terça-feira, maio 20, 2014

HISTÓRIA: Páginas do Facebook minimizam os crimes do nazismo

Por Cristiano Alves


Há algumas semanas, na Rússia, o presidente  Vladimir Putin ratificou o projeto de lei nº 197582-5, que criminaliza a negação dos crimes do nazismo e a distorção do papel da União Soviética na II Guerra Mundial. Enquanto o país do norte dá passos para frente, o Brasil dá passos para trás, carecendo de qualquer combate efetivo às formas diretas ou indiretas de reabilitação do nazismo promovidas em revistas, jornais, livros e na internet em redes sociais.


O jornalista Maxim Shevchenko certa vez condenou dois tipos de neonazismo, o neonazismo dos fascistas propriamente ditos e o neonazismo dos liberais. O primeiro grupo é mais notável e é mais fácil condená-los, o segundo grupo é socialmente aceito, embora levantem as mesmas bandeiras do primeiro grupo, só que sem bigode e suástica. 

Um dos recursos mais utilizados para a promoção do neonazismo é a minimização de seus crimes, assim, a Alemanha hitlerista, responsável por aproximadamente 60 milhões de mortos, 27 milhões só na União Soviética, além de mais de um terço da população da Polônia, é reduzida a apenas "6 milhões de mortos". Pior que isso, páginas que sustentam as ideias de Ludwig von Mises e de outros pensadores liberais extremistas, desavergonhadamente alegam que "Stalin e Mao, separadamente, mataram mais", sem qualquer evidências, sem qualquer indícios sequer, apenas sofismas. Ao igualar Stalin a Hitler, ou pior que isso, ao dizer que Stalin, um dos maiores combatentes do racismo do século XX, é "pior do que Hitler", que promoveu o racismo e o genocídio, que visava exterminar a população de eslavos da URSS, a exemplo do que os anglo-saxões da América fizeram aos mais de 20 milhões de americanos nativos.

Igualar Stalin e países socialistas a Adolf Hitler ou alegar que os primeiros são piores que o último é a forma mais comum de promoção da ideologia neonazista


Pior que isso, a exemplo do que fazem com o governo do PT, que segundo a mitologia direitóide "inventou a corrupção", não foi a Alemanha nazista que iniciou a IIGM, não foi a Alemanha nazista que promoveu a morte de 60 milhões de pessoas e estuprou milhões de mulheres eslavas, polonesas, ucranianas, bielorrussas, russas, sérvias e outras, não apenas violentadas, como também enforcadas; na verdade, dizem os direitóides, "foi o Exército Vermelho que promoveu a maior onda de estupro da história". Em realidade, não é segredo que alguns abusos foram cometidos durante a chegada do Exército Soviético em Berlim, é importante enfatizar "alguns" por que durante a chegada desse Exército na Alemanha nenhum único cidadão alemão foi enforcado. É possível ter certeza de alguns abusos cometidos do lado vermelho por que a própria justiça soviética nos dá exemplos de condenações de militares que cometiam abusos, demonstrando que se tratava de uma prática sem a aprovação governamental e mesmo punível, e até mesmo anticomunistas doentios como Alexander Soljenitsyn foram testemunhos de soldados presos por tais abusos, todavia mesmo essas exceções não se tavam sem um motivo. Muitos desses soldados foram homens que tiveram suas vidas completamente arruinadas, muitos tiveram suas mães, irmãs ou namoradas estupradas, e "toda ação tem uma reação". Todavia nenhum desvio de conduta dos soldados soviéticos podem ser comparados à violência institucionalizada promovida pelos nazi fascistas, que em muitos casos enviavam fotos suas enforcando cidadãos pacíficos na URSS e na Iugoslávia para parentes seus como "troféus de guerra". É típico de fascistas o culto da violência desmotivada, do sadismo! Deste modo, de forma alguma os crimes cometidos pelos nazistas, o corpo esquartejado de Zoya Kosmodemyanskaya, pode ser equiparado a ocasionais abusos dos soldados soviéticos que tiveram suas vidas destruídas pelos nazistas. Além do extermínio de 27 milhões de soviéticos, não estão contabilizados aí os inválidos, que perderam uma vida normal ao perder partes do corpo durante a guerra ou tornaram-se neuróticos pelo estresse por ela provocada, ou ainda aqueles que passaram a morar em buracos por que mais de 2 milhões de lares foram destruídos em seu país.


Nada disso é levado em consideração pela "direita raivosa", que prefere minimizar os crimes do nazismo e mesmo colocá-los no papel de "vítimas". São esses mesmos energúmenos que chegam a ponto de dizer descaradamente que "o nazismo é de esquerda", apesar de apoiá-lo de forma imoral e promíscua! Todo aquele que minimiza os crimes do nazismo ou iguala esse sistema, que criou leis segregacionistas oriundas da pseudociência conhecida por eugenia, deve ser encarado como um ato de apologia do nazismo, que ao menos no papel é considerado crime pela Lei 7.716/89. E o que falta para responsabilizar penalmente esses indivíduos?

É necessário que no Brasil um deputado comunista prove que honra a cor da bandeira de seu partido e que qualquer força progressista proponha uma reformulação na Lei 7.716/89 para equiparar a minimização dos crimes do nazismo à propaganda do nazifascismo. Essa medida não apenas iria evitar que o fascismo se espalhasse como um incêndio na internet, como também seria um golpe muito forte em partidos coniventes com tais ideias.

O Brasil não pode permitir a reabilitação do nazismo e nem a revisão da história que a extrema-direita promove através da internet e de seus órgãos de imprensa.

Pela criminalização da minimização dos crimes do nazismo!
Pela penalização dos neonazistas, sejam eles fascistas sem máscara, liberais ou "libertários"!

7 comentários:

Unknown disse...

eu vi um post com essa imagem q dizia "bandeiras do nazismo".

Felipe disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Striker disse...

Caro Cristiano Alves,

De nenhuma forma Ludwig von Mises apoio o Nazismo, as mortes geradas pelo partido "Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães", quero dizer, Partido Nazista foram utilizadas de forma estatística mostrando que o comunismo e muito pior que o socialismo, e os fatos citados são históricos, e dificilmente um professor de historia prova todos os fatos quando cita a historia.

Eu entendo que o senhor não gosta e condene Ludwig von Mises porque em 1920, ele já provou no livro, O cálculo econômico sob o socialismo que ele e insustentável.

Sinto muito dizer mais continuar acreditando no Socialismo e simplesmente um erro intelectual.

E se vocês apoio o socialismo, de forma indireta estão sim apoiando o Nazismo porque antes mesmo do partido Nazista se chamado desse nome, antes ele era o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.

A Página Vermelha disse...

@Striker

Primeiramente, sua opinião é absolutamente dispensável aqui. Você é liberal e liberais defendem todo tipo de mazelas que vemos me nossa sociedade, incluindo as enormes paradas LGBTs, as "festas da xereca satânica", e o assassinato de sérvios, ucranianos, sírios, líbios e outros povos mortos nos mais de 250 conflitos iniciados pelos Estados Unidos.

Em segundo lugar não há "fato" algum na postagem citada, aliás isso já foi reconhecido até por publicações mais eruditas dos Estados Unidos. Esse "fato" que você cita não encontra nenhum embasamento em dados demográficos ou estatísticas penais do governo soviético ou de qualquer outro. Eles são meras estimativas sem aporte científico, é como eu dizer que você enforca mulheres e publicar isso nos principais jornais do mundo, isso "não se torna verdade", mas apenas uma mentira conhecida.

Mises não provou absolutamente nada, a começar pelo fato de que ele jamais leu qualquer livro de Marx, isso nós já provamos aqui. Ele, por exemplo, confunde conceitos elementares como "meios de produção" e "modo de produção". É como confundir sabão com leão só por que ambos acabam com "ão".
Mises pertence ao lixo da história, apoiou um regime fracassado, o nazismo, e isso está bem explícito em seu site, chamando-o de "salvador da civilização europeia". Seus defensores são em grande parte uns garotinhos sem qualquer erudição querendo aparecer.
Quanto ao seu último parágrafo, você escolhe muito mal os seus argumentos. Nome não define nada! Se nome definisse alguma coisa peixe-gato miaria e leite brotaria das flores.
O nazismo não apenas promoveu mais privatizações do que Tatcher, como foi apoiado por Mises e por grandes capitalistas como Charles Bedston, que contrariando o seu Estado forneceu volfrâmio e cromo aos alemães para que esses tivessem tanques durante a Batalha de Stalingrado.

Felipe disse...

Oi, Cristiano. Você acha que mesmo antes do começo da abertura dos arquivos soviéticos, dava pra rebater as acusações feitas por anti-comunistas e trotskistas contra Stalin?

Felipe disse...

Cristiano, por favor, diga se você pode responder a minha pergunta?

A Página Vermelha disse...

Com certeza, pelo simples fato de serem acusações sem prova.

Regra de ouro da acusação:

"Dizer uma coisa sem provar é o mesmo que não dizer"

Nos EUA, na época do linchamento, era muito comum que hordas enfurecidas massacrassem negros sem ter prova alguma de seus crimes. Os liberais fazem a mesma coisa, só que no campo ideológico, em vez do racial.