domingo, novembro 07, 2010

Perspectivas acerca das eleições

Por Cristiano Alves


Recentemente o jornal A Nova Democracia denunciou, com êxito, a farsa eleitoral, o grande circo chamado "Eleições", tendo como símbolo maior disso a eleição do palhaço Tiririca. Vale lembrar aqui um trecho inesquecível da reportagem, em que afirma que "o selo perfeito para o primeiro turno do circo eleitoral foram os mais de um milhão e trezentos mil votos para o deputado Tiririca. Enquanto alguns esbravejavam clamando uma "reforma política" que impeça que Tiriricas arrastem outros de sua legenda, ele é uma grande prova da despolitização, vaziez, imprestabilidade da farsa eleitoral e ao mesmo tempo é o retrato fidedigno do que representa o sistema de governo do velho Estado".1

De fato, antes de comemorar a vitória de Dilma, há que se comemorar a derrota de Serra, que representou no processo eleitoral o que há de mais reacionário na política brasileira. Não que a campanha de Dilma seja necessariamente progressista ou revolucionária, mas por um lado ela estava com setores progressistas da sociedade, embora com alguns reacionários. Sua história de luta, inclusive, é digna de louvor, assim como parece que será boa gerente. A questão, entretanto, é a superação de um modelo ultrapassado e arcaico, incapaz de satisfazer às necessidades da classe operária, que é caracterizado pelo embrutecimento do proletariado, pela subcultura do forró, do funk da periferia, da novela global, da ignorância, do semi-analfabetismo, do misticismo, da aversão à ciência e à ética, do atraso.

Vivemos numa sociedade hipócrita que, ao mesmo tempo que prende ladrão de galinha, deixa passar impune o professor de universidade pública que comparece na faculdade apenas 1 vês no mês e de lá subtrai R$ 3.000,00 a R$ 6.000,00 pagos com o dinheiro do contribuinte. Este mesmo comportamento num país como Cuba ou a ex-União Soviética e o sujeito automaticamente receberia a justa pena do Direito Socialista. A mesma sociedade que prende alguém que subtraiu R$ 100,00 de uma carteira, mas deixa passar impune aquele que subtraiu 1 a 10 milhões dos cofres públicos. Enfim, como reza a letra da Internacional, "o crime do rico a lei o cobre".

Assistimos à uma sociedade brutalizada a cada dia por valores mesquinhos apresentados por novelas globais de teor elitista, consumista e mesmo racista, onde seleciona-se etnias específicas num país que tem a maior população negra das Américas, segunda maior do mundo, perdendo para a Nigéria apenas. Prova disso é que nenhuma novela global tem em seu papel principal um ator negro, talvez algumas raras tragam atrizes negras, mas normalmente contracenando com atores brancos. E se essa novela traz afrodescendentes, seu papel é sempre terciário, é o de faxineiro, de empregado, jardineiro... não que essas profissões não sejam importanes, mas na trama em si, normalmente tem pouca relevância se comparado com o papel principal, por exemplo. Mesmo nos EUA, que tem uma longa e forte tradição racista, essa mentalidade arcaica já foi superada, conforme se verifica em várias séries.

Enfim, fora a completa falta de ética, do abandono da coisa pública e do povo a um estado semi-bárbaro, o Brasil tem ainda que aturar os delírios elitistas de uma classe média esnobe, facilmente manipulada por organizações como a Globo e outras redes de TV, por revistas como a VEJA e jornais como Estadão, que em pouco ou nada contribuem para a sociedade onde vivemos, senão para a sua alienação com a propagação de mentiras, misticismo e propaganda imperialista.

Espera-se que no governo de Dilma Roussef haja um pouco da revolucionária que esta um dia foi, e que promova a educação no país sob parâmetros distintos daquele que há hoje no país, que o anticomunismo seja extirpado dos livros escolares e seja jogado na lata do lixo, seja da sala de aula, seja da história!

1- Em http://www.anovademocracia.com.br/no-70/3045-14-do-brasil-nao-vota-anula-ou-vota-em-branco

sábado, outubro 02, 2010

O grupo Baader-Meinhoff

Por Cristiano Alves

Após a II Guerra Mundial, a Alemanha Ocidental tornou-se um Estado vassalo dos EUA, fornecendo a estes bases aéreas sem as quais estes jamais teriam ameaçado a paz no Leste Europeu ou promovido massacres e genocídios em lugares como o Oriente Médio. Para se ter uma idéia do que isso significa, nenhum porta-aviões americano seria capaz de transportar bombardeiros invisíveis, caças F-16(que podem atacar alvos terrestres e aéreos) e caças F-15, de superioridade aérea. Assim, o nazismo havia acabado, mas havia sido erguido uma nova ordem tão nociva quanto este regime.

Ocorre que durante os anos 60, milhares de alemães eram contra a volta do fascismo em seu país, justamente aquilo que os americanos e os novos políticos representavam em ações criminosas como a Guerra do Vietnã, dentre outras. É nesse contexto que surge a RAF, isto é, a "Facção do Exército Vermelho", organização revolucionária que desejava estirpar da Alemanha Ocidental quaisquer resquícios de fascismo e tornar seu país uma República Democrática, como sua vizinha oriental.

Com a união de segmentos do movimento estudantil, intelectuais e alguns trabalhadores, surge uma nova organização que promovia ataques diretos contra os sucessores do fascismo, fossem eles a editora Springer(uma versão alemã da VEJA), a polícia alemã, responsável por ataques a manifestantes anti-imperialistas, ou mesmo bases americanas na Alemanha Ocidental, promovendo ainda resgates de prisioneiros políticos. Por estas ações, cuja liderança muitas vezes partia de Andreas Baader ou da jornalista Ulrike Meinhoff, o grupo ficou conhecido como Baader-Meinhoff, que as autoridades alemãs trataram de equiparar a prisioneiros de delito comum.

A despeito de seu caráter revolucionário, seu erro, entretanto, foi não ter construído um movimento de massas forte, que apoiasse seus atos e compartilhasse a sua causa, como ocorreu com os bolchevistas na Rússia. Acreditar que o capitalismo será derrubado com "ações de comandos" ou mero golpismo é uma enorma ilusão esquerdista.

O filme "The Baader-Meinhoff complex" retrata muito da história desta organização revolucionárias, embora muitas vezes o equipare a criminosos comuns. Pode-se dizer que é um bom filme, embora ele omita, intencionalmente, em muitas ocasiões, os ideais pelos quais lutavam os revolucionários alemães. No filme há muita ação, mas sem dúvidas uma importante ênfase nos textos de Ulrike Meinhoff, tão ou mais perigosos que as armas e atentados promovidos por sua organização.

Sem dúvidas, a despeito de seus erros, a RAF é um exemplo para as gerações, uma organização que lutou contra a injustiça e o imperialismo, por ideais nobres, ao contrário das gerações atuais mergulhadas nas drogas, na prostituição, vítimas da anomia.



Ditador americano Harry Truman infectou 696 gualtemaltecos

Cristiano Alves

O ditador americano Harry S. Truman, cujo governo foi responsável por medidas totalitárias como a "Caça às Bruxas", o holocausto de centenas de milhares de civis japoneses através dos primeiros atos de terrorismo nuclear da história, e o genocídio de pelo menos 2 milhões de coreanos, autorizou a utilização de experiências com seres humanos ao estilo do Dr. Mengele, que recebeu asilo no Brasil.

Ocorre que este fato, até então ocultado pela grande mídia, veio recentemente à tona no The Guardian e inclusive mencionado por Hillary Clinton, quase 60 anos após este crime. Os civis foram infectados por doenças como a gonorréia e a sífilis para testes com a penicilina. Este tipo de exames persistiu até os anos 60.

Fontes:

The New York Times: http://www.nytimes.com/aponline/2010/10/01/us/politics/AP-US-Syphilis-Experiment.html?_r=1&hp

The Guardian:
http://www.guardian.co.uk/world/2010/oct/01/us-apology-guatemala-syphilis-tests
PSTU cede espaço para o PSDB no último dia do horário político

Cristiano Alves


Nesta quinta-feira, dia 30/09, se deu o último dia do horário eleitoral, onde cada candidato e partido emitiu sua última mensagem ao eleitor.

Ocorre que no horário político do PSTU, entretanto, teve lugar o direito de resposta deste partido, o que deve ter estristecido muitos seguidores deste, talvez mesmo parecido uma injustiça para alguns que não fazem parte do PSTU. Ocorre que, para quem conhece a natureza deste partido, a realidade é bem diferente.

O PSTU, que tanto adora difundir as calúnicas de revistas como a VEJA, que tem na chefia de sua edição altos nomes do PSDB, de fato caluniou intencionalmente o candidato José Serra para, assim, ceder seu espaço para o PSDB. Todos aqui sabem que muito da ideologia do PSTU tem por fonte a Veja e outros órgãos burgueses ligados ao PSDB, de maneira que, assim, como bons trotskistas que são, apenas cederam seu espaço para a burguesia, a despeito de seu jargão.

O mesmo processo se deu em diferentes estados da federação.

segunda-feira, agosto 30, 2010

Расследовать фальсификацию исторических документов!

Urgente: Falsificação massiva de arquivos soviéticos!

Há alguns meses atrás as Notas Vermelhas denunciaram a atitude revisionista do governo da Polônia, que procura a todo custo eliminar o papel do nazismo dos livros de história para reescrevê-la com os soviéticos ocupando o mesmo papel, baseados no chamado "Massacre de Katyn". No dia 9 de maio de 2010 o governo russo liberou vários arquivos, que já havia sido prometidos desde os tempos de Gorbatchov. Acontece, que embora tivessem sido prometidos, até então não haviam sido abertos, atitude que despertou a suspeita de muitos.

Ocorre que, conforme denunciado pelo parlamentar russo Viktor Ilyuhin em plena Duma, estes documentos louvados pelos liberais russos e o governo polonês, há fortíssimas evidências de que tais arquivos são falsos, o que demonstra bem uma atitude torpe do atual governo russo, liberal e capitalista, num processo criminoso de falsificação de arquivos através de seu serviço secreto. Assim, na Rússia chegou a ser aberta uma "CPI" para a investigação desse processo de falsificação, por iniciativa do parlamentar da Duma Viktor Ilyuhin.

Segue-se um vídeo do parlamentar russo denunciando a falsificação, acima, e um artigo publicado no jornal A Verdade, registrando o mesmo processo.


Arquivos soviéticos foram falsificados por Yeltsin

Estes são tempos difíceis para os defensores do capitalismo na Rússia e nos países que integravam a União Soviética. Uma correnteza lava a história contada pelos gorbachovistas e a burguesia mundial sobre o período soviético sob a direção de Josef Stálin. Os arquivos sobre várias das principais “evidências do terror” das décadas de 30-40 do século passado então estão sendo novamente questionados e postos em dúvida. O motivo principal é a aparição de um agente do governo de Boris Yeltsin que afirma ter participado de alterações e falsificações de vários documentos, entre eles o de “O massacre de Katyn” e da “Carta de Béria nº 794/B” (nessa última ele mesmo teria falsificado a assinatura de Béria).


A denúncia foi tornada pública pelo deputado Viktor Ilyukhin, parlamentar da Duma russa pelo Partido Comunista da Federação Russa (PCFR), que foi contatado por telefone no dia 20 de maio pelo agente que queria passar informações sobre as execuções de oficiais poloneses em Katyn, caso conhecido como “O massacre de Katyn”. No mesmo dia, Ilyukhin encontrou-se pessoalmente com o ex-agente de Yeltsin e um dos encarregados pela falsificação de documentos soviéticos do período de Stálin. De acordo com o informante, ele resolveu falar porque não concorda com a situação que vive a Rússia e com a liberação dos documentos falsificados para a população.

Viktor Ilyukhin

Segundo o agente relatou ao deputado Viktor Ilyukhin, um grupo de falsificadores foi formado no início da década de 1990 (os documentos apareceram, “misteriosamente”, em 91-92) e eles foram providos de altos salários e materiais para as falsificações, como velhos carimbos e fôrmas para carimbos soviéticos. O grupo trabalhou na cidade de Nagorno até o ano de 1996 e depois seus membros foram transferidos para a vila de Zaretye. Entre os participantes do grupo de falsificação estariam o coronel Klimov, Rudolf Pichoya (chefe do arquivo russo), M. Poltoranin (amigo de Yeltsin) e G. Rogozin (chefe da segurança do presidente russo). Há de se observar que Rudolf Pichoya foi o responsável pela entrega dos documentos “secretos” ou “perdidos” do Pacote Fechado nº 1 (ou Pasta de Katyn) a Lech Walesa (presidente da Polônia) em Varsóvia, no dia 14 de outubro de 1992. Ele afirmou ainda ter sido ele quem falsificou a assinatura de Béria na carta conhecida como Carta de Béria nº 794/B e também as assinaturas de Stálin, Voroshilov, Molotov e Mikoyan.

A falsificação do grupo engloba importantes momentos da história soviética, a fim de incriminar o Estado Soviético. Buscava alterar documentos existentes e até criar outros. Fazem parte das falsificações: o ato de abdicação de Nicolau II, a Carta de Shelepin (que incrimina a URSS pela morte de cidadãos polacos) e a Carta de Béria nº 794/B. Diz ainda que sabe da participação do 6º Instituto do Estado-Maior Russo nestas alterações, acabando por entregar vários materiais que foram usados nas falsificações. Entre eles, fôrmas de carimbos da década de 1940, alguns carimbos falsos e marcas de carimbos e documentos.

Material para falsificação soviética

Viktor Ilyukhin tornou públicas as informações por meio da divulgação de um vídeo em que mostra parte do material que tem. Entre eles há o destaque para um carimbo similar ao usado na Carta de Béria e um documento de 202 páginas (também falsificado pelo mesmo grupo) tendencioso e que faz crer que Stálin, mesmo sabendo da iminência da guerra com a Alemanha nazista, não teria feito nada para a URSS se preparar.

No vídeo, o deputado afirma que o coronel Klimov fora o único responsável pela Carta de Shelepin (de 1959, direcionada a Kruchev), sendo então fácil comparar sua letra à letra dessa carta por meio de perícia. Quando o informante fazia parte do grupo, chegava a liberar milhares de páginas falsificadas. Disse que algumas ordens de falsificação teriam vindo diretamente do chefe do arquivo russo. Provavelmente o grupo ainda trabalha em algum lugar agora desconhecido.

Em junho passado, Ilyukhin pediu à Duma russa uma investigação parlamentar, devido ao tamanho dos fatos e aos altos funcionários envolvidos. Reclamou que tais falsificações buscavam igualar o stalinismo ao fascismo e que a atividade deste grupo coincidiu com a desclassificação de documentos do Politburo e do Comitê Central do Partido Comunista por uma comissão de governo liderada por Mikhail Poltoranin, que era um dos envolvidos nas falsificações.

Shelepin - Falso documentoVários documentos foram avaliados por especialistas, a pedido do PCFR, que acabaram por comprovar que os documentos são falsos. Nesse bolo de falsificações estaria um documento que tenta provar parcerias entre a NKVD (polícia soviética) e a Gestapo (polícia secreta nazista).

Em seu discurso à Duma, Ilyukhin fez menção aos carimbos que tem em sua mão para falsificações em nome de Béria e Stálin e algumas fôrmas dos anos 30 e 40 como prova. Reclamou à Duma uma comissão para investigar o massacre de prisioneiros de guerra poloneses em Kozi Gory, visto que, dos milhares de vítimas do “terror” dos sovietes, somente 162 crânios foram encontrados em Kharkov e apenas 62 tinham perfurações de bala. Já em Katyn, em sua maioria, os crânios apresentavam buracos de bala. Em Mednoe, por sua vez, dos 226 “poloneses” mortos encontrados, apenas 20 tinham marcas de bala. O que é uma prova de que as mortes não têm conexão alguma com um fuzilamento em massa.

O caso de Katyn é conhecido por ser um sinal de alerta ao nível a que se chegou nos ataques ao socialismo. Para isso são apresentados 49 pontos que comprovavam sua falsificação e que podem ser lidos, em inglês, no blog http://mythcracker.wordpress.com. Vários vídeos de Ilyukhin falando à Duma e à TV sobre o caso podem ser vistos na internet.

Os capitalistas podem atacar como for o socialismo, o marxismo-leninismo, mas a história mostrou, mostra e mostrará sempre a verdade.

Eduardo Augusto, Recife

Extraído de A Verdade ( http://www.averdade.org.br/modules/news/article.php?storyid=523 )

segunda-feira, maio 10, 2010

Comentários sobre a recente abertura dos arquivos soviéticos referentes à Katyn

(Resposta a alguns comentários sobre a abertura recente de arquivos referentes ao episódio de Katyn, extraído a partir de uma discussão em fórum acerca do assunto. Contém as devidas referências bibliográficas e factuais acerca do assunto. Por razões de economia de tempo resolvi postá-lo de forma bruta aqui, sem formatá-lo para artigo, o que talvez eu venha a fazer em momento posterior)

Cristiano Alves


O correto seria "Катынские арештовение", já que trata especificamente de prisões e vigilância destes, embora lá haja uma proposta de imposição da pena capital. Até hoje eu me pergunto quem iniciou esta estória idiota de Katyn, suponhamos que tenham sido mortos pelos soviéticos. Ora, meu caro, desde o primeiro momento em que alguém veste uma farda ele está assumindo o risco de matar e de ser morto, a morte de um militar é diferente da morte de um civil, numa guerra. Você acha mesmo que os poloneses nunca mataram um só soviético?

Aqui tem-se um problema sério que é o analfabetismo funcional de nosso povo, some a isso o fato de que as livrarias vendem livros seletos e de quase exclusivamente apenas uma corrente historiográfica, e, para rechear, quem aprende história por livros neste país? As pessoas aprendem sim, história por filmes! Filmes americanos, em geral, e agora até filmes poloneses!!! Interessante que a URSS é talvez o país que mais fez filmes sobre a segunda guerra, porém será que alguém aqui é capaz de citar ao menos um sem usar o Google?

As pessoas deveriam parar um pouco mais de pensar tanto em Katyn, e pensar em Khatyn(grafado também Hatyn), a aldeia bielorrussa cujos cidadãos, civis, foram completamente eliminados, sendo queimados vivos, um acontecimento bárbaro e trágico retratado em filmes como Idi i smotri, que não tem sequer 1/3 da publicação de filmes como "Katyn".

A propósito, quem disse que a Polônia não estava em guerra com a URSS. A Polônia havia já antes de Katyn inclusive dado ensejo para uma invasão militar ao invadiro aliado da URSS, a Tchecoslováquia, no território conhecido por "Zaolzie". Todo mundo fala da "partilha da Polônia", embora o país já não tivesse mais sequer um governo constituído, porém ninguém fala da Partilha da Tchecoeslováquia, consentida por Chamberlain e Daladier e feita entre nazistas e fascistas poloneses.

Já abordei anteriormente a linha de pensamento desses oficiais poloneses, muitos carregando nas mãos os sangue de milhares de insurgentes poloneses e revolucionários russos, caso estes fossem simplesmente liberados, seriam pelo menos 15 mil invasores a mais da URSS, já que provavelmente iriam se insurgir. A prova deste meu raciocínio é a Organização dos Nacionalistas Ucranianos, que eram em realidade nazistas, muitos de seus líderes foram presos na Ucrânia polonesa, porém, ironicamente, libertados na Ucrânia Soviética, pelo não reconhecimento das leis polonesas, o resultado também já foi mencionado aqui.

A Polônia, enquanto Estado Nacional, deve à URSS sua existência enquanto país, do contrário teria sido banida da face da Terra, palavras do próprio W. Churchill em seus "Discursos secretos".


Ainda sobre Katyn

É um absurdo que pessoas venham a ser fuziladas sem amplas chances de defesa num processo judicial e muita gente provavelmente concorda com esse raciocínio, assim como o defende de forma intransigente sob os parâmetros do Estado Democrático de Direito. Só que aqui a situação e o contexto são absolutamente diferentes.

A maioria das pessoas adota neste tipo de julgamento a premissa de que seus Estados são estados ditos "Democráticos de Direito" e tem plenas condições de assim ser, visto que não há nenhuma ameaça de invasão militar iminente em países como Brasil ou EUA, que já não são invadidos militarmente a cerca de 200 anos. É completamente diferente de um contexto como o da URSS, onde uma de suas repúblicas, a Rússia, tem em sua história mais de 700 anos de guerra. Será que alguém no hemisfério ocidental, fora os africanos, tem alguma capacidade de imaginar o que é viver num país com mais de 700 anos de conflitos militares? Exceto com respeitadíssimas e raras exceções, a resposta essa pergunta é negativa.

A URSS naquele momento histórico, isto é, na iminência de uma invasão militar de enormes proporções, ante um país cujo líder destacava como prioridade a eliminação racista de seu povo, e, saída há pouco tempo de uma guerra civil onde interviram 17 países estrangeiros tinha por mister a adoção de um Estado de Exceção e a tomada de decisões rápidas, muitas vezes tomadas quase que exclusivamente por seu Comissariado Popular dos Assuntos Internos. Isso a maioria das pessoas não leva em consideração, por que, intencionalmente ou não formam pontos de vistas absolutamente etnocentristas, a partir de sua realidade sem levar em conta certas condições históricas concretas.

Ademais, já discorri aqui quem eram esses oficiais e a natureza das relações russo-polonesas, já presentes na história desde os tempos do imortal N. Gógol, retratadas em sua obra "Taras Bulba".
Algumas reações ao texto crítico quanto a participação da NATO na Parada da Vitória:

O usuário de nome Kleber fez algumas indagações cabíveis neste blog(pois muitos provavelmente irão querer fazer os mesmos comentários ao meu artigo). Transcevo aqui a discussão travada acerca do assunto, que, embora tenha se dado informalmente, traz algumas referências bibliográficas e uma série de fatos:

Kleber: "Que a União Soviética foi aliada do monstro nazista entre 1939 e 1941, associando-se à Alemanha na invasão da Polônia, e aproveitando o clima para anexar Letônia, Lituânia e Estônia, além de partes da Romênia."

C. A.: Lamento informá-lo, meu caro, que alguém lhe passou a informação errada, e tendo você obtido a informação errada, é importante que você venha a saber o que realmente ocorreu.

A URSS era "tão aliada" da Alemanha nazista quanto a Inglaterra, França e EUA. Primeiro por que essa aliança jamais existiu, e quem afirmar isso é um mentiroso, difamador e pilantra de primeira categoria! O que existiu foi um Pacto de Não-Agressão, que qualquer pessoa com noções mínimas de Direito Internacional, que é, inclusive, matéria do CACD, sabe diferenciar de um acordo de Aliança. Outro fato importante é que esse Pacto se deu por razões extraordinárias. Antes dele a URSS tinha um Pacto com França e Tchecoeslováquia, porém, quando a Alemanha invadiu este último, a sua burguesia nacional, então no poder, preferiu trair os interesses nacionais a aceitar a ajuda da URSS, a França, ao contrário desta, se negou a ajudar seu aliado, traindo o pacto. Ressalte-se que a Tchecoeslováquia foi entregue de bandeja por Chamberlain e sua camarilha aos nazistas. Portanto nenhuma criatura no hemisfério ocidental do planeta goza de qualquer moral para criticar o acordo de NÃO-AGRESSÃO entre URSS e Alemanha nazista, dados os fatos.

Kleber: "Em junho de 1941 o antigo aliado, que Stalin tentava agradar de todas as maneiras, fez o que qualquer pessoa que tivesse lido Mein Kampf teria previsto: atacou a URSS."

C. A.: Existe uma diferença entre diplomacia e ideal político. A URSS tinha um acordo diplomático com os alemães e tentava cumprí-lo para não dar a outros países motivos para, junto aos alemães, invadir a URSS, o que quase aconteceu. Lembremos que a URSS não foi invadida só por alemães, mas também por romenos, húngaros, italianos, belgas, franceses, espanhóis, enfim, quase toda a Europa.

Kleber: "Ah, e não esqueça de Katyn, quando prisioneiros de guerra poloneses - oficiais, intelectuais, arttistas e altos funcionários escolhidos a dedo, por Stalin, foram assassinados pelo glorioso Exército Vermelho."

C. A.: Antes de lembrar de Katyn, lembro-me antes dos 20 milhões de soviéticos assassinados pelos bárbaros fascistas. Nem todos eles eram militares, eram na maior parte dos casos cidadãos trabalhadores, idosos, crianças, mulheres, homens... Esses 20 milhões são números concretos, e não divagações de governos totalitários e imperialistas muito mal travestidos de democráticos, governos estes que neste exato momento participam do massacre de milhões de iraquianos.

Segundo por que até hoje não existe certeza de que estes poucos milhares de poloneses assassinados, que eram, a propósito, militares, tenham sido assassinados pelos soviéticos. Existem sim, boatos e especulações em grande parte inspirados em documentos da Alemanha nazista. Terceiro, essa mentira lhe foi tão mal contada, que envolve até o Exército Vermelho, quando qualquer anticomunista de segunda sabe que quem fazia isso era o NKVD. Quarto, estes "oficiais assassinados", cujo número é inclusive exagerado, eram em muitos casos partidários do regime totalitário de Pilsudski, formados com esta ideologia, será mesmo que esses humanistas de araque tão preocupados com o destino desses oficiais também se lembram dos milhares de trabalhadores e revolucionários mortos pela tirania de Pilsudski quando da Revolução Proletária Polonesa?

Kleber: "A Segunda Guerra Mundial foi ganha pelos aliados, em conjunto"

C. A.: Claro, assim como nós(isto é, eu e você) estamos nesse exato momento ajudando a pacificar o Haiti, por mais que o soldado brasileiro é que esteja se expondo aos projéteis. Foi ganha pelos aliados, só que a Batalha de Stalingrado, meu caro, não ocorreu em Nova York, aliás, os americanos, profissionais em crimes de genocídio contra povos semi-armados, não sabem o que é guerra.

A única vez na história em que os EUA, enquanto Estado constituído, enfrentou uma potência à sua altura, após uma tentativa de invasão e anexação do Canadá, se deram muito mal, tiveram até Washington queimada. Depois disso os EUA nunca mais enfrentaram um exército de verdade, conformando-se com crimes contra povos mexicanos, indígenas, filipinos...

Se você gosta tanto de documentários sobre guerra feitos nos EUA, que tal você ler as declarações dos comandantes das Forças Armadas dos EUA sobre a guerra na Rússia? Que tal assistir o documentário "The battle of Russia"? Ou ler, ainda, os relatórios do embaixador Joseph Davies sobre a URSS? Ele que, a propósito, era um liberal. Não é preciso nem ler a versão soviética da guerra, só em se limitar a isso, garanto que já estará bem informado e apto a discorrer sobre o assunto.

Vergonha: NATO marchará na Praça Vermelha

(Artigo publicado originalmente no Orkut)
Cristiano Alves

Neste dia 9 de maio de 2010 comemora-se os 60 anos da Vitória sobre o fascismo, quando o Exército Vermelho, que enfrentou a maior invasão militar da história da humanidade, após repelir com heroísmo e galhardia o exército racista e genocida de Hitler, hasteou no Reichstag, um dos grandes símbolos do poder alemão, a bandeira vermelha com a foice e o martelo, símbolo indelével na história da humanidade que representa a liberdade e a vitória.

A segunda guerra mundial custou aos europeus 60 milhões de vidas, dentre as quais a de 20 milhões de soviéticos no que foi o maior holocausto da história da humanidade. Estima-se que cerca de 10 milhões de soldados do Eixo invadiram o país, sendo parte de seu contingente, principalmente, os alemães, embora sendo também composto de italianos, finlandeses, húngaros, dentre outras nacionalidades, que compunham mais de 50 mil soldados, o suficiente para tomar uma cidade do tamanho de Fortaleza, a contingentes de voluntários que cumpunham 200 soldados, como os suecos, o suficiente para guardar um Posto de Segurança Estático ou sabotar um aeroporto. De fato, a invasão da URSS, o que não é mostrado em nossos livros de história, não foi uma mera "invasão alemã", foi uma invasão de quase toda a Europa contra a república socialista, inclusive com o apoio da "Santa" Sé do Vaticano.

Mesmo em condições desiguais, os comunistas repeliram os invasores nazistas adotando a tática de guerrilha através dos chamados partizans, especialmente em lugares como a República Socialista Soviética da Bielorrússia, na RSS da Ucrânia, e combates regulares entre as forças armadas da URSS e do Eixo, especialmente em lugares como a guarnição cercada de Brest, na Bielorrússia, Leningrado, Moscou, Kursk e Stalingrado, estas últimas na Rússia soviética. Na capital soviética a resistência, dirigida pessoalmente pelo Secretário-Geral do PCUS, Primeiro-Ministro e Marechal I. V. Stalin, declarado pelo Patricarca Sergius, de Moscou, o "filho eleito eleito da providência para a salvação do país".

Este homem, de origem georgiana, filho de um sapateiro e uma lavadeira, acostumado a trabalhar pesado desde menino, pai de um filho martirizado pelos nazistas, preferiu ficar em Moscou mesmo ante a iminente tomada da cidade e, ainda assim, promover o desfile do Dia do Trabalho naquela urbes mesmo com a ameaça de uma invasão, uma verdadeira provocação às tropas hitlerianas. Assim, a que viria se tornar a "Cidade Heróica de Moscou" tornou-se uma das capitais européias a nunca ter sido pisada por um só coturno fascista, um orgulho que até esse 9 de maio podia ser compartilhado por milhões de russos. Bem, isto é, excluindo-se o fato de que na Parada da Vitória de 1946 os nazistas participaram, porém na condição de prisioneiros e escoltados pelo Exército Vermelho, numa posição subalterna e humilhante, de derrotados.

Acontece que, em escárnio às memórias de seus avós, a Rússia, que hoje em dia adota a mesma bandeira usada pelos colaboradores vlassovistas, que ajudaram Hitler a matar seu próprio povo, teve o infortúnio de contar com líderes que conseguiram fazer o que nem Hitler, com seus milhões de soldados armados até os dentes não conseguiu, Gorbatchov trocou seu país por mansões na Europa Ocidental e contratos com grifes renomadas de bolsas, disso todo mundo já sabe, porém agora Medvedev, o aluno mais fiel de Putin, autorizou os fascistas da NATO(OTAN), a participar do desfile da vitória de 9 de maio de 2010. Sim, aqueles responsáveis pela morte de milhares de irmãos sérvios, de milhares de cidadãos iraquianos, servos de um governo que inclusive cogitou ajudar Hitler militarmente durante a II Guerra Mundial e mesmo antes dessa contra a URSS e o seu povo, membros de uma organização que inclusive contratou velhos nazistas e hospedou seus meios ideológicos como a Rádio Europa Livre e terroristas como a Operação Gládio; irmão marchar em Moscou.

Chega a ser ridículo ver as fotos do ensaio de um exército vermelho que não é o Exército Vermelho, mas os "Capotes Vermelhos" britânicos, com um currículo que mais parece uma folha corrida, tendo promovido, por exemplo, além de guerras contra o antigo Império Russo na Criméia junto à França e Turquia, uma guerra contra a China para obrigar seus cidadãos a consumirem ópio, uma proeza invejável a traficantes do quilate de Abadia, Fernandinho Beiramar ou Andinho, ressalte-se ainda seu papel reacionário na chamada "Revolução Americana", ou "Guerra de Independência dos Estados Unidos", por estes reprimida de forma brutal, contando até hoje com o repúdio de seus parceiros de genocídio.

É um fato que antigo Exército Soviético jamais fora convidado para participar de desfiles militares em Washington, no Arco do Triunfo em Paris ou em Londres, porém, Medvedev e os líderes da Europa Ocidental decidiram que as tropas da NATO "merecem", além de sua condição de observadores, ou de sua participação ao menos em forma e sem desfiles na Praça Vermelha, participar também marchando e desfilando, e pelas fotos dos ensaios, o contingente não é pequeno, não é só um pelotão ou companhia, mas a julgar pelas fotos, quase um batalhão, com direito até à continência dos soldados russos. Ressalte-se que nem mesmo exércitos como os da República de Belarus e da Ucrânia, cujas forças foram númerosas na guerra anti-fascista, tiveram direito a tal regalia, limitando-se a comemorar o 9 de maio em seus respectivos países.

Medvedev garante aos açougueiros da OTAN regalias que nem outros países da CEI tem, que seus soldados, talvez cansados da devassa que promovem contra mulheres de países do sudeste asiático transformados em verdadeiros bordéis, agora tenham também o direito de abusar sexualmente de mulheres russas. Com a recepção calorosa de terroristas legalizados em território russo, especialmente o moscovita, qual será o próximo passo, privatizar a Praça Vermelha? Stalin e 20 milhões de russos se debatem, Yeltsin agradece!

As fotos do ensaio:
http://img188.imageshack.us/gal.php?g=natomoscou4.jpg

domingo, março 28, 2010

Ucrânia -Duas décadas após a desintegração da URSS

Duas décadas após a desintegração da URSS


Neste texto, Denis Netcheporuk, depois de fazer um retrato comparativo da Ucrânia de antes da derrota do socialismo com os dias de hoje, conclui: “Todas as reformas de mercado confluíram para o mesmo fim: a privatização da propriedade social, a destruição das empresas colectivas e a implantação sucessiva de um regime liberal ao serviço dos grandes proprietários. Infelizmente, tudo foi feito para proporcionar a prosperidade de uma minoria e a pauperização da maioria”.

Denis Netcheporuk* - 15.12.09

No momento da criminosa desintegração da URSS, consumada em 1991, a Ucrânia estava entre os dez países mais desenvolvidos do mundo. Isto, aliás, é reconhecido até pelos próprios nacionalistas burgueses.

As prestações sociais eram extraordinárias, mas por vezes as pessoas não as valorizavam. A Educação era gratuita e havia um sistema de saúde pública de qualidade e, sobretudo, integralmente gratuito. Segundo os objectivos traçados pelo Partido, no ano 2000 todos deveriam receber gratuitamente uma habitação independente.

Os preços dos principais produtos alimentares, os aluguéis de casa, os transportes, entre outros, não sofriam alteração há mais de 50 anos. Os serviços comunais, as tarifas do gás e da electricidade custavam kopeques [centésimos de rublo]. As pessoas consumiam produtos naturais. Só quem vivia fora da URSS sabia o que era o desemprego, a inflação, os sem-abrigo, os despedimentos compulsivos, as falências de bancos e a perda das poupanças, os créditos a juros de 30 por cento, etc..

Para a geração actual isto é pura ficção científica. Em 2009 não conseguem sequer imaginar que tal possa ser possível.

Retrocesso inaudito

Éramos 52 milhões de habitantes. Tínhamos não só armamento nuclear (o terceiro maior arsenal do mundo depois da Rússia e dos EUA), mas também um exército com um milhão de efectivos, capaz de defender a população e destruir qualquer inimigo. O país desenvolvia-se. Nós orgulhávamo-nos do nosso Estado. Mas, de modo inconcebível, em apenas 20 anos, o equivalente a quatro planos quinquenais soviéticos, transformaram-nos num dos países mais atrasados não só da Europa como do mundo. Um dos mais atrasados e desamparados segundo todos os indicadores. Parece irreal, mas a traição e o capitalismo fizeram a sua obra.

Tudo começou com a realização das reformas de mercado e a substituição do regime socialista pelo capitalismo. Este processo foi iniciado por Gorbatchov. Depois da dissolução da URSS, o capitalismo selvagem começou a ser implantado em cada país que a integrava pelos antigos ideólogos do comunismo, que, entretanto, trocaram a foice e o martelo pelo dólar. No nosso país, isto foi feito por Kravtchuk, na Rússia foi Iéltsine, na Geórgia, Chevardnádze, etc..

Confiança defraudada

A verdade é que na altura, em inícios dos anos 90, as pessoas ainda confiavam nos governantes. Cada cidadão sabia que os dirigentes do país, os deputados, o Partido, os funcionários deviam por definição trabalhar e trabalhavam em prol do bem-estar do povo e do Estado. Todavia, infelizmente, não tiveram em conta um pormenor importante: no poder tinham-se instalado os chamados democratas-patriotas da fornada europeísta, cujo único objectivo era o lucro e a obtenção de dinheiro à custa dos simples mortais.

Todas as reformas de mercado confluíram para o mesmo fim: a privatização da propriedade social, a destruição das empresas colectivas e a implantação sucessiva de um regime liberal ao serviço dos grandes proprietários. Infelizmente tudo foi feito para proporcionar a prosperidade de uma minoria e a pauperização da maioria.

Todas as desgraças do nosso país são obra de Kravtchuk, de Kutchma, Iuchenko e de todos aqueles que estiveram no poder nos últimos 20 anos. É preciso compreender que ninguém perguntou ao povo se queria ou não mudar para a via capitalista. Tudo foi feito às escondidas, sob a capa de um pretenso amor pela Ucrânia e pela nação, sob o pretexto da democracia e do humanismo europeu.


Os ricos, mais ricos…


Em resultado da contra-revolução capitalista, o povo ucraniano perdeu o poder e o controlo sobre tudo o que se passa no país. Hoje, a minoria governa a maioria. Cinquenta pessoas detêm um terço do Produto Interno Bruto. Os ricos tornam-se mais ricos, os pobres mais pobres.

Pela frente temos a crise económica-financeira. Os capitalistas tentam sair dela à custa da gente simples. O governo de Timochenko endividou todo o povo. O poder «laranja» continua a dedicar-se unicamente à venda de empresas e à contracção de novos créditos. Ainda por cima faz de tal política um mérito seu.

O actual presidente sublinha constantemente que se dirige a uma única nacionalidade da Ucrânia. Poderia parecer que isto é reflexo do grande amor de Iuchenko pelos ucranianos. Mas a verdade é que, em cada dia que passa, com esta equipa de «pseudo-patriotas» no poder, os dirigidos estão a tornar-se cada vez menos. Isto aplica-se também às pessoas que pertencem às chamadas «nacionalidades estrangeiras»… Em geral, todos estão a morrer e a sofrer na Ucrânia.

Números da vergonha


Por mais triste que seja temos de constatar que a composição da «nação» de que eles falam é a seguinte. Restam ao todo na Ucrânia cerca de 46 milhões de pessoas, dos quais:

• cerca de dez milhões de ucranianos vivem abaixo do limiar da pobreza;

• mais de três milhões estão desempregados;

• cerca de 1,5 milhões passam fome;

• cerca de dez milhões de reformados recebem a pensão mínima;

• cerca de 190 mil ucranianos adoecem anualmente de cancro, morrendo

900 em cada 1500 pacientes;

• cerca de 700 mil pessoas sofrem de tuberculose, segundo dados

estatísticos do Ministério da Saúde da Ucrânia;

• 440 mil pessoas estão infectadas com o vírus da AIDS;

• cerca de 150 mil pessoas estão na prisão;

• cerca de 900 mil pessoas sofrem de alcoolismo crónico;

• cerca de 500 mil toxicodependentes estão registados oficialmente, segundo dados do Ministério do Interior;

• quase 200 mil crianças vivem na rua;

• cerca de um milhão de pessoas não têm abrigo;



Se a isto acrescentarmos ainda o ressurgimento do analfabetismo e a
degradação moral da juventude, o quadro torna-se muito triste.

É preciso sublinhar que aqueles que conduziram e continuam a conduzir as reformas de mercado capitalistas devem ser responsabilizados por todas estas desgraças. São os partidos de direita, são os políticos liberais. Eles estão hoje no poder. Não existem diferenças entre eles. Os capitalistas são os mesmos independentemente da máscara. Tendo em conta tudo o que atrás foi dito, cada cidadão deve colocar a si próprio as correspondentes perguntas e, sobretudo, esforçar-se por encontrar as respostas lógicas, designadamente à seguinte questão: por que é que em dada altura votou a favor dos milionários e continuará a fazê-lo no futuro?



Publicado no jornal Komunist (06.11), órgão do Partido Comunista da
Ucrânia

Disponível em russo em:
http://www.komunist.com.ua/article/27/10381.htm
Tradução, título e subtítulos da responsabilidade da Redacção do Avante!

* Colaborador de Komunist, órgão do Partido Comunista da Ucrânia

Este texto foi publicado no Avante nº 1.880 de 10 de Dezembro de 2009
As informações divulgadas por este autor podem ser confirmadas por dados estatísticos de diversos órgãos insuspeitos de qualquer partidarismo, desde os quais a própria Organização das Nações Unidas.

quarta-feira, maio 13, 2009

Quando uma mentira é repetida muitas vezes

Por Cristiano Alves

Existe uma ideologia, um clichê, repetido com enorme frequência nos meios ideológicos(escolas, jornais, universidades, imprensa...) da burguesia a idéia segundo a qual comunismo seria o mesmo que nazismo. Esta idéia foi, há algum tempo, divulgada na TV pelo Presidente do STF Gilmar Mendes, em uma entrevista dada ao programa Roda Viva em dezembro de 2008.

A comparação de comunismo com nazismo é bizarra e espúria, carente de qualquer fundamento histórico, científico e nitidamente caluniosa, interessando apenas a intelectuais de mente pequena ou professores medíocres incapazes de pesquisar acerca daquilo que dizem ensinar. É bom lembrar que, conforme notifiquei em um artigo inédito a respeito do assunto, o nazismo é a única corrente filosófica expressamente proibida no Direito Brasileiro, ao contrário do comunismo. Enquanto o nazismo é reconhecido por sua ideologia de ódio e racismo, o comunismo clama pela solidariedade entre os trabalhadores e marca os chamados "Direitos Humanos de 2ª e 3ª Geração".

Apesar da fracassada e famigerada tentativa de criminalizar a corrente filosófica comunista na União Européia, não olvidemos que, ao passo que o nome Hitler está ligado ao ódio racista e à maior guerra da história da humanidade, o nome de Stalin está vinculado ao primeiro documento da história da humanidade a criminalizar o racismo, a Constituição da URSS de 1936. Graças a essa constituição, a ONU, quando de seu surgimento, adotou essa política no art. 2º e o Brasil, na CRFB de 1988 adotou-a nos arts. 4º(onde a compara ao Terrorismo), 5º e ainda designou uma lei específica para tal, de número 7.716, isto é algo que ninguém jamais poderá negar.

Recomenda-se, para acadêmicos de Direito e demais interessados no tema, a leitura do seguinte artigo científico "miniatura" de uma monografia que vem sendo atualmente desenvolvida:

http://rapidshare.de/files/47189449/Sobre_a_origem_hist_rica_do_crime_de_racismo_no_Direito_Constitucional_Brasileiro_sob_a__tica_do_Dir.html

quinta-feira, outubro 09, 2008

Educação para a morte

Vladimir Tavares


Marcando a estréia de Vladimir Tavares como novo autor do blog "Notas Vermelhas", é com prazer que este blog traz aos seus leitores a versão em português de um antigo desenho da Disney, já banido, que retrata a formação de um nazista. Didático e cômico, suas legendas foram editadas no Windows Movie Maker, acompanhando a voz do narrador em todas as ocasiões, o que se mostrou um importante passo em um trabalho amador. Confira e avalie este importante marco:

quinta-feira, agosto 14, 2008

Beijing Beijing, tchau tchau!
Cristiano Alves


O mundo assiste atento aos jogos Olímpicos de Pequim, iniciados na última sexta-feira, após muita turbulência algumas semanas antes da realização de tais jogos, onde alguns monges e liberais franceses bateram no peito para defender a causa do Tibet, fazendo, voluntariamente ou não, apologias a um regime responsável pela multilação de mulheres e a escravização de seres humanos, um "feudalismo amigável" muito bem exposto por Michael Parenti.

O fato é que por mais que haja na mídia de massa muita difamação, calúnia e injúrias contra o Estado chinês, não se pode negar que ele é, hoje e desde algum tempo, um Estado promotor do capitalismo, frequentemente me sua forma mais selvagem possível, assim segundo Eric Vanden Bussche, brasileiro que reside na República Popular da China, concedeu uma entrevista à BBC, principal órgão de imprensa do Reino Unido, onde revela alguns fatos de grande relevância.

Segundo Eric Bussche, "não há mais nada de comunista na China. A China diz que seu regime é um socialismo com características chinesas. Entretanto, as relações de trabalho – e a economia como um todo– abandonaram os dogmas socialistas e hoje a economia chinesa se aproxima muito mais de uma economia capitalista do que de uma economia planificada. Obviamente, ainda há certas diretrizes formuladas pelo governo central, mas não têm o impacto que tinham há 20, 30 anos". Essa entrevista condiz plenamente com a informação da ONU/cf. Mészaros segundo a qual, desde 1979, 300 milhões de chineses ficaram desempregados.

É importante frisar que a idéia de que a China já deu seu "tchau tchau" ao comunismo não é uma visão nem simplista nem unilateral "típica de folhetins burgueses", mas sim um fato constatado por vários estudos da OMT, dados da ONU, governo chinês e mesmo difundido em várias publicações de orientação marxista-leninista(adiante ML) como a Northstar Compass, jornal A Verdade e mesmo nas obras do renomado revolucionário albanês Enver Hodja, que denunciou o caráter revisionista do maoísmo, onde se atribuía o papel dirigente da revolução não ao proletariado, conforme defendia K. Marx, mas sim aos "estudantes", o que culminou na fracassada e famigerada "Revolução cultural" e posteriormente uma aproximação com os EUA contra a União Soviética, também revisionista, evocando a famosa passagem da ópera de John Adams, Nixon in China, onde Nixon questiona who are our enemies...?

Assim, durante a abertura dos jogos olímpicos constatou-se um fato há muito tempo já constatado, o abandonamento oficial do socialismo científico na China e mesmo do maoísmo. Em Pequim(também denominada "Beijing"), enfatizou-se mais o confucionismo do que o marxismo-leninismo ou mesmo o maoísmo, um nacionalismo ufanista mais próximo de Kung Fu Tsé e mais longe de Marx, Engels, Lenin e Stalin, estes dois últimos, as duas "espadas da revolução", segundo Mao. Some-se essa festa à existência de 3 bolsas de valores na China, à existência de bilionários no país, à existência da propriedade privada no país e, para quem ainda acha isso muito vago, à recente aprovação de uma lei histórica que consagra a propriedade privada no Direito Civil chinês, em consonância com outras leis que permitem a entrada dos grandes capitalistas no Partido Comunista Chinês.

Vale questionar, por que um capitalismo chinês seria melhor do que um americano? O que ainda faz alguns indivíduos crerem que a China é um país socialista? Na China, considerando os fatos, o Estado fascista já disse há muito tempo para o comunismo e os comunistas a seguinte frase: Beijing, Beijing, tchau tchau!
O papel da educação segundo o ministro sueco
Cristiano Alves


De acordo o blog Convenant Zone, utilizando-se de um estudo divulgado nas notícias do Yahoo, já retirado do ar, em 2007 uma pesquisa apontou que há entre os jovens suecos uma visão positiva a respeito do comunismo. Assim, conforme a fonte citada, 90% dos adolescentes suecos entre 15 e 20 anos de idade ignoram o conceito de Gulag e 40% acreditam que o "comunismo" incrementou a prosperidade no mundo. O blog não demonstra a porcentagem dos que não souberam responder ou pensam de forma diferente.

A pesquisa, dirigida por Camilla Andersson, chefe da Information About Communism, foi informada à agência de notícias sueca TT, demonstrando uma imagem positiva deste ideal político na Suécia, país que há pelo menos várias décadas tem sido alvo de constantes bombardeios de propaganda anti-comunista e terror psicológico disseminado pelas elites do país.

O estudo, feito entre 1004 adolescentes, demonstrou que 82% dos entrevistados não via Belarus como uma ditadura e 43% acreditavam que o comunismo fez menos de um milhão de vítimas, dados esses publicados no Dagens Nyheter, jornal diário do país. Ainda, 56% dos jovens suecos se mostraram descrentes na idéia de que as economias de mercado ocidentais são democracias e 22% apontaram o comunismo como uma estrutura social democrática.

Diante de tais resultados, um tanto positivos para um país onde tem-se tentado difamar a imagem do comunismo, declarou o ministro da educação sueco, Jan Bjoerklund, que ele planejava propor mais lições de história nos currículos do país e que nesses o Holocausto e supostos "crimes cometidos em nome da União Soviética e do comunismo" se tornassem obrigatórios. Vale questionar, que "história" quer o ministro sueco? Será que os suecos sabem quem iniciou a sua "família real"? Pressupõe-se que "escolas" são instituições de obtenção de conhecimento, e não meros "jardins de infância" ou centros de lavagem cerebral.


domingo, julho 20, 2008

Stalin é o maior russo da história, dizem os russos

Por Cristiano Alves


Indicado por Lenin e votado para ser o Secretário-Geral do Partido Comunista Bolchevique da União Soviética, Stalin desempenhou ao lado de Lenin um papel fundamental para a construção do socialismo no país. Aplicando as teses do revolucionário russo, Iósif Vissaryonovich Djugashvilli, nato na Geórgia, Cáucaso, conseguiu fazer com que o primeiro país de orientação socialista passasse de um país atrasado e agrário para um país industrializado com mordernidades e direitos a serviço de toda a população do país.

Ao contrário de outros países com uma história desenvolvimentista cujo desenvolvimento se deu através do colonialismo, invasões militares ou grandes empréstimos econômicos, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas desenvolveu-se com o esforço abnegado dos trabalhadores e camponeses que acreditavam estar construindo um país justo e livre, sob o lema de desenvolver a revolução e esperar que um dia ela se expandisse a outros países desenvolvidos da Europa Ocidental. Essa crença tinha perfeita sintonia com os chamados "Planos Qüinqüenais", isto é, planos econômicos de 5 anos que visavam a satisfação de metas estabelecidas pelo governo soviético, norteadas pelos princípios da economia marxista de planejamento econômico e redução das desigualdades entre a cidade e o campo. Conforme atestam vários intelectuais russos e ocidentais, dentre os quais Anna Louise Strong, L. Feutchwanger ou L. Wittgenstein, a Revolução de Outubro não produziu somente o desenvolvimento industrial, como também humano, no país. Milhões de mulheres deixaram de ser simplesmente propriedades de seus maridos e ganharam notoriedade em vários setores da vida econômica, tendo sido emancipadas, ao passo que no mundo ocidental não passavam de escravas domésticas e sexuais. A URSS de Stalin produziu uma nova moral positiva de valorização do homem e da racionalidade como valores supremos, tendo esta era sido chamada de "Era dourada" e "um sonho da humanidade" por Wittgenstein.

Não bastassem os méritos do socialismo e sua liderança, Stalin se viu obrigado a, além de Estadista, assumir também a posição de Marechal do país em face da agressão hitleriana, em 1941. Descrito futuramente pelos seus maiores marechais como um homem inteligente e cauteloso, foi por seus aliados militares como Churchill e Roosevelt também descrito como sábio negociador e hábil estrategista, qualidades que permitiram liderar um país inteiro na defesa e vitória contra o fascismo alemãe, bem como a libertação de vários outros países fronteiriços, de tiranos subservientes a Hitler.

Tendo a Rússia e mais 14 países alcançado feitos inimagináveis em sua história só no século XX certamente rendeu uma fama indelével ao nome de Stalin. Por mais que tenha havido esforços incomensuráveis em apagar o seu nome da história, tenha sido durante a Era Khruschev, Brezhnev, Gorbatchev, Yeltsin ou Putin, todas essas impopulares e marcadas por fiascos na economia ou no plano internacional, Stalin lidera o título de "maior entre os russos" na pesquisa corrente feita pelo site Name of Russia(www.nameofrussia.ru), onde, dentre várias outras personalidades da história da Rússia, desde o viking Rurik, o Ruivo, até personalidades contemporâneas como o goleiro Yashin e o político B. Yeltsin.

O Generalíssimo Stalin, no presente momento em que a matéria é escrita, lidera com 443 731 contra 429 904 do tzar Nikolay II. Outros nomes que aparecem com grande destaque são o revolucionário V. Lenin, Príncipe Aleksander Nyevsky, o escritor A. Pushkin, o tzar Pedro I, a tzarina Catarina II, Yuri Gagarin, Ivan Grozniy e o cientista M. Lomonosov, todos relacionados com a preservação e divulgação da identidade russa. Por mais que os primeiros estejam em grande parte ligados à atividades guerreiras e militares, nomes estritamente ligados à produção de ciência como Lomonosov e Pushkin também ganham destaque. Enfatize-se que embora o nome de Nikolay II esteja mais ligado a corrupção, ao desperdício e à derrotas militares, houve recentemente uma grande campanha de setores ligados ao monaquismo que elevou o tzar russo, recentemente considerado "Santo" pela igreja, de posições retardatárias para as primeiras posições, ao passo que Stalin, a despeito de toda propaganda que há contra o seu nome, lidera em primeiro.

A pesquisa do site Name of Russia, por mais que apresente certas personalidades controversas em boas posições, mostra que, consonante com outras pesquisas de opinião, os russos preferem o comunismo e os líderes de Outubro, em especial Stalin, responsável por colocar em prática as idéias de Lenin para o país. Ainda no site Vkontakte.ru, um genérico russo do Orkut, os russos escolheriam para governálos Stalin, Putin(recentemente em 2º lugar), Lenin, Pedro I e então Aleksander Lukashenko, que é o atual presidente da República de Belarus, que de todas as ex-Repúblicas Soviéticas, é a que mantém mais laços culturais, econômicos e políticos com a Rússia.

quarta-feira, maio 28, 2008

Teses frankstenianas(1)

Cristiano Alves


O Estado brasileiro existe para poucos, ampara poucos e acoberta poucos. Sendo o Brasil um país de capitalismo selvagem, 40 milhões de miseráveis são as maiores vítimas das políticas anti-populares de governos sucessivos, de olhos fechados para a questão social, já que se torna mais fácil para este ou aquele "coronel" comprar um voto de um miserável faminto e doente.

Há quem sustente que sendo o Brasil um país de terceiro mundo com imensa dívida externa, a questão social fica comprometida por este que seria um "motivo de força maior", como nos fazem pensar os defensores do injusto Estado brasileiro, e isso justificaria, assim, um "abandono desculpável" da questão social. Essa tese, lamentavelmente, tem, inclusive, ganhado força no meio jurídico, sob o manto do que se conhece por "reserva do possível". Assim, baseados nessa tese, alguns juízes tem se pronunciado em favor do Estado em ações que demandam o fornecimento de remédios a pessoas com doenças graves sem condições de obtê-los, já que a Constituição Repúblicana fixa a obrigação estatal para com a saúde pública, um Direito Social. Reforçam ainda essa tese um coral de "copistas" das leis européias, fazendo uma inserção franksteniana do referido princípio sem levar em conta as possibilidades econômicas e materiais do Brasil.

O fato é que, no meio jurídico, há um grande número do método científico aristotélico, onde "a verdade seria um puro resultado de uma boa argumentação lógica". Assim, se "A" argumenta que 2+2=5 e "B", que não sabe que 2+2=4, sustenta que isso é falso, então "A" estaria correto, já que não se provou o contrário, incorrendo num formalismo lógico excessivo e perigoso, ignorando o moderno método científico empirio-crítico. O fato é que, ao contrário do que alguns juristas brasileiros apregoam, não há nada que justifique a isenção do Estado de suas obrigações sociais baseados no argumento da "reserva do possível". Estamos falando do país que, conforme bem demonstra o jornal A Nova Democracia, é o único fornecedor internacional de niobium, mineral utilizado na fabricação de diversos componentes metálicos, eletrônicos e principalmente aeroespaciais (afirma-se que sem o referido elemento, aviões sequer chegariam a decolar). Ainda, é sabido que o Brasil é auto-suficiente em petróleo, produz aviões de primeira linha, conta com uma biodiversidade imensa, que possibilita a liderança no mercado dos biocombustíveis, bem como uma série de medicamentos da floresta amazônica constantemente contrabandeados e patenteados por alienígenas que violam as leis nacionais de forma impune. Some-se a isso grande quantidade de riquezas minerais existentes em solo brasileiro, tais como abudante ouro e manganês.

Ora, há uma série de países menores do que o Brasil com dificuldades econômicas provenientes de embargos, tais como Belarus(sem oceano) e principalmente Cuba, bem como países infinitamente menores do que o Brasil, tais como Suécia e Bélgica, com recursos minerais escassos, que atendem às necessidades sociais de seu povo, especialmente no tocante ao aspecto saúde. Não se deve ignorar aqui os colossais montantes de reais perdidos para a corrupção e o desperdício. Por que, então, não pode o Estado brasileiro satisfazer a essas necessidades? Os pobres e miseráveis brasileiros não são culpados pelas aventuras e desaventuras de políticos de extrema má-fé!

Portanto, baseado nessas premissas, constitui uma falácia a justificativa, ou melhor, escusa, de que o atendimento da questão social estaria impedido em razão da dívida externa, baseado no argumento da "reserva do possível", já que se trata de uma lógica incorreta. Será que os nossos juristas nunca estudaram geografia ou introdução à economia? É certo que essa teoria alemã certamente não pode ser ignorada, porém não pode ser também copiada de forma franksteniana sem levar em consideração aspectos particulares, principalmente econômicos e geográficos de determinado país ou região.

1- De "Frankstein", personagem fictício fruto da junção de diversas partes de cadáveres, reanimado por eletricidade em laboratório.

quinta-feira, maio 15, 2008

Bonecos de Hitler agora estarão a venda para crianças ucranianas

Cristiano Alves


Não bastasse a onda de fascismo que vem corroendo as ex-Repúblicas Soviéticas, na Ucrânia e no Báltico se dão os maiores empreendimentos em favor da reabilitação dos criminosos que, violando todos os tratados e acordos internacionais, provocaram o maior holocausto do século XX, o extermínio de soviéticos, as maiores vítimas da segunda guerra mundial.

O presente regime ucraniano, fazendo a defesa ardente do capital e da propriedade privada, produz uma Ucrânia de uns poucos mafiosos super-poderosos, bilionários, em detrimento de uma população pobre e desolada, mão de obra agora acorrentada às companhias privadas dos EUA e Europa Ocidental. Para tal, segue-se também uma ideologia, inclusive recorrendo-se à demonização e vilipendiação de qualquer coisa que relembre a República Socialista Soviética da Ucrânia, uma das 3 repúblicas da URSS com representação na ONU(ao lado da Rússia e Belarus). Para "ocidentalizar" ainda mais a Ucrânia, as elites tem buscado uma espécie de "identificação" com a Suécia ou Alemanha. Para tal o país recentemente inaugurou monumentos ao traidor Ivan Mazepa, que durante os tempos do tzar Pedro I, o protetor dos cossacos que garantiu-lhes autonomia, desertou para as forças suecas do Rei Carlos XII para lutar contra o seu próprio povo e os russos durante a Guerra do Norte. Mazepa e Carlos XII foram derrotados e obrigados a se refugiar covardemente em uma fortaleza turca, onde ficaram até o final de suas vidas. Que tipo de país celebraria a sua própria invasão? Imaginemos a Irlanda celebrando o "dia da Inglaterra", ou os argentinos comemorando o "dia da invasão às Malvinas".

O fato é que não bastasse a exaltação de sua própria invasão, o país também reabilitou o criminoso de guerra Roman Shuhkevich, um homem que traiu o seu próprio povo para servir no Batalhão Rossignol, da Waffen SS, a mais sanguinária de todas as forças nazi-fascistas, responsável pela promoção da limpeza étnica, destruição de vilas e cidades, estupros e execuções em massa promovidos contra cidadãos pacíficos soviéticos.

Assim, exaltando sua própria invasão e reabilitando criminosos fascistas ao mesmo tempo em que o nome de lutadores da liberdade são jogados na lata do lixo e apagados dos livros de história, estarão agora à venda na Ucrânia bonecos de Hitler de clara alusão ao nazi-fascismo, bonecos estes produzidos em Taiwan e já comercializados em lojas especializadas na Ucrânia. A comercialização desses bonecos de clara apologia ao nazismo(o que na UE é inclusive considerado crime) ganhou destaque na mídia internacional, inclusive na BBC. Assim, no país que celebra seus invasores e reabilita seus traidores, agora as crianças ucranianas terão a liberdade de escolher se Hitler fica mais simpático em seus uniformes de comício ou em um capote da SS(não se esqueçam também do capote de couro!), afinal de contas a Ucrânia de hoje é "laranja, independente e livre".

A matéria:
http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2008/04/23/boneco_de_hitler_esta_a_venda_na_ucrania_1283312.html

quarta-feira, maio 14, 2008

O terremoto na China será culpa do comunismo

Cristiano Alves


É um fato que a mídia reacionária sempre teve o costume de colar mortos por catástrofes naturais ou calamidades na culpa do "comunismo", quando essas se dão no território(e por vezes até fora dele) de qualquer país que adote um modelo econômico independente.

Assim, o Jornal Hoje, exibido na Rede Globo, fez questão de, indiretamente, responsabilizar o governo chinês pela morte de crianças em uma escola destruída pelo terremoto que recentemente abalou o país.

Esse tipo de atitude, ainda que seja apenas a ponta do iceberg, contra um país antagônico a Washington, que, apesar de estar a quilômetros de ser comunsita, nos mostra bem a forma como funciona o "showrnalismo", o "jornalismo do espetáculo e do sensacional". Assim, não se admirem se daqui há alguns anos 15.000 vítimas(1) do terremoto que abalou a China, transformarem-se em 150.000 "vítimas dos comunismo".

(1) Número até o presente momento calculado
9 de maio(53 anos da Vitória sobre a Alemanha fascista)

Para o dia 9 de maio, recomenda-se aos leitores de "Notas Vermelhas" o documentário "The battle of Russia", pruduzido em 1943 nos Estados Unidos da América. Um documentário sério e altamente esclarescedor sobre o real papel da União Soviética no mundo:

quarta-feira, abril 16, 2008

Os marxistas e o Tibet
Por Carlos Marques


Todo marxista deve ser contra a intervenção e intenção de subversão imperialista provocada pelo governo dos Estados Unidos contra o povo chinês. O Tibet foi, é e até quando o povo quiser, será da China.

A posição de certos ditos "esquerdistas" só confirma aquilo que Eduard Limonov costuma dizer, hoje em dia não interessa se você é de esquerda ou de direita, mas sim se é a favor ou contra o Sistema. Os llamas querem estabelecer no Tibet uma ditadura totalitária e feudal em conluio com o governo americano, que por sinal financia o Dalai Llama, a fim de garantir a instalação de tropas americanas na região. O Exército Americano é como uma praga de gafanhotos, se espalha por toda parte e causa danos incomensuráveis.

Posto aqui alguns vídeos bastante relevantes sobre a situação do Tibet:

Michael Parenti - Tibet: Feudalismo amistoso?
http://www.youtube.com/watch?v=WWGGjpJJCKE
(Entrevista com o famoso intelectual liberal americano autor de "O assassinato de Júlio César" e "A cruzada anti-comunista")


O Tibet FOI, É e SEMPRE será uma parte da China
http://www.youtube.com/watch?v=U7ayJABEax0
(Vídeo bastante eloqüente com fatos e fotos para você mostrar para o seu cachorro, ou melhor, esquerdista ou reacionário favorito)

Enquanto as pessoas continuarem a adotar atitudes lemingues, a agir como lemingues e pensar como lemingues, continuaremos na mesma fossa intelectual e tornaremos o mundo igual ou pior do que aquele em que vivemos.

sábado, julho 14, 2007

Por que a Constituição Americana é a mais antiga vigente?
(Resposta a um quesitonamento feito em um fórum virtual)

Sinceramente não conheço bem o Direito Americano, mas inclui-se, dentre outras razões, no plano político-econômico, o motivo citado pelo José Luiz aqui(isto é, a estabilidade econômica dos EUA), mas há que se frisar aqui que se trata de uma constituição histórica, que marcou um momento decisivo na história do neoliberalismo e do constitucionalismo, já que consagrou em uma CR os ideais da Revolução Francesa. Ademais, ela é do tipo "sintética"(a nossa, por exemplo, é analítica), ou seja, ela traz um conjunto de princípios gerais a serem atendidos, e esses princípios são regulamentados por normas específicas no Direito Civil, Direito Penal, Internacional... dos EUA. A Const. Soviética de 1936 é outro exemplo de constituição sintética, tendo durado muito tempo também.

Trazendo para a seara do Direito pátrio, temos uma constituição analítica que discorre sobre vários temas que ela poderia abordar na legislação infraconstitucional. Aliás, o interessante é que embora ela tenha praticamente uma "cripto-constituição" em seu Art. 5°, com mais de 50 incisos e constantes ECs versando sobre esse ou aquele parágrafo, inserindo ou excluindo esse ou aquele inciso, ela acaba dependendo de leis infraconstitucionais.

Há quem diga que isso se dá em fato de que o Poder Constituinte Originário, por ter saído de uma época draconiana de nossa história, quis consagrar direitos de forma que estes pudessem ser melhor observados se estivessem na CRFB, no entanto o bom marxista rapidamente enxerga a falácia dessa premissa, considerando que isso traduz mero idealismo, ou seja, é acreditar que o objeto se moldará ao conceito dele, e não o inverso.

No caso da CR americana o que ocorre é que neste país houve uma única revolução burguesa onde uma classe se firmou no poder. Esta chegou a ser emendada, inclusive flexibilizando o Processo Penal com a Emenda n° 16, e emendas que endureceram o Estado americano com teor despótico, tais como o "ato patriótico", dentre outros.
O poder dos capitalistas e a ditadura dos Bancos

Diz-se que sem a figura jurídica da Alienação Fiduciária a economia brasileira não se desenvolveria nos anos 70, pois seguindo a lógica do capitalismo, ela deu um grande impulso às compras a prazo. No entanto, os bancos encontraram nela uma forma de exercer seu poder leonino.

O Brasil é signatário do Pacto de San José da Costa Rica, um tratado internacional que proibe a prisão civil(ser preso por dívidas, por exemplo), embora admita essa modalidade no caso de pensão alimentícia atrasada, o que é mais do que justo, considerando que há até indivíduos que saem do emprego para não pagar a pensão de alimentos para os filhos que colocou no mundo.

O Brasil, no entanto, conserva ainda um fóssil jurídico nesse campo, que é a prisão civil do depositário infiel. Quem é leigo em direito pode até achar que isso é algo justo, pois não percebe o que existe por trás disso!

Se A compra um carro à B, enquanto A não paga o valor por completo o bem pertence ao banco fiaduciário. Se o devedor fiduciante não paga a prestação, o banco pode efetuar uma ação de busca e apreensão, exercendo uma clara violação do devido processo legal. Caso o bem não seja encontrado, a busca e apreensão pode ser convertida em depósito. De fato, o que existe é um depósito camuflado pelo rótulo de alienação fiduciária, o que é inconstitucional e anti-isonômico, como bem expõe o Prof. Dr. Juiz de Direito Pablo Stolze Gagliano.

Isso, para quem não sabe, é regulamentado pela Lei 10.931/04, que nada mais é do que uma "reciclagem" do Decreto Lei 911/69. Este é um claro fóssil da ditadura latifundiário-militar, tão clichê quanto a antiga farda verde-oliva(hoje se usa a VO camuflada). É a chamada "Lei dos Bancos", uma lei encabeçada pelos bancos privados que na prática garante a esses um poder de prisão disfarçado, é uma lei capitalista e draconiana, um absurdo diante do qual os marxistas não podem se calar!

domingo, outubro 15, 2006

O PT coreano e o revisionismo

Artigo do camarada William Bland, da Aliança Marxista-Leninista, do Reino Unido, sobre o sistema vigente político em vigor na Coréia do Norte. É importante a compreensão deste artigo para compreender melhor o que se passa na Coréia e elaborar uma crítica construtiva a este sistema, a despeito de qualquer que seja a posição no que se refere ao enfrentamento do imperialismo.

http://www.apaginavermelha.hpg.ig.com.br/coreiadonortepartido.html
Fotos da Coréia do Norte

Fotos da Coréia do Norte tiradas por um casal holandês.

No vídeo fotográfico há algumas músicas ocidentais... É possível ver também como os Kim realizam sua autopromoção(ver a parte sobre T´angum).
Imagens da Coréia do Norte

A mídia reacionária tem frequentemente apresentado imagens de tragédias na Coréia do Norte, como se essa fosse a realidade deste país que sofre um bloqueio econômico dos EUA e por vezes catástrofes naturais, numa falsificação comparável à que William Hearst fez sobre a "fome dos bolcheviques".

Embora a Coréia do Norte não seja um país socialista, é necessário estudar a realidade na Coréia Popular.

Esse vídeo foi feito por turistas em Pyongyang, na Coréia do Norte, mostrando uma cidade limpa, sem bêbados, drogados e hooligans.

sábado, outubro 14, 2006

Informe do CC PCBU sobre os testes de mísseis da Coréia do Norte

O Comitê Central do Partido Comunista Bolchevique da União dá as boas vindas à informação de teste de mísseis para auto-defesa contra o ataque planejado do imperialismo dos EUA contra a Coréia do Norte.

O fato de que a Coréia do Norte tem tecnologia e especialistas para manufaturar e testar esses mísseis mostra que a economia está crescendo, apesar do embargo comercial e o bloqueio contra a soberania do país, apoiado pelo imperialismo dos EUA e de seus aliados ocidentais. Essa foi uma resposta a Bush e ao imperialismo dos EUA que ameaçou a Coréia do Norte e chamou-a de "Império do Mal", que deve ter uma mudança de regime.

O imperialismo dos EUA e seu vassalo, o Japão, não tem o direito de parar a Coréia do Norte em seu desenvolvimento de armas para sua auto-defesa, como vários outros países estão fazendo. O Presidente Bush deveria lembra-se do que outro líder reacionário, Margaret Thatcher da Grã-Bretanha, disse: "A posse de mísseis balísticos nucleares por duas entidades políticas opostas é o único fator nos tempos contemporâneos que garante a prevenção de um estourar de guerra nuclear".

O PCBU apoia totalmente a política da Coréia do Norte, que é lutar pela paz e o entendimento. Nós damos nossas Saudações Comunistas à República Democrática Coreana. Nós desejamos a eles sucessos futuros na educação, economia e na adoção de todos os passos necessários para a auto-defesa.

N. A. Andreeva
Secretária-Geral
http://www.northstarcompass.org/nsc0608/newssu.htm

Tradução de Cristiano Alves

sexta-feira, outubro 13, 2006

Geraldo Alckmin, o silenciador de escândalos

Segue um dos vídeos da TV australiana(SBS) sobre um dos candidatos à presidência da República, inédito na TV brasileira, mostra como Geraldo Alckmin foi irresponsável no que diz respeito ao combate ao PCC em SP. Confira antes que tirem do ar.
Traz muitas legendas em protuguês e inglês.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Burguesia dá chiliques ante os testes nucleares da Coréia

Rede Globo, deixe de ser covarde e mostre o que a munição de urânio enriquecido(usada pelos EUA e a NATO-OTAN) faz aos recém nascidos do Afeganistão e do Iraque!
A República Popular Democrática da Coréia faz testes nucleares no mar, e não em Hiroshima nem em Nagasaki!
Os EUA são a maior ameaça nuclear, será que isso você tem coragem de mostrar?

Difunda essa mensagem e proteste contra a difamação contra a Coréia efetuada pelos meios de comunicação. Se você pratica Tae Kwon Do, leve uma bandeira da Coréia do Norte para a sua academia. Nossas palavras são reforçadas por Armas Nucleares!

Como atua um Partido Comunista: Ativismo

No Brasil o termo "partido comunista" perdeu seu sentido. Desde vários anos atrás, teve lugar no seio dos PCs o revisionismo, deturpações do pensamento científico tão bem elaborado por Karl Marx e Friedrich Engels. O antigo PCB foi influenciado pelo Komintern, este dirigido por nomes como Lev Kamenev, autor da idéia da luta suicida dos PCs, uma tática claramente ultra-esquerdista, e depois por G. Dmitrov, que defendia uma estratégia conciliatória conhecida por "Frente Popular", ambas estratégias criticadas e atacadas por I. Stalin, que há muito tempo fora excluído das atividades do Komintern, por razões diversas.

Com a imposição da ideologia do XX Congresso do PCUS à maioria dos PCs mundiais, a estratégia bolchevista do uso de técnicas legais e ilegais foi suprimida, dando lugar à idéia de coexistência pacífica com a burguesia e da idéia fabiana de que se poderia chegar ao socialismo através das eleições organizadas pela burguesia, o que provocou o relaxamento dos PCs.

No Brasil, o relaxamento dos PCs terminou com a idéia da liderança operária, do papel de vanguarda dos comunistas, levando-os a "se escorarem" em lideranças "democrático-populares", quase sempre da burguesia. Essa posição demasiado passiva, de aceitação à tudo o que vinha de Moscou sem qualquer crítica, terminou levando a uma cisão no movimento comunista, onde surgiu o PCdoB(que carregava a semente do oportunismo político, o que se revelou mais tarde), o PCR, PCBR e outros partidos que, embora bem intencionados, terminaram sendo organizados de forma apressada, o que mais tarde seria sua fraqueza, organizações como a VPR, os revolucionários de Marighela, dentre várias outras que, lutando isoladas, foram brutalmente reprimidas e tiveram seus líderes duramente perseguidos e assassinados. A ditadura militar-latifundiária, infelizmente, conseguiu cumprir com seus objetivos, eliminando os melhores quadros revolucionários brasileiros no Araguaia, no combate às guerrilhas urbanas e rurais.

O totalitarismo da direita brasileira foi capaz de fazer uma verdadeira "limpeza ideológica", comparável à limpeza étnica e à "solução final" dos hitleristas, seja contra os bolchevistas ou contra alguns indivíduos de alguma forma progressistas. Isso, inevitavelmente, terminou possibilitando a ascenção de nomes da burguesia, de pequeno-burgueses apistas, trotskistas-católicos, nomes da CIOLs e transgêneros, ao status de "lideranças populares". Essas lideranças em alguns casos foram uma pedra no sapato de alguns generais, embora depois tenha sido percebida a sua utilidade, como foi o caso de Luiz Inácio(o Lula), primeiramente preso de acordo com a LSN(Lei de Segurança Nacional), mas subsequentemente tendo boas referências do General Golbery do Couto e Silva:

"Podem ter confiança no Lula,pois é a única liderança sindical Não-Marxista".

Com a ausência de um verdadeiro PC para liderar o povo brasileiro numa luta revolucionária contra as hostes seculares do latifúndio, foi fundado o PT, com a ajuda da CIOLS e a participação de vários nomes reacionários, drenando os comunistas para um partido notadamente oportunistas com ênfase em práticas eleitoreiras.

De fato, o Marxismo-Leninismo(bolchevismo) no Brasil encontra um imenso vazio teórico, carente de pensadores, traduções, pesquisadores, ativistas e enfim, de táticas legais e ilegais. Com a chegada do Nacional-Comunismo no Brasil, passa a existir um aliado com o qual se pode contar, a despeito de algumas diferenças ideológicas, o que pode vir a levar à formação de uma frente revolucionária. No mais, ao menos no que se refere ao ativismo, é preciso analisar e reativar a tática da ação direta, que tanto pode ser pacífica quanto violenta. No caso do Brasil, o país da "bunda e da bola", inicialmente a tática pacífica pode trazer resultados positivos e chamar a atenção das massas, algo que tem funcionado na Rússia, onde os comunistas a la Gandhi(o que se dá de forma involuntária) tem organizado marchas onde carregam seus estandartes de luta, tem aparecido na imprensa, denunciado o regime capitalista e constituído uma importante frente de oposição que talvez em 11 anos venha a organizar uma nova Revolução Russa. Dentre esses partidos merece destaque a atuação da AKM(Vanguarda da Juventude Vermelha), NBP(Partido Nacional Bolchevique), RKSM(b)(a União da Juventude Comunista Revolucionária Bolchevista) e de outras organizações bolchevistas.

Carregando retratos de Lenin e Stalin, cantando canções banidas pelo presente regime fascista russo, a nova geração de revolucionários organiza suas marchas, ocupam prédios do governo, algemam-se a prédios públicos, queimam bandeiras de organizações fascistas em protestos pacíficos, ao que o governo oligárquico responde com a violência policial do OMON, processando os bolchevistas com acusações absurdas e enviando-os para prisões no interior ou no extremo-oriente do país. Os bolchevistas russos usam-se ainda da internet para a divulgação de seus atos e de seus jornais partidários. Seguem abaixo alguns exemplos a serem analisados e discutidos, da Rússia e outros países:

Rússia:

MGSO(Jovem Guarda dos Oficiais da União)
- Ensaio de táticas de combate -
http://www.youtube.com/watch?v=yLl9pau2Zks

AKM(Vanguarda da Juventude Vermelha - Juventude do VKPB)
- Atuação da AKM -
http://www.revolucia.ru/vkpb_-_anti-jkh_2006.wmv
- Queimando a bandeira da Letônia, que reabilitou colaboradores de nazistas da SS -
http://www.youtube.com/watch?v=TRNOFJubafA
- Marcha no Dia da Vitória -
http://www.youtube.com/watch?v=zgLoZqbUd6g

NBP(Partido Nacional-Bolchevique)
- Manifestação contra a manifestação dos colaboradores de nazistas efetuada na Letônia(militantes nacionais-bolcheviques queimam símbolo nazista letão em Israel) -
http://www.youtube.com/watch?v=h8H2PB9RqBs
- Ato na embaixada Russa(NBP-Israel), clamando pela libertação dos presos políticos -
http://www.youtube.com/watch?v=jwMozXO4pP8
- Ato contra Bush efetuado pela seção letã do NBP(nota-se a participação de Ayo Benes, recém libertado da prisão de Riga) -
http://video.nb-info.org/070505_Dayte_Busha.wmv
- Rompendo um bloqueio do MVD(nota-se a liderança de Eduard Limonov, líder do partido) -
http://www.youtube.com/watch?v=b4EoHwpknBE

Enfim, esses são apenas alguns exemplos de preparação e dedicação à causa revolucionária. Militantes corajosos o suficiente para enfrentar uma prisão, realizar greves de fome, treinar técnicas militares, organizar manifestação e denunciar o capitalismo através de shows de rock ou de entrevistas na TV. Esses movimentos crescem a cada dia na Rússia e enfrentam a dura repressão policial num país que não respeita as liberdades individuais e coletivas, ao mesmo tempo em que respeita a atuação de grupos neonazistas o Nashe, as algazarras de hooligans contra estrangeiros e o surgimento de orgs. fascistas.

E no Brasil, onde há tantos direitos e liberdades individuais e coletivas até certo ponto toleradas, por que não temos ainda uma organização bolchevista? Bem, isso foi o que esse artigo se propôs a responder, e espera-se que se tenha chegado a conclusão de que só não temos como jamais teremos um partido bolchevista enquanto os comunistas ficarem esperando o "Lulalau", se escorando em partidos como o PT ou esperarem a boa vontade da UNE governista. Está errado! Os bolchevistas brasileiros precisam acabar com essa passividade!

segunda-feira, outubro 02, 2006

Ayo Benes é libertado de sua prisão
Por Cristiano Alves, com informações do Limonka

O militante afro-letão Ayo Benés, um dos líderes da seção do PNB de Riga, foi solto neste dia 20 de setembro. A "justiça" letã não conseguiu convencer à população de que o militante bolchevista representava um real "perigo". Benés provavelmente ficará ainda sob vigilância policial, como geralmente ocorre com os militantes nazbols.

Benés foi preso a 10 de fevereiro deste ano, por uma carta onde o nacional-bolchevista clamava pela derrubada violenta do Estado letão, ilegalmente erguido após a queda da URSS. Os militantes nacionais-bolchevistas associam a prisão de Ayo Benés à recusa do Estado letão de aceitar o registro legal do PNB e assim impedir uma possível candidatura de Ayo Benés, bastante popular no país.

Ayo Benés foi mantido na prisão de Riga, onde seguiram-se diversos protestos do Partido Nacional Bolchevique e uma greve de fome iniciada pelo militante preso, o que atraiu a atenção das comunidades letã e russa(rivais no país).

Letônia:

A Letônia é um país onde o racismo é oficialmente aplicado pelo Estado, sendo esse dirigido contra os eslavos, especialmente russos e ucranianos que moram no país, aos quais são negados direitos políticos e uma ampla participação na comunidade e na economia do país, numa espécie de "neoapartheid". A soltura de Ayo Benés demonstra a força que os comunistas vem ganhando no país, com a ajuda dos nacionais-bolchevistas.
O triunfo da tragédia

Aqueles que em um país elegem Paulo Maluf, Collor, Frank Aguiar, Waldemar Costa Neto, Genoíno, Berzoini, Palloci, Enéas, e que quer fazer mudança levando ao segundo turno celerados como Geraldo Alckmin (extrema direita), que arrebentou a segurança do estado de São Paulo, merecem chapéu de burros e a cassação de seus direitos políticos.

Infelizmente, o segundo turno fica limitado a nomes como Lulla e G. Alckmin, a continuidade de um modelo anti-nacional, anti-social e anti-comunista, ou à alternativa totalitária que a camarilha do PSDB e PFL hediondamente vem planejando..

Resta ao eleitor consciente se abster do processo eleitoral, votando nulo e contribuindo para a formação de um novo movimento político brasileiro.

quarta-feira, setembro 27, 2006

A marcha patriótica em 2006

Vídeo muito bem elaborado que compara o novo inimigo da humanidade ao de ontém, tendo como música de fundo a "Marcha patriótica", de Ernst Busch.

http://www.youtube.com/watch?v=TeUWf58vX4E

domingo, setembro 10, 2006

Os folclóricos candidatos do horário eleitoral

Com candidatos mais que folclóricos, não há dúvidas de que o horário, que deveria ser utilizado para debates construtivos, e não disputas píficas interburguesas, é o maior programa de humor da TV brasileira. Com afirmativas por vezes verdadeiras, candidatos brincam com os sentimentos de justiça do povo, ou no mínimo despontam num amadorismo incondizente com sua condição política. Seguem alguns exemplares, compilados pelo camarada Carlos Marques e Cristiano Alves.

Coronel Gondim - CE
"Vagabundage, vocês terão 24h pra deixar o território do Ceará"
http://www.youtube.com/watch?v=CfnejQqf3t8
http://www.youtube.com/watch?v=1bQrMHQ0JAI

Miguel Mossoró - RN
"Natal tá sem autoridade! Gringo que vié assediá nossas mulhé vem comigo pra mãozada"
http://www.youtube.com/watch?v=gsPx_q7OxbA

Lara - MT
"Lara, na luta contra os mala!"
http://www.youtube.com/watch?v=XA-seVYPFAA

Clodovil - DF
"Pisa no meu pé pra ver... É preciso acabar de uma vez com essa passividade"
http://www.youtube.com/watch?v=Igm3wgRsHcs

Levy Fidélix - SP (O homem do aerotrem. )
"Metrô é buraco de tatu"
http://www.youtube.com/watch?v=uTP__RFOUrs

Patrícia - SP
Sai Avanir, entra Patrícia(reparem na risada dela no final)
http://www.youtube.com/watch?v=q5A7eJPuNk0

Di Martino - RS
"Fale comigo pelo Orkut... Quero Deus, pátria e família!" (Resta dúvidas do fascismo do PRONA?)
http://www.youtube.com/watch?v=XCtBUbMUYrk

Super Moura - RN
"Rá! Rá! Vote em mim, meu povo!"
http://www.youtube.com/watch?v=wKc1ACVLWDQ
O anti-stalinismo é uma doença

Não há dúvidas de que o anti-stalinismo, uma das variações mais intensas do anticomunismo, é uma doença, uma espécie de paranóia, motivada por um medo de admitir uma idéia diferente da sua e que pode chocar pelos reais resultados. Cria-se um "demônio" para a partir daí justificarem-se preconceitos, ódio e mesmo construir ditaduras totalitárias anticomunistas, insituir a tortura, a opressão e a guerra, algo muito bem abordado pelo célebre intelectual americano Michael Parenti em sua famosa obra "A cruzada anticomunista".

Freud entendia a neurose como o resultado de um conflito entre o Ego e o Id, ou seja, entre aquilo que o indivíduo é (ou foi) de fato, com aquilo que ele desejaria prazerosamente ser (ou ter sido), ao passo que a psicose seria o desfecho análogo de um distúrbio entre o Ego e o Mundo.

Patch considera a psicose uma doença mental caracterizada pela distorção do senso de realidade, uma inadequação e falta de harmonia entre o pensamento e a afetividade.

A Psicose Delirante Crônica, que é sinônimo do atual Transtornos Delirante Persistente (CID.10), já foi chamada de Paranóia, muito apropriadamente. De acordo com Kraepelin, a Paranóia é uma entidade clínica caracterizada, essencialmente, pelo desenvolvimento insidioso de um sistema delirante duradouro e inabalável mas, apesar desses Delírios há uma curisosa manutenção da clareza e da ordem do pensamento, da vontade e da ação.

Ao contrário dos esquizofrênicos e doentes cerebrais, onde as idéias delirantes são um tanto desconexas, nesta Psicose Delirante Crônica as idéias se unem num determinado contexto lógico para formar um sistema delirante total, rigidamente estruturado e organizado.

A característica essencial desse Transtorno Delirante Persistente é a presença de um ou mais delírios não-bizarros que persistem por pelo menos 1 mês. Para o diagnóstico é muito importante que o delírio do Transtorno Delirante Persistente não seja bizarro nem seja desorganizado, ou seja, ele deve ter seu tema e script organizado e compreensível ao ouvinte, embora continue se tratando de uma falsa e absurda crença.

...Esses Delírios normalmente são interpretativos, egocêntricos, sistematizados e coerentes. Pode ser de prejuízo, de perseguição ou de grandeza, impregnado ou não de tonalidade erótica ou com idéias de invenção ou de reforma.

Um dos tipos de paranóia é o tipo persecutório, o tipo mais comum entre os paranóicos ou delirantes crônicos. O delírio costuma envolver a crença de estar sendo vítima de conspiração, traição, espionagem, perseguição, envenenamento ou intoxicação com drogas ou estar sendo alvo de comentários maliciosos.

De fato, no que se refere ao chamado "stalinismo", que é nada mais do que um apelido pejorativo do bolchevismo(marxismo-leninismo) que terminou sendo adotado em homenagem ao líder soviético, análogamente ao que aconteceu com o apelido pejorativo dos afro-descendentes(negro vem de "nekros", morto) que terminou virando um símbolo de resistência, os inimigos dos "malvados stalinistas" foram, são e serão incapazes de apresentar argumentos racionais, além de seus tradicionais clichês, contra um dos períodos de maior glória do socialismo científico e da história da União Soviética. Quando falta a razão, é mais fácil criar "monstros e demônios", como na Idade Média. Termina sendo mais fácil acreditar que seremos salvos pelos cruzados e os marines.

Cristiano Alves

Referências sobre a paranóia em http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=173&sec=54
Olga – a força da liberdade

Olga Benário Prestes nasceu em 1908, em Munique, Alemanha. Em 1923, então com 15 anos, ingressa na juventude comunista e cinco anos depois, como tarefa do Partido Comunista da Alemanha, prepara uma espetacular operação militar para libertar o também comunista Otto Braun, então seu namorado, da prisão de Moabit. Após essa ação, Otto e Olga se refugiam na URSS, onde passariam alguns anos.

Nesse período, já conhecida pela sua façanha em Moabit, Olga se torna um grande quadro político-militar da Internacional Comunista. Com excelente formação intelec tual e técnica, ela se especializou em paraquedismo e pilotagem de aviões. Por essa destacada atuação, Olga recebeu, em 1934, a missão internacionalista de acompanhar, na condição de segurança pessoal, Luis Carlos Prestes ao Brasil, para que este liderasse a revolução de 1935. Adotam nomes e nacionalidades falsas, mas se apaixonam verdadeiramente como Antônio Vilar e Maria Bergner Vilar.

No Brasil, a Aliança Nacional Libertadora, reunindo os operários, camponeses e setores progressistas da sociedade, realizava grandes atividades de massas, ultimando preparativos para o momento da verdadeira libertação do país. Por ser uma organização legal, congregava muitas pessoas, entre elas intelectuais como Graciliano Ramos.

Foi posta na ilegalidade por Vargas, meses antes de novembro, porque temia o seu vertiginoso crescimento e seu caráter de frente revolucionária. Mas decidida, a ANL ultima os preparativos da revolução, apoiando-se em tropas que se levantariam nos quartéis do exército. Em 23 de novembro, soldados e sargentos do 21º Batalhão de Caçadores de Natal, Rio Grande do Norte, tomavam a guarnição militar e proclamavam o Governo Popular e Revolucionário. Ali, a revolução duraria 5 dias, mais que em Recife e mesmo no Rio de Janeiro, onde o levante é rapidamente sufocado.

Após a derrota da revolução no Brasil, Olga e Prestes tornam mais severa a sua clandestinidade, mas, denunciados, caem nas mãos dos fascistas no início de 1936, numa casa da Rua Honório, no subúrbio carioca de Caxambi. Até o último momento, Olga cumpriu a tarefa de proteger Prestes, se interpondo entre ele e os policiais no momento da prisão, quando os esbirros de Vargas tinham ordem para matá-lo. Presos, agarra-se ao marido, porque sabe que a separação significaria a sua morte.

A polícia política de Vargas colaborava com a Gestapo e com o governo nazista em geral, e a entrega de Olga aos alemães há muito era acalentada.

"...até o último instante não terão porque se envergonhar de mim".

Grande mobilização se fez entre os presos da Casa de Detenção do Rio de Janeiro para evitar que Olga fosse entregue ao regime nazista. Liderados pelos comunistas, os presos se rebelam, mas não conseguem evitar que Olga seja retirada da prisão.

Nem o fato de a grande revolucionária estar grávida impediu que a extraditassem, juntamente com Elise Ewert, também alemã, esposa de Arthur Ewert, que participaram como membros da Internacional do levante de 1935.

Por essa época haviam diversos casos de resgates de prisioneiros dos nazistas em navios que faziam escalas antes dos portos da Alemanha. Organizações revolucionárias, que proliferavam entre os operários dos portos realizavam ousadas operações, conseguindo libertar várias pessoas dos verdugos fascistas. Para Olga, no entanto, foi preparado o embarque em setembro de 1936, num navio que não fez escalas, atracando em Hamburgo, onde a esperava a polícia política.

Na Alemanha, Olga é encarcerada na prisão de mulheres de Barnimstrasse, onde dá a luz à filha, Anita Leocádia Prestes e a amamenta até que os nazistas lhe tomam a criança, entregando-a à avó, mãe de Prestes, e transferem Olga para o campo de concentração de Lichtenburg, em seguida para Ravensbrück. Em fevereiro de 1942, Olga é transferida para o campo de Bernburg, onde é assassinada na câmara de gás, tendo o mesmo fim de tantos comunistas que caíram nas mãos dos nazistas.

Um dia antes de morrer, Olga escreve sua última carta, revelando não se render à morte porque acreditava que a causa dos proletários prosseguia, e que as novas gerações viveriam em um mundo sem a exploração do homem pelo homem.

"Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem ainda acontecer tantas coisas... Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver. Agora vou dormir para ser mais forte amanhã. Beijos, pela última vez."

Algum tempo depois, o glorioso Exército Vermelho rompe as linhas de defesa em Bernburg, liberta os sobreviventes e fuzila todos os carrascos do campo, inclusive a militar que acionou a câmara de gás assassinando Olga e demais prisioneiros.

Extraído do Jornal "A Nova Democracia"