Por Cristiano Alves
Capitalismo e racismo são duas faces da mesma moeda, já dizia Steve Biko, importante ativista da luta contra o regime do Apartheid na África do Sul, um regime nefasto e brutal, desumano e explorador comparável a apenas dois outros regimes, o do III Reich, surgido na Alemanha e espalhado para várias partes da Europa e o regime Jim Crow, uma das maiores aberrações já surgida no mundo capitalista, nos Estados Unidos da América.
Em 1916, quando Lenin e Stalin eram leões na escrita e no discurso contra a segregação racial, uma multidão de jovens enfurecidos, que "tinha certeza dos crimes de um adolescente chamado Jesse Washington", promoveu uma das maiores barbaridades já registradas pelos aparelhos fotográficos, o linchamento do afroamericano Jesse Washington.
Linchamento, um crime capitalista |
Jesse Washington trabalhava na fazenda do casal de imigrantes ingleses Fryer. Após a Sra. Lucy Frier aparecer morta com traumatismo craniano, o jovem Jesse, negro, foi o suspeito imediato. Jornais sensacionalistas trataram de alegar que Jesse não apenas matou a Sra. Lucy Frier, como também a estuprou. Investigações feitas em 2011 levaram a duas diferentes conclusões. Manfred Berg, investigador alemão, concluiu que Jesse matou Lucy Frier, mas não a estuprou. Julie Armstrong, da Universidade da Flórida do Sul, concluiu que Jesse nem matou nem estuprou a Sra. Lucy Frier. As investigações também revelaram que o jovem, como a maioria dos trabalhadores negros de fazendas, eram tratados de forma brutal.
Na época Jesse Washington foi preso, julgado e condenado, após uma confissão que, segundo investigadores, fora forjada pelos seus interrogadores, prática comum na justiça americana, onde indivíduos são presos, é prometida a sua soltura, caso confessem, mas são condenados e enviados a prisões ou até executados.
Após sair do tribunal, Jesse Washington era aguardado por uma multidão de populares enfurecidos que não apenas capturou Jesse, como também o amarrou, castrou o jovem e o pendurou em uma árvore sobre uma fogueira acesa. A multidão "cozinhou" Jesse Washington, queimando-o vivo. De acordo com a investigação de Manfred Berg, a multidão levantava Jesse e o colocava de volta na fogueira, de modo a maximizar o seu sofrimento. Todos os que participaram de seu linchamento sorriam e olhavam para as câmeras, certos de que não seriam sequer processados.
Após o crime bárbaro e brutal promovido pelos "homens de bem" americanos, pedaços de Jesse Washington foram cortados e vendidos como suvenir. O corpo de Jesse foi arrastado pela cidade. Apesar de que o linchamento era formalmente ilegal no Texas, o xerife da cidade que se encontrava no massacre nada fez para deter nem a multidão nem os policiais que a tudo assistiam. Diversas fotos do linchamento eram vendidas como suvenir na cidade de Waco, tida como "pacífica", apesar de ter tido efeito contrário para alguns visitantes que logo informaram ao restante do país sobre o caso, o que levou a diversas investigações que apontaram irregularidades no processo de Jesse Washington.
O linchamento só foi possível por que a imprensa local incitou os populares, demonizando Jesse sem qualquer certeza sobre a sua culpabilidade. Ele também se deu por que a multidão enfurecida "tinha certeza" da culpa de Jesse sem qualquer comprovação ou evidências de sua autoria. Ambos os recursos são usados ainda hoje utilizados por jornalistas como Rachel Sherezade e outros jornalistas de extrema-direita. Eles não apenas são usados contra pessoas cuja autoria do crime não é comprovada, como também são muito usadas para atacar o "comunismo malvado". Os extremistas de direita sempre "tem certeza" de que os comunistas "mataram, estupraram, defendem bandidos", dentre outras falsidades criadas com o intuito de promover o ódio.
Os países socialistas desconheceram qualquer linchamento, sendo que essa prática é inerente ao capitalismo, onde se promove o culto do ódio e o racismo. O extremista de direita não é alguém movido por sentimentos altruístas, ele é alguém que cultiva o ódio e nada cria, apenas destrói ou quer destruir. Ele reivindica o seu direito "sacrossanto" de ser racista e de linchar junto aos seus aquele que condena, seja ele culpado ou inocente, daí a sua histeria sempre que ouve falar de linchamento, prática que ultimamente tem ganho força no Brasil. O direitismo é um atraso de vida, é uma maldição que precisa ser exorcizada do nosso país, é dele que nascem regimes nefastos como o Jim Crow, III Reich, Apartheid ou o da Junta de Kiev. Aqueles que defendem a sua ideologia nefasta ou simplesmente com ela simpatizam são cúmplices morais de todos os seus crimes!
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