quarta-feira, novembro 05, 2014

POLÍTICA: Stalin foi a espada de retaliação do povo russo, afirma clérigo ortodoxo

Por Cristiano Alves




É extremamente comum ouvir de hordas fanáticas e histéricas de certos religiosos argumentos diabólicos, inquisitórios e desonestos quando se trata da época de Stalin, sempre retratando-o como "um monstro", e qualquer argumento em sua apologia é imediatamente tido como uma tentativa de "pintá-lo como santo", dizem estas pessoas cinicamente. Recorrem a verdadeiros berros. Mas se é para discutir com base em metafísica, vamos à ela, vamos saber o que pensa um alto sacerdote cristão.

Com quase 90 anos, ainda lúcido, pai de 4 filhos, avô de 4 netos, bisavô de 3 bisnetos e tataravô de 1 tataraneto,  o arcipreste Sergiy Vishnyevskiy foi entrevistado por uma rádio ortodoxa acerca de várias questões contemporâneas. O arcipreste ortodoxo cresceu e viu a era soviética e os tempos de Stalin, mas o que ele pensa a respeito do período?

Stalin foi a "espada de retaliação" do povo russo, afirmou o arcipreste da Igreja Ortodoxa Russa, em entrevista dada a uma rádio ortodoxa. Retaliação, no cristianismo, pode ser entendido como a "resposta justa", que segundo o sacerdote foi dada pelo povo russo contra os seus invasores na defesa da Rússia.

Na opinião do clérigo, o socialismo surgiu quando o tzar decepcionou a Deus, com seus erros, e assim perdeu o direito de governar, apresentando o socialismo como o melhor sistema de governo, depois da monarquia, quando este não apresenta um caráter ateísta. Entrevistado sobre o capitalismo, o sacerdote alegou que se trata de um sistema de ladinos, baseado na desonestidade. O socialismo, que houve na União soviética, foi a alternativa para permitir às pessoas simples ter acesso ao poder, um sistema baseado na solidariedade, no bem estar do povo, afirmou o arcipreste Vishnyevskiy. em sua concepção, era um sistema onde todos tinham trabalho, educação de qualidade e as pessoas se ajudavam mutuamente não apenas por dinheiro. Ele também denunciou a infiltração de elementos sionistas como Viktor Suvorov (Vladimir Rezun) no KGB, sendo este judeu sionista que usou-se de um mecanismo criado por Stalin como órgão de segurança, para difundir falsidades sobre o sistema soviético.

Veterano da Segunda Guerra, da arma de Material Bélico (geralmente responsável pela manutenção e guarida de armamentos, munições e veículos), Sergiy Vishnyevskiy, que se declara um "verdadeiro stalinista" foi condecorado com várias ordens e medalhas da II Guerra Mundial. Em sua paróquia vemos seus ícones e acessórios religiosos dividir o espaço com um pequeno busto de Stalin.

O clérigo stalinista, tataravô, e algumas de suas ordens e medalhas junto ao seu crucifixo



Fonte:

http://ruskline.ru/news_rl/2011/10/28/audio_protoierej_sergij_vishnevskij_ya_nastoyawij_stalinist/
http://www.voskres.ru/podvizhniki/vishnevsky.htm

28 comentários:

Carlos disse...

Stalin era ateu.
A afirmação deste pope de que o socialismo foi um castigo para o tzar, mostra que ele não é marxista (nem leninista) e que na realidade o sistema que admira é a monarquia (como seria de esperar num pope). Para quê incluir apontamentos sobre este tipo de maluquinhos na página vermelha? O que tem isto a ver com comunismo? Desapontador ver este tipo de idiotices misturadas com bons artigos de marxismo.

A Página Vermelha disse...

@Carlos

Eu sugiro que você se atualize. Já faz muito tempo que o comunismo fez uma autocrítica de sua postura quanto à religião.

Ignorar as mudanças da atitude da religião quanto ao comunismo e do comunismo quanto à religião é incorrer no mesmo erro que os reacionários que acham que "o comunismo é ateu e anticristão".

Primeiro o comunismo não é ateísmo, isso Marx enfatizou em sua obra "Manuscritos econômico-filosóficos". Segundo que Stalin também não era ateu. Isso é atestado por seus descendentes, militantes comunistas, bem como nas memórias de seus seguranças pessoais.

O ícone de Nossa Senhora de Kazan foi levado ao front de Stalingrado. Muitos clérigos ortodoxos são veteranos da II Guerra que tem mais moral pra falar de comunismo do que qualquer ateu ou neo-ateu!

Segundo que começou uma campanha ateísta realmente forte não foi Stalin, mas sim Nikita Khruschov! Inclusive utilizando o sucesso da Corrida Espacial nesse sentido.

Devemos analisar as coisas conforme os seus fins. Enquanto hoje nas trincheiras da Novorrússia a bandeira soviética e a de Cristo Pantokrator tremulam juntas, os ateus hoje defendem o pós-modernismo, uma "cruzada contra a homofobia", "FEMEN", "Pussy Riot" e outras excrescências reacionárias ocidentais.

Carlos disse...

Stalin era sim ateu, negar isso vai contra o que o próprio Stalin disse várias vezes e os seus atos.
O comunismo é ateu e não há nenhuma vergonha nisso, para ser comunista você não tem que ser ateu, pois isso é do domínio das suas crenças pessoais. Aliás ser-se ateu não é ser-se anticristão, ser-se ateu é dizer-se não há provas da existência de deus ou qualquer entidade sobrenatural. Mas o Marxismo e o Leninismo como filosofias políticas são ateias. Clérigos ortodoxos veteranos da segunda guerra mundial lutaram contra a invasão fascista do seu país, isso não faz deles comunistas, faz deles patriotas. Marx enfatisou que o comunismo não era ateísmo, claro porque o comunismo é a doutrina da libertação do proletariado, não a doutrina do ateismo nem implica a obrigação de se ser ateu. Mas a grande maioria dos marxistas consequentes e revolucionários era ateu, Marx, Engels, Lenin, etc. Muitas vezes ocorrem estar bandeiras juntas que têm fins opostos, na segunda guerra mundial a URSS era aliada dos EUA e do império britânico, e os objetivos e ideologia destes eram totalmente opostos aos da URSS. Quanto a atualizar-me... eu não sou adepto do revisionismo. Se algum comunista fez uma autocrítica, gostaria de saber em relação a quê... o que haveria de criticar em relação ao ateísmo do Marxismo?
Para que se lembre do que são os padres na generalidade:
https://www.youtube.com/watch?v=xrojz2rxRD8

A Página Vermelha disse...

Ser ateu é negar um deus ou deuses, o comunismo não é negação, é a negação da negação. Está mais do que evidente que você jamais leu as obras de Marx, como jamais leu as obras de Stalin. Em nenhum momento ele se diz ateu.

"Clérigos ortodoxos veteranos da segunda guerra mundial lutaram contra a invasão fascista do seu país, isso não faz deles comunistas, faz deles patriotas."

Não, isso faz deles também comunistas. Primeiro por que a pátria pela qual lutavam era uma pátria socialista, segundo por que não se constrói socialismo com o triunfo de um regime anticomunista como o nazismo.

Aliás, isso faz deles muito mais comunistas do que muito "revolucionário de divã" cuja única atividade principal é criticar a tudo e a todos. Pessoas como você vivem uma utopia e claramente não tem a mínima noção do que é o materialismo dialético.

Você se comporta como um desertor isolado. Enquanto você esperneia por causa de religião o PC russo hoje tem como um de seus principais aliados a Igreja Ortodoxa, vários PCs no mundo tem em igrejas os seus aliados. Cuba inaugurou há alguns anos uma catedral ortodoxa em Havana, o que foi celebrado por Raul Castro e o Patriarca Cirilo.

Seu vídeo é absolutamente irrelevante nesse debate, visto que ele mostra apenas um padre católico. Ortodoxia e catolicismo são totalmente diferentes! Aliás, a maioria dos votos para o PT vieram de católicos.

O que haveria de criticar em relação ao ateísmo? O ateísmo não tem mais relevância histórica desde o começo do século passado. Até a primeira metade do século passado o ateísmo foi funcional para acabar com a visão idealista e metafísica do mundo, dando lugar à visão científica.

Hoje a única coisa que militante ateu sabe fazer é dizer "como é lindo dois homens se pegando". Ou seja, é uma ideologia funcional ao pós-modernismo, ao liberalismo, ao que existe de mais reacionário no mundo capitalista!

A Página Vermelha disse...

Se há uma criatura que está começando a ficar tão insuportável quanto os reacionários são esses "puritanos de esquerda".

A Página Vermelha disse...

"Padre contra a "desestalinização""

Artigo sobre o hieromonge Platon:

http://www.kprf.org/showthread-t_9187.html

Stalin e a Igreja Ortodoxa Russa, entrevista com um marxista sobre o assunto:

https://www.youtube.com/watch?v=vHyS2aJGsXk

A Página Vermelha disse...

A própria denominação "Igreja Ortodoxa Russa" surgiu na época de Stalin. Até a revolução era "Igreja Católica Ortodoxa Greco-Russa".

A Página Vermelha disse...

Você deveria ler "Stalin i tserkov", de Pavel Pobedonostsev:

http://dorokhin-duma.ru/wp-content/uploads/2012/06/Stalin-i-tserkov-glazami-sovremennikov.jpg

Felipe disse...

Também não generaliza né, Cristiano! Nem todo ateu é pós-moderno. Mesmo que na época da 2° GM, ortodoxos e comunistas tenham lutado do mesmo lado contra a invasão nazista, isso não faz com que a religião deixe de ser idealista.

Felipe disse...

Aliás, eu acho muito restritivo esse uso do termo pós-moderno para classificar movimentos que não são revolucionários. O grande entrave para o caminho rumo ao socialismo e o comunismo são as teorias idealistas em geral (da qual o pós-modernismo também se inclui, mas não é a única).

Carlos disse...

Meu amigo, já li sim as obras de Marx e já agora aproveito para perguntar em que página dos manuscritos econômico-filosóficos Marx enfatiza (segundo você o diz) que comunismo não é ateísmo. O contexto dessa frase terá muito peso na discussão, pois certamente comunismo também não é religiosidade. Quanto a Stalin também já li. Você não foi o único no mundo a ler estes autores nem deve ficar tão exarcebado por uma crítica, a não ser que prefira os reacionários... Marxismo é dialética e isso exige crítica.
No segundo post diz coisas óbvias como não se constrói o comunismo com a vitória do nazismo - claro isso é óbvio. Mas ser patriota na URSS não significava ser comunista, não necessariamente, até porque a pátria já existia antes da URSS e como falou noutro post existem outros patriotas que são de diferentes convicções ideológicas (existem sempre). Num país tão grande como a URSS nem toda a gente era comunista, aliás até havia bastantes fascistas, como se vÊ agora na Ucrânia.
Vamos ver, Stalin era um mestre dentro da ideologia que dá corpo ao comunismo não é verdade? Ele dizia-se discípulo de Lenin e escreveu um livro sobre Leninismo; por sua vez Lenin dizia-se discípulo de Marx e Engels e escreveu vários livros sobre Marxismo; Ambos escreveram livros sobre a base filosófica: o materialismo dialético - essa base filosófica é materialista (tal como as ciências naturais) ou seja não concebe deus na explicação dos fenómenos. Logo é ateia. Logo Stalin era ateu. E nem é preciso grandes declarações porque senão parece que estamos com medo dessa condição de ateísmo, isso advém com naturalidade.
Sou revolucionário do divã? E você é o quê? Revolucionário da internet? Chamar nomes às pessoas sem se saber bem com quem se está a falar é tolice. Mas é provável que na minha vida já tenha sido muito mais revolucionário que você, visto que você acha natural que o PC da Rússia tenha como aliado a igreja ortodoxa, isso sim é que é um ato revolucionário!
Não quero gabar mas venho de uma família em que o tio-avô lutou na guerra civil em Espanha e o pai defendeu a revolução portuguesa. Só para que não pense que foi ontem que ouvi falar de comunismo...
Cristiano, igreja é igreja, gera sempre pela sua crendice pessoas reacionárias. Claro que há excepções, há padres que seguem o exemplo "revolucionário" de jesus cristo e estão com o povo humilde, mas na sua esmagadora maioria, padre, seja de que igreja for, é reacionário - faz parte da sua visão do mundo ser assim.
Sobre Cuba tenho aqui o dvd da visita do papa se quiser ver, acho aborrecido, apenas admiro ver a diplomacia e a sabedoria com que Fidel lida com estas questões. E é também interessante notar que muitos dos cubanos entrevistados se declaram não religiosos, ou seja se não são ateus, estão bem lá perto!
Pois é, seria muito bom que neste mundo a visão materialista tivesse triunfado, mas como vemos na maioria das pessoas e nos media, continua a ser forte o pendor da filosofia idealista, que domina esta sociedade burguesa.
Não sei como chega do ateísmo à homossexualidade, não vejo qualquer relação. Ateísmo tem relação com as ciências e o progresso do conhecimento humano.
Digamos que o melhor então, já que a minha crítica lhe causou tanto transtorno, será separar aquilo que são questões políticas e de abordagem filosófica materialista do mundo, daquilo que é religiosidade, que dadas as liberdades individuais poderão ficar à escolha de cada um.

A Página Vermelha disse...

@Carlos

"essa base filosófica é materialista (tal como as ciências naturais) ou seja não concebe deus na explicação dos fenómenos. Logo é ateia. Logo Stalin era ateu."

Está errado o seu raciocínio! Aliás, eu já corto logo ele pela raiz. "Filosofia" vem de "filos + Sofia". Sofia, caso você não saiba, era a deusa grega da sabedoria. Logo pelo seu raciocínio (evidentemente falacioso), Marx era pagão, já que era "filósofo" (amiga da deusa Sofos). Aliás, nisso insistem os seus críticos de direita, que já inventaram até uma "missa negra" para Marx, acusando-o de bruxaria. Aliás, pelo seu raciocínio, todo ateu russo na verdade é cristão, já que dizem em russo "spasibo" (abreviação de Spasi Bozhe, ou seja, que Deus guarde, o agradecimento padrão em russo).

Uma coisa é analisar o mundo com base em concepções materialistas, outra coisa é analisar a vida pessoal com base num ideário cristão. Ou, citando o patriarca Cirilo, "não se pode estudar ciência com uma Bíblia nem Deus com uma régua".

Um dos maiores erros dos bolcheviques durante a implantação do socialismo foi a perseguição à várias religiões, não só o cristianismo, como o xamanismo, aparentemente as mais afetadas, o que resultou numa rejeição significativa do novo regime. Nós comunistas não temos que procurar coisas para nos "segregar da população", temos que procurar algo que nos aproxime desta. A maioria da população brasileira é cristã, então por que sairíamos ganhando com uma postura anticristã? Isso é um pensamento pueril! Há relatos de pessoas que sofriam um verdadeiro bullying na URSS por confessar o cristianismo, isso longe de ter sido uma qualidade do sistema, foi um defeito dele! Um defeito que não pode mais ser repetido!

Uma coisa é denunciar excessos religiosos, como o do pastor deputado que diz que "não chove em São Paulo por causa da parada gay". Outra é tornar o ateísmo sistemático.

Eu não chamei você de "revolucionário de divã", apenas critiquei a postura de certos indivíduos que vem criticar a página aqui com críticas rasas.

Como se chega do ateísmo à homossexualidade? Eu já fui ateu, assim como a minha melhor camarada, mas quando comecei a ver que muitos sites sobre isso, longe de promover a ciência, só falavam de "como era lindo dois homens se pegando e de combater a homofobia" eu logo vi que isso era empulhação! Não que todo ateu seja uranista, mas que muitos de seus propagandistas o são, isso é um fato!

A Página Vermelha disse...

@Carlos

Vou ficar devendo a passagem sobre Marx. Mas é bem conhecido que na obra citada o magíster teuto chega a recomendar aos judeus a sua conversão ao catolicismo para facilitar a sua emancipação.

Para todos os efeitos, Marx e Engels eram brancos, cristãos, heterossexuais (cis), casados e alemães. (Justamente o que a lúmpem-esquerda mais odeia)

Felipe disse...

Seria melhor dizer que Marx e Engels eram de FAMÍLIAS CRISTÃS, pois na juventude evoluíram para uma posição ateísta. O que você acha do caso da Albânia, em que as religiões deixaram de existir?

Felipe disse...

Cristiano, se for para os comunistas serem totalmente amigáveis com a religião só porque a maioria da população o é então nem precisa fazer revolução, já que a maioria do povo também acha (pelo menos até agora) que as coisas podem melhorar dentro do sistema capitalista.

A Página Vermelha disse...

@Felipe

"se for para os comunistas serem totalmente amigáveis com a religião"

Agora virou Olavo de Carvalho pra distorcer uma frase, citação ou sistema de ideias completo para emitir sofismas?

Onde eu disse que eles "devem ser totalmente amigáveis da religião"?

Sua posição sobre a revolução revela um colossal desconhecimento. Nos anos 30, um dos líderes do Sindicato do Garrancho, entre Assu e a cidade de Mossoró, no RN, era um pastor evangélico! Aqui no Ceará, uma das vozes da resistência ao golpe era um monge católico.

Felipe disse...

Ué?
"A maioria da população brasileira é cristã, então por que sairíamos ganhando com uma postura anticristã?" é quase a mesma coisa que ser condescente com as religiões. Com uma revolução socialista, de uma forma ou de outra se terá de bater de frente com elas. Não é porque, por exemplo, certos padres foram contra a ditadura militar que isso vai ser sinônimo de que a Igreja Católica vai ser simpática ao socialismo.

Carlos disse...

É o seu blog e você publica o que quiser. A minha crítica inicial qualificando de desapontador prende-se com o facto de a par de bons artigos aparecerem artigos com distorções como este. Talvez se deva a eu ter expectativas demasiado altas derivadas da qualidade de outros artigos. Distorção é dizer que Marx é pagão porque ele era filósofo, porque a raiz da palavra grega contém o nome da deusa da sabedoria; Eu nunca disse isso nem nunca raciocino dessa forma. É distorção também dizer que alguém é comunista porque sendo cidadão de um estado socialista é patriota (isso era vulgar na RDA, em que cidadãos não comunistas defendiam o seu estado socialista e ainda hoje lamentam a sua extinção apesar de continuarem a não ser comunistas).
Eu também não sou anti-cristão, muitos dos meus amigos são cristãos e já fui à igreja várias vezes por razões sociais, embora não pratique o culto. E já li a bíblia e participei em coros de música cristã quando criança. A única coisa que sou anti é anti-ignorância.
É sabido que Lenin, propugnava para a Rússia antes da revolução a liberdade de culto. A religião ortodoxa foi reprimida na URSS porque nos primeiros anos da revolução os padres se colocaram em massa contra a revolução e com as tropas e agentes brancos. Além disso, como você já mencionou num dos seus artigos a população camponesa era extremamente ignorante e dada a superstições e crendices que eram alimentadas pelos padres reacionários, contra o estado socialista que estava a nascer. A religião teve de ser reprimida e Stalin creio que foi uma das pessoas encarregadas de tratar disso - reprimir padres reacionários e contra-revolucionários. Portanto eu acho que você está equivocado na sua compreensão da história da revolução e dos primeiros tempos da URSS. Os comunistas não reprimiram os religiosos porque se lembraram disso à toa, ou porque eram ateus; reprimiram-nos porque esses religiosos estavam a tomar ações contrárias graves, ataques e sabotagem aberta ao estado socialista que estava a nascer.
A questão fulcral é que o marxismo é materialista e portanto ateu por definição (no sentido que não concebe deus para explicar o mundo e os fenômenos naturais e sociais). Aliás, pegando no que referiu da negação da negação, tudo depende que proposição inicial que utiliza - se começarmos pela tese materialista e seguirmos a dialética temos: deus não existe (tese - materialismo); negação - deus existe (antítese - idealismo); negação da negação - deus não existe (síntese - que é a tese materialista). (veja lógica matemática).
Assim o ateísmo está subentendido, não como qualquer tese pós moderna alardeada para fomentar a homossexualidade, mas como verdade inerente à teoria materialista dialética.
Se atualmente existem ateus militantes que procuram espalhar a homossexualidade não sei nada disso, nem me identifico com essas pessoas, até porque não sou um ateísta militante, para mim o ateísmo é bastante lógico e natural quando penso em explicações científicas racionais do mundo.
Liberdade de credo é direito inalienável de cada indivíduo. Também já referi isso em post anterior. No entanto quando credos se tornam ameaças para a sociedade, eles devem ser no mínimo vigiados. No caso do credo cristão, de uma forma geral e não particular, é bem sabido que os propugnantes máximos desse credo são inimigos do comunismo, (comunismo como doutrina de libertação do proletariado materialista e dialética).
Existe também a teologia da libertação, com valores humanos e sociais próximos aos Marxistas, infelizmente minoritária entres os clérigos católicos,.
Não vou polemizar mais, porque esta polêmica parece-me estar a tornar-se infrutífera.
Como disse no início você escreve o que quiser e pensa e acredita no que quiser
Isso não altera o facto de que o marxismo-leninismo é uma teoria materialista. Esse facto não é a rejeição dos cristãos (pelo contrário, foram sempre os cristãos que rejeitaram os materialistas por eles serem ateus).
Espero ter sido compreendido.
Passe bem

Unknown disse...

Cristiano: sou leitor da página e por isso não entendi bem seus comentários sobre homossexualismo; vc é contra? Acha infundada a luta contra a homofobia? Achei que esse fosse o discurso da extrema direita brasileira. Poderia explicar?

A Página Vermelha disse...

Prezado Brunno,

Em primeiro lugar, no que diz respeito à ideologia uranista ("luta contra a homofobia", direitos LGBT, LGBTT, GLS, LGBTTLSGY, direitos gays" ou seja qual for a denominação que essa ou aquela organização pós-moderna dá), se você acha que "criticá-la é discurso da extrema direita brasileira", você precisa seriamente ler as obras de Marx, de Engels, de escritores como Gorky, como Dostoyevskiy, como Lenin, como Stalin...

Mesmo que você estivesse certo e fosse um "discurso de direita", e daí? O problema do Brasil é que temos tanto uma direita burra quanto uma esquerda burra, uma direita que acha que "tudo que é de esquerda é ruim", e uma esquerda que pensa a mesma coisa, só que trocando os papéis.

Bandeiras como a família, tradição, valores culturais, moral, ética... são anteriores a "direita" ou "esquerda" e sempre foram devidamente abordadas nos países do Bloco Socialista como ainda são levadas a sério nos países socialistas. Em Cuba a lei pune o crime de "escândalo público", na Coreia do Norte não existe "gays", essa terminologia americana imposta pela globalização liberal, existe sim, pessoas com orientação sexual diferente, como em qualquer parte do mundo, só que lá isso é intimidade, não é coisa pra se exaltar em grandes paradas.

Paradas se faz para heróis, como acontece em Belarus! Aqui se faz "parada para gays", um absurdo! No mundo ocidental já há até países que fazem grandes monumentos à pederastia, enquanto nos países socialistas são feitos monumentos exaltando a hombridade do revolucionário, a valentia da mulher revolucionária!

São os países ocidentais capitalistas, liberais, que promovem essa forma de degeneração cultural. Ontem eu falava com um casal do Cazaquistão através da internet, ele me contava como a União Europeia tentou obrigar o seu país a promover a grande parada LGBT, para ganhar o direito de sediar um evento esportivo internacional. O governo do Cazaquistão, felizmente, preferiu não sediar o evento a degenerar sua própria cultura e sociedade com essa parada.

Se a Europa Ocidental capitalista promoveu a destruição física dos povos da América, da África, da Ásia e da Oceania, hoje ela promove o genocídio cultural de povos e civilizações, e mesmo de si própria, com um ato que nada traz de positivo para o povo trabalhador.

Comunista não "luta contra a homofobia", comunista luta na batalha da luta de classes, luta contra o fascismo, como hoje fazem milhares na Novorrússia, nas Filipinas, na Índia, no Nepal... todos criminosamente esquecidos e ignorados por patifes que longe promoverem o socialismo, o comunismo, estão mais preocupados em apresentar as virtudes de se alargar o esfíncter durante o ato sexual. Ridículo!

Pedagogia do Futuro disse...

Pois bem, Dom Dimitriy além de bispo, foi herói de guerra. Por isso gostaria de falar que assisti um filme legitimamente russo no youtube, que retrata a invasão da extrema direita nazista na União soviética em 1941, e neste filme que não deve nada para os americanos, por ser um excelente produção de 2010, mostra com muito realismo a resistência do heroico povo soviético contra a monstruosa tropa nazista. O nome do filme é A Resistência, e a um narrador, que foi o jovem herói de guerra, e com isso percebo um sinal de que o povo russo retornará à sua pátria inaugurada em 1917, do mesmo modo como Ulisses retornou à sua pátria Ítaca depois de vinte anos com muitas provações, como está em Odisséia. Quem escreve isso é tão cristão quando Dom Dimitriy. Sou um cristão católico que procura se esclarecer a respeito da história verdadeira, que o capitalismo tenta sempre nos esconder. eu sou o mesmo que escreveu o outro comentário. Meu nome é Décio Presotto. É um prazer escrever neste blogue. Posso não ter a mesma dignidade que tem o arcipreste, pois não sou padre como ele, sou um simples cristão do povo, todavia, eu gostaria de saber mais a respeito se teve outros padres como ele que colaboraram com o socialismo. Pois a verdade é: Que se todos os padres da face da terra fossem como ele, seria muito mais de meio caminho andado para a revolução mundial.

Pedagogia do Futuro disse...

Eu como cristão católico faço minhas as palavras do Arcipreste, para mim um exemplo de sacerdote. Pois Stalin foi a espada do povo contra o Czar que só o maltratava. Assim agiu com toda maestria esse bispo como herói de guerra, pois no evangelho está escrito que assim Maria disse: "Derruba do trono os poderosos e eleva os humildes, sacia de bens os famintos, e despede os ricos de mãos vazias". Por isso com toda razão sacerdotes como o Arcipreste levaram o ícone de Nossa Senhora de Kasan como bons combatentes em defesa da Pátria Socialista e de seu povo, assim foram modelos para o povo, do mesmo modo como o grande Arcipreste, pois fizeram aquilo que São Pedro apóstolo escreveu, isto é, que os presbíteros devem cuidar de seu povo não como donos, e sim como modelos, e assim o senho bispo, e outros padres fizeram bem feito. que se restaure a União Soviética! Viva Stalin! POis o bispo tem um busto dele como lembrança do herói.

Unknown disse...

Cristiano, entendi seu comentario, mas ficou uma dúvida: vc é contra homossexualidade, acha errado? Têm preconceito ou não aceita esses indivíduos?

Pedagogia do Futuro disse...

Análise contextual parte 1
Eu gostaria de mais uma vez ser polêmico. Isto é, estamos entrando em mais um dia do trabalhador, primeiro de maio. este dia deveria ser comemorado com muita alegria e festividade no mundo inteiro, se não houvessem tantas diferenças salariais, que separam ricos de pobres. Pois enquanto diretores ganham mais de vinte mil, quem trabalha na produção e na limpeza tem salários de fome, pois há países como Bielo Rússia, onde a diferença entre o salário mínimo e máximo é de apenas cinco vezes. sim pois a verdade é que quem está em cargo de direção não é nada sem quem está na produção. sim, pois Oscar Nyermaier não seria nada como arquiteto, sem os pedreiros que tirassem suas obras dos papeis e das maquetes.
Agora para prosseguir no assunto, eu gostaria de falar da Doutrina Social da Igreja, pois bem ele foi oficializada em duas fases: A primeira, do papa Leão XIII ao Papa Pio XII; e a segunda do Papa João XXIII ao atual Papa Francisco. Muito bem, a primeira seguia uma linha pró indústria privada, visto que o Papa como bispo de Roma, é o Primaz da Italia, e ao Italia por sua vez estava desenvolvendo a indústria privada através da Fiat, Ferrari, e outros empreendimentos também, por isso acreditava-se que, se o capitalismo era capaz de produzir riqueza, economia, máquinas e etc., deveria ser capaz de produzir justos salários aos trabalhadores. Entretanto não foi o que ocorreu, e além disso a população mundial foi aumentando cada vez mais, e as situações de miséria, vulnerabilidade, desemprego, subemprego, baixos salários, exploração, opressão foram aumentando. Devido a isso a doutrina social da Igreja tomou um rumo de mudanças estruturais na sociedade, pois em João XXIII se encontra a palavra socialização, em Paulo VI a continuidade, e agora com Francisco, o combate à ganância dos poderosos, e a indignação pelas diferenças brutais salariais entre homens e mulheres.
Prosseguindo esse assunto, as Sagradas Escrituras flama do Reino de Deus, de Justiça e Paz, Partilha e etc., porém não especifica qual é a fórmula para fazer isso. Por isso conforme as doutrinas citadas acima, a igreja sempre teve uma postura contextual frente à questão social. e há uns anos atrás o meu antigo pároco, havia me emprestado um livro escrito pelos bispos da Holanda em 1969, quatro anos após o término do Concílio Vaticano II, e neste está escrito que são Tomás de Aquino disse que em caso de extrema necessidade tudo deveria ser comunicado, ou seja comunizado, dividido entre todos. Tanto é que nos primeiros tempos da Igreja era tudo posto em comum, conforme está nos Atos dos Apóstolos, e a Igreja combatia fortemente a opressão e a exploração. O que ocorreu conforme foi dito acima foi a crença na revolução industrial por si só que havia apagado a chama transformadora, hoje recuperada com tudo pelo atual Papa Francisco.

Pedagogia do Futuro disse...

Análise contextual parte 1
Eu gostaria de mais uma vez ser polêmico. Isto é, estamos entrando em mais um dia do trabalhador, primeiro de maio. este dia deveria ser comemorado com muita alegria e festividade no mundo inteiro, se não houvessem tantas diferenças salariais, que separam ricos de pobres. Pois enquanto diretores ganham mais de vinte mil, quem trabalha na produção e na limpeza tem salários de fome, pois há países como Bielo Rússia, onde a diferença entre o salário mínimo e máximo é de apenas cinco vezes. sim pois a verdade é que quem está em cargo de direção não é nada sem quem está na produção. sim, pois Oscar Nyermaier não seria nada como arquiteto, sem os pedreiros que tirassem suas obras dos papeis e das maquetes.
Agora para prosseguir no assunto, eu gostaria de falar da Doutrina Social da Igreja, pois bem ele foi oficializada em duas fases: A primeira, do papa Leão XIII ao Papa Pio XII; e a segunda do Papa João XXIII ao atual Papa Francisco. Muito bem, a primeira seguia uma linha pró indústria privada, visto que o Papa como bispo de Roma, é o Primaz da Italia, e ao Italia por sua vez estava desenvolvendo a indústria privada através da Fiat, Ferrari, e outros empreendimentos também, por isso acreditava-se que, se o capitalismo era capaz de produzir riqueza, economia, máquinas e etc., deveria ser capaz de produzir justos salários aos trabalhadores. Entretanto não foi o que ocorreu, e além disso a população mundial foi aumentando cada vez mais, e as situações de miséria, vulnerabilidade, desemprego, subemprego, baixos salários, exploração, opressão foram aumentando. Devido a isso a doutrina social da Igreja tomou um rumo de mudanças estruturais na sociedade, pois em João XXIII se encontra a palavra socialização, em Paulo VI a continuidade, e agora com Francisco, o combate à ganância dos poderosos, e a indignação pelas diferenças brutais salariais entre homens e mulheres.
Prosseguindo esse assunto, as Sagradas Escrituras flama do Reino de Deus, de Justiça e Paz, Partilha e etc., porém não especifica qual é a fórmula para fazer isso. Por isso conforme as doutrinas citadas acima, a igreja sempre teve uma postura contextual frente à questão social. e há uns anos atrás o meu antigo pároco, havia me emprestado um livro escrito pelos bispos da Holanda em 1969, quatro anos após o término do Concílio Vaticano II, e neste está escrito que são Tomás de Aquino disse que em caso de extrema necessidade tudo deveria ser comunicado, ou seja comunizado, dividido entre todos. Tanto é que nos primeiros tempos da Igreja era tudo posto em comum, conforme está nos Atos dos Apóstolos, e a Igreja combatia fortemente a opressão e a exploração. O que ocorreu conforme foi dito acima foi a crença na revolução industrial por si só que havia apagado a chama transformadora, hoje recuperada com tudo pelo atual Papa Francisco.

Pedagogia do Futuro disse...

Análise contextual parte 2
E quando se fala de contexto, o contexto da Rússia de 1917, era semi feudal, praticamente só havia o czar e a miséria, por isso teve padres da igreja ortodoxa russa que apoiaram a revolução comunista de 1917, e teve até um bispo chamado Serjev, que afirmou que o socialismo que estava sendo construído por Stalin era solidário, e não havia dinheirismo. Pois bem, já a igreja de Roma como era cercada por manatas locais e suas indústrias automobilísticas e etc., por esse contexto estava acreditando ser possível a humanização do capitalismo, coisa que João Paulo II chegou a conclusão que não era possível, conforme mostra Frei Betto no DVD O Papa e Fidel, quando João Paulo II visitou Cuba no final do século passado. Francisco então não quer nem saber de capitalismo, por esse não revolver e nem querer revolver as questões sociais.
Para colocar pimenta do reino no final desta polêmica, gostaria de falar a respeito da aparição de Nossa Senhora em Fátima tão usada contra o comunismo ateu. Muito bem, creio que Nossa Senhora denunciou em Fátima foi os erros da Rússia, em nenhuma momento ela disse que a revolução russa não teve valores cristãos de solidariedade. Por isso como dizia o padre russo, o único problema era a questão do ateísmo, era só tirar isso o resto se aproveitaria muito bem, e se o seu sagrado coração fosse a ela consagrado como se deve, a União soviética sem ateísmo estaria viva como exemplo de Justiça e paz para o mundo, pelo que pesquisei a respeito. Tanto é verdade que Nossa Senhora em Fátima não falou contra os valores daquela revolução, muito pelo contrário, pois no Magnificat, no Santo Evangelho segundo São Lucas cantou: "Derrubai do treno os poderosos, e eleva os humildes. Saciai de bens os famintos, e despede os ricos de mãos vazias", ou seja os ricos gananciosos combatidos pelo Papa Francisco, que se encontrou com um revolucionário italiano de noventa anos, e esse ficou surpreso, por esse presente. Polêmica finalizada.

Pedagogia do Futuro disse...

António de Montesinos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Frei António de Montesinos foi um frade e pregador dominicano que se distingui no combate contra o abuso ao qual se submetiam os indígenas da América por parte dos colonizadores.
Enviado para a América em 1510 pelo cardeal Gonzalo Jiménez de Cisneros, com outros companheiros a fim de missionar as novas terras, deparou-se com uma situação com que não contava. Em 1511, por ocasião da missa do quarto domingo do advento, a 21 de Dezembro de 1511 e após apurado estudo da situação concreta daquelas populações à luz da fé cristã, a Comunidade a que pertencia encarregou-o de pronunciar um Sermão que haveria de ficar na História como a primeira defesa dos direitos naturais e humanos dos índios americanos.
«Todos vós estais em pecado mortal. Nele viveis e nele morrereis, devido à crueldade e tiranias que usais com estas gentes inocentes. Dizei-me, com que direito e baseados em que justiça, mantendes em tão cruel e horrível servidão os índios? Com que autoridade fizestes estas detestáveis guerras a estes povos que estavam em suas terras mansas e pacíficas e tão numerosas e os consumistes com mortes e destruições inauditas? Como os tendes tão oprimidos e fatigados, sem dar-lhes de comer e cura-los em suas enfermidades? Os excessivos trabalhos que lhes impondes, os faz morrer, ou melhor dizendo, vós os matais para poder arrancar e adquirir ouro cada dia... Não são eles acaso homens? Não tem almas racionais? Vós não sois obrigados a amá-los como a vós mesmos? Será que não entendeis isso? Não o podeis sentir?»
No entanto os colonizadores imputam aos frades o desejo de subverter as leis e a ordem. O almirante, acompanhado por outras autoridades, decide dirigir-se à casa dos religiosos sendo recebido pelo prior Frei Pedro de Córdoba. O superior explica que António de Montesinos apenas foi a voz da comunidade. Que esta tinha estudado à luz da fé e do Evangelho a situação e que nada havia a retirar do que tinha ido dito. Que quando um elemento da casa pregava era toda a comunidade que pregava.
De volta a Espanha, é membro da Junta presidida por Juan Rodríguez de Fonseca cujas preposições são a base das Leis de Burgos (1512). Em 1528 viajou com vinte frades para a Venezuela, tendo-se como sua última noticia que morreu martirizado em 1545. É autor de "Informatio iuridica in Indorum defensionem"
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Décio Presotto Seria muito bom que hoje houvesse na Igreja profetas como esse, porém a esperança está no Papa Francisco, que está resgatando o profestismo perdido durante muitos anos. Por isso acredito que com o atual Papa isso está sendo resgatado aos poucos, pelas encíclicas que está lançando. Assim pouco a pouco resgatamos a luta pelos atuais escravizados que são os trabalhadores que trabalham de dia para comer de noite.
Curtir · Responder · 2 de julho às 20:06

Pedagogia do Futuro disse...

Conversas do frade dominicano com o líder da revolução cubana Fidel Castro em 1985, no Palácio da Revolução. Trechos extraídos do Livro Fidel e a Religião de frei Betto:
Frei Betto - Como foi a integração do padre Sardiñas ao grupo de Sierra Maestra?
Fidel Castro - [...] Um dia, na metade da guerra, chegou o padre Sardiñas, um sacerdote revolucionário que simpatizava com a causa, e se incorporou à guerrilha. Ficou muito tempo conosco.
Frei Betto - Não sei se o senhor conhece este dado interessante: ele não se incorporou como um gesto pessoal, isolado, e sim com o apoio de seu bispo. E isso num momento da vida da Igreja em que ainda não havia sacerdotes pelo socialismo ou coisas no gênero.
Fidel Castro - Não foi como soldado, manteve-se em sua condição de sacerdote. Convivia conosco na tropa e conversava todo necessário para o exercício de seu ministério, inclusive para celebrar missas. [...] O padre Sardiñas batizou centenas de crianças camponesas. As famílias vinham com seus filhos e pediam que eu fosse padrinho, que em Cuba é considerado o segundo pai. Tenho muitos afilhados na Sierra Maestra, talvez muitos já sejam oficiais do Exército ou tenham concluído a universidade. O vínculo que os camponeses estabeleceram conosco foi não apenas de amizade, mas também de caráter familiar.