domingo, julho 27, 2014

CRISE NA UCRÂNIA: Deputado lança ataques homofóbicos contra os comunistas

Por Cristiano Alves


O deputado ucraniano Oleg Lyashko, um dos autores da nova caça às bruxas aos comunistas ucranianos, lançou ataques homofóbicos a esse grupo. Segundo Lyashko, os comunistas são "especialistas em orientação sexual não-tradicional". Já em maio de 2014, ele chamara os comunistas de "vadias vendidas", devido à sua resistência ao regime neofascista instaurado em Kiev, com o apoio dos Estados Unidos da União Europeia.

Essa manifestação de baixaria seria só mais um episódio do bordel em que se converteu a rada(parlamento) ucraniano, que de alegre não  tem nada, onde deputados e primeiros-ministros são escolhidos em meio a socos e pontapés, não fosse o fato de que Oleg Lyashko é ele próprio de orientação não-tradicional. 

Em 1993, quando havia na Ucrânia o crime de "pederastia"(relações sexuais entre homens), se envolveu num escândalo de pedofilia homossexual, num vídeo feito na sede de um órgão de justiça ucraniano, Lyashko assumiu ter praticado a cópula homossexual em papel passivo. Ele também foi acusado pela imprensa de ter estuprado um adolescente de 16 anos. O caso foi lembrado na Rada ucraniana pelo deputado V. V. Kolesnichenko, do Partido das Regiões, exigindo que ele não tivesse lugar no parlamento. Ele também é reverenciado na comunidade LGBT ucraniana.

Oleg Lyashko, que já foi candidato a presidente, é conhecido pela sua postura de "político bufão", frequentemente aparece na TV batendo em idosos, proferindo insultos de natureza homofóbica, despregando avisos com o uso de um arado, quebrando máquinas de caça-níquel com uma marreta, dentre outras atividades.

O arquiteto do projeto de proibição do Partido Comunista na  Ucrânia dirigiu pessoalmente a prisão de um deputado de Lugansk, Arsenok Klinchaev, por este defender que o russo fosse o segundo idioma oficial da Ucrânia e a autonomia da Crimeia. O deputado, além de preso por capangas de Lyashko, foi torturado e violentado em pleno asfalto, de acordo com ele no vídeo, "por dividir a Ucrânia". Em diversos vídeos filmados pelo próprio deputado, ele tortura o deputado de Lugansk, humilhando-o publicamente e sem qualquer inquietação quanto às filmagens e fotografias feitas a partir de seus atos.

Oleg Lyashko, deputado homossexual que fundou os batalhões nazistas de Donbass e Azov, é atualmente um dos membros mais vocais da rada ucraniana, conhecido por suas posições antistalinistas, anticomunistas e radicalmente contrárias à República Popular de Donetsk.




Lyashko em documentário russo, onde ele assume sua homossexualidade passiva


Lyashko, candidato à presidência ucraniana, em vídeo promocional seu


Lyashko interrogando um deputado favorável à RPD

quinta-feira, julho 24, 2014

CRISE EM ISRAEL: Resposta ao professor sionista Jorge Ignacio Szewkies

Por Cristiano Alves

Recentemente um professor sionista, Jorge Ignacio Szewkies, em entrevista ao Jornal dos Pampas, do Rio Grande do Sul, alegava que a luta de Israel é uma "luta contra o fundamentalismo islâmico", logo Israel que apoia monarquias fundamentalistas como a da Arábia Saudita, que ainda degola mulheres pelo "crime de bruxaria". Este artigo destrói cada ponto levantado pelo professor sionista, cuja entrevista é publicada no Canal da Direita. O comentário do professor pode ser visto no vídeo abaixo, e sua resposta logo abaixo.






Os argumentos desse professor são absolutamente previsíveis, superficiais e o principal, FACILMENTE REFUTÁVEIS! Ele incorre na falácia de generalização em diversas oportunidades!

1- Ele fala de "mundo islâmico". Isso é um argumento vago. O islã, assim como o cristianismo e o judaísmo, se divide em várias facções. No judaísmo há judeus sionistas e judeus antissionistas que condenam este massacre! No cristianismo temos a ortodoxia e o catolicismo, além do protestantismo. Apesar de serem cristãos, os católicos saquearam a cidade cristã de Constantinopla em uma cruzada, promoveram a inquisição, são acionistas da indústria armamentista e são donos da maior sauna gay da Europa, além de seu envolvimento em casos de pedofilia. Tudo isso, isto é, cruzadas, inquisição, pedofilia, saunas gays... são estranhos à Igreja Ortodoxa.

Se duas grandes religiões como o Cristianismo e Judaísmo apresentam facções diferentes, o Islã não é indiferente. O tratamento que um muçulmano tártaro dá a uma mulher na República do Tatarstão ou no Bashkortostão(onde será o próximo encontro do BRICS, em Ufá) é completamente diferente daquele dado em locais como a Turquia e o Egito, onde mulheres solteiras ficam confinadas em hotéis para não serem assediadas e tocadas pelos homens, como se fossem um pedaço de carne, simplesmente por não cobrir o corpo).

2- Em 1:30 o professor mente pela omissão! Sim, realmente se trata de um cristão humilhado e crucificado na Síria. O que ele não nos diz é que esses mesmos muçulmanos que cometeram essa barbárie eram COMBATIDOS POR OUTROS MUÇULMANOS, leais a Bashar Al Assad! Até mesmo Olavo de Carvalho, guru da extrema-direita brasileira, exortou suas hordas irascíveis a apoiar Bashar Al Assad, que por sinal JÁ ERA APOIADO PELA ESQUERDA!

E não é só isso que o professor sionista omite! Esses terroristas sírios, do islã wahabita, não só foram condenados pela esquerda, como foram também apoiados pelo Estado de Israel e pelos Estados Unidos. Israel chegou a bombardear alvos pertencentes ao Exército Árabe Sírio. Terroristas islâmicos wahabitas foram treinados em solo israelense. Israel apoiou esses terroristas não apenas militarmente, mas também através de sua mídia!

A esquerda em peso apoiou a luta contra a "Oposição Síria", matadora de cristãos, como também os mais progressistas muçulmanos, sendo a "Syrian Girl" um bom exemplo disso, além do próprio Assad, que recebeu líderes da Igreja Ortodoxa. Deste modo o professor demonstra ignorância ou desonestidade sobre a esquerda.

O mesmo raciocínio se aplica à vala coletiva cheia de cristãos, qualquer um pode procurar no Google manifestações contra a oposição síria e Israel que acharão aos montes. Não tente nos enganar, professor!

3- Há fotos de presos enforcados em um guindaste. Isso acontece a muitos grupos na Palestina e no Irã, o que se dá muitas vezes por se tratarem de espiões interessados em derrubar o Estado desses países. Diferente das ações de Israel, que massacram populações inteiras, nesse caso percebemos alvos específicos. Por mais que seu julgamento seja duvidável, são indubitavelmente menos violentos que as ações de Israel.

4- O apedrejamento de mulheres adúlteras não só é condenado pela esquerda, como qualquer manifestação de fanatismo religioso. Aliás é mérito da esquerda ter facilitado os processos de divórcio, sendo o Código Civil dos Soviets de 1922 um exemplo vivo disso! Enquanto nos anos 20 as mulheres podiam se divorciar na URSS, isso só foi possível em Estados capitalistas como o Brasil nos anos 70.

A esquerda não apenas condena o apedrejamento de mulheres, como qualquer tentativa de inferiorizá-las, como é comum em alguns meios de direita, onde mulheres são hostilizadas e até estupradas, sendo que a direita culpa "as roupas", apesar de que as estatísticas provam que a maioria dos estupros ocorre contra mulheres em vestimentas de trabalho, sem falar em mulheres abusadas sexualmente no trabalho(mesmo vestidas da cabeça aos pés). É curioso como na hora de criticar o islã todo direitista sionista e americanista rapidamente se converte em um "feminista". Para eles as mulheres do mundo islâmico merecem toda solidariedade, as do mundo ocidental que se virem!

5- Com relação à cultura da violência para crianças, isso é uma realidade em todos os países, e normalmente não se trata de "violência pela violência", mas por uma causa(com exceções). Desde pequenos, tanto dentre os árabes, como no mundo capitalista, não apenas jogamos video games que simulam combate militar, como ganhamos armas de brinquedo, assistimos a filmes onde os heróis matam o inimigo esquartejado, esganado, enforcado, fuzilado, retalhado, apunhalado, degolado, esmagado por um caminhão, esquartejado por um ventilador, empalado, etc. Nisso a esquerda se divide entre aqueles que entendem ser a violência justa se em nome de uma causa justa e os "pacifistas" que odeiam a violência e adotam medidas visando a proibição do porte de armas e até de eventos recreativos que simulam combates militares. Logo esse argumento do professor é falho e inclusive hipócrita! 

Para finalizar, não é só a esquerda que odeia Israel, mas também setores numerosos da direita, especialmente os nacionalistas e tradicionalistas, o vlog do Irmão Natanael, que de longe é de esquerda, é um perfeito exemplo disso, assim como nomes como Marie Le Pen e outros. Todo esse ódio se dá por um motivo justo, o de contrapor um Estado genocida que massacra seu próprio povo, que apoia movimentos terroristas que exterminam cristãos, que apoia o regime sanguinário de Petró Poroshenko, na Ucrânia, e que promove o anticomunismo, a despeito de sua existência ter se dado, dentre outros votos, graças ao voto da União Soviética, para o qual o Estado israelense virou as costas para se transformar num posto avançado do imperialismo anglo-americano. Esse mesmo socialismo atacado pelo professor, na União Soviética, e não o sionismo(!), criou o primeiro Estado judaico moderno, a República Socialista Autônoma dos Judeus, em Birobodjan! Lá havia escolas e jornais em ídiche e não havia qualquer guerra ou conflito com povos locais. Em vez disso, os sionistas preferiram tomar as terras dos palestinos, que antes de Israel conviviam pacificamente com judeus, como atestam vários rabinos que lá viveram, e simplesmente sucederam o papel da Alemanha nazista!

Em tempo: Quanto à liberdade de expressão, nós não somos tolos! Não existe "democracia absoluta", todo Estado tem sua face autoritária. O Estado de Israel trucidou jovens em um barco da Cruz Vermelha que levavam suprimentos médicos e ajuda humanitária ao país. Israel não só reprime manifestações contra o seu Estado nas fronteiras israelenses. O cartunista brasileiro Latuff é procurado pelo serviço secreto de Israel, o Mossad, e listado como um "terrorista antissemita" por causa de charges onde ridiculariza os massacres promovidos por Israel.

Não existe nada é mais parecido com o nazismo do que o sionismo!




terça-feira, julho 22, 2014

CRISE UCRANIANA: Parlamentar ucraniana denuncia o regime de Poroshenko

"Esse exército assassina crianças!", grita uma parlamentar.

CRISE UCRANIANA: Rada ucraniana proibiu o Partido Comunista

Por Cristiano Alves



Um autor de um renomado vlog russo, Dmitriy Puchkov(apelidado Goblin) sustentava num de seus vídeos que todo russófobo é também um anticomunista e vice-versa. Sua colocação faz total sentido ante o ocorrido de hoje. A rada(parlamento) ucraniano votou hoje pela proibição do Partido Comunista da Ucrânia, o que depende agora da ratificação pelo oligarca Petró Poroshenko.

Fatos como esse demonstram bem a que propósito serve a propaganda do "Holodomor".


IMAGEM DA SEMANA

Retirado da Frente Brasileira de Solidariedade com a Ucrânia


A luta pela libertação da Palestina e da Nova Rússia é uma única luta, travada em ambos os casos contra o mesmo inimigo!


MUNDO: Associação Internacional do Transporte Aéreo declara a culpa do governo ucraniano


Por Frente Brasileira de Solidariedade com a Ucrânia


Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo, independentemente de quem derrubou o avião, a responsabilidade pela queda é do governo ucraniano, eis que é ele que é encarregado e responsável pela segurança aérea em seu país.

Veja mais em:

http://www.smh.com.au/business/aviation/ukraine-responsible-for-airspace-safety-iata-20140720-zuzmp.html

HISTÓRIA: Não foi só Hruschov que mentiu, mas também Bertone Sousa, o "ex-toureador"

Por Cristiano Alves

A Página Vermelha tem sido uma referência para diversos estudiosos por apresentar um ponto de vista independente e por sua capacidade de dialogar com outras fontes. Embora seu autor não seja formado em história, ele se orgulha de sua fluência em 4 línguas, por que isso lhe garante a capacidade de empreender um estudo epistemológico maior que a biblioteca de pretensos intelectuais bitolados a um universo minúsculo de autores politicamente motivados.


Recentemente, alertado por um de nossos leitores, me deparei com textos ignóbeis que atacam o nosso trabalho, todos com um nível infantil. Um deles alega que o autor desse artigo é uma "versão de esquerda de Olavo de Carvalho", outro, alfabetizado apenas em língua portuguesa, portanto com um universo cognitivo muito mais restrito, agora alega que "Khruschov não mentiu". O autor desse artigo, um professor de história da Universidade de Tocantins já denunciado duas vezes site, já foi flagrado mentindo em várias oportunidades, sendo a mais vergonhosa delas a alegação de que "a Coréia do Norte criou uma lei para fuzilar quem for flagrado lendo a Bíblia", mentira que não apenas denunciamos, como comprovamos sua falsidade ao expor fotos e vídeos de missas da Igreja Ortodoxa Russa e da Igreja Católica Romana em plena Coreia do Norte, sendo as primeiras missas bilíngue em russo e coreano. O dito cujo entrou numa histeria, chamando de "burros" a todos que não acatavam seus devaneios e perdeu sua credibilidade por parte de vários leitores. Machista, ainda proferiu insultos pesados, baixos, a uma leitora do nosso site pelo exclusivo fato dela ser mulher, insultos não verificados contra leitores homens. Apesar de tudo, A Página Vermelha optou por manter um texto seu sobre um falso filósofo, uma vez que não somos extremistas.

O novo papelão do "professor aloprado" agora é visível num de seus artigos onde ele destila o seu ódio e descontrole emocional contra o professor Grover Furr, cujos estudos foram reproduzidos a partir de tradução direta em seminário virtual promovido pelo autor de A Página Vermelha com a participação de estudantes e professores de história. Ao contrário do artigo infame de Bertone Sousa, os estudos do professor Grover Furr se baseiam em fontes diretas, concretas, na opinião de quem esteve ao lado de Stalin e de Khruschov, de quem participava de seu círculo e testemunhou pessoalmente suas ações e decisões. As fontes do professor ianque incluem, além de documentos em seu original em russo, língua que, diferente de Bertone Sousa e à semelhança do autor deste artigo, domina fluentemente, relatórios e memórias de políticos como Mikoyan, Molotov, Makenkov, Berya, além de militares como G. Júkov, K. Rokossovsky e outras fontes primárias, algo que o artigo de Bertone Sousa não apresenta, o que se dá por dois motivos óbvios. Grande parte das fontes primárias do Professor(alto título acadêmico do sistema de ensino americano e europeu tem uma conotação muito mais profunda do que sua banalização no sistema acadêmico brasileiro) sequer estão disponíveis em língua inglesa, quanto mais portuguesa, estando disponíveis apenas em russo, língua dominada pelo autor desse artigo, cuja fluência foi elogiada pelos membros da comitiva russa do BRICS, incluindo seu corpo diplomático no Brasil, e pelo professor Grover Furr. 

As fontes que Bertone Sousa emprega são opiniões de terceiros, o famoso "ouvi dizer que fulano disse". Um outro motivo é que Bertone Sousa não apenas é intelectualmente incapaz de acessar essas fontes primárias, como tenta desmerecê-las como "teoria conspiratória", além de seu medo de ter seus dogmas colocados por terra abaixo. Bertone Sousa alega em seu texto, por exemplo, que:

"Esse conceito se distingue do uso mais comum de genocídio porque o ódio de Stálin por esses povos não era apenas racial"

Essa afirmação demonstra que o problema do "professor aloprado" não está em sua ignorância, e sim em má fé. Obras e trabalhos de Stalin estão disponíveis nos mais diversos idiomas, inclusive o português. Ao contrário de Bertone Sousa, que não dispõe de qualquer trabalho de natureza antirracista, Stalin criou o maior trabalho antirracista do século XX, Marksizm i natyonalniy vopros, em português "O marxismo e a questão nacional", disponível suas Obras, Volume 2, cuja edição data dos anos 50, um livro raríssimo, mas disponível sebos. Nesta obra, Stalin combate estoicamente a teoria da "raça pura", comprovando através de pesquisa histórica o que 100 anos depois seria comprovado pela biologia, isto é, o fato de que não existe "raça pura" ou "povo puro", que todos os povos, sejam eles russos, alemães, italianos, britânicos... são mestiços, assim como o povo brasileiro. Ióssif Vissaryonovich Stalin não apenas rejeita as teses de supremacia racial num momento histórico, o início do século XX, como também chama o racismo, por ele chamado de "chovinismo racial", de "mais perigoso vestígio do canibalismo". Em sua resposta à Agência de Notícias Judaica dos Estados Unidos, Stalin enfatiza que o chovinismo nacional é passivo de duras penas na URSS, incluindo a pena de morte!1 Como falar de "ódio de Stalin pelos povos"? E essa resposta de Stalin não se resume a "palavras vazias", em 1936, Ióssif Vissaryonovich foi um dos formuladores da Constituição Soviética ded 1936, a primeira da humanidade a condenar a discriminação racial, numa época em que regimes da Europa Ocidental namoravam a pseudociência conhecida por "eugenia". Curiosamente nenhum desses regimes, inspiradores do nazismo, é tão atacado por nomes como o revisionista Karl Kautsky ou políticos russófobos travestidos de historiadores como Anne Applebaum, que fazem parte do universo minúsculo de fontes terciárias(quiçá quaternárias) dos anticomunistas, sejam eles de direita ou de esquerda. Essa mesma Anne Applebaum, como grande parte dos historiadores queridinhos dos "sovietólogos" ocidentais age de má-fé politicamente motivada pelas suas ideias sionistas(ela própria é judia e sionista, além de compor o regime anticomunista e membro da OTAN polonês). Ao buscar refúgio ideológico para satisfazer sua frustração ideológica, sua incapacidade de ir além de paradigmas, em uma autora abertamente sionista e anticomunista, Bertone Sousa se queixa que "historiadores que adotam sua visão são taxados de anticomunistas". Aparentemente o "professor aloprado" tem sérios problemas para lidar com a realidade e principalmente para assumir sua posição ideológica.

O artigo descrito, "Kruschev não mentiu"(sic), apresenta inúmeras incongruências e principalmente despreparo e desconhecimento do assunto pelo autor. Um dos momentos mais notáveis de sua falta de domínio é a falsa acusação de que "Grover Furr polariza o debate", e como evidência disso ele cita a acusação de que Gorbatchov era anticomunista. Ora, o anticomunismo de Gorbatchov já havia sido notado pelos marxistas alemães, precisamente da Alemanha Oriental, ainda nos anos 80. Um discurso seu2 feito em uma universidade da Turquia revela que "o objetivo de toda a minha vida foi a destruição do comunismo, a ditadura terrível sobre as pessoas"3, para isso, nos diz Gorbatchov, "a minha esposa me apoiou completamente". Mas como era de se esperar, o professor de história da religião não sabia disso.

O erro de Bertone Sousa não é mera casualidade. Tentando difamar o professor Grover Furr, que ele claramente não leu, mesmo numa língua básica como o inglês, cujo ensino está disponível em qualquer lugar do país, incluindo as regiões mais atrasadas do país, o "professor aloprado" nos diz que "não existe base teórica" para a ideia de que havia uma teia de conspirações contrárias a Stalin. Ora, quem nos prova a ledice da declaração do professor, quem comprova a inveracidade dessa afirmação e a falta de credibilidade do intelectual fracassado, são os próprios conspiradores! Alexander Zinoviev, que até o fim da URSS era um dos ídolos da extrema-direita por causa de seu anticomunismo fervoroso, escreveu nos anos 90 as suas "Memórias". Nelas, arrependido de ter lutado contra o comunismo, após ver o fracasso que foi a restauração capitalista na Rússia, Zinoviev nos conta como ele quase chegou a assassinar Iósif Vissayonovich Stalin. Outro livro que revela teias de conspirações é "Comrade X", escrito por um desertor do Exército Vermelho em Londres, o coronel G. Tokayev, traduzido por Alec Brown. Poderíamos citar ainda A grande conspiração: a guerra secreta contra a Rússia soviética, de M. Sayers e A. Kahn, ou mesmo uma operação de proporções ainda maiores, para matar não apenas Stalin, como também Churchill e Roosevelt em Teerã, a Operação Grande Salto. Essa operação foi inicialmente desacreditada pelo serviço britânico, por ter sido informada pelos soviéticos, todavia nos é revelada pelo historiador Yuriy Kuznets em seu livro "Tegeran 43", que deu origem a um documentário televisivo apresentado por Celia Sandys, neta de Winston Churchill.

Uma outra afirmação feita por Bertone Sousa é a da "pusilanimidade militar" de Stalin. Não sei se Bertone Sousa já teve algum treinamento militar, nem que tenha sido pelo menos com um mosquefal num tiro de guerra, mas o que o "professor aloprado" sabe sobre assuntos militares tem a mesma relevância do que o deputado Tiririca sabe sobre literatura britânica shakespeariana. A capacidade militar do líder oriundo da terra de Sakartvelo5 foi atestada pelos grandes comandantes militares russos anos após a sua derrota, inclusive pelo Marechal da União Soviética Rokossovsky, polonês injustiçado pelo sistema de perseguições penais ocorrido nos anos 30, ele chegou a ter seus dentes quebrados em procedimentos de torturas clandestinas ocorridas sob a chefia do NKVD de Nikolay Yejov, mais tarde processado, julgado, condenado e fuzilado. Rokossovsky escreveu em suas memórias as melhores referências sobre a capacidade militar de Stalin, o mesmo fez o Marechal Júkov, que não era nenhum "stalinista fanático" e mesmo chegou a sofrer sanções de Stalin por ter sido flagrado furtando espólios de guerra alemães. Em suas Memórias, Júkov descreve Stalin como um grande comandante militar, dedicado, que dormia apenas 5 horas por dia e tomava significativas decisões militares. Georgiy Dimitrov, líder búlgaro do Komintern, descreve Stalin, ante nomes como Beria, o Marechal Timoshenko, o Almirante Kuznetzov e o jornalista militar Lev Mekhlis, como detentor de uma "surpreendente calma, resolução, confidência".6 Como bem enfatizado pelo professor Grover Furr na obra atacada por Bertone Sousa, "até mesmo o historiador dissidente e feroz antistalinista Roi Medvedev demonstrou ser mentirosa essa versão dos eventos"(isto é, a de Khruschov e Bertone Sousa, segundo a qual Stalin era pusilânime ao início da guerra). De acordo com Medvedev, a versão de Khruschov é uma "completa fabricação", mas ainda assim ela aparece nas biografias de Stalin de Jonathan Lewis, Phillip Whitehead, Allan Bullock e na Oxford Encyclopaedia of the Second World War. Ou seja, todas fontes secundárias que se baseiam em uma mentira de Khruschov comprovadamente falsa, inclusive pelo próprio diário oficial de Stalin, aberto ao público hoje. A noção de "Stalin era um mal comandante", a 35º acusação de Khruschov defendida por muitos sovietólogos ocidentais, também é comprovadamente falsa, inclusive desmentida nas Memórias não apenas Júkov e Rokossovsky, como também nas do Marechal Vassilyevsky e mesmo do Marechal Golovanov. Assim, fica a pergunta, se os mais altos comandantes e especialistas militares da União Soviético, incluindo Marechais da União Soviética, o mais alto posto militar do país, concordam que "Stalin foi um grande comandante" e que era "resoluto e decidio", quem Khruschov ou um professorzinho da estirpe de Bertone Sousa pensam que são para dizer o contrário? É muita pretensão!

O autor do artigo vai além, forçando a barra ele recorre novamente à judia sionista Applebaum para sustentar sua tese de que "Stalin odiava os tártaros da Crimeia e os alemães", para corroborá-la ele afirma que Applebaum revela que "mais tártaros lutaram no Exército Vermelho do que o contrário". Apesar de correta a informação da historiadora sionista, aqui Bertone Sousa emprega um recurso muito utilizado por Olavo de Carvalho, a mentira através da omissão. Na União Soviética, nem todos os tártaros viviam na Crimeia. Os tártaros estavam espalhados pela maior parte da União Soviética, em especial na Tartária, república da Rússia soviética com a capital em Kazan, que tem metade da sua população formada por tártaros étnicos. 

Em 1939, havia 218.000 tártaros da Crimeia. Isso significava cerca de 22.000 homens em idade militar, cerca de 10% da população. Em 1941, de acordo com fontes soviéticas da época, 22.000 mil soldados tártaro-criméios desertaram do Exército Vermelho. Em 1944, 22.000 soldados tártaro-criméios juntaram-se às forças nazistas e estavam lutando contra o Exército Vermelho.7 Mas o que fez o Exército Vermelho? Pelo Direito Militar das principais nações civilizadas esses desertores poderiam ter sido fuzilados(a Constituição da República Federativa do Brasil prevê a pena de morte por deserção em caso de guerra), poderia ainda ter preso esses 22 mil desertores, todos jovens em idade militar, ou poderia simplesmente tê-los deportado e construir imensas "cidades-prisão" em algum lugar remoto da Sibéria sem qualquer mulher para continuar sua população, ao mesmo tempo deixando as mulheres tártaras da Crimeia sem qualquer jovem rapaz para a sua próxima geração. Evitando todas essas situações, o governo soviético preferiu deportar toda a nacionalidade para a Ásia Central, o que foi feito em 1944.

Integrante da Legião Tártara, da Waffen SS. Seu distintivo no braço direito mostra uma flecha, provavelmente evocativa dos keshiks, tropas arqueiras montadas da Horda de Ouro


O mesmo aconteceu aos chechenos e inguches, em 1942 havia cerca de 450.000 deles, isto é, cerca de 40-50.000 em idade militar. Em 1942, quando no ápice do progresso nazista, 14.576 deles foram chamados ao serviço militar, cerca de 13.560 deles desertaram, ou seja, 93%, e ainda se juntaram a bandos rebeldes ou bandidos nas montanhas. A colaboração entre essas nacionalidades e os alemães foi massiva, a Radio Svoboda chegou a entrevistar rebeldes chechenos que se orgulhavam de uma "rebelião antissoviética" em fevereiro de 1943, uma mentira com base na omissão, isto é, de que esta revolta em realidade se deu sob a bandeira nazista, com o objetivo de uma aliança com o nazismo.

Durante a deportação dos chechenos as baixas foram mínimas, 0,025% dos deportados. De acordo com Bugai e Gomov, registros do NKVD atestam que dos 493.000 chechenos e inguches e membros de outras nacionalidades deportadas ao mesmo tempo, 50 pessoas foram mortas no curso da operação, e 1.272 morreram durante a jornada. Uma vez que se deu no inverno o processo, e durante a pior guerra da Europa, o número não é considerado alto.

Isso contradiz o que Khruschov e Bertone Sousa alegam, isto é, de que:

1- Nacionalidades foram deportadas "sem nenhuma exceção";
2- não havia razão militar para as deportações;
3- toda a colaboração ou traição eram "atos de pessoas individuais ou grupos de pessoas".

Ainda, para demonstrar a falsidade das teorias de Khruschov e Sousa, vem em nosso auxílio o magíster russo I. Pyhalov, autor de Vremya Stalina: fakty protiv mifov(Tempos de Stalin: fatos contra mitos). Citando Nikolay Bulganin, o russo nos mostra que aqueles que tomaram parte na guerra de guerrilhas clandestina da Crimeia contra a retaguarda do inimigo eram excluídos do status de "colono especial", bem como suas famílias. A família de S. S. Usyeynov, integrante de um grupo guerrilheiro patriótico fuzilado pelos nazistas, foi, deste modo, permitida a continuar em território tártaro-crimeio.

Bertone Sousa, num esforço para parecer um "humanista defensor dos direitos humanos universais", nos fala cinicamente que "Stalin ordenou o extermínio de milhões de pessoas", sem apresentar quaisquer documentos de tais "execuções", ignorando o contexto de guerra da época e a própria história da União Soviética e de cada povo que dela fazia parte, bem como as conspirações com o intuito de derrubar o governo soviético e empreender a restauração capitalista. Suas fontes não poderiam ser piores, uma autora sionista apologista de pedófilos8, um historiador comprovadamente ligado a dois serviços(!!!) de desinformação e propaganda anticomunista, Robert Conquest, ex-IRD hoje ligado à CIA9, além de dissidentes soviéticos. Isso é o mesmo que querer escrever sobre os judeus partindo de autores ligados à Gestapo, ou querer escrever sobre os palestinos partindo de autores israelenses. Antes que isso pareça uma crítica ao estilo ad hominem, nós não excluímos a possibilidade de que algumas informações lançadas por esses autores sejam verdadeiras, todavia necessitam de um filtro minucioso, uma vez que são abertamente tendenciosas e demasiado unilaterais, além de esconder toda uma agenda política. 

É curioso como o nosso aspirante a "campeão dos direitos humanos" demonstra uma obsessão com Lenin e Stalin, ele já tentou de tudo, até mesmo mostrar que Stalin era um "espião tzarista"(baseando-se em fontes da glasnost), e depois acredita ter moral para falar que empregamos "teoria da conspiração". Segundo conspiradores Stalin era um agente do tzar e Lenin um agente dos alemães, resta entender como até hoje nada foi provado sobre todos esses "agentes secretos" nem a Rússia se tornou um protetorado alemão. Uma rápida olhada na página do "professor aloprado" nos permite fazer uma conclusão bastante notável, o autor odeia profundamente qualquer coisa relacionada à aplicação das ideias socialistas científicas. Para Bertone Sousa o comunismo foi o "diabo encarnado", talvez uma herança de sua formação protestante que ele faz questão de disfarçar com textos sobre ateísmo e ceticismo. Os únicos textos de Bertone sobre política internacional dedicam-se apenas a demonstrar seu mais profundo e irracional ódio contra o socialismo científico. Esse defensor das "vítimas do stalinismo malvado", tão preocupado os "bilhões de mortos de Stalin e do Holodomor" tem um senso de indignação bastante seletivo, ele jamais escreveu sequer uma só linha contra os crimes do regime de Poroshenko na Ucrânia, esse sim um ato de genocídio contra civis orquestrado por uma junta pró-americana e abertamente neonazista. Ele jamais escreveu uma linha sequer sobre os crimes de Israel contra o povo palestino, ou sobre os crimes do presidente Barack Obama na Líbia e na Síria, onde guerrilheiros pró-americanos chegaram a atacar civis usando armas químicas! Nada disso interessa a Bertone Sousa, aliás, até interessa, interessa justificar todas essas atrocidades como uma "luta contra o Stalinismo malvado e contra os herdeiros de Ióssif Vissaryonovich Stalin". Essa é a única explicação para o seu ódio, o seu fervor anticomunista, e é por isso que ele fecha os olhos para os massacres cometidos com a participação ou a anuência da União Europeia/Organização do Tratado do Atlântico Norte social-democrata, com a qual simpatiza. Ele ignora os processos de luta que deram origem à sua tão amada social-democracia, ao capitalismo contemporâneo, o extermínio de praticamente todos os índios na América, a escravidão, tortura e genocídio dos negros, inclusive em protetorados do Rei Balduíno, da Bélgica, no Congo, os zoológicos de seres humanos, o genocídios dos armênios, a limpeza étnica e esquartejamento de poloneses na Ucrânia, nada disso tem importância para Bertone Sousa. Ele está mais preocupado em combater um premier que fez muito mais do que ele sequer poderia fazer contra o racismo e contra o nazismo, a combater um rei cujas tropas amputavam a mão de quem não trabalhasse para ele. Essa é a lógica moral e "humanista" de Bertone Sousa, e qualquer um que disso discorde está desafiado a buscar em seu site escatológico qualquer referência negativa ao Rei Balduíno da Bélgica, a Talat Pasha da Turquia, a Andrew Jackson dos Estados Unidos, à Rainha Vitória do Reino Unido, a Barack Obama dos Estados Unidos, a George Bush, do mesmo país, a Sérgio Cabral do Rio de Janeiro ou a qualquer latifundiário de seu estado provinciano! Afinal, isso não é "totalitarismo", é "luta pela democracia e pelos valores humanistas da civilização".

O autor do artigo tenta brinca de tolerante, falando num "stalinismo dissociado do comunismo", mesmo chega a cair na onda da mídia ocidental, de que hoje na Rússia existe uma "reabilitação de Stalin", o que é falso! De fato existe, por parte de alguns setores e think tanks um certo tributo a alguns de Stalin, algo que também acontece na Alemanha e mesmo no centro do capitalismo mundial, os Estados Unidos, com ninguém, ninguém menos que Karl Heinrich Marx. Um artigo da revista Rollings Stones mesmo chega a nos dizer que "Marx estava certo", não por causa de suas teorias revolucionárias, mas por que "seu trabalho tem algo de positivo no ponto em que ele previu grandes avanços do capitalismo".10 Isso não quer dizer que Marx e Engels são uma referência para o capitalismo ou que ambos "defendiam o capitalismo mas eram homens de seu tempo revolucionário". O mesmo ocorre na Rússia com Lenin(que até tem monumentos espalhados pelo país) e Stalin. Defender seu legado ideológico enquanto funcionário público ou militar da Infantaria Naval, como é o caso de um amigo do autor deste texto, pode trazer sérios problemas!

Bertone Sousa é um exemplo bizarro da falta de princípios dos defensores do liberalismo político ocidental, que encontrou no governo de Iósif Stalin sua mais violenta e decidida oposição. E ao seguir esses pensadores ocidentais, é natural que ele se filie ao pensamento anticomunista, à russofobia, à defesa do pós-modernismo, do homossexualismo, comum aos ateus militantes contemporâneos! Suas ideias apresentam o que há de mais reacionário em seu blog, latrina da academia brasileira. Elas representam a derrota de um intelectual fracassado, frustrado, medíocre, incapaz de enfrentar a realidade e com medo de ir além de paradigmas implantados por um sistema misantropo que leva a humanidade a um caminho anuviado pelas taras de conquista do mundo dos principais poderes imperialistas. Um garoto brincalhão que quer ser levado a sério!



1- Em: http://www.marxists.org/reference/archive/stalin/works/1931/01/12.htm
2- Em: http://www.sovross.ru/modules.php?name=News&file=article&sid=58241
3- Originalmente em russo: "Целью всей моей жизни было уничтожение коммунизма, невыносимой диктатуры над людьми. Меня полностью поддержала моя жена"
4- Originalmente em alemão: Unternehmen Weitsprung
5- Geórgia.
6- The Diary of Georgi Dimitrov, ed. Ivo Banac (Yale U. P., 2003), p. 166
7- FURR, Grover. Khruschev lied. Erythros Press and Media, LLC. Tradução parcial de Cristiano Alves. P. 100
8- Ver: http://www.huffingtonpost.com/jillian-york/anne-applebaum-child-rape_b_305814.html
9- Ver: http://www.mariosousa.se/TheGuardianFridayJanuary271978050831_Sida_1.jpg
10- Ver: http://www.rollingstone.com/music/news/marx-was-right-five-surprising-ways-karl-marx-predicted-2014-20140130

domingo, julho 20, 2014

ARTIGOS: Provocação insólita

Por Fidel Castro


Revolucionário como o general Strelkov, o comandante F. Castro declara: "Cuba sempre foi solidária com a Ucrânia, mas não com o regime anti-ucraniano, antirrusso e pró-imperialista do magnata Petro Poroshenko"



Hoje pela manhã as informações estrangeiras estavam saturadas com a insólita notícia de que um avião da linha Malaysia Airlines havia sido atingido a 10.100 metros de altura enquanto voava sobre o território da Ucrânia, pela rota sob o controle do governo belicista do rei do chocolate, Petro Poroshenko.

Cuba, que foi sempre solidária com o povo da Ucrânia, e nos dias difíceis da tragédia de Chernobil atendeu a saúde de muitas crianças atingidas pelas nocivas radiações do acidente e sempre estará disposta a seguir atendendo, não pode deixar de expressar seu repúdio pela ação de semelhante governo anti-russo, anti-ucraniano e pró-imperialista.

Por sua vez, coincidindo com o crime do avião da Malásia, o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, chefe de um Estado nuclear, ordenava seu exército invadir a Faixa de Gaza, onde haviam morrido em poucos dias centenas de palestinos, muitos deles crianças. O presidente dos Estados Unidos apoiou a ação, qualificando o repugnante crime como ato de legítima defesa. Obama não apoia David contra Golias, mas Golias contra David.

Como se sabe, homens e mulheres jovens do povo de Israel, bem preparados para o trabalho produtivo, serão expostos a morrer sem honra nem glória. Ignoro qual será a doutrina militar dos palestinos, mas conheço que um combatente disposto a morrer pode defender até as ruínas de um edifício enquanto tenha seu fuzil, como demonstraram os heroicos defensores de Stalingrado.

Desejo apenas fazer constar minha solidariedade com o heroico povo que defende o último pedaço do que foi sua pátria durante milhares de anos.

Havana, 17 de julho de 2014.

sábado, julho 19, 2014

BRASIL: Carta da Internacional Comunista refuta as teorias de Wiliam Waack

Originalmente publicado na Revista Cidade Sol

Esse documento, traduzido do russo por Erick Fischuk e até então inédito, tem a grande vantagem de desmistificar o livro Camaradas, de William Waack, o pretensioso e arrogante âncora da Globo. Sim, a acusação de Waack de que Prestes e seus camaradas fizeram o levante de 35 sob ordem de Moscou é um equívoco.


9.VI.33                                             TEXTO FINAL                            CONFIDENCIAL.



CARTA DO SECRETARIADO DA I.C. PARA A AMÉRICA DO SUL
E CENTRAL AO C.C. DO P.C. DO BRASIL

[Manuscrito:] Kommentarien zur Resol. der Pol. Komm. am 27. IV. 1933 г.


I.

1 ‒ A situação semicolonial do Brasil, seu papel de apêndice agroprimário dos países capitalistas desenvolvidos e o predomínio dos resquícios feudais e escravistas em sua organização socioeconômica determinaram a profundidade e a amplitude consideráveis da crise econômica que assola o país. Justamente esses fatores fizeram também com que o nível de vida das massas trabalhadoras caísse assustadoramente, chegando abaixo do necessário à sobrevivência, no que concerne a amplas camadas da classe operária e do campesinato. Ao mesmo tempo, é exatamente a situação semicolonial do Brasil e a competição anglo-americana pelo “direito” de monopolizar sua exploração que conduzem, no seio das classes dominantes, às mais agudas formas de lutas grupais, incluindo a guerra e a sublevação. A supressão da revolta de 1932 em São Paulo de forma alguma indica que arrefeceram as contradições entre o bloco burguês-latifundiário paulista e a camarilha governante de Vargas, ao mesmo tempo em que tem se agravado as contradições dentro da própria camarilha de Vargas, portadoras da perspectiva de novos conflitos e golpes.

Para incrementar o movimento revolucionário e para que ele atraia com ímpeto as mais amplas massas e as faça destruir o domínio burguês-latifundiário nas diversas regiões do Brasil, têm surgido condições objetivas cada vez mais favoráveis.

2 ‒ Além disso, justamente o atraso semicolonial do Brasil – seu débil desenvolvimento industrial, o baixo nível material e cultural da classe operária e um movimento operário sem tradições marxistas e com fortíssimas influências pequeno-burguesas, particularmente anarcossindicalistas ‒ determinou a extraordinária fraqueza do PC e seu atraso em relação às possibilidades revolucionárias objetivas surgidas no cenário de crise e de fim da estabilização capitalista. Apesar de alguns êxitos do Partido Comunista do Brasil em diversos campos de atuação, ele não soube superar no essencial as tradições pequeno-burguesas predominantes no movimento operário brasileiro. De fato, as diretivas da carta de 1930 ao PCB, bem como toda uma série de instruções e cartas do Bureau Sul-Americano do CEIC, não saíram do papel, não foram levadas às bases nem basearam qualquer reestruturação do trabalho partidário. Na verdade, o Partido ainda não superou os longos anos que caracterizaram sua formação inicial: por sua informidade ideológica e porosidade organizacional, por sua infestação por elementos de classes estranhas, pela fraqueza de seus quadros dirigentes, pela extrema insuficiência de suas ligações com as amplas camadas de trabalhadores urbanos e rurais, pela incompletude ou mesmo ausência de toda uma gama de setores importantíssimos de atuação partidária ‒ por tudo isso o PCB, no atual momento, não está em condições de aproveitar plenamente as possibilidades revolucionárias objetivas excepcionalmente favoráveis, nem de comandar as massas trabalhadoras, principalmente o proletariado, sequer no curso de suas lutas mais iminentes ou já desencadeadas contra a ofensiva do capital, a reação política e o perigo da guerra, sem já falar na luta pelos objetivos fundamentais da revolução antifeudal e anti-imperialista. Na maioria dos casos o Partido tem permanecido à margem da luta econômica e política de massas, não a desencadeando nem a liderando, e ainda não tem atuado na arena da luta de classes do Brasil como um protagonista ativo que organize, comande e guie as massas. Por isso, a luta das massas trabalhadoras cada vez mais radicais tem ocorrido principalmente na forma de ações espontâneas e desorganizadas que, no mais das vezes, terminam derrotadas. Uma parte significativa da classe operária, bem como do campesinato, tem caído sob a influência de um ou outro de nossos adversários ‒ socialistas, anarcossindicalistas, ex-prestistas e outros ‒ que escondem sua essência contrarrevolucionária com manobras “de esquerda” mais ou menos avançadas. Somente o fortalecimento do PCB e sua transformação num verdadeiro Partido bolchevique, intimamente ligado às massas e que organize e lidere suas lutas econômicas e políticas, podem garantir êxito no aproveitamento das possibilidades objetivas favoráveis à vitória da revolução.

3 ‒ A situação política geral do PCB se caracteriza atualmente pelos seguintes traços: o Partido ainda está longe de ser um verdadeiro Partido bolchevique, de assimilar a teoria marxista-leninista e nela basear sua prática política, de alcançar a independência ideológica em relação às classes dominantes e de desligar-se com suficiente clareza das teorias das classes estranhas e inimigas. Algumas camadas do Partido ainda não se livraram do peso das ideias anarcossindicalistas, prestistas, trotskistas e outras, que se apresentam ora num formato direitista abertamente oportunista, ora encobertas por um palavreado “de esquerda”. Por conta da crise do movimento revolucionário pequeno-burguês no Brasil, o Partido Comunista constituiu, até recentemente, um centro de atração de diversos elementos pequeno-burgueses que frequentemente conservavam ligações diretas com as camarilhas burguesas-latifundiárias dominantes e traziam para as fileiras comunistas influências de classes estranhas, as quais engendraram uma série de distorções na linha partidária prática.
Os desvios de direita mais perigosos se manifestam, sobretudo: na “teoria” segundo a qual o proletariado deve renunciar à luta pela hegemonia da revolução democrático-burguesa e ceder o papel dirigente da revolução à burguesia e à pequena burguesia (“teoria” de Astrojildo, Brandão e outros); nos esforços para impedir que o Partido atue como força independente na atual luta política (a palavra de ordem “primeiro se organizar, e depois lutar” de Cazini, e sua proposta e de outros de que A Classe Operária se abstivesse de publicar artigos políticos, limitando-se apenas à correspondência operária etc.); nos esforços para limitar as tarefas do movimento sindical revolucionário à mera luta econômica; no tratamento da FJC como uma “organização de frente única que deve congregar os jovens trabalhadores de todas as orientações políticas”; nas atitudes conciliatórias e capitulacionistas perante estes ou aqueles agrupamentos burgueses-latifundiários (a “teoria do mal menor” com relação a Miguel Costa em São Paulo, com relação aos tenentistas e mesmo a Vargas no Rio, no período da “guerra civil”) etc. Todas essas “teorias”, que têm seu fundamento lógico na ideia completamente oportunista de Astrojildo e outros sobre a “revolução proletária que amadurece à sombra da revolução pequeno-burguesa”, estão muito estreitamente ligadas à prática oportunista dos “compromissos” e “conciliações” com diversas correntes “de esquerda” do campo burguês-latifundiário contrarrevolucionário – trotskistas, ex-prestistas que agora se tornaram um sustentáculo do domínio burguês-latifundiário etc.

Os desvios de esquerda se manifestam: na superestimação do grau de amadurecimento da situação revolucionária (a palavra de ordem da criação de sovietes camponeses em São Paulo); na recusa em aplicar a tática da frente única pela base e em lutar por reivindicações parciais; na escamoteação da importância de se unir ao campesinato; na subestimação da questão nacional; nas tendências sectárias e golpistas; na passividade e no “neutralismo” semianarquistas nos momentos de aguçamento da luta entre as camarilhas burguesas-latifundiárias pelo poder; na subestimação da importância dos recursos legais (a palavra de ordem do “boicote à Constituinte”) etc. Todas essas atitudes esquerdistas, reflexos da influência pequeno-burguesa sobre o Partido Comunista, na verdade escondem a passividade oportunista no tocante ao trabalho persistente e sistemático de mobilização e organização das amplas massas trabalhadoras urbanas e rurais sob a bandeira do PCB.

II.

            1 ‒ A DEBILIDADE DOS QUADROS DIRIGENTES DO PARTIDO. Esses quadros dirigentes se compõem, em grande parte, de elementos não proletários ou há muito tempo inativos, que ainda não assimilaram os fundamentos da teoria marxista-leninista ou se encontram até mesmo, em maior ou menor grau, sob a influência de ideologias estranhas, muitos deles sendo contaminados pelo espírito do sectarismo e da politicagem e uns tantos até mesmo ligados direta ou indiretamente a diversos agrupamentos oposicionistas e renegados ou a aventureiros e demagogos “de esquerda” do campo das classes dominantes, tais como Miguel Costa. Apenas há pouquíssimo tempo tem começado a cristalizar-se um grupo dirigente que, embora ainda não tenha se livrado da hesitação e da vacilação numa série de questões políticas, mesmo assim tem se esforçado sinceramente em executar uma linha política bolchevique e, portanto, pode futuramente, com a condição de uma autocrítica decidida e com base numa reestruturação radical de todo o trabalho partidário, tornar-se o núcleo sólido e sadio de um PC do Brasil bolchevique.

            As tarefas no sentido de fortalecer e sanear os quadros dirigentes só podem ser cumpridas com êxito na base da participação do Partido como força dirigente nas lutas econômicas e políticas de massas, forjando e verificando os quadros não somente no curso das discussões intrapartidárias, mas também, e acima de tudo, das lutas de massas. As tarefas mais urgentes do Partido nesse campo são:

            a) orientar-se decididamente rumo à proletarização dos quadros dirigentes, com a condição de manter a melhor parcela da velha liderança e sem empregar métodos mecânicos ou fictícios no processo, entre eles o de aproveitar, nos comitês, “operários” já há muito inativos; além disso, deve-se prestar especial atenção ao aproveitamento e à promoção de camaradas que tenham se mostrado bons dirigentes de massas no curso das lutas econômicas e políticas do proletariado;

            b) organizar um estudo marxista-leninista sistemático para os quadros ativos (realizar cursos de curta duração para os ativos, publicar literatura marxista-leninista em língua portuguesa, enviar uma série de ativistas para as escolas de formação dos Partidos Comunistas irmãos – especialmente o argentino[1] ‒ etc.);

            c) afastar decididamente dos postos dirigentes todos os membros que estejam realizando um trabalho sectário e excluir do Partido todos os indivíduos ligados a correntes políticas estranhas e inimigas; além disso, é indispensável conseguir esclarecer todos os membros do Partido, de modo sistemático e profundo, sobre a essência antipartidária e contrarrevolucionária desses elementos, evitando ao máximo afastá-los mecanicamente sem desmascará-los com justeza aos olhos dos membros do Partido, como ocorreu, por exemplo, no caso de Astrojildo.

2 ‒ A POROSIDADE E A INFORMIDADE DO CONJUNTO DA ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA.

Em vários casos, as organizações partidárias só existem no papel, quase não revelando nenhuma manifestação prática. As células estão isoladas das massas e não têm existência própria, e as frações sindicais, na maioria dos casos, não saíram do papel. A imprensa partidária publica com extrema irregularidade, e por enquanto não pode sequer aspirar minimamente ao papel de “organizador coletivo” que dá coesão e forma ao Partido, papel que a imprensa bolchevique da Rússia já desempenhava nos primeiros tempos do desenvolvimento do bolchevismo. O PC do Brasil, na verdade, ainda não existe como um Partido realmente nacional, com dirigentes vindos de todas as partes, e a ligação entre seus diversos setores se destaca por sua extrema fragilidade (débil ligação entre o CC e os CRs, e entre os CRs e o aparelho de bases; isolamento entre os comitês do Partido e as massas partidárias em geral; discrepância entre as atuações desses comitês e das frações partidárias nos sindicatos e em outras organizações de massas etc.). Existe no Partido uma série de agrupamentos isolados mais ou menos fechados que se opõem ao conjunto da militância nesta ou naquela questão ou até a toda a linha político-partidária, que por vezes intrigam contra o Partido e se ligam a elementos contrarrevolucionários abertamente inimigos, tais como trotskistas, diversos aventureiros e demagogos “de esquerda” das classes dominantes etc. A disciplina partidária é extremamente débil, ocorrendo inúmeros casos de insubmissão direta às decisões dos órgãos dirigentes e casos ainda mais numerosos de silêncio e desprezo a suas instruções.

As tarefas do Partido no sentido do fortalecimento do conjunto do aparelho partidário só podem ser resolvidas no imediato com a condição de concentrá-las, antes de tudo, em algumas regiões essenciais ‒ tais como os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco ‒, onde devem ser reunidos os melhores organizadores, agitadores, propagandistas e literatos do Partido, mesmo com prejuízo às regiões restantes. As organizações dessas regiões também devem ser fortalecidas com membros do Comitê Central a serem distribuídos entre as regiões onde o Partido concentrará sua atenção principal, mantendo-se no centro apenas um pequeno grupo de camaradas absolutamente indispensáveis.

É evidente que o fortalecimento e o saneamento organizativos do Partido só podem ser alcançados com a condição dele participar o mais ativamente possível como força dirigente nas lutas econômicas e políticas de massas. Tem um caráter completamente oportunista a “teoria” que circula em algumas camadas do Partido e era defendida particularmente por Cazini, segundo a qual o Partido deve “primeiro se organizar, e depois lutar”. Somente no próprio curso da luta de massas e com base no estudo e na assimilação de sua experiência por todos os membros do Partido é que se torna possível um real fortalecimento das organizações partidárias.

Por outro lado, o fortalecimento do Partido pressupõe o mais amplo desencadeamento da autocrítica de baixo para cima, ligada a um minucioso debate, por toda a massa de membros do Partido, de todas as tarefas postas diante deles, ao balanço detalhado e à correção dos erros cometidos, à constante autoverificação no curso das lutas de massas e ao fortalecimento da disciplina partidária.

3. O PARTIDO AINDA NÃO APRENDEU A MANEIRA BOLCHEVIQUE DE COMBINAR OS MÉTODOS LEGAIS E CLANDESTINOS DE ATUAÇÃO. Por um lado, em algumas camadas do Partido, existem tendências “legalistas”, oportunistas de direita, que representam, na atual etapa, o perigo principal e que se expressam particularmente nos intentos de “aproximar-se” de diversos aventureiros e demagogos “de esquerda”, tais como Miguel Costa, e, dessa forma, garantir para si uma saída para a “ampla” arena das intrigas políticas mais ou menos “legalizadas”. As tendências “legalistas” também se expressam na subestimação do significado decisivo do aparelho partidário ilegal na atual etapa, na recusa em tomar medidas sérias e sistemáticas de luta contra os provocadores etc. Por outro lado, o Partido não tem lutado amplamente para aproveitar as possibilidades legais com objetivos revolucionários, criando para si, dessa forma, dificuldades para tornar-se um legítimo Partido de massas (subestimação da atuação nos sindicatos legais, indicação da palavra de ordem de boicote às eleições para a Assembleia Constituinte por alguns camaradas, recusa em utilizar editoras burguesas para publicar obras de Marx, Engels, Lênin e Stálin sob o pretexto de que isso seria “moralmente inadmissível” etc.).

Aproveitando ao máximo todas as possibilidades legais disponíveis, o Partido deve, ao mesmo tempo, prestar a mais séria atenção às tarefas de fortalecimento e saneamento do aparelho clandestino, afastando decididamente todos os elementos desconfiáveis e garantindo, em primeiro lugar, a ligação das regiões essenciais entre si e com os órgãos dirigentes. É de particular importância garantir o fornecimento mais sistemático possível de livros às organizações partidárias brasileiras, tanto os editados legal ou clandestinamente dentro do país quanto os editados no exterior.

4 ‒ A LIGAÇÃO INSUFICIENTE ENTRE O PARTIDO E A CLASSE OPERÁRIA. Enquanto não houver uma ligação firme entre o Partido Comunista e a classe operária, não se pode nem falar em bolchevização do Partido ou em sua transformação numa organização realmente capaz de liderar com êxito a luta revolucionária de massas. Entretanto, o PCB continua sendo de fato uma organização fechada que não soube estabelecer uma forte ligação com as massas proletárias.

Mesmo quando se criavam condições objetivas excepcionalmente favoráveis para o reforço da ligação entre o Partido e a massa trabalhadora ‒ tal como durante a greve dos ferroviários, quando as próprias massas, por vezes, “procuravam” o Partido Comunista e buscavam permanecer sob sua liderança ‒, elas foram extremamente mal aproveitadas. O Partido ainda está isolado das amplas massas operárias, ora ficando para trás na evolução do movimento de massas, o que constitui o perigo principal (assim, por exemplo, uma série de grandes greves se realizou sem qualquer participação do PC do Brasil), ora lançando, por outro lado, palavras de ordem e diretivas esquerdistas (tendências golpistas, subestimação da tática da frente única pela base etc.).

Embora o PCB já tenha começado a desenvolver parcialmente a estruturação partidária com base nas células de empresa, ele ainda não tem células na maioria das grandes empresas. Aquelas existentes estão isoladas das massas, não sabem do que elas vivem ou quais são seus sentimentos e exigências, nem têm encabeçado ou liderado as massas em sua luta econômica e política cotidiana.
O movimento sindical revolucionário, principal correia de transmissão entre o Partido e as massas operárias, encontra-se num estado de total desorganização e sua atuação não tem se baseado nas instruções dadas pelo CEIC na carta sobre o trabalho sindical nos países da América do Sul e do Caribe. O movimento sindical revolucionário não só não se fortaleceu nos últimos tempos, como, pelo contrário, perdeu as poucas forças que tinha. A direção da CGTB praticamente não existe e as organizações sindicais revolucionárias, com algumas exceções, só existem no papel, não estando realmente ligadas às massas nem desencadeando ou liderando sua luta. No fundo, não se realiza um trabalho sequer nos sindicatos reacionários anarcossindicalistas e reformistas nem nos sindicatos oficiais recém-fortificados.

O Partido não somente não aprendeu a realizar na prática a frente única pela base, mas também sequer ainda se deu conta, por parte de inúmeras camadas suas, da enorme e atual importância dessa forma de luta pelo apoio da maioria da classe operária. O Partido não tem conduzido quase nenhuma luta real por reivindicações parciais nem organizado ações de massas em torno delas, embora lhes dê grande espaço em seus “manifestos”. Apesar da crescente demagogia de nossos adversários e embora eles empreguem manobras “de esquerda” cada vez mais amplas, o Partido não soube até agora concentrar minimamente suas forças no desmascaramento de seus adversários no curso da atual luta das massas operárias por reivindicações parciais.

A tarefa imediata do Partido no que toca fortalecer sua ligação com as amplas massas proletárias é concentrar o trabalho num pequeno número de grandes empresas ‒ especialmente criando e fortalecendo células partidárias ‒ e numa série de grandes sindicatos. O Partido deve formular reivindicações básicas, orientadas à defesa dos interesses imediatos da classe operária diante da crescente ofensiva do capital, do reforço da reação política e do agravamento do perigo da guerra, e deve organizar ações de massas em defesa delas. As reivindicações devem se adaptar às condições de cada região e de cada empresa, ter um caráter plenamente concreto e ser inteligíveis aos operários mais atrasados. O Partido deve criar nas grandes empresas “comitês de luta contra a ofensiva do capital e a reação política” como órgãos da frente única pela base, chamando a participarem trabalhadores de todas as orientações políticas e buscando, ao mesmo tempo, garantir a liderança comunista nesses comitês.

As células partidárias nas empresas e as frações comunistas nos sindicatos devem propor aos “comitês de luta” e às lideranças sindicais que se organizem ações de massas em defesa das reivindicações parciais ‒ comícios, manifestações, greves etc. ‒, desmascarando implacavelmente no próprio curso da luta de massas todas as tentativas de nossos inimigos de arrasar, sabotar e atraiçoar essa luta.
O Partido deve prestar a mais séria atenção à seleção e formação dos quadros dirigentes do movimento sindical revolucionário, organizando uma rede de cursos sindicais, criando uma publicação especial para os sindicatos etc.

5 ‒ A EXTREMA DEBILIDADE DO TRABALHO PARTIDÁRIO NO CAMPO. Embora a vitória da revolução democrático-burguesa só seja possível garantindo-se o papel dirigente do proletariado comandado pelos comunistas, o PCB, com relação ao campesinato trabalhador, mesmo tendo obtido recentemente alguns êxitos, principalmente em São Paulo, no trabalho entre o proletariado agrícola, foram êxitos, em primeiro lugar, não consolidados por uma campanha de recrutamento bem sucedida e, em segundo lugar, não aproveitados para adentrar a influência partidária nas amplas camadas do campesinato pobre e médio. O Partido continua a subestimar a importância de uma liderança proletária no movimento camponês e não tem conduzido nenhuma luta real pelas reivindicações parciais do campesinato trabalhador, sequer elaborando uma lista delas. Quase não reagindo diante da luta das massas camponesas que tem se desenvolvido espontaneamente e adquirido, em vários casos, um caráter bastante impetuoso, o Partido, por outro lado, às vezes tem proposto diretivas que superestimam o amadurecimento da situação revolucionária e que, por isso, ficam em suspenso (tais como a da criação de sovietes camponeses, proposta em São Paulo no tempo da “guerra civil”).

As tarefas imediatas do Partido nesse âmbito são: a) criar células partidárias nas grandes regiões agrícolas, chamando os melhores e mais conscientes assalariados agrícolas e camponeses pobres e médios que no passado tenham participado ativamente do movimento revolucionário espontâneo dos camponeses; b) mobilizar parte dos quadros ativos urbanos num trabalho permanente no campo; c) realizar um trabalho sistemático nos sindicatos agrícolas já existentes e criar novos sindicatos; d) criar “comitês de luta camponeses” em prol dos interesses imediatos do campesinato pobre e médio e do proletariado agrícola; e) elaborar reivindicações parciais concretas e realizar em sua defesa uma série de ações de massas que passo a passo levem o campesinato a lutar pela apropriação e divisão imediatas dos latifúndios; f) estabelecer ligações com os melhores elementos do movimento dos “cangaceiros” que sejam estreitamente ligados às massas e conquistar a liderança desse movimento.

6 ‒ A EXTREMA DEBILIDADE DO TRABALHO PARTIDÁRIO ENTRE AS MASSAS TRABALHADORAS DOS POVOS OPRIMIDOS. O Pleno de agosto de 1932 do CC submeteu a uma séria discussão a questão nacional, o que sem dúvida indica por si só um notável passo adiante. Mas nesse mesmo Pleno se revelou com toda clareza o quão débil ainda é a lida com os princípios básicos da política leninista das nacionalidades, mesmo entre os quadros dirigentes do Partido; assim, por exemplo, certos participantes desse Pleno se manifestaram contra a diretiva do direito dos povos à secessão, apontando que essa aspiração já fora alcançada nos EUA, onde os negros seriam “separados” dos brancos por lhes serem destinados, por exemplo, lugares especiais nos bondes, trens etc. Goza de ampla difusão no Partido toda sorte de teorias “raciais” burguesas, tal como a tendência a reunir os diversos povos indígenas numa única “raça”, escondendo a recusa em lutar pelo direito dos povos indígenas à secessão. O conjunto do Partido ainda não desenvolveu nenhum trabalho prático entre as massas trabalhadoras dos povos oprimidos em defesa de sua libertação nacional, limitando-se, no melhor dos casos, a frases e raciocínios gerais.

As tarefas do Partido nesse sentido são: a) lutar decididamente contra a subestimação da questão nacional, defender a palavra de ordem leninista do “direito dos povos à secessão” e combater toda e qualquer deturpação desse princípio; b) chamar às fileiras do Partido os melhores representantes do movimento revolucionário espontâneo das massas trabalhadoras negras e indígenas; c) articular a luta por reivindicações parciais à luta pela libertação nacional dos trabalhadores negros e índios (exigir iguais condições de trabalho aos operários de todas as nacionalidades, a abolição do trabalho forçado dos índios etc.).

7 ‒ O PARTIDO TEM PRESTADO UMA ATENÇÃO EXTREMAMENTE DÉBIL AO TRABALHO ENTRE AS MULHERES E A JUVENTUDE TRABALHADORA. O trabalho sistemático entre as mulheres trabalhadoras é, no fundo, totalmente inexistente. No que concerne à FJC, o Partido não soube lhe manter as rédeas de modo sistemático e bem orientado politicamente, e por isso, em algumas camadas dessa juventude, ainda circulam teorias “vanguardistas”, bem como diretrizes pela sua conversão numa “organização de massas que abarque os jovens trabalhadores de todas as orientações políticas”, diretrizes que a transformariam, se postas em prática, numa arma política antipartidária e contrarrevolucionária.

8 ‒ O PARTIDO TEM PRATICAMENTE MENOSPREZADO A IMPORTÂNCIA DE LUTAR CONTRA OS IMPERIALISTAS, não tem realizado um trabalho sistemático para esclarecer as massas sobre a ligação indissolúvel entre as tarefas da revolução antifeudal e anti-imperialista, quase não soube penetrar nas empresas industriais e fazendas que se encontram nas mãos do capital estrangeiro e não tem proposto reivindicações parciais, articuladas especialmente com as tarefas gerais da luta para libertar o Brasil do domínio imperialista.

9 ‒ O PARTIDO AINDA NÃO SE CONSCIENTIZOU DA ENORMIDADE DO PERIGO DA GUERRA E NÃO TEM REALIZADO UM TRABALHO ANTIMILITARISTA SISTEMÁTICO NO ESPÍRITO DO MARXISMO-LENINISMO. Apesar da enorme importância do Brasil como uma grande base de retaguarda ou mesmo como um dos participantes de uma futura guerra interimperialista ou de uma guerra contrarrevolucionária dirigida à URSS e apesar do evidente perigo de uma intervenção brasileira numa guerra nas cabeceiras do Amazonas, o Partido não tem realizado uma campanha sistemática contra o perigo da guerra. Mesmo durante as greves que o Partido mais ou menos ativamente liderou, ele quase nada fez para ligar as reivindicações dos grevistas com as palavras de ordem antimilitaristas. O Partido não tem criado “comitês de luta contra a guerra” nas empresas industriais nem nas zonas rurais. De maneira absolutamente insatisfatória se realizou a preparação para o Congresso Latino-Americano Contra a Guerra Imperialista ‒ arregimentação insuficiente das massas, convite a trotskistas etc. O partido não ostenta nenhuma conquista real no trabalho entre as Forças Armadas das classes dominantes, limitando-se a lançar, vez ou outra, panfletos e apelos isolados, geralmente com diretrizes políticas errôneas. Assim, por exemplo, durante a “guerra civil” do ano passado, alguns apelos partidários propunham a diretriz pacifista pequeno-burguesa da luta “contra todas as guerras”, defendiam a teoria do “mal menor” com relação aos tenentistas, apoiavam a “tese” absurda de que a “preparação de uma intervenção antissoviética” era o “fator principal” das guerras no Chaco e no Brasil etc.

Em algumas camadas do Partido circula uma teoria esquerdista segundo a qual “a guerra seria um fato positivo, pois conduziria à revolução”, ou seja, uma teoria completamente oportunista, que esconde a incapacidade e a má vontade em realizar um trabalho de massas sistemático que desencadeie as lutas de classe na cidade e no campo, levando a classe operária e o campesinato trabalhador à revolução.

10 ‒ O PARTIDO NÃO LANÇOU UMA PROPAGANDA SISTEMÁTICA DAS CONQUISTAS DA EDIFICAÇÃO SOCIALISTA NA U.R.S.S. As tentativas de criar uma “Sociedade dos Amigos da URSS” até agora só levaram ao surgimento de organizações absolutamente desligadas das massas e convertidas num reduto de intelectuais pequeno-burgueses, parte dos quais intrigava contra o Partido sob o abrigo de um fraseado “de esquerda” e “pró-soviético”. O PCB não tem realizado uma campanha sistemática de esclarecimento sobre os êxitos, dificuldades e tarefas da edificação socialista na URSS, e em certas camadas do Partido existe até uma desconfiança nas iniciativas do PC(b) da URSS e do governo soviético, chegando a casos de calúnias trotskistas contra os bolcheviques e o camarada Stálin.

11 ‒ O PARTIDO TEM PRESTADO UMA ATENÇÃO INSUFICIENTE À FORMAÇÃO INTERNACIONALISTA DE SEUS MEMBROS. Não têm sido esclarecidos os grandes acontecimentos de importância internacional e não tem sido feita nenhuma tentativa de estabelecer ligações entre esses acontecimentos com esta ou aquela tarefa do Partido e das amplas massas trabalhadoras.

12 ‒ ATUALMENTE A IMPRENSA PARTIDÁRIA AINDA NÃO CONSTITUI DE FORMA ALGUMA UM AUTÊNTICO “ORGANIZADOR COLETIVO” DAS MASSAS. Mesmo A Classe Operária, órgão central do Partido, tem aparecido de forma absolutamente irregular e sua ligação com as massas é muito débil. Ele não tem lançado luzes sobre a vida cotidiana dos trabalhadores nem respondido a seus interesses presentes ou refletido suas necessidades vitais. Ao mesmo tempo, A Classe Operária não está em condições de elevar o nível de consciência política das massas nem de servir como um autêntico propagador das ideias comunistas entre as massas. É indispensável: а) garantir uma tiragem regular e uma ampla divulgação de A Classe Operária; b) garantir um afluxo constante de correspondência operária e camponesa, desenvolver uma rede de correspondentes operários e camponeses e organizar-lhes a direção; c) criar um quadro permanente de colaboradores políticos para o jornal, capazes de assegurar-lhe uma feição bolchevique; d) garantir a liderança permanente do jornal por parte dos órgãos dirigentes do Partido.

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            A fim de livrar o Partido dos elementos estranhos e convertê-lo numa autêntica organização bolchevique, é indispensável debater a presente carta e as instruções especiais listadas, que devem ser trabalhadas pelo CC do PCB em todos os círculos partidários, nos comitês, células e frações comunistas, bem como traçar um plano concreto para livrar o Partido dos elementos estranhos e para reestruturar radicalmente todo o trabalho partidário.


[1]  “... especialmente o argentino”: riscado na versão brasileira.

MUNDO: 10 razões pela qual o regime de Poroshenko teria derrubado o avião da Malásia na Ucrânia

Por Cristiano Alves


Evidências sugerem que o regime de Poroshenko, na Ucrânia, teria derrubado o avião Boeing 777 da Malásia, todavia o verdadeiro alvo era o avião do Presidente da Rússia, semelhante ao da Malásia em suas cores e forma. Além das cores parecidas, ambos se cruzaram em céus poloneses.

Diversos meios de mídia ocidental se apressaram em culpar a Rússia e o Exército Popular da Novorrússia, todavia há alguns fatos que são intencionalmente omitidos na guerra de informação antirrussa:

1- O avião presidencial russo e o avião civil malásio eram idênticos vistos de uma certa distância
2- O avião civil foi derrubado em território ucraniano e não russo!
3- O Boeing 777 voava a 10 mil metros de altura. O Exército Popular(opolchentsy)  da Novorrússia não dispõe de armamento militar capaz de atingir esta altitude. Todo o armamento anti-aéreo dos guerrilheiros antifascistas limita-se a mísseis terra-ar Iglá, cujo alcance operacional é de apenas 5,2 mil metros de altitude, e canhões anti-aéreos, de alcance similar. Ambos os armamentos são incapazes de derrubar uma aeronave a 10 mil metros de altitude, sendo viável apenas para o abate de helicópteros e caças de ataque voando a baixa altitude.
4- A Novorrússia não possui força aérea.
5- Para derrubar um avião voando a 10 mil metros de altura a partir da terra é necessário um míssil terra-ar com alcance de 10 mil metros. O regime de Kiev, possui o complexo Buk, criado na época da União Soviética. Esse sistema pode disparar mísseis com alcance superior a 10 mil metros. De acordo com testemunhas, ele foi visto sendo levado para o leste da Ucrânia pelos maidanistas a serviço de Poroshenko.
6- Novas evidências sugerem que o avião malásio foi derrubado não por disparo de míssil terra-ar, mas por canhões de caças da Força Aérea Ucraniana, evidências como supostos danos de tiros de canhão.
7- O ataque teria sido um false flag, isto é, teria sido provocado pelo governo ucraniano com o objetivo de culpar os russos ou os novorrussos.
8- A mídia ocidental tem feito de tudo para culpar os russos, inclusive tem mostrado a "palavra sagrada" de Obama, que aparece como se fosse um papa medieval dando o seu entendimento infalível e inequívoco.
9- No Brasil a Rede Globo de Televisão e seu famigerado jornalismo declarou a "absoluta certeza da culpa dos russos", isso antes que as comissões investigativas internacionais tenham feito qualquer conclusão.
10- O ministro dos transportes da Malásia oficialmente informou que a Federação Russa "faz tudo o possível para ajudar nas investigações" da tragédia do Boeing 777. A companhia aérea informou que obrigaram a linha a diminuir a altitude, e isso poderia fazer apenas o controlador de voo ucraniano.

BRASIL: Deputado Jean Wyllis insinua que derrubada de Boeing sobre a Ucrânia foi "ataque homofóbico"


Por Cristiano Alves

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O deputado Jean Wyllys, do PSOL, ex-Big Brother Brasil, insinuou recentemente que a derrubada do Boeing 777, da Malásia, sobre o território da Ucrânia foi um "ataque homofóbico". Na rede social Facebook, ele alega estar "apenas fazendo uma pergunta", uma pergunta cuja resposta já é insinuada pelo deputado.

Nas palavras de Jean Wyllys, seu olhar é "mais humanitário e menos preocupado com a geopolítica". Ele conclui sua postagem no Facebook, questionando "se o fato de haver especialistas em HIV/AIDS à bordo do avião terá sido uma mera coincidência ou pode apontar para uma outra explicação sobre o abatimento da aeronave numa região da fronteira entre dois países conservadores?".


A postagem de Jean Wyllys não inclui nenhuma menção ao regime de Poroshenko, neofascista tolerante com a agenda LGBT e o programa imposto à Ucrânia pelos Estados Unidos e a União Europeia. O que se pode concluir da postura do parlamentar é que se trata de um oportunista de primeira linha, não um "humanista", como ele se diz, mas sim um fascista colorido preocupado exclusivamente com sua agenda política. Nos últimos dois meses, segundo fontes de notícia, 250 civis foram mortos só em Lugansk! Milhares de civis na Novorrússia(Donetsk e Lugansk) foram mortos por armas como bombas de fragmentação, bombas de fósforo branco, bombardeios de artilharia pesada e por outros armamentos. Aos olhos dos defensores de direitos humanos ocidentais, mais interessados em causas festivas, a vida dessas milhares de vítimas não valem absolutamente nada.

Ao deputado Jean Wyllys, entretanto, é mais preocupante a falta de fitinhas coloridas LGBT, em contraste com abundância de fitas georgianas ostentadas pelo Exército Popular. A nova cantilena das "ONGs defensoras de direitos humanos" agora é querer acusar a Rússia de ter "acabado com a chance de cura da AIDS". Cabe a cada um escolher seu lado!

sábado, julho 12, 2014

EDITORIAL: Resposta ao leitor Felipe


Felipe disse:



"Cristiano, eu posso estar enganado, mas você não está achando que a Rússia é o "lado bom" dessa história. Devemos lembrar que a Rússia não é mais a URSS dos tempos de Lenin e Stalin, mas sim um país capitalista imperialista emergente. Eu vejo essa questão na Ucrânia mais como uma conflito entre 2 oligarquias (a pró-UE e a pró-russa)."


Nós respondemos:


Felipe sua análise é bastante superficial e sem qualquer objetividade! Nós aqui não trabalhamos com "lado bom". Lado "bom" e "mau" é para pessoas com baixo intelecto.

O que existe na Rússia é uma ofensiva do imperialismo que por enquanto se limita à Ucrânia, mas é só uma questão de tempo para que esse mesmo imperialismo o faça na Rússia com o objetivo de fragmentar o único país do mundo que tem condições de peitar o imperialismo, além da China, claro.

O fato da Rússia não ser mais a mesma "dos tempos de Lenin e Stalin" não quer dizer que lá não se possa fazer uma oposição ao imperialismo, não quer dizer que lá não haja milhões de pessoas que irão sofrer com a ofensiva do imperialismo, essas pessoas em nada contam para você?

Eu tive a oportunidade de conhecer um operário de Donetsk, ele me falava da situação em seu país, o terror ao qual o seu povo é submetido, impedido de levar uma vida normal, em breve publicarei a entrevista.

Sem a Rússia para parar o imperialismo, quem vai fazê-lo? Você? Fico imaginando você levantando alto cartazes dizendo "Abaixo o imperialismo", e daí alguém na Casa Branca cessa as suas ações por causa da sua cartolina.

Por favor!

sexta-feira, julho 11, 2014

MUNDO: Rússia perdoa dívida de Cuba.

Por Yahoo Notícias


O presidente de Cuba, Raúl Castro, agradeceu nesta sexta-feira a "grande generosidade" do povo russo ao perdoar 90% da dívida que a ilha contraiu com a extinta União Soviética, ao mesmo tempo em que respaldou a atual política da Rússia no âmbito internacional.

"Depois de tantos anos, o fato de a Rússia perdoar 90% dessa dívida e que os 10% restantes, US$ 3,5 bilhões, sejam investidos em Cuba, é uma amostra mais e novamente uma grande generosidade palpável do povo russo com Cuba", disse Raúl Castro, destacando que sem a ajuda do bloco soviético a Revolução Cubana não teria podido avançar.

O presidente cubano se reuniu hoje com seu colega russo, Vladimir Putin, de visita oficial nesta sexta-feira em Havana, onde ambos pronunciaram discursos após seus governos assinarem uma dezena de acordos para relançar a relação bilateral.

Raúl Castro se declarou "muito satisfeito" com o estado das relações entre Rússia e Cuba após a nova etapa que se abriu em 2000, quando Putin visitou pela primeira vez a ilha.
O presidente cubano também quis aproveitar para apoiar a atual política internacional de Putin, mas não sem cometer um pequeno deslize.

"Na arena internacional concordamos com a atual política inteligente e de firmeza da União Soviética, quer dizer, da Rússia", declarou o general Castro.

Segundo o líder cubano, a queda da URSS produziu um desequilíbrio no poder mundial, mas a partir do ano 2000 "essas forças começaram a se recuperar e estamos vendo seus efeitos na atualidade".
A chegada de Putin ao país caribenho ocorre uma semana depois que o Parlamento russo ratificou um acordo bilateral pelo qual Moscou perdoa 90% da dívida que Cuba tinha contraído com a extinta União Soviética.

Segundo informou hoje o Kremlin, o governante russo já sancionou a lei de perdão dessa dívida, que superava os US$ 35 bilhões. EFE

FOTO DA SEMANA

Pavel Gubarev, Arsen Pavlov e vários dos combatentes do Exército Popular. Na parede, fotos de Che Guevara, Hugo Chávez, Aleksandr Lukashenko e Vladimir Putin.



MUNDO: Vladimir Putin e a luta anti-imperialista

Por Cristiano Alves


O presidente russo pode não ser comunista e mesmo ter posições políticas internas preocupantes, mas os povos do mundo veem nele um importante aliado na luta contra o imperialismo





O imperialismo é a fase superior do capitalismo, já dizia Lenin. Com uma indústria desenvolvida e na ânsia de aumentar ainda mais os seus lucros, ele dinamiza a indústria bélica para invadir países e saqueá-los, o que gera trilhões para grandes empresas dos principais países capitalistas. Esse imperialismo, embora exercido em conjunto por uma série de países, encontra seu ímpeto mais agressivo nos Estados Unidos da América, que o escancara sob a falácia da "luta pela liberdade e pela democracia". A "Terceira Roma" não poupa esforços para combater exclusivamente fora de seu território, enviando sua marinha para os locais mais distantes do planeta e dar umas "liçõezinhas de democracia". Há um país, entretanto, que pela sua herança do passado se contrapõe a isso, a Rússia de Vladimir Putin.

Mimi Al Laham, mais conhecida como "A garota síria", ativista síria residente nos Emirados Árabes Unidos, tem enfatizado em várias oportunidades o papel da Rússia na manutenção da paz na Síria. O governo de Putin enviou cruzadores, poderosas belonaves, para o Oriente Médio, além de ter enviado suprimentos médicos e militares para Assad, presidente sírio, armas, consertado seus helicópteros de ataque, e enviado as versões mais modernas do helicóptero de ataque Mi-25, essencial no combate às guerrilhas terroristas. Ele também exigiu o fim do apoio à Al-Qaeda na Síria, que lutava contra Assad e era apoiada pelos EUA e Israel. Além das fronteiras sírias, o governo de Putin também foi fundamental na manutenção da paz na Ossétia georgiana, atacando um aliado da OTAN, na manutenção da República Socialista da Transnístria, uma chama não apagada que restou da URSS, é um importante aliado da república socialista de Belarus, da Cuba socialista, da Coreia do Norte, além de ter garantido apoio ao direito de autodeterminação do povo da Crimeia. Na Ucrânia Oriental, apesar dos milicianos clamarem ter sido abandonados, ele tem, dentro de suas possibilidades, urgido ao povo russo que ajude a Novorrússia.

Não se pode ter a ilusão de que Putin é um novo "camarada soviético", mas sem dúvidas, nos últimos anos, tem se revelado um importante aliado estratégico que se colocou na frente das investidas mais insanas e sanguinárias do imperialismo, exercidas pela OTAN. Deste modo, esse mérito não pode ser retirado do presidente Vladimir Putin, que agora se encontra frente a uma importante decisão a ser tomada da qual dependerá o destino da Rússia e de todas as lutas anti-imperialistas no mundo todo, quanto à questão ucraniana. Não se pode pensar em um mundo novo sem se pensar na Rússia, dela depende em grande parte a força do movimento comunista mundial. Sua derrota é a vitória das doutrinas de senhoria mundial, da barbárie e da insanidade, e para derrotar a Rússia o imperialismo trabalha dia e noite, militarmente e "pacificamente", com uma guerra de informação contra a Rússia, caluniando-a e difamando-a, o que merece o nosso decidido repúdio e oposição!

quinta-feira, julho 10, 2014

DENÚNCIA: Internauta misógino e racista continua solto

Por Cristiano Alves



Há pelas redes sociais, especialmente o Twitter, um troll racista e misógino que se apresenta pelo nome de Maurício Alves Neto. A estratégia deste troll consiste, resumidamente, em me acusar daquilo que ele pratica, ressentido por que não o incluí em meus círculos de amizade.

Já denunciado em A Página Vermelha, aparentemente se trata de um sujeito bipolar carente de atenção. Já foi flagrado se declarando olavette, stalinista, anarquista, liberal, nazista e social-democrata, é como uma biruta, que vai na direção que o vento sopra. Às vezes ele volta a assumir posições políticas que há apenas alguns dias atrás dizia ter recusado. O perfil do indivíduo chega a ser algo histriônico, bizarro. Que tipo de indivíduo mantém em seu álbum de fotos pessoal uma coleção dos insultos mais pesados? As imagens falam por si só! (Clique para ampliar)










O indivíduo é conhecido inclusive pelo movimento negro

Seu racismo já chamou a atenção até mesmo da direita política


O álbum do dito cujo é estranho. Além do uso de óculos escuros dentro de casa, coleciona insultos.




O dito cujo, que jamais pegou num fuzil ou prestou serviço militar, se diz "comandante"