segredo.  Todos os meus amigos no Brasil sabem. Minha família, amigos.

- Há outros brasileiros que estão lutando nas fileiras da milícia ou planejam fazer isso?

- Eu tenho dois amigos que gostariam de ser voluntários na milícia, mas eles não sabem russo. E eles não tem dinheiro para a passagem. Eles querem que eu venha primeiro, saiba de tudo, e depois viriam atrás de mim. Sobre brasileiros que lutariam do lado dos milicianos eu nada sei.

- E como a sociedade brasileira percebe o conflito na Novorrússia?

- No Brasil 50% apoiam a Rússia e 50% a Ucrânia, por que não conhecem a verdade, não sabem o que acontece na verdade. Nossa mídia transmite todo clichê pró-americano, antirrusso. É muito difícil receber informações com credibilidade sobre a Rússia, devido à propaganda americana. Eu conheço a língua, posso buscar informações na internet em russo, e para aqueles que não conhecem a língua, que não estão engajados no assunto, é muito difícil entender. Muitos pensam que o conflito foi iniciado pela Rússia, por que ela quer aumentar o seu território. Não são muitos os que sabem que tudo começou com a Euromaydan, por que a União Europeia queria subjugar a ucrânia. Metade quis isso, metade foi contra, então começou a guerra civil.

- Por que isso está acontecendo, será que há países colaborando, Putin não esteve recentemente convosco, nós estamos entrando juntos no BRICS?

- Eu não consigo entender isso. O BRICS é muito importante para o Brasil. Talvez por que toda a informação que temos vem da Europa ou EUA. Na Rússia ninguém trabalha para nós. Não há intercâmbio cultural. Por exemplo, só há um lugar em todo o Brasil, em São Paulo, onde uma pessoa pode aprender russo. É difícil aprender russo, quase não é demonstrada a cultura russa. As notícias com credibilidade estão em russo. Ninguém as traduz para o português. eu penso que o problema está nisso.

- O que é necessário fazer, para mudar essa atitude?

É necessária uma iniciativa por parte da Rússia. Não há diplomacia pública por parte da Rússia no Brasil.

- Você sabe que do lado de lá não são poucos os estrangeiros que lutam, qual é a sua motivação, na sua opinião?

É a russofobia! Muitos querem se vingar dos russos. Assim, eu sei que do lado ucraniano lutam muitos combatentes islâmicos chechenos.

- Há um ponto de vista de que a Ucrânia é um mero instrumento dos Estados Unidos da América. Você compartilha esse ponto de vista, possui um diferente?

- Sim, isso é verdade. As forças atlantistas, em primeiro lugar EUA e Grã-Bretanha, estão interessadas em enfraquecer a Rússia. Ao Brasil, ao contrário, isso não é necessário. A Rússia é nosso parceiro econômico há tempos. Os EUA, do ponto de vista econômico, agem como inimigos do Brasil, eles tem tarifas muito altas pare nossas mercadorias, apesar de que temos tarifas não tão altas para os produtos deles. As pessoas não gostam disso. Não gostam, também, de que foi revelado que o governo americano conduziu uma espionagem em larga escala no Brasil.

O problema é que a nossa oligarquia brasileira quer ficar do lado da América. E as pessoas, mesmos as que não gostam disso, não pensam. Não há escolas de pensamento. Uma pena, mas é verdade.

- Quer dizer que para você a orientação anti-oligárquica da Novorrússia é clara? Isso toca a alma do brasileiro?

- É verdade. E isso é visível nesse conflito na Novorrússia. Nele os nossos oligarcas e trotskistas tomaram a mesma posição. Contra a Novorrússia e a Rússia. Eles sempre estiveram um contra o outro, e agora estão juntos. Os trotskistas apoiam apenas a Ucrânia e se colocam contra a Rússia.

- E qual é o quadro-geral ideológico no Brasil?

- Demasiado pobre. Existe a "direita" verbal, mas eles são todos liberais. A maioria dos que restam se dizem de esquerda e socialistas, mas normalmente centristas. Me desagrada muito que dentre nós há um forte movimento trotskista nas fileiras de esquerda. Em vez de defenderem os interesses dos operários, eles são contra a Copa do Mundo de futebol, são pelos direitos dos transexuais. E os operários não vivem muito bem. Teoricamente temos um Estado Social, e na prática a corrupção, há benefícios sociais, mas eles são miseráveis. Se você for negro e ainda gay ou inválido, então estará muito bem no Brasil, para você haverá quotas especiais para conseguir trabalho. E se você for um homem branco de orientação normal, então não.

Eu não entendo por que os trotskistas apoiam a Palestina e não apoiam a Novorrússia. Nos dois há uma luta de libertação. Eu gosto mais do stalinismo.

Não há nacionalistas. Até a Segunda Guerra Mundial havia muitos fascistas, mas nós entramos na coalizão anti-hitleristas e os fascistas colocados na ilegalidade. Depois os "nacionalistas" foram os militares, quando eles dirigiram o país, mas economicamente eles também eram liberais. Era tido que se você servia ao exército, então você era "nacionalista".

E que ideologia você mesmo defende?

Eu gosto muito das ideias da "Quarta Teoria Política" de Alexander Duguin. Socialismo, marxismo e comunismo acabaram. O mundo mudou. O capitalismo também não é o mesmo. Eu gostei do que li na "Quarta Teoria Política".

- O que você gostaria de dizer ao povo da Novorrússia, enviar uma uma mensagem das pessoas do Brasil que o apoiam?

- É necessário ficar de pé até o final, a vitória será nossa. Conosco está a verdade.



*Tradutor e intérprete russo-português durante o BRICS 2014 em Fortaleza-CE


quinta-feira, setembro 18, 2014

CANAL DA VITÓRIA: Danilo Gentilli, um fascistinha de butique






Veja mais:

http://apaginavermelha.blogspot.com.br/2012/12/sociedade-danilo-gentilli-um-perfeito.html

http://apaginavermelha.blogspot.com.br/2013/10/brasil-uma-heroina-do-nordeste-contra.html

terça-feira, setembro 16, 2014

CRISE UCRANIANA: Revolucionários ucranianos defendem um monumento ao fundador do KGB


Revolucionários ucranianos protegendo um monumento a Felix Dzerjinskiy, fundador da Cheká-GPU-NKVD-NKVD-KGB.

CRISE UCRANIANA: Quem é o prefeito de Kiev sob a Ucrânia neonazista

Por Vladimir Tavares


O regime neonazista ucraniano, a exemplo do nazismo alemão, é formado pelos elementos mais degenerados da sociedade, não apenas intelectualmente, como  também socialmente. A ditadura conta com o apoio do ocidente, e não é por acaso.

Um dos líderes do governo ucraniano é o "ex-prostituto" Oleg Lyashko, que financia um batalhão punitivo neonazista. O prefeito da cidade de Kiev é um dos heróis da Maydan, Oleg Klichko. Aqui vemos um ensaio para uma revista alemã chamada MAX feito com o seu irmão gêmeo:





A homossexualidade de vários "maydanistas" é conhecida no país e fora dele. O líder da hitlerjugend da Junta, o Ministério da Juventude e dos Esportes, Dmitriy Bulatov, foi flagrado em um vídeo onde praticava o coito homossexual com o jornalista Vitaliy Portnikov.

Homossexualismo, agressividade e fascismo estão frequentemente interligados quando se trata de política.

segunda-feira, setembro 15, 2014

CRISE UCRANIANA: O poder jamais deverá apoiá-los, diz líder da Crimeia sobre o LGBT


Por Vladimir Tavares


Enquanto no Brasil os políticos disputam o voto do movimento LGBT, na Rússia, na Crimeia, o primeiro-ministro da República Autônoma da Crimeia, declarou publicamente que "o poder jamais deverá apoiá-los(o movimento LGBT)".  Ele assegurou que "na Crimeia essas pessoas não são bem vindas, não são necessárias", e garantiu que seus eventos públicos não serão realizados.


A Crimeia demonstra que nem todo o mundo está de joelhos ante o que alguns já chamam sarcasticamente de "mariconismo cultural".




CRISE UCRANIANA: O "fantasma do comunismo" ronda a Ucrânia



Combatente do Batalhão "Fantasma", de Lugansk

CRISE UCRANIANA: A simbologia do Batalhão Azov, milícia neonazista ucraniana



Da esquerda para a direita: Emblema do Batalhão Azov, formada pela junta de Kiev. Sol negro nazista. Emblema da Divisão da SS Das Reich.

EXCLUSIVO: Escândalo! Doutrinação neonazista de crianças na Ucrânia "livre"


Por Cristiano Alves

Dizem que as crianças são o futuro de uma nação. As cenas demonstradas por esse vídeo mostram que futuro é reservado para as crianças da Ucrânia. Elas ficaram famosas por todo o mundo. Nele crianças desde a mais tenra idade são educadas com o extremismo e o terrorismo. Elas ensinadas a chamar palavrões, fazer saudações nazistas, a defender Stepan Bandera(responsável por crimes contra a humanidade, limpeza étnica, esquartejamento de civis poloneses e tchecos na Ucrânia), a defender o assassinato de comunistas e mesmo a fazer apologia de esquartejamento de cidadãos russos. Esse vídeo não é mostrado em nenhum noticiário da grande mídia:



TODO APOIO À LUTA ANTIFASCISTA DOS REVOLUCIONÁRIOS DO DONBASS!
MORTE AOS FASCISTAS UCRANIANOS!

PELO FIM DO ESTADO BANDERO-FASCISTA UCRANIANO!
HOLODOMOR É MITOLOGIA ANTICOMUNISTA E PROPAGANDA FASCISTA!

quinta-feira, setembro 11, 2014

MUNDO: Em Moscou, na Rússia, é restaurado o monumento a Felix Dzerjinsky, fundador do KGB

Por Cristiano Alves
Com informações do canal Zvezda


Foto tirada hoje em Moscou, após a restauração do monumento a Dzerjinskiy


Há 23 anos, em Moscou, uma multidão enfurecida ia em direção à Lubyanka, prédio que sediava o comando do KGB, o Comitê de Segurança do Estado. As tropas do KGB, com seus oficiais presos, fora ameaçada, dizia-se que "haveria um banho de sangue se saíssem às ruas". Tal como na Maydan, na praça da Lubyanka, a multidão enfurecida derrubava o monumento ao agente secreto bielorrusso Felix Dzerjinsky, que fundara a Tcheká(Sigla para Comissão Extraordinária), fundada logo após um atentado contra Lenin.

O primeiro monumento a Felix Dzerjinskiy no local foi criado em 1958, em Moscou, em frente ao prédio da Tcheká-OGPU-GPU-NKVD-MGB-KGB, projeto do  escultor Yevgeniy Vuchetich. Em outubro de 2013 o Partido Comunista da Federação Russa lançou na Duma municipal de Moscou um projeto para restaurar o monumento a Felix Dzerjinskiy, a proposta foi votada por muitos moscovitas.

Felix Dzerjinskiy foi um revolucionário, estadista e político da URSS, sendo o mais notável nome da Bielorrússia nos dias da Revolução Russa.

domingo, setembro 07, 2014

ELEIÇÕES: A Página Vermelha desafia Luciana Genro

Por Cristiano Alves

O seguinte comentário foi postado na página da presidenciável, desafiando-a a governar para os trabalhadores brasileiros, e não para "minorias LGBT". O comentário ainda questiona a motivação da fantasia de Luciana Genro, que em seu programa demonstra uma obsessão por assuntos sexuais maiores que a do candidato Kid Bengala, ator de "filmes adultos".


Luciana Genro, quem disse que nós heterossexuais são responsáveis pelo assassinato de LGBTs? As estatísticas demonstram que a maioria dos crimes contra LGBTs são crimes passionais. Não existe nada mais homofóbico do que um gay traído/arrependido. 

Querer criar leis para punir heterossexuais por uma mera crítica ao movimento LGBT(o que é o objetivo principal dessa lei proposta) é a mesma coisa que querer criminalizar a sodomia por causa dos crimes contra a mulher cometidos pelo marido ou contra o homem pela esposa. Que culpa eu tenho se Joãozinho matou Zézinho por que este saiu com Carlinhos? Nenhuma!

Não se governa "para minorias" como o seu programa propõe. Se governa com minorias. Não é a maioria que tem que se dobrar aos anseios de uma minoria, e sim o oposto, é isso que nos ensina o grande sábio alemão Karl Heinrich Marx. A Sra. deveria ler uma obra que  refuta perfeitamente todas as posições de seu partido sobre a questão LGBT, os Manuscritos econômico filosóficos! Eu desafio a Sra. e o seu partido dito "socialista" a ler a obra do grande Dr. Marx! Caso contrário deveriam mudar a o nome do PSOL, de "Partido do Socialismo e da Liberdade" para PLGBT, ou PGLS!

As posições que a Sra. defende de "socialistas e libertárias" não tem absolutamente nada, são posições pós-modernistas impostas ao mundo por Israel e pelos Estados Unidos. Lembremos que nesses dois países(junto à Holanda) estão as  "cidades mais gays do mundo"(isso é o que nos escrevem os tablóides LGBT). O pós-modernismo é ideologia do imperialismo, se a Sra. acha que está "agindo como revolucionária" ao colocar dois homens se beijando, está agindo de modo reacionário ao divulgar a ideologia propagada pela Rede Globo, especialmente em suas novelas das 9, dos Estados Unidos, do Estado de Israel e da maioria dos Estados da OTAN.

Na Ucrânia, um dos fundadores de um batalhão neonazista é um conhecido pederasta que nos anos 90 trabalhava como garoto de programa, Oleg Lyashko. Na Europa Ocidental, como bem nos informa  Johan Hari(ele mesmo gay), praticamente todas as organizações neonazistas são dirigidas por homossexuais. O jornalista britânico chega a nos dizer que "ao menos em parte, fascismo é coisa de gay". O carrasco da Noruega Anders Breivik foi visto na parada LGBT de Oslo, nos informam tablóides LGBT. Assim, a senhora se coloca ao lado do que existe de pior na política. Não vamos esquecer que historiadores renomados já encontraram diversos indícios da homossexualidade de Adolf Hitler, que nomes como Röhms eram indiscutivelmente "LGBT", uma causa que Marx definiu como "obscenidade em forma de teoria".

Neste 7 de setembro, eu desafio a senhora a formular propostas para o povo brasileiro, para a desejar governar para a maioria do povo! Se prefere insistir nessa sua fantasia, sim, fantasia, pois não vejo de que outro jeito podemos entender alguém que, ante a questão do negro, da mulher, do desemprego, do imperialismo e da ordem mundial, só sabe falar em seus programas sobre homossexuais. Nem mesmo o mítico Kid Bengala, ator pornô candidato, chega a um nível tão baixo em seu programa eleitoral, pelo menos nessa hora não revelando tanta  fixação em sexo como a senhora o faz em seu programa eleitoral.


Atenciosamente!

sexta-feira, setembro 05, 2014

ELEIÇÕES: Dos males o menor!


Por Cristiano Alves


Qualquer um que já assistiu ao horário político eleitoral sabe que dentre os candidatos que estão aí não há um só que vise uma ruptura com o sistema. Alguns até falam nisso, todavia sem apresentar propostas de como fazer isso(nem a estrutura político-econômica do Brasil permitiria) e quando vão fazê-lo. 

Não adianta um carneirinho rugir como um leão, ele continuará sendo o mesmo carneirinho. Dentre os partidos que disputam a presidência, nenhum deles apresenta um programa revolucionário, ou sequer anunciam como irão "romper com os bancos" sem levar o país a uma grande crise econômica. Acreditar que sem um Partido Revolucionário teremos uma "revolução" ou uma ruptura com o sistema bancário é acreditar num conto de fadas, e comunistas e progressistas não lidam com "contos de fadas", mas sim com situações concretas e objetivas. E que situações concretas e objetivas se apresentam atualmente no cenário político brasileiro?

Diversos são os candidatos que aí estão, dentre os quais Aécio Neves, um político liberal, de agenda liberal e pró-americana, que representa o PSDB, em torno do qual se fecham os setores mais reacionários e atrasados do eleitorado brasileiro. Um dos financiadores de campanha de Aécio Neves é um patrocinador do golpe neonazista na Ucrânia, Armínio Fraga Neto, cujas ligações com George Soros, bilionário que assumidamente patrocinou o golpe na Ucrânia por meio de fundações e o movimento #Naovaitercopa no Brasil, são denunciadas desde os anos 90 pela Revista Istoé. Ele também foi um homem forte durante o governo do PSDB, de FHC, chegando à presidência do Banco Central. Ele é considerado um dos 60 homens mais poderosos do Brasil. Para Aécio Neves, durante o governo do PT o Brasil não fez acordos internacionais com nenhum "país relevante". Isso quer dizer que para Aécio, países como a Venezuela de Maduro, a Rússia, China, África do Sul e Índia, com quem o Brasil criou um poderoso bloco econômico contrário à Nova Ordem Mundial, o BRICS, não tem "nenhuma relevância". Ou seja, o que Aécio realmente visa é fazer do Brasil uma marionete dos Estados Unidos e perpetuar a força de seu imperialismo e de sua ordem mundial.

Outra candidata supostamente alternativa é Marina Silva, que troca de partido como quem troca de camisa, que fala numa "nova política econômica", mas que apresenta apenas as mesmas propostas do PSDB, de quem inclusive recebe abertamente o apoio. Marina é apoiada por nomes como Fernando Henrique e indiretamente mesmo é apoiada por nomes como Serra e Alckmin, pela chamada "direita raivosa" desiludida com a impopularidade e falta de carisma de Aécio. Ela também obtém daqueles que cultivam a mentalidade do "coitadismo". "Ah, o vice dela morreu, foi em época de eleição, deve ter sido a Dilma. Que pena que ele morreu, vou votar nele". Após a morte de Eduardo Campos apareceram eleitores deste de todas as partes. "Ah, Marina é pobre, é mulher, é negra, vamos votar nela que as coisas vão mudar", dizem alguns setores da esquerda que parecem ter esquecido do que aconteceu com Barack Obama, que se tornou tão branco quanto qualquer senhor de escravos americano. Marina representa, a propósito, os interesses dos pós-modernistas, com vagos discursos sobre a "criminalização da homofobia", um conceito obscuro que qualquer militante pós-moderno entende como "crítica do movimento LGBT". Para esse movimento, intolerante por sua natureza, o homossexualismo deve ser ensinado como algo louvável nas escolas, e sites que criticam esse movimento(como A Página Vermelha) poderiam assim ser denunciadas por "estimular o ódio contra os homossexuais", equiparado a sites racistas e passar a ser perseguidos judicialmente por uma justiça nas mãos de uma Gestapo colorida. Marina também é apontada por diversas fontes russas como seguidora da agenda de Washington. Conciliadora de posições pós-modernistas e fundamentalistas, Marina demonstra que bufões como Silas Malafaya, Marcos Feliciano e outros são contra o pós-modernismo apenas da boca para fora!

Luciana Genro é mais uma candidata que se apresenta. Suas intenções de voto sequer chegam até 1% isoladamente, mas esse não é seu principal defeito. Luciana Genro é uma militante de um partido pós-moderno, o PSOL, revisionista, e apologista de regimes neonazistas. O seu blog pessoal declarou apoio incondicional ao golpe neonazistas aplicado na Ucrânia, que visa incluir o país na Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma organização imperialista. Ironicamente ela fala em "combater os bancos e o imperialismo", um mero teaser para rapazotes de universidades. Como bem colocado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, Luciana representa a "esquerda que a direita gosta", ela apoiou a derrubada do governo de Yanukovich e o regime do ditador ucraniano Petró Poroshenko, isso por que a extrema-esquerda brasileira sonha em derrubar o governo de Dilma Rousseff com coquetéis Molotov na mão, medida que apenas beneficiaria a direita, mais bem articulada e militarizada, que depois de alguns dias não tardaria em prender, torturar e matar todos os "esquerdistas verdadeiros" que os ajudaram a chegar no poder. Ela representa a esquerda inconsequente, extremista, os pós-modernos, a baderna! Num esforço de aparecer como "a verdadeira esquerda" ela propõe uma "auditoria da dívida", em verdade um calote da dívida, numa situação em que o país não dispõe de meios necessários para enfrentar outros Estados fortes, o que poderia ser feito através do BRICS talvez, mas como? Visto que para Luciana a Rússia é um "Estado opressor e stalinista" que oprime a "Ucrânia fascista e democrática" de tiranetes como Poroshenko? Como Luciana presente fortalecer seus laços com o BRICS? Ela não tem a mínima condição de liderar um país continental em política internacional.

Há outros candidatos menores como Mauro Iasi, o "tiozão de universidade" sem a menor responsabilidade ideológica, que apoia arruaceiros Black Blocks, que não tem compromisso com o BRICS nem Estado progressista algum, e que já se mostrou favorável ao trotskismo. Não se trata de um líder de pulso firme, apenas de um professor sem qualquer carisma que tenta dizer que "é de esquerda", de uma "esquerda" que tem como bússola não Marx e Engels, mas sim Michel Foucault. Também há aberrações como o Pastor Everaldo, que defende um sistema famigerado liberal clássico, que faliu em fins dos anos 20 e prejudicou a vida de milhões de trabalhadores, trazendo a fome nos Estados Unidos e mesmo levando diversos burgueses ao suicídio.

E existe, claro, a polêmica candidatura da ditadora Dilma Rousseff. Ditadora por que o regime de Dilma Rousseff e do PT oprimem milhões de trabalhadores no Brasil. Ela usou forças federais para garantir a privatização do patrimônio público brasileiro, apoiou tiranos locais Sérgio Cabral. Dilma Rousseff e o PT parecem ter sérios problemas cognitivos... Quando população foi às ruas do Rio protestar contra um político draconiano como Sérgio Cabral, o que ela fez logo após os eventos? Ela manifestou o apoio a Sérgio Cabral! O mesmo se deu no Ceará, onde Dilma sempre demonstrou o seu apoio a Cid Gomes, outro protótipo de ditador que enfrentou diversas classes de trabalhadores, que disse que "professores devem trabalhar por amor, e não por dinheiro", como se "amor" pagasse o aluguel da casa, uma viagem para se especializar ou livros e transporte. Esses aliados de Dilma Rousseff fazem sua propaganda negativa melhor do que qualquer bufão de direita! Dilma jamais chamou à mesa de negociação qualquer grupo prejudicado com as obras da Copa do Mundo, com índios removidos, com outros setores prejudicados, ao contrário do seu antecessor, Lula. Dilma e seu partido não conseguiram entender ainda que o povo não quer só "saber se milhões, bilhões ou trilhões" foram aplicados aqui ou ali, eles querem ver a sua qualidade de suas cidades, de sua segurança, de sua saúde e de sua educação melhorados. O PT foi incapaz de mudar a consciência política do povo brasileiro, como foi o governo do PSDB. Essa é apenas uma pequena lista de pecados do regime de Dilma Rousseff, pecados que poderão custar muito caro para a sua eleição. Há alguma qualidade no regime de Dilma Rousseff?

De modo algum acreditamos que Dilma representa "a melhor alternativa", mas "dos males o menor". Dilma Rousseff é a pior candidata à presidência, excluindo-se todas as demais! A longa lista de pecados de Dilma acompanha também uma lista com qualidades importantíssimas na gerência de um Estado como o brasileiro. Dilma foi, nos últimos 60 anos, a única presidente a confrontar o Estado de Israel, ainda que de forma sutil. Dilma também confrontou o regime de Obama, que espionou não apenas os seus inimigos, como também seus aliados e inclusive a vida pessoal de Dilma, o que a levou a pedir ajuda da Rússia no tocante à colaboração no campo da inteligência. Dilma fortaleceu as relações com os países bolivarianos, e apresenta um modelo funcional a esses países, como aliás fortaleceu também as relações com o presidente russo Vladimir Putin, responsável pela manutenção do Estado Social Socialista da Transnístria, pelo apoio à luta anti-imperialista do presidente Bashar Al-Assad, pelo perdão da dívida externa cubana e norte-coreana, pelo apoio à revolução popular socialista na Novorrússia e da luta antifascista na Crimeia, que voltou a fazer parte da Rússia. Dilma deu um importantíssimo passo na criação de uma nova ordem mundial contraposta a dos americanos com a reunião do BRICS em Fortaleza, que criou um banco alternativo ao FMI e tomou outras importantes decisões políticas que ajudam a enfraquecer o hediondo modelo imperialista sob os coturnos da OTAN e a cultura decadente e pós-moderna dos Estados Unidos. Pode-se também falar de algumas melhoras no plano interno como a elevação do IDH brasileiro, através do aumento dos recursos para diversos programas sociais. Dilma Rousseff também impediu um golpe de Estado fascista nos moldes de 64, ao impedir a tomada do Palácio da Alvorada com o uso de tropas de fuzileiros navais da Marinha do Brasil, em junho de 2013. Ela também trouxe médicos cubanos ao Brasil, ajudando assim a população carente a ilha de Cuba.

Por esses motivos, quando temos em jogo candidatos que são títeres perfeitos para o imperialismo, Dilma apresenta em sua política externa um modelo que, ainda que de forma tímida, confronta gigantes do imperialismo e contribuem para uma ordem baseada na contraposição das taras belicistas do imperialismo. Deve-se lembrar que todas as revoluções socialistas foram feitas em momentos em que o imperialismo encontrava-se dividido. Durante a I Guerra confrontavam-se o imperialismo francês, alemão, italiano, britânico, russo, turco e americano. Foi daí que nasceu a Revolução Russa. Durante a IIGM confrontavam-se o imperialismo alemão junto ao japonês e italiano e ao de outros países menores, contra o imperialismo americano e britânico; do lado desses últimos vinha em auxílio o socialismo soviético, força destruidora do fascismo, possibilitando o triunfo do socialismo em vários países como a Alemanha, Tchecoeslováquia, Albânia e outros.

Deste modo, qualquer medida que dê aos candidatos do bloco imperialista a mínima chance de vitória corresponde a um voto de teor direitista, ou no mínimo um voto movido por paixões sectárias, pelo dogmatismo. Votar em Dilma Rousseff é votar pelo fortalecimento de um bloco que divide e enfraquece o imperialismo, é votar pelo fortalecimento das relações com um país que enfrenta o imperialismo e apoia revoluções progressistas ao redor do mundo. Um voto consciente toma em consideração o nome de Dilma Rousseff, não como "a solução salvadora", como pensam alguns nefelibatas governistas, mas sim como "a pior opção, excluindo-se as demais".