segunda-feira, agosto 26, 2013

EDITORIAL: Apoie a imprensa popular e democrática!

Por Cristiano Alves



Os jornais da burguesia servem aos interesses dos patrões, dos grandes capitalistas, exatamente por isso eles estão impregnados de matérias tendenciosas que demonizam movimentos sociais e mentem sobre a luta de classes, alegando não haver alternativa à sua hegemonia e desencorajando os trabalhadores a lutar por seus direitos e entregar-se passivamente aos chicotes de seus exploradores. Com o financiamento de grandes empresas, através de contribuições ou publicidade, eles disseminam o flagelo da reação e do anticomunismo.

A imprensa democrática desmascara as mentiras da grande imprensa e denuncia as manobras antipopulares e anticomunistas dos grandes empresários, mas ao contrário desta última, ela carece de financiamento, de forças econômicas interessadas em mantê-las, razão pela qual é fundamental a sua colaboração.

A Página Vermelha, além de vários artigos que consomem tempo e pesquisa, incluindo em fontes estrangeiras, tem um custo para seu editor, que vai desde sua força de trabalho intelectual até gastos com internet, telefone, computador, etc. Além disso, A Página Vermelha também disponibiliza legendas inteiras diretamente traduzidas de línguas como inglês e o russo pelo seu autor e editor. O trabalho inclui também documentários e vídeos informativos do programa "A voz do comunismo" e a "Rádio da Vitória" no Youtube, informando o leitor com uma visão alternativa e humanista.

Para contribuir, use o sistema Paypal, que pode ser acessado através do botão ao lado direito "DOAR". A contribuição é livre e qualquer valor é bem vindo. A partir de R$ 15,00, os doadores ganharão como brinde um kit de montagem de um fuzil AKM, usado por vários exércitos populares. Doações a partir de R$ 50,00 terão direito a uma cópia do Manual de Língua Russa, um excelente manual de aprendizagem autodidata do antigo Ministério da Defesa da União Soviética, usado para o aprendizado de língua russa por conta própria em todo o mundo.



Apoie A Página Vermelha e ganhe um kit de montagem de um fuzil AKM de papel como nessa foto

quinta-feira, agosto 22, 2013

MUNDO: Uma anciã georgiana e o socialismo

Originalmente publicado por André Ortega em http://www.realismopolitico.blogspot.com.br/2013/08/uma-velha-senhora-georgiana-e-o_22.html





Navegando encontrei este vídeo que é uma entrevista com uma senhora georgiana, "Era a vida melhor sob Stálin?". Essa senhora nasceu em uma família pobre de trabalhadores manuais, ela mesma já fez trabalhos braçais, estudou sob o socialismo, serviu na guerra e inclusive foi super-intendente de uma campo de prisioneiros de guerra (principalmente alemães) - quer dizer, foi parte da "casta burocrática stalinista", apesar da sua pobreza não indicar isso para os incautos. De qualquer forma, me chamou atenção a extrema simplicidade da forma como ela entende o socialismo, captando em poucas palavras a lógica do mesmo de maneira que muitos acadêmicos e "teóricos marxistas" não conseguem.

"Um homem como Stálin nunca nasceu na Geórgia! Aqueles tempos eram magníficos!", diz ela. Neste momento, ela complementa: "Os preços eram constantemente reduzidos! Se Stálin não tivesse morrido, ele teria feito sabão, eletricidade e água de graça". Pronto, esta é a lógica do socialismo. Desde Lenin, seja Trotsky ou seja Stálin, os comunistas enfatizam a tarefa primordial de aumentar a produtividade do trabalho. Muitos socialistas simplesmente ignoram isso, talvez por serem jovens idealistas inspirados por sentimentos de justiça. O principal objetivo do socialismo é aumentar a produtividade do trabalho, e era esse o fim perseguido na URSS de Stálin, reduzir os custos através do aumento da produtividade do trabalho. Essa é basicamente a principal diferença do socialismo "antes e depois" de Stálin, tanto na URSS como no resto do mundo. Na década de '60, o principal critério de avaliação da economia soviética deixa de ser a produtividade do trabalho e se torna a taxa de lucro de unidade produtiva. As taxas mais elevadas da produtividade do trabalho foram alcançadas nos anos '50 e depois caíram e estagnaram nas décadas posteriores.

A referência que ela faz a gratuidade de certos produtos, como a água e a eletricidade, também é notável. Realmente, no fim de sua vida Stálin desejava dar um passo a frente na direção do comunismo. Por princípio, é a produtividade do trabalho que permite a construção do comunismo, a distribuição comunista segundo a necessidade, quer dizer, a expansão do acesso aos produtos e até sua distribuição gratuita. Stálin na altura da publicação de seu "Problemas Econômicos do Socialismo na URSS" considerava a possibilidade de se dar um passo a mais de distância em relação a produção mercantil e na direção do comunismo. Segundo ele, a superação da produção mercantil é uma das tarefas do socialismo. Reconhece que isso não depende da vontade subjetiva de um líder, de um partido ou mesmo de todo um povo, mas que depende de leis econômicas objetivas. No entanto, enfatiza que é tarefa do Partido Comunista conduzir já na etapa socialista a transição para formas comunistas não-mercantis.

 I. V. Milianov, biógrafo de Stálin, fala um pouco sobre isso:

«Mikoian, segundo o próprio afirmou, mal se familiarizou com a brochura de
Stáline, adoptou de imediato uma posição crítica em relação a uma série de teses.
“Quando acabei de a ler, fiquei surpreendido: afirmava-se que a etapa da circulação
mercantil na economia se tinha esgotado, que era preciso passar para a troca de
produtos entre a cidade e o campo. Isto era um extraordinário desvio esquerdista.
Expliquei-lhe que, pelos vistos, Stáline planejava realizar a construção do comunismo
no nosso país ainda durante a sua vida, o que, evidentemente, era uma coisa irreal”.
Segundo as palavras de Mikoian, “passado pouco tempo da discussão na datcha,
caminhava ao lado de Stáline num corredor do Kremlin quando este me disse com
um sorriso irónico malicioso: ‘Estiveste estupendamente calado, não revelaste
interesse pelo livro. É claro que te aferras à circulação de mercadorias, ao
comércio’. Respondi a Stáline: ‘Tu próprio nos ensinaste que não podemos
apressar-nos e saltar de uma etapa para a outra, e que a circulação mercantil e o
comércio permanecerão ainda durante muito tempo como meio de troca na
sociedade socialista. Efectivamente duvido de que tenha chegado o momento da
transição para a troca de produtos’. Ele retorquiu: ‘Ah é assim! Estás atrasado.
Pois o momento é chegado precisamente agora!’ Na sua voz havia uma entoação
maliciosa. Ele sabia que nestas questões eu era mais entendido do que qualquer
outro, e não lhe agradava que não o apoiasse.
(apud V.D. Pikhorovitch, A alternativa rejeitada  à reforma de mercado de 1965 Por ocasião do 80.º aniversário do nascimento de V.M. Gluchkov , pg. 8, acessado as  14:00 22/08/2013 em http://www.hist-socialismo.com/docs/Gluchkov.pdf)

Alguns anos após a morte de Stálin, o complexo unificado que caracterizava a economia passa por um processo de desintegração e fragmentação. A unidade ganha um aspecto mais formal, com o Estado guiando a economia, distribuindo investimentos e controlando o crédito, enquanto na prática há uma autonomia financeira por parte das empresas. O sistema soviético se torna uma versão menos radical do sistema iugoslavo. A redução do custo da produção (i.e. aumento da produtividade do trabalho) deixa de ser o principal objetivo das empresas e é substituído pela busca pelo lucro. Antes considerava-se apenas a rentabilidade da economia nacional (que era como uma única empresa, um complexo unificado), agora cada empresa deve se preocupar com sua própria taxa de lucro. Naturalmente cresceram as desigualdades - cresceu a desproporção setorial, operários de uma mesma função ganhavam salários diferentes por estarem em setores distintos, os empregados dos setores mais lucrativos tiveram um aumento salarial muito grande e incapaz de ser atendido pela economia soviética o que estimulou o mercado negro, etc. Se antes a intenção era reduzir custos, agora eles aumentavam com a busca pelo lucro - aumentavam nas relações de uma empresa com outra, afetando a economia nacional, e em relação ao consumidor, mais uma vez fornecendo um estímulo para o mercado negro (quanto ao mercado negro ainda há um terceiro fato relacionado as reformas, que são  os excessos, as "sobras" de capital proveniente do lucro, permitindo re-investimentos).

Explica Prof. Natália Olegova Arkhanguelskaia:

Mas foi o anseio de se obter lucros em cada empresa, em vez da situação anterior em que se considerava apenas a rentabilidade da economia nacional no seu conjunto, que exacerbou, em muito maior grau, a oposição entre a sociedade e os colectivos laborais. Em resultado produziu-se a separação económica dos colectivos laborais, o que conduziu à formação de relações de produção fundamentalmente  diferentes das anteriores. Se antes os interesses do colectivo e da sociedade  coincidiam no essencial, agora estavam em contradição entre si.
As mudanças iniciadas neste período foram consolidadas com a reforma de 1965.  Esta reforma levou à desintegração e fragmentação do complexo económico unificado, pretendendo-se garantir não só a rentabilidade da economia nacional no seu conjunto, mas também que cada empresa separadamente obtivesse lucros. Em consequência, também a grande comunidade de trabalhadores deste complexo  dividiu-se em colectivos separados.(...) Antes de mais, a sociedade e os colectivos foram colocados em oposição entre si  com a introdução do pagamento pelo capital. O pagamento pelo capital fixo e
circulante passou a ser incluído no plano de lucros das empresas. A introdução deste pagamento marcou a mudança de relações entre os colectivos laborais e o Estado. No período anterior partia-se do pressuposto de que os colectivos das  empresas faziam parte do povo, que era o detentor dos meios de produção,  podendo utilizá-los sem qualquer tipo de pagamento. Agora resultava que os colectivos laborais tinham de pagar pelo capital utilizado e, por conseguinte,  passavam a ser considerados não como parte dos proprietários dos meios de  produção, mas como uma espécie de arrendatários. Assiste-se assim a uma peculiar  «espoliação» da propriedade do produtor e a uma oposição do último em relação ao Estado. Os colectivos laborais e a sociedade estão em oposição entre si enquanto proprietário dos meios de produção e sujeitos que os utilizam. Os colectivos  laborais não são proprietários das empresas e não podem dispor delas plenamente, por conseguinte, se por enquanto ainda não existem massas de proprietários  isolados, simultaneamente os colectivos já não fazem parte do proprietário plural.  Esta situação dificilmente poderia ser estável, teria de conduzir a ulteriores  mudanças, o que veio a ocorrer no limiar dos anos 90.   

(...) Antes da reforma, um dos  mais importantes indicadores do funcionamento das empresas era o preço de custo  da produção e a sua redução, por outras palavras, eram considerados os gastos de  trabalho vivo e social [trabalho passado]. As empresas eram incentivadas a reduzir  os gastos do trabalho, o que se traduzia na redução do preço de custo em relação  aos objectivos do plano, sendo que uma parte significativa dos meios economizados  ficava no colectivo laboral. Deste modo, não só o colectivo estava interessado na redução do preço de custo, mas também a sociedade, uma vez que podia receber  maior variedade de produtos com iguais gastos de trabalho. Isto criou uma  comunhão de interesses entre a sociedade e os colectivos de trabalho, o que  contribuiu em muito para o próspero desenvolvimento económico do país e para a  formação de uma psicologia colectivista.

Essas razões estão entre as que levam alguns a afirmar, num pensamento estritamente marxista, que a URSS foi o país que mais avançou na construção do socialismo, que "realizou a primeira etapa". Não só por ter desenvolvido mais suas forças produtivas, mas por ter avançado mais em suas relações de produção. No Leste Europeu o nível de socialização não chegava nem mesmo nos níveis da URSS pós-Stálin, além de esboçarem suas próprias noções de socialismo de mercado. Em Cuba na década de '70 adota-se o modelo soviético com alguns elementos cubanos (nota: Che havia criticado o sistema econômico soviético e defendo a "via stalinista" para Cuba, o Sistema Orçamentário de Financiamento). Na Iugoslávia as unidades produtivas eram mais autônomas do que na URSS. A China, ainda no período Mao, flutuava entre diversas formas propriedade com um considerável nível de descentralização (você tinha fábricas estatais "à soviética", fábricas privas e fábricas comunais) e agora tem um sistema de mercado com controle macroeconômico e "superioridade do setor socialista"(o setor estatal é o maior). A Coreia é um caso mais sui generis, mas ainda sim com maior autonomia regional e fábricas independentes.

A URSS era um país socialista, quer dizer, tinha um sistema econômico socialista, assentado na produção socializada. É esse fator que a torna socialista, o que não depende julgamentos morais. Vejo muitas concepções demasiado emotivas de "socialismo", desligadas do fator econômico e distintas do marxismo (apesar de muitas vezes a Marx prestarem homenagem). Jovens guiados por ideais de justiça e uma sociedade perfeita denunciam a URSS sem levar em conta sua base econômica, submetendo-a ao julgamento de suas normais ideias e de seu corações sensíveis.  Uma coisa são as relações de produção da URSS e outra coisa são "erros e acertos" de Stálin - até Trotsky era consciente disso e, pelo menos no campo verbal, defendia a base econômica da URSS. É muita gente falando da URSS sem saber, sem pensar nesses termos É no mínimo irônico que muitos dos que se consideram atualmente "campeões do anti-capitalismo" ataquem ferozmente uma das principais alternativas ao capitalismo, na maioria das vezes devido a pressão da propaganda anti-comunista ocidental e clichês que eles aceitam como verdades para depois dizer que "isso não é socialismo" - fazem o jogo daquele que teoricamente seria o inimigo. Realmente, olhando por este lado, a propaganda aliada ao acontecimento histórico da desintegração da URSS tem efeitos devastadores na esquerda, o que só piora com uma tradicional falta de estudos, senso comum, presunção e pedantismo. Existe uma certa dificuldade em se utilizar o termo "socialismo" objetivamente, como uma característica de um fenômeno e não um elogio onde cada auto-proclamado socialista o aplica naquilo que ele considera ideal. É por isso que re-afirmo o que disse no começo: essa senhora do vídeo entende mais de "socialismo" do que muitos "socialistas".

"Uma forma de pensar "puramente" normativa, idealista e ultimatista quer construir o mundo à sua imagem e desfazer-se simplesmente dos fenômenos de que não gosta. Só os sectários, quer dizer, a gente que é revolucionária só na sua própria imaginação, se deixam guiar por puras normas ideais. Dizem: não gostamos destes sindicatos, não os defendemos." (Trotsky, "Um Estado Não Operário e Não Burguês", 25 de Novembro de 1937)

Fonte

"Sobre algumas causas da restauração do capitalismo na URSS", N.O. Arkhanguelskaia http://www.hist-socialismo.com/docs/CausasrestauracaocapitalismoURSS.pdf

segunda-feira, agosto 19, 2013

BRASIL: Garota black bloc na capa da Veja responde à revista

Originalmente publicado no Diário do Centro do Mundo




“Emma, de 25 anos, integrante dos black blocs no Rio”, conforme legenda que identifica o rosto coberto por uma camiseta na capa da Veja, está indignada. E afirmou que irá redigir uma “Carta aberta à Veja”.

Na tarde de sábado, logo após a revista chegar às suas mãos, Emma, acampada no Ocupa Cabral, apoderou-se do celular que fazia transmissão ao vivo pelo TwitCasting e passou mais de uma hora vociferando contra a publicação (vídeo aqui).

Revoltada, demonstrava discordar de A a Z da matéria. Ainda na capa, ela aponta um erro que considera primário ao inseri-la como membro de um grupo. “Black bloc não é grupo e sim uma tática de manifestação. Não tenho como ser integrante de uma coisa que não existe.” A chamada (O bando dos caras tapadas) também desperta ira quanto ao trocadilho que ela diz ser “digno do Zorra Total” e que jornalistas deveriam se envergonhar de trabalhar numa revista como aquela.

Auxiliada por um mascarado que a ajuda a folhear a revista cujas páginas estão rebeldes por causa do vento da praia, Emma vai analisando e xingando trechos preconceituosos e moralistas. Sua revolta (e dos que estão ao redor) aumenta diante do relato sobre consumo de drogas e sexo promíscuo. “Entre um baseado e um gole de vodka, (…) vinho barato e cocaína ! Onde isso?”

Ela segue jogando molotovs na Veja até chegar ao quadro de fundo cinza, parte que considera ter sido feita especialmente para si. Abaixo de uma foto em que aparece lendo História da Riqueza do Homem, de Leo Huberman, o texto procura atingi-la de modo a reduzir suas insatisfações a desvarios adolescentes. Emma ridiculariza a tentativa da revista de expor intimidades e frases soltas apenas para diminuí-la.

O mascarado também faz seu desabafo: “Isso foi tudo inventado. A grande mídia faz assim, ela conta a história que ela quer. Essa matéria aqui é completamente mentirosa, não é nem falaciosa, é mentirosa mesmo. A intenção é manipular a opinião pública”, diz ele.

Emma aponta a câmera para as barracas: “Olha lá, todo mundo transando e se drogando.” Ela se enfurece com o golpe baixo ao ser chamada de namoradeira e suspeita que gente infiltrada a delatou na passagem em que “fica” com dois acampados num mesmo dia.

As fotos nas quais ela aparece (capa e miolo) são assunto polêmico. Ainda que através de uma elíptica fenda apenas se revelem os olhos azuis, sobrancelhas finas e um pouco do nariz, todos de traços sugestivamente médio-orientais e de ar misterioso, fica evidente que Emma mexe com a curiosidade. Enquanto conta que o fotógrafo se fez passar por membro de agência internacional, Emma recebe um elogio à sua beleza através do chat interativo. “Obrigada, mas a reportagem não mexeu com meu ego. Não adianta nada a foto estar bonita se o conteúdo é escroto”, disse. “Não vendi foto nenhuma, publicaram isso sem minha autorização”. Uma senhora que estava ao lado pergunta se ela pode processar a revista por uso indevido de imagem. “Sim”, responde Emma. Um outro espectador bem humorado diz ter sentido falta de um poster central na revista. “Poster o caralho, já falei para parar com a idolatria. Não vim aqui para mostrar a bunda, vim mostrar o que tenho no cérebro.”

Emma diz ter sido procurada no acampamento por uma repórter da Veja e também pelo Globo. Dá a entender que recusou ambos os convites por não concordar com a grande mídia. Afirmou ter dito à repórter da Veja que não conversaria com ela pois o editor manipularia tudo conforme seu interesse. Contudo, enquanto lia a reportagem, por diversas vezes declarou: “Eu não disse isso, desse jeito.”

Além dos equívocos denunciados por Emma, a matéria afirma que os blacks blocs são um grupo pequeno e não chegariam a duzentos miilitantes. Apenas na frente da Assembleia Legislativa de São Paulo, na semana passada, havia um grupo de aproximadamente cem indivíduos. Comunidades black blocs no Facebook são encontradas em São Paulo, Caxias do Sul, Minas, Ceará, Niterói, Rio de Janeiro. Só a do Rio possui mais de 23 mil “curtidores”.

Também não é verdade quando a revista afirma que black blocs haviam queimado uma catraca durante uma manifestação (o ato é simbólico e religiosamente proporcionado pelo MPL, não teve nada a ver com black blocs) ou quando alega que nenhum McDonald’s ou Starbucks escapem ilesos de protestos em que haja pelo menos um mascarado (na noite de sexta-feira, novamente na Assembleia, nenhuma guerra de spray ou gás ocorreu mesmo na presença de 60 ou 70 black blocs).

Criticando professores universitários admiradores do movimento, a Veja incita a polícia a enquadrar os “arruaceiros” pelo crime de formação de quadrilha, algo ainda não feito, obviamente, por não ser possível juridicamente (como foi dito por um membro dos Advogados Ativistas aqui no Diário).

Na Carta ao Leitor da mesma edição, lê-se que “VEJA sempre se pautou pela busca da informação correta em nome do interesse público.” Ao encerrar sua participação no Twitcasting, Emma diz para a Editora Abril: “A população está vendo o que vocês estão fazendo.”

sexta-feira, agosto 16, 2013

BRASIL: Fidelcastro poderá trabalhar no Banco do Brasil

Por V. Tavares



A seleção externa do Banco do Brasil teve em seu quadro de aprovados o brasileiro Fidelcastro Dias de Araújo, conforme o site da Fundação Carlos Chagas, que poderá ser chamado para trabalhar na sociedade anônima.



A identidade foi omitida a fim de preservar o sigilo da informação(clique para ampliar)



terça-feira, agosto 13, 2013

CHARGE: Não vamos falar sobre isso

Charge ilustrativa da ideologia dominante



MUNDO: Franceses pedem ajuda da Rússia contra a globalização

Por Cristiano Alves


Um protesto organizado por cidadãos franceses contra imposições culturais da globalização teve lugar em frente à Embaixada da Rússia, em Paris. Os manifestantes alegavam que a "democracia francesa está em perigo", criticando a decisão francesa de legalizar no país novos modelos familiares, contrariando a maioria opinião pública do país, inclusive reprimindo violentamente protestos contrários às novas decisões do Estado burguês da França..

Русские, спасите нас от п...расов! from Neo Crusader on Vimeo.

segunda-feira, agosto 12, 2013

INTERNET: Editor de "A Página Vermelha" é censurado em site anticomunista americano


Por Cristiano Alves


O site Campus Reform, de autoria de uma cidadã americana denominada Gabriella Hoffman, censurou os comentários do autor de "A Página Vermelha", Cristiano Alves, após a publicação, com dados estatísticos e demográficos, que refutava seu texto difamatório sobre o comunismo e o professor Grover Furr.

O site da cidadã americana filha de imigrantes Bálticos, um dos poucos lugares do mundo onde se glorifica o nazismo e os colaboracionistas bálticos da Waffen SS, publica uma matéria difamatória sobre o Profº Grover Furr, da Montclair State University. Trazendo um vídeo de um debate seu, ela ridiculariza os argumentos do professor, defendendo sua expulsão da comunidade acadêmica por ser comunista. Gabriella Hoffman, citando indiretamente o historiador Roy Medvedev, amigo de Soljenitsyn, alega ainda que Stalin teria reprimido mais de 40 milhões de pessoas.

Um estudo publicado pela American History Review nos anos 90, após a abertura dos Arquivos de Moscou pelo então presidente Mihail Gorbatchov, revelou ser o número de executados milhares, ao passo que o número máximo de presos no país fora de 2 milhões, número inferior ao da população carcerária dos Estados Unidos nos dias atuais. O estudo contou com a participação de mais de 5 historiadores, incluindo americanos e russos, podendo ser acessado no link http://sovietinfo.tripod.com/GTY-Penal_System.pdf.

A postagem do link, junto a outras estatísticas demográficas, foi o estopim para a censura nos comentários. Mas "quem reprime é o stalinismo".


INTERNET: Militante LGBT defende o extermínio de católicos, evangélicos e russos: "eles não tem uma parada gay"


Por Cristiano Alves

Proselitista LGBT pede o extermínio de russos pela sua recusa em sediar parada LGBT em seu país

A homossexualidade é antiga como o mundo, instrumentos datados da era pré-histórica revelam instrumentos tais como consolos e outros apetrechos para duplas homossexuais, todavia sua reificação e postura agressiva de seus militantes são um fenômeno recente. Através da rede mundial tem sido notável o furor de militantes LGBT contra a Rússia, cuja população rejeita os valores americanos impostos ao país. A histeria se deu após a aprovação de uma lei que proíbe a propaganda de valores sexuais não-tradicionais para menores de idade.

A ideia de um "movimento gay" é algo estranho à civilização russa. No ocidente uma "cultura homossexual" esteve presente em civilizações como a grega e a romana, ambas expansionistas e militaristas, vendo-se também presente entre círculos de poder de conquistadores modernos como o tirano austríaco Adolf Hitler, que defendia a criação de uma "nação de loiros altos de olhos azuis". Sua homoafetividade, contrariando o mito de "perseguidor de gays", fora evidenciada por vários psicólogos e inclusive historiadores como o alemão Lothar Machtan(O segredo de Hitler). Ao contrário do ocidente, a Rússia não conheceu uma "cultura homossexual" nas proporções do mundo ocidental, nem quando o cristianismo era religião de Estado, nem quando este se tornou um Estado laico que encorajava o ateísmo, após a Revolução Bolchevique de 1917. O grande escritor soviético de origem proletária, Maxim Gorkiy1, escrevera certa vez que na URSS "o proletariado tomara o poder com hombridade", condenando o movimento dos homossexuais, que em seu entender "estraga a juventude", uma postura radicalmente diferente da chamada "esquerda festiva" ocidental. Os comunistas alemães, citados por Gorkiy em seu artigo, mesmo chegaram a mencionar que o desaparecimento de movimentos gays fariam desaparecer o fascismo na Alemanha dos anos 30, dada a forte associação que havia entre a militância homossexualista e a nazista, posição respaldada em escritos de Marx e Engels.

Ernst Rohms, por muito tempo o número 2 do Partido Nazista e líder da violenta SA, era conhecido por buscar jovens alemães de perfil "ariano" para orgias homoeróticas e para integrar sua organização fascista

Seguindo a cartilha de seus antepassados ideológicos, no Brasil verifica-se um boom de propaganda de teor russofóbico que destila o ódio entre militantes LGBT, inclusive heterossexuais participantes do movimento. Ele consiste em divulgar em sites e rede sociais notícias de desinformação sobre a Rússia, alegando, por exemplo, que o país "declarou guerra a qualquer gay". O texto original do Código de Violações Legais Administrativas da Federação Russa discorre in verbis2:

Статья 6.21. Пропаганда нетрадиционных сексуальных отношений среди несовершеннолетних

[Кодекс РФ об административных правонарушениях] [Глава 6] [Статья 6.21]
1. Пропаганда нетрадиционных сексуальных отношений среди несовершеннолетних, выразившаяся в распространении информации, направленной на формирование унесовершеннолетних нетрадиционных сексуальных установок, привлекательности нетрадиционных сексуальных отношений, искаженного представления о социальной равноценности традиционных и нетрадиционных сексуальных отношений, либо навязывание информации о нетрадиционных сексуальных отношениях, вызывающей интерес к таким отношениям, если эти действия не содержат уголовно наказуемого деяния, -

влечет наложение административного штрафа на граждан в размере от четырех тысяч до пяти тысяч рублей; на должностных лиц - от сорока тысяч до пятидесяти тысяч рублей; на юридических лиц - от восьмисот тысяч до одного миллиона рублей либо административное приостановление деятельности на срок до девяноста суток.

Em português: Artigo 6.21. Propaganda de relações sexuais não-tradicionais entre menores


[Código da FR sobre violações legais administrativas] [Capítulo 6] [Artigo 6.21]

1. Propaganda de relações sexuais não tradicionais entre menores, com o emprego de meios de informação, expressa na disseminação de informação destinada à difusão de relações sexuais não-tradicionais em estabelecimentos de menores, favorecimento de relações sexuais não-tradicionais através de uma representação distorcida que iguala relações sexuais tradicionais às relações sexuais não-tradicionais, ou a imposição de informação sobre relações sexuais não-tradicionais que causem interesse em tais relações, se estas não constituírem ofensa criminal, -

punível com multas administrativas na proporção de quatro mil a cinco mil rublos para o cidadão; para funcionários legais - de quarenta mil a cinquenta mil rublos; para pessoas jurídicas - de oitocentos mil a um milhão de rublos e suspensão administrativa de suas atividades por noventa dias.



É notável que em nenhum momento a lei administrativa russa determina homossexuais como seu sujeito ativo, dando a entender que tanto heterossexuais quanto homossexuais podem incorrer na infração administrativa. Mais adiante, seus artigos 3º e 4º preveem para estrangeiros, além da multa, a prisão e expulsão administrativa do território da Federação Russa, ainda que cometida através de meios eletrônicos como a internet(artigo 4º). A lei russa, conforme declarado pelo deputado Vitaliy Milonov(Rússia Unida), não visa "proibir a comunidade gay e LGBT na Rússia", mas apenas impedi-la de propagar seus valores nas escolas, para menores. O projeto teve a aprovação de praticamente todos os partidos russos como o Rússia Unida, que tem entre seus quadros personalidades homossexuais como o cantor Borís Moyseev; o LDPR, do ultranacionalista Jirinovskiy, governista; e o KPRF, o Partido Comunista da Federação Russa, de esquerda, oposição e herdeiro do Partido Comunista da União Soviética. Este último exigiu uma majoração no valor da multa.

Mas nem todos aceitam que os russos criem suas próprias leis. Grupos de ativistas LGBT tem disseminado factoides e ódio contra a Rússia, especialmente em publicações LGBT e redes sociais, alguns mesmo alegado que a lei russa "estimula o assassinato de gays", que "prevê pena de morte para gays" ou que o Estado russo visa o "extermínio de gays". Essa manobra retórica é comumente usada contra todos aqueles rejeitam o programa LGBT, sendo que alguns vão mais além. Na rede social "Facebook", uma usuária de nome Karla Prais alega que a Rússia "tem uma tradição de nazistas", a despeito do fato da potência nórdica ter derrotado cerca de 80% das forças militares do III Reich. Outro militante chamado Walter Costa alega ser o país uma "nação dos infernos" pelo fato desta não ter uma parada LGBT, alguns são ainda mais categóricos, defendendo o uso de uma bomba(presumivelmente atômica) na Rússia para exterminar, além dos russos, evangélicos e católicos, como uma militante denominada Lay Santana, num grupo de discussão chamado "Comunidade Racionalista". Além da natureza anticomunista e imperialista de tal afirmação, ela é considerada também criminosa pelo direito brasileiro, na Lei 7.716/89 em seu artigo 20, que em seu parágrafo segundo prevê inclusive sua prática através de meios de comunicação. Há algum tempo, uma jovem de São Paulo foi penalizada judicialmente por defender o extermínio de nordestinos. A despeito de posições isoladas, essa atitude é incitada por jornais voltados ao GLS e da grande mídia. Coincidência ou não, a promoção de tal propaganda antirrussa na grande mídia ocidental se deu após a polêmica em torno de Eduard Snowden.

Ideias de aniquilação ou dominação da Rússia tem povoado a imaginação de proeminentes nomes ocidentais há séculos. A ideia de lançar 300 bombas nucleares na Rússia fora defendida pelo governo americano nos anos 40, na operação de codinome Dropshot, por esta se recusar a aceitar os valores culturais e econômicos ocidentais. O desenvolvimento da bomba atômica na URSS, sob a liderança de Stalin, levou os americanos a abandonarem seus planos de conflito militar com os soviéticos e desenvolver outra teoria que passaria a ser conhecida como "Doutrina Dulles", em referência ao ex-diretor da CIA que reconheceu a impossibilidade de vitória militar sobre a URSS, advogando para seu desmembramento uma guerra psicológica. Num documento da CIA3, o espião americano Allen Dulles destacava a importância de "semear o caos lá... nós subverteremos seus valores com falsos e os faremos acreditar serem seus valores"4, bem como de "apoiar e criar... artistas que carregarão a propaganda do... sexo, violência, sadismo e traição",5 sendo o LGBT uma peça instrumental nesse processo. Foi na Rússia liberal, de Borís Yeltsin, que restaurou o capitalismo e levou o país à crise, que esse movimento americano estabeleceu-se na Rússia. 

O grande escritor ucraniano Nikolay Gógol, imortal da literatura, já dizia que "há muitas mentiras sobre a Rússia", em seu romance "Taras Bulba", e o ocidente não pode ficar refém dessas mentiras perpetradas por grupos de ódio russófobos. Os comunistas, que defendem a paz e a amizade dos povos, devem ser categóricos em sua rejeição e condenação das ambições imperialistas e totalitárias do movimento LGBT, usurpador da luta de classes.



1- Proletarskiy gumanizm. Acessado em 12/08/2013. Disponível em http://gorkiy.lit-info.ru/gorkiy/articles/article-361.htm
2- RÚSSIA. Kodeks ob administrativnyh pravonarusheniyah(KOAP RF). Acessado em 12/08/2013. Disponível em http://www.zakonrf.info/koap/6.21/
3- EUA. Documents on American policy and Strategy. 1945-1950, páginas 174 a 207
4- idem
5- idem

quarta-feira, agosto 07, 2013

Coreia Popular exige liberação de seu barco e tripulação detidos ilegalmente no Panamá


Em entrevista especial para a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA) o Ministério das Relações Exteriores da RPD da Coreia demanda ao governo do Panamá que libere o barco Chongchonggang que partiu do porto de Havana – Cuba, para voltar à Coreia pelo canal do Panamá.

“Recentemente ocorreu um incidente anormal em que as autoridades de investigação do Panamá detiveram o barco comercial de nosso país o Changchanggang que saiu de Havana e ia passar pelo canal do Panamá sob infundadas suspeitas de transporte de drogas. Prenderam o capitão e os 35 tripulantes coreanos atacando-os com violência e revistando à força o carregamento. Ao não descobrirem nenhuma droga tentaram defender sua ação violenta questionando outra carga. Essa carga se trata de armas velhas que devem ser reparadas e devolvidas a Cuba de acordo com contrato legítimo. As autoridades do Panamá devem tomar a medida de permitir de imediato a saída de nossos marinheiros e do barco detidos.”

Autoridades panamenhas detiveram e vasculharam o barco sob a acusação de supostamente transportar drogas, o que não se verificou. No barco foram encontrados carregamentos de açúcar e armas antigas avariadas que Cuba estava remetendo para Pyongyang onde seriam reparadas e devolvidas a Cuba segundo contrato regular entre os dois países.

O governo do Panamá, aliado dos EUA, apoia as sanções norte-americanas contra a República Popular Democrática da Coreia e aproveitou a passagem do barco norte coreano para mostrar serviço aos EUA, dando chance à mídia internacional de especular quanto ao porte de drogas. Mesmo nada tendo sido encontrado de irregular o jornal espanhol “El País” especula com a possibilidade delas “ainda serem encontradas”, já que a vistoria ainda não se consumou por completo.

O governo cubano confirmou que as armas antigas são de cuba, de fabricação soviética e devem ser reparadas e devolvidas normalmente. Não se trata de compra ou venda de armas.
O incidente não tem sentido e a apreensão do barco deve ser revertida logo, pois não cabe ao Panamá ou aos EUA fiscalizarem os barcos comerciais da RPDC ou de Cuba em território estrangeiro sem que se tenha uma acusação formal contra eles, sem que tais “denúncias” tenham fundamento. Essa ação do governo panamenho é mais uma provocação entre as tantas que tem sofrido a RPDC dos EUA e seus aliados mais servis.

ROSANITA  CAMPOS

Fonte: Hora do Povo

INTERNET: Jogadores russos conseguem a suspensão das vendas do video game "Company of heroes 2"

Por Cristiano Alves
Com informações do site Igromania


Neste segunda feira, a 1C, que faz a distribuição do jogo eletrônico Company of heroes 2, anunciou a suspensão das vendas do video game canadense após milhares de pedidos de internautas da Rússia e de países da ex-URSS.

A polêmica iniciou-se após a divulgação de um vídeo do publicitário Yevgeniy Bájyenov, conhecido por "Bad Commedian"(Mal comediante), que teve mais de 400 mil visualizações só em língua inglesa. O jovem russo teceu críticas afiadas ao jogo, respaldadas por diversas fontes históricas e dados estatísticos.

Diferente de outros jogos, com guerras fictícias, Company of Heroes 2 retrata a Operação Barbarrossa, a maior campanha militar da história, que resultou na invasão da antiga União Soviética e o extermínio de 27 milhões de soviéticos pelos nazistas, rechaçados e derrotados em Berlim pelo Exército Vermelho. Apesar de seus produtores declararem se tratar de um trabalho "historicamente fiel", o jogo baseia-se em escritos de Vassiliy Grossman, novelista judeu russo e em filmes hollywoodianos como "O círculo de fogo". No jogo, os soviéticos são tratados como covardes e celerados sádicos, piores do que os nazistas. Crimes cometidos pelos nazistas são mostrados como de autoria russa.

A geração atual é em grande parte filha ou neta de veteranos, razão pela qual os russos consideraram Company of Heroes 2 como pessoalmente ofensivo e difamatório, o que levou os russos a chamá-lo de "jogo de nazistas" e "propaganda goebbeliana em seu melhor estilo". A página da empresa canadense também foi inundada de protestos nas redes sociais Facebook e Twitter, através da harshtag #whyrussianshatecoh2. Apesar dos imensos protestos no fórum da Relic Entertainment, produtora do jogo, seus diretores preferiram censurar os comentários. A Rússia é, depois dos EUA e da União Europeia, um dos grandes mercados consumidores da Relic.


Vídeo que inspirou os protestos:




sábado, agosto 03, 2013

MUNDO: Rei da Espanha indultou um pedófilo preso por violar um garoto de 11 anos

Por Cristiano Alves




O rei Juan Carlos I, da Espanha, ícone do conservadorismo e sucessor do autocrata Francisco Franco, conseguiu a liberação de 48 espanhóis presos no Marroco, dentre os quais o cidadão espanhol Daniel Fino Galván, preso por estuprar 11 garotos no país africano. O rei espanhol fez o pedido ao rei marroquino Mohamed VI, após sua visita ao Marrocos no mês de julho.

O pedófilo espanhol cumpria uma pena de 30 anos de prisão, tendo já cumprido 18 meses da pena por estuprar garotos entre e cinco anos de idade, gravando tais agressões, após receber a sentença de um tribunal penal em Kenitra, próximo de Rabat. Após a sua soltura, o cidadão da Espanha foi expulso do território marroquino, deixando para trás dois apartamentos de sua propriedade, no país africano, regressando ao território espanhol com indulto concedido pelo rei.

A decisão dos monarcas marroquino e espanhol geraram a fúria dos usuários do Twitter, para os quais "tal decisão era uma segunda violação" às vítimas. Ativistas do Movimento 20 de fevereiro, que tomou parte em vários eventos da Primavera Árabe, pediram um grande protesto na capital marroquina.


Fontes: Agência de notícias Cubasi.cu

sexta-feira, agosto 02, 2013

INTERNET: Russos protestam contra novo video game que dissemina russofobia e revisionismo pró-nazista

Por Cristiano Alves


Video game canadense retrata o Exército Soviético como hordas primitivas piores que os nazistas

É sabido que video games, assim como filmes e livros, são obras de ficção, devendo como tal serem encaradas. Entretanto, quando se trata de retratar fatos históricos, espera-se que pelo menos metade de seu conteúdo seja historicamente fiel, ainda mais quando estes assim se declaram ao retratar fatos históricos referentes toda uma civilização e, especialmente se dizem respeito aos pais e avós de toda uma geração. Alguém pode dizer que por mais que um video game seja patologicamente difamatório, "é apenas um jogo". Há algum tempo um certo diretor americano chamado D. W. Grifft dirigiu um certo filme, mas "seria apenas um filme", não fosse o fato de que esse filme, The Birth of a Nation(isto é, O nascimento de uma nação)1 conseguiu a incrível façanha de ressuscitar o Ku Klux Klan, organização que linchava, enforcava e desfigurava negros nos anos 20 e 30, além de ser usado até os anos 70 no processo de formação dos racistas do KKK.

Quando o assunto é um game sobre a "Grande Guerra Patriótica", como é conhecida na Rússia, este passará pelo crivo de uma geração que tem pais e avós que combateram no maior conflito armado da história. Estima-se em mais de 20 milhões o número de vítimas do nazismo só na União Soviética, conforme dados demográficos atestam2 e o presidente John F. Kennedy reconheceu, perdas civis e militares. Mas não foram apenas essas "dezenas de milhões" que participaram da guerra. Uma partizanka(guerrilheira) soviética, cujo nome seria eternizado na história e mesmo poderá ser beatificado na Igreja Ortodoxa Russa, Zoya Kosmodemyanskaya, dissera, antes de ser enforcada e ter seu corpo esquartejado pelos fascistas, que "eles poderiam matá-la, mas atrás dela estariam 200 milhões para combatê-los"(então a população do país em números aproximados). Indubitavelmente, apesar do Exército Vermelho ter combatido, todo o povo soviético participou da defesa do país, fosse o militar que combatia, o operário que fabricava armamentos, o diretor de fábrica que coordenava a produção, os civis, homens e mulheres, que cavavam fossos e trincheiras para defender as capitais, os camponeses ceifadores ou os trabalhadores que constituíam milícias para defender o país, eram todos "soldados". O resultado de toda essa mobilização, foi a destruição de cerca de 80% do efetivo total fascista, do qual faziam parte alemães, italianos, húngaros, romenos, tchecoeslovacos, poloneses e até mesmo voluntários de lugares longínquos como a Espanha, ou países supostamente neutros como a Suécia.

Nos primeiros dias da guerra, só na Fortaleza de Brest, na Bielorrússia, estima-se que os invasores fascistas perderam 4% de seu efetivo total. Os combatentes do ponto mais ocidental do país, mesmo bombardeados pela aviação e a artilharia pesada, resistiram até o último homem, o major Gavrílov, comandante da guarnição. Na Rússia, é difícil encontrar alguém que não tenha pelo menos um avô que tomou parte na "maior demonstração de coragem da história", segundo o Secretário da Guerra dos EUA Henry L. Stimson. Deste modo, qualquer obra referente à Operação Barbarossa carrega uma imensa responsabilidade histórica.

O video game Company of Heroes 2(Companhia de Heróis), da SEGA/Relic Entertainment, logrou em receber a pontuação de 80% do website Metacritic, quando foi anunciado, dados os seus gráficos, seu estilo e o fato de retratar a IIGM em seu momento mais crítico, a Operação Babarrossa, entretanto, após a divulgação de um vídeo do site carambatv.ru, organizado por um internauta chamado Yevgeniy Blájienov, a avaliação do video game caíra para 1.8%. Após o vídeo ter se tornado viral na internet, milhares de internautas, especialmente da Rússia e da Ucrânia, assinaram uma petição online para banir a venda do video game nas ex-repúblicas soviéticas. Mas o que enfureceu tanto os gamers russos?

Segundo seus criadores, Company of Heroes 2 é inspirado nos escritos de Vassiliy Grossman, um jornalista soviético e escritor de ficção de origem judaica que mais tarde, abraçando a causa sionista, virou as costas para o socialismo soviético e adotou a causa ianque por seu apoio decido à criação do Estado de Israel. Ressalte-se que ele jamais fora preso, apesar de sua dissidência. Alegando "veracidade histórica" baseada em escritos fictícios, o "herói" da SEGA/Relic Entertainment é o que o ocidente classifica como um "bom soviético". Na trama, iniciada no GULAG, o tenente do Exército Vermelho com o curioso nome de "Abramovich"(sobrenome de um famoso magnata russo) é informado por um oficial do NKVD que será executado pelos crimes que cometeu, iniciando-se então um flashback no qual o jogador passa a interagir.

O início da campanha(como aliás todo o jogo) carece totalmente de veracidade histórica, trazendo clichês de filmes americanos pseudo-históricos como "O círculo de fogo", no qual soldados soviéticos "defendem Stalingrado sem armas", a despeito de que Exército Vermelho tinha um arsenal de 7 milhões de fuzis Moisin-Nagant para os seus 5 milhões de soldados, tomando em conta que tais fuzis não eram seu único armamento! Como de praxe, os soldados soviéticos virtuais são retratados como suicidas e covardes que lutam não por ideais, não por sua casa ou sua família, mas "apenas pelo medo", ao passo que os americanos, no mesmo jogo, são "corajosos e lutam pela glória". Durante um recuo em combate, soldados são fuzilados por oficiais dos "Batalhões Penais" do NKVD. Escrito nos anos 80, o livro "O Exército Soviético por dentro", do desertor soviético Viktor Suvorov(Vladimir Rezun), anticomunista convicto, nos diz que os tais batalhões eram lugares onde soldados transgressores de infrações penais atuavam em atividades pesadas como a limpeza de campos minados. Segundo estatísticas, 1,24% dos soldados soviéticos serviu em tais batalhões, um órgão que existia em praticamente todos os exércitos da época. Ao final da campanha, o tenente Abramovich lamenta por ter atirado em soldados alemães desarmados que se rendiam, apesar de ter estado numa guerra, onde homens matarem homens é algo comum. Há que ressaltar que após a rendição do Exército do Marechal von Paulos, em Stalingrado, centenas de milhares de alemães foram feitos prisioneiros, e não executados. Vale lembrar que estamos a falar de invasores fascistas movidos por um ideal de "superioridade racial", que não raramente achavam belo e hilário tirar fotos sorrindo ao lado de cadáveres de civis enforcados, mas no jogo da SEGA estes são "pobrezinhos nazistas".

The Birth of a Nation, o filme que ressuscitou o Ku Klux Klan, "era só um filme"
Numa leda tentativa de demonização de Stalin, uma das missões nos diz que "Stalin enviou centenas de milhares de soldados para morrer e impedir a tomada de Moscou", mas... o jogo não é de guerra? E em uma guerra, o que acontece? Será que nomes como Roosevelt, Churchill ou Hitler enviaram seus soldados para "viver" em uma guerra? Como os produtores do jogo imaginam uma guerra? Que soldados não soviéticos são todos como o agente 007, inatingíveis por grupos inteiros de soldados atirando com fuzil automático? Na descrição da missão temos uma suposta citação de Stalin que jamais fora confirmada por qualquer fonte creditável, segundo o qual "no Exército Soviético há mais coragem para recuar do que para avançar". No final da página encontramos uma das dicas para a missão, uma ordem de um oficial soviético: "Não tenha medo de sacrificar conscritos. A doutrina soviética considera as tropas dispensáveis em prol de objetivos estratégicos". É de se imaginar que durante a IIGM os recrutas alemães, americanos e ingleses usavam alguma espécie de equipamento invulnerável a tiros de fuzil, já que diferiam da "doutrina soviética".

Ilustração de Alexander Matrosov, infante de 19 anos que, sem ordens de seus superiores, cobriu um ninho de metralhadora com seu próprio corpo, possibilitando assim a passagem de seus camaradas, tornando-se assim uma lenda no Exército Soviético e inspiração para milhões de soldados

Mas não basta apresentar os soviéticos como "cruéis com seus soldados". Numa missão onde um oficial do NKVD comanda um grupo de soldados do Exército(o que seria o equivalente a um delegado da Polícia Federal comandar tropas brasileiras no Haiti), soldados que não tinham armas repentinamente recebem um lança-chamas, e para quê? Para incinerar casas e até igrejas, pasmem, com civis lá dentro! Com tanta maldade assim, é de se espantar que a população soviética inteira não tenha passado para o lado nazista. Em realidade, durante a tática da "terra arrasada", casas foram sim queimadas, represas como a do Dniepr foram dinamitadas, mas sem civis em seu interior, tendo a maioria destes sido evacuada. Isso foi feito para que os fascistas alemães não tivessem nada ao seu dispor ao penetrar no território soviético. Casos de populações incineradas aconteceram sim na Operação Barbarrossa, mas pelos nazistas, como em locais como Hatyn, na Bielorrússia, cuja população local foi incinerada viva numa igreja local pelos alemães, que se riam e se vangloriavam do feito. Um prelúdio do que aconteceria a Moscou, se os nazistas a tivessem tomado, segundo os desejos de Adolf Hitler. Populações civis foram exterminadas em locais como Babi Yar na Ucrânia e nos países Bálticos, onde iniciou-se a primeira matança em massa de judeus. Mas diante de protestos em seu fórum da SEGA, qual foi a resposta de um dos moderadores do grupo a tamanha inverdade? "Nós lamentamos se você não gostou do jogo, ele é historicamente autêntico", postado no dia 23 de julho de 2013. E o saco de maldades da "Rrrrrússia Sôviêtica" não para por aí, durante a missão o jogador recebe ordens do oficial do NKVD para incinerar soldados soviéticos(isso mesmo!) em campos de trigo e para dinamitar uma ponte pela qual passariam soldados que fugiam de tiros de tanques. Isso seria o bastante para que tal video game fosse proibido em qualquer parte do mundo, dada a sua completa falta de lógica e estímulo ao ódio. O que esperar agora da SEGA, jogos como "Tycoon: Campo de Aushwitz", onde o jogador executa prisioneiros soviéticos, judeus e ciganos? Afinal, seria apenas um jogo!


No video game canadense, o saco de maldades soviético não tem limites, nessa cena um soldado vermelho incinera um edifício cheio de civis lá dentro. Depois, soldados soviéticos também são incinerados em uma plantação

A partir da missão seguinte, a conversa do "tenente Abramovich" com "comunista perverso" prossegue, e o primeiro, que foi de Moscou a Berlim, seguidamente "lamenta pelos milhões mortos", pela "guerra sem nenhuma glória", tal como uma garotinha que não gostou de um conto de fadas infeliz. Mas se o Exército Soviético era tão "cruel e perverso", como eles ganharam a guerra? O tenente Abramovich, no jogo "historicamente fiel" da Relic, nos conta: "foi o general inverno"! General Inverno esse que, tal qual como uma entidade sobrenatural e superpoderosa, talvez um Lich Rei3 da vida real, foi capaz de lançar um frio tão impiedoso que afetou apenas as tropas alemãs! Nada de afetar militares e principalmente civis da URSS... Com um general tão poderoso ao seu lado, sabe-se lá por que o Exército Vermelho teria Marechais da União Soviética como Júkov, Yeremenko, Konyev, Rokossovskiy ou Vassilyevskiy. Mas quem sabe os trotskistas tem a explicação: burocracia stalinista!

62º Exército "Stalingrado", durante a libertação de Odessa, composto de homens e mulheres, todos armados com a lendária submetralhadora PPSh-41

Se tudo isso parece falsificação suficiente, a maldade do "Império do Mal" para por aí! Numa das missões temos acesso a uma citação do Marechal da União Soviética Aleksander Vassilyevskiy, segundo o qual este teria liderado homens "achando que estava fazendo seu dever patriótico, quando na realidade estava apenas sendo trapaceado". Em realidade, essa citação existiu, mas ela se refere aos tempos do oficial russo durante a Primeira Guerra Mundial, sob o Exército Imperial Russo, do tzar, não sobre o Exército Vermelho! Mas é claro que a maioria dos ocidentais não sabe que existiu uma enorme diferença entre o "Exército Imperial Russo" e "Exército Vermelho Operário-Camponês/Exército Soviético", talvez isso explique por que filmes americanos constantemente trazem oficiais russos com "r" exageradamente carregado usando barbas como a do tzar Nikolay II. De fato, durante toda a trama, ao contrário de britânicos e americanos, que lutam por seus aliados, ninguém do lado soviético "quer lutar por sua casa, pelo comunismo"(8 milhões de soviéticos combatentes eram membros do Partido Comunista), ninguém está preocupado com os nazistas terem movido uma guerra de extermínio contra uma população inteira, ninguém quer lutar por nada, apenas querem se lamentar por ter de combater fascistas. Com um enredo assim, por que não nomear logo o jogo como "Maricas no porão" em vez de "Companhia de heróis"? 

No real Exército Soviético, mesmo poupada dos combates armados, a primeiro-sargento Roza Shanina ausentou-se de sua guarnição militar para matar fascistas alemães com seu fuzil sniper Moisin-Nagant

E se Auschwitz é fichinha na frente das "barbaridades soviéticas", a Relic Entertainment retrata russos que eram ruins não apenas com sem próprio povo, mas também com seus "amigos". Uma das missões nos "ensina" que os soviéticos não se importavam com seus aliados poloneses. Em realidade, os soviéticos treinaram e armaram a resistência polonesa conhecida como Armiya Ludowa(Exército Popular). Cerca de meio milhão de soviéticos tombou para libertar a Polônia. Mas no jogo "historicamente verdadeiro", os soviéticos "ajudam" ao... Armiya Krajowa(Exército Nacional), que na realidade era coordenado a partir de Londres, não de Moscou! Numa das missões, uma polonesa traz um curioso prisioneiro "alemão" que usa uma insígnia do... ROA(em cirílico, POA), ou "Exército de Libertação Russo", um exército formado por desertores(cerca de 0,4% do Exército Vermelho) liderados pelo general Andriey Vlassov, o mais célebre desertor do Exército Vermelho que ao final da guerra seria condenado à forca em plena Praça Vermelha por sua traição. Durante todo o jogo, inclusive em Stalingrado, todos os "alemães" em realidade são "russos", uma vez que carregam o distintivo do ROA no braço. Assim, temos em realidade não uma guerra de "russos cruéis contra alemães afáveis", mas "russos cruéis contra russos não-cruéis e nazistas"! Será que os designers do jogo foram tão preguiçosos a ponto de evitar uma rápida pesquisa no Google sobre uniformes do Wermacht? Isso nosdá uma ideia do quão "historicamente fiel é o jogo". Aliás, mesmo os uniformes soviéticos são erroneamente apresentados, uma vez que utilizam em meados de 1941-42 um uniforme que só seria utilizado em 1943, característico por não golas e possuir galões nos ombros. Mas voltando aos "amigos", quando a polonesa católica "Ania" ajuda os soviéticos em troca de suprimentos, essa é "gentilmente presenteada" com um tiro de fuzil pelas costas. Uma cena depreciável, que causaria indignação e mesmo ódio justificado em qualquer cidadão honesto. E, mais uma vez, com uma expressão de bobo no rosto, o tenente Abramovich, o único "bom soviético" na trama inteira, questiona a ação, ao que o oficial do NKVD responde: "Esses poloneses são todos capitalistas e ladrões! Quando os alemães se retirarem, eles atacarão a nós". Mas que país atacaria a URSS quando sua indústria militar estava no ápice? De acordo com estatísticas e estudos de historiadores os soviéticos perderam 1.3 homens para 1 alemão. No Extremo Oriente, com uma força quase igual ao efetivo japonês, os soviéticos lograram destruir 83 mil fascistas japoneses perdendo cerca de 9 mil homens e capturaram mais de 640 mil japoneses, tendo apenas 24 mil dos seus capturados! Quem iria querer lutar contra um país que acabara de libertar seu país? Ryszard Kuklinskiy, espião da OTAN na Polônia Popular, em entrevista à publicação anticomunista Reader's Digest, em fins dos anos 90, afirmara que os poloneses(incluindo ele próprio, inicialmente) viram os soviéticos como libertadores. Aliás, estranho que enxergando "todos os poloneses como ladrões e capitalistas", os soviéticos tenham promovido um polonês ao posto máximo de suas forças armadas, em meio a um oceano de comandantes russos e ucranianos, o Marechal Konstantin Rokossovskiy, o mesmo que futuramente recusaria um pedido de Khruschov para "condenar Stalin", mesmo tendo nos tempos desse sido injustamente preso por suspeita de espionagem.

Stalin, para a maioria dos russos
É de se imaginar que num universo que envolve milhares de soldados como o Exército Vermelho, soviético, nem todos eram virtuosos, que alguns mesmo tenham cometido abusos, entretanto, por que o jogo mostra exclusivamente atos depreciáveis do Exército Vermelho e apenas deste exército? Por que será que Dresden, cuja população civil alemã foi implacavelmente bombardeada por ingleses e americanos, é esquecida no jogo? Por que será que as barbáries dos fascistas alemães são completamente omitidas, fazendo o jogador pensar que "a única maldade dos nazistas foi ter invadido a URSS"? Com tantas barbaridades dos vermelhos, não seria de se espantar que um jogador se tornasse um nazista convicto e levantasse o braço louvando Hitler ao término das missões. Mas essa é justamente a receita de Goebbels, "focar apenas nos aspectos negativos, esquecendo-se de todo o contexto". Não é de se espantar que hoje no mundo o número de neonazistas cresce tanto. Afinal, "se a verdade não existe, tudo é permitido" contra o comunismo, o grande mal encarnado, parafraseando o personagem Ivan Karamazov, da famosa obra de Dostoyevskiy, "Irmãos Karamazov". Há que esperar apenas um Smerdyakov disposto a pôr a "mão na massa".

De acordo com Quin Duffy, diretor de Company of heroes, o jogo é "historicamente balanceado", tão balanceado que nele não há atrocidades nazistas, não há nazistas queimando civis em Hatyn, nem mesmo fotos históricas de nazistas sorrindo em frente a civis enforcados, temos apenas "atrocidades soviéticas e soldados covardes", a despeito de tantos nomes como o comandante Gastello, cuja tripulação de seu bombardeiro, após gastar todas as bombas contra os alemães, atirou-se sobre um comboio alemão que passava sobre uma ponte, impedindo o avanço alemão por várias semanas. Nada sobre a heroica resistência da "Casa do sargento Pavlov", que por semanas resistiu a ataques nazistas vindos de todos os lados, sobre a resistência na Fortaleza de Brest ou sobre Maria Oktyabrskaya, que penhorou todos os bens que possuía para construir um carro de combate T-34, que seria pilotado por ela mesma até seu último momento de vida. Apenas crueldade, sadismo e desumanidade no jogo "historicamente balanceado". E se o jogo falta com a verdade histórica, seus designers não tiveram nenhum receio em faltar com a lógica. No último diálogo do filme, o "bom soviético Abramovich" nos diz que "toda a batalha por Berlim foi travada apenas em nome de uma fotografia". Nada sobre libertar o mundo do nazismo ou seu país... Será que os americanos também travaram Iwo Jima por uma mera "fotografia"? Exatamente por ter sido o "bom soviético" que lamenta por tudo o que foi a guerra, inclusive pela execução de soldados que salvaram sua vida, ele foi "condenado ao GULAG", até vir o seu carrasco. No momento de sua execução, escuta-se um tiro que não ceifara a vida do "bom soviético", em realidade o oficial do NKVD matara o seu carrasco, deixando-o fugir do GULAG, usando apenas um terno em pleno inverno russo na taiga da Sibéria(que chega a 40 graus negativos), carregando seu "livro de lamentações".

O Exército Vermelho soviético é motivo de orgulho para milhões de russos e outros povos, libertados da barbárie e da insanidade do nazi-fascismo. Sua vitória é celebrada todo ano no dia 9 de maio.

Company of heroes 2 não foi o primeiro video game a demonizar os russos. Antes dele, Call of Duty nos apresentou vários clichês de filmes como "O círculo de fogo"(originalmente Enemy at the gates), embora tenha exibido atos louváveis do Exército Vermelho como a captura do Reichstag, em Berlim. Call of Duty: Modern Warfare 1 e 2 vão mais longe, mostrando o sadismo de oficiais soviétis e uma cena onde um agente do FSB russo implacavelmente atira em civis, o que gerou protestos na Rússia e levou à proibição de suas vendas, após o projeto de um deputado da Duma. Hoje, Company of heroes 2 não apenas demoniza da pior forma possível os soviéticos, seguindo a receita do Dr. Goebbels, como também apaga postagens de russos que protestaram contra o filme, negando-lhes espaço em fóruns de discussão e rejeitando categoricamente qualquer oposição dos filhos e netos daqueles que nos anos 40 livraram o mundo da barbárie fascista. Os designers canadenses, que provavelmente aprenderam história apenas em "O círculo de fogo" ou com seus amiguinhos de Facebook, sem nenhum escrúpulo projetaram um jogo que indubitavelmente seria premiado por Hitler, talvez seus autores mesmo ganhassem uma Cruz de Ferro de Segunda Classe(afinal, faltou incluir cenas de soviéticos estuprando soviéticos) e o tirano alemão sentiria prazer em jogá-lo.

Três momentos de "alegria" em atrocidades contra civis(clique para ampliar)

Impulsos de histeria russofóbica são uma constante em filmes e jogos eletrônicos que retratam os soviéticos no mundo ocidental. Curiosamente, alguém que tenha experimentado jogos russos como o aclamado "Lock-on: Flamming Cliffs", um simulador de voo cujo enredo é um conflito entre a Rússia e a OTAN, fica pasmado com o fato desse não possuir cenas de caças anglo-americanos ou canadenses não bombardearem escolas cheias de crianças, como talvez ocorreria num game ocidental, ficaria ainda pasmado por não testemunhar cenas com helicópteros Apache americanos atirando em jornalistas, como ocorreu no Iraque e foi veiculado na rede mundial e jornais de todo o mundo. Jogos russos aclamados e mundialmente difundidos como "World of Tanks" também carecem de um retrato sádico de forças militares ocidentais.


Veteranos do Exército Soviético, dentre os quais um oficial de submarino(Marinha), ostentando suas medalhas, dentre as quais a Ordem da Guerra Patriótica, atribuída a militares por seus feitos heroicos, a Ordem de Lenin, o Distintivo da Guarda, dentre outros

Não foi em vão 14 mil russos assinaram uma petição online para proibir o jogo, além de protestos de outros internautas que incluem agora até brasileiros contra Company of Heroes 2, todos sumariamente ignorados por seus criadores, um video game que é um perfeito objeto de estudo para aqueles que querem entender o porquê do "boom neonazista" que o mundo experimenta e quem o fomenta. E não adianta citar historiadores soviéticos, jornalistas ocidentais que estiveram na URSS, especialistas militares que exaltam a coragem soviética ou mesmo o depoimento de uma criança que após acreditar no mito dos "soviéticos malvadões" escreveu ao presidente Yuriy Andropov, tendo sido convidada ao país para testemunhar a verdade sobre o "Império do mal". O fato é que fanáticos e sectários são dotados de raciocínio estreito, ignorante e intransigente, preferindo esconder a verdade e repetir suas mentiras até serem tidas por "verdade". Mesmo com a derrota do nazismo pelas tropas soviéticas e aliadas, os ensinamentos e práticas de tal ideologia nefasta continuam em vigor. O jogo, com seu nível patologicamente difamatório, evoca o que a citação abaixo há muito tempo defendia: "A brutalidade bestial com que o inimigo fomenta a guerra é a prova da enormidade do perigo que nos encara(...) Nosso povo estaria sujeito à intensa brutalidade de uma raça primitiva e perderia seus aspectos mais valiosos".4

O autor do artigo, em visita feita em respeito aos combatentes antifascistas da FEB, aliados dos soviéticos
1- Originalmente, o filme se chamava The Clansmen(Os homens do clã), obra prima do racismo antinegro americano, onde negros são mostrados como vadios e estupradores descontrolados, obcecados por mulheres brancas. No filme o arquivilão negro é interpretado por um ator americano branco pintado de preto, dada a proibição de atores negros tocarem mulheres brancas.
2- ANDREEV, E.M., et al., Naselenie Sovetskogo Soiuza, 1922-1991. Moscow, Nauka, 1993.
3- O Lich Rei é um personagem fictício do video game World of Warcraft(O mundo da poliorcética), um arquivilão que é um senhor dos mortos-vivos e do frio extremo, capaz de congelar seus inimigos sem que ele e seus aliados sejam afetados pelo clima gélido.
4- GOEBBELS, Paul J. “Die sogenannte russische Seele,” Das eherne Herz (Munich: Zentralverlag der NSDAP, 1943), pp. 398-405. Disponível em: http://www.calvin.edu/academic/cas/gpa/goeb11.htm


Fontes: 


- SUVOROV, Viktor. O Exército Soviético por dentro. Editora Record. 1982.
- ACADEMIA DE CIÊNCIAS DA U.R.S.S. A história da União Soviética: Época do socialismo (1917-1957). Tradução de João Alves dos Santos. Pgs. 577-578 Editorial Grijalbo, LTDA. São Paulo - 1960
- LAVRENTEVA, Polina. Russkie geymery massovo vystupayut protiv antirusskoy igry 1S. Em http://telegrafist.org/2013/08/01/75977/

Vídeo viral: Why Russians hate Company of heroes 2(ING)




Vídeo viral: Company of heroes, игры от нацистов(RUS)

domingo, julho 21, 2013

POESIA: A culpa é de Stalin

Por Lucas Rubio




Escravos africanos: culpa do Stalin.
A Antártida existe: culpa do Stalin.
Hiroshima e Nagasaki: culpa do Stalin.
Nazismo: culpa do Stalin.
A Terra é redonda: culpa do Stalin.
A capital do Brasil é Brasília: culpa do Stalin.
Uma pessoa morre com um tiro na favela: culpa do Stalin.
Uma pessoa morre de fome: culpa do Stalin.
Uma pessoa morre por qualquer motivo: culpa do Stalin.
6 milhões de pessoas mortas: culpa do Stalin.
600 milhões de pessoas mortas: culpa do Stalin.
6.000.000.000.000.000.000.000 de pessoas mortas: culpa do Stalin.
A Pangéia se dividiu: culpa do Stalin.
A Lua só aparece de noite: culpa do Stalin.
Dilma é presidenta: culpa do Stalin.
Você tirou 0 em alguma prova: culpa do Stalin.
Você perdeu as chaves de casa: culpa do Stalin.
Sua internet caiu: culpa do Stalin.
Seu PC pifou: culpa do Stalin.
Você não tem namorada (o): culpa do Stalin.
Roubaram seu celular: culpa do Stalin.
Você está sem crédito: culpa do Stalin.
Sua (seu) namorada (o) te traiu: culpa do Stalin.
Você não ganhou na Mega Sena: culpa do Stalin.
Ficou de recuperação na escola: culpa do Stalin.
Seu programa de TV favorito não passa mais na TV: culpa do Stalin.
I Guerra Mundial: culpa do Stalin.
II Guerra Mundial: culpa do Stalin.
Guerra do Vietnã: culpa do Stalin.
Guerra da Coreia: culpa do Stalin.
Guerra do Iraque: culpa do Stalin.
Guerra dos Farrapos: culpa do Stalin.
Guerra do Contestado: culpa do Stalin.
Guerra de Canudos: culpa do Stalin.
Guerra nas Estrelas: culpa do Stalin.
Todas as pessoas mortas na II Guerra: culpa do Stalin.
Seus pais não te deixaram sair pra namorar: culpa do Stalin.
O cinema tá caro: culpa do Stalin.
A gasolina tá cara: culpa do Stalin.
Inflação: culpa do Stalin.
Aumento das passagens de ônibus: culpa do Stalin.
Os carros tem 4 rodas: culpa do Stalin.
Você foi mordido por um cão: culpa do Stalin.
Um gato te arranhou: culpa do Stalin.
Hugo Chávez chegou à presidência: culpa do Stalin.
Você está com dor de cabeça: culpa do Stalin.
Roubaram seu carro: culpa do Stalin.
Roubaram qualquer coisa sua: culpa do Stalin.
Você está encalhado (a): culpa do Stalin.
Acabou a luz nos 99% do seu download: culpa do Stalin.
Comem alguma coisa que você estava guardando na geladeira: culpa do Stalin.
Você prende seu pênis no zíper: culpa do Stalin.
Médicos cubanos estão vindo para o Brasil: culpa do Stalin.
Não te avisaram para correr para as colinas por causa do fato acima: culpa do Stalin.
Não descobriram o assassino (a) de Odete Roitman: culpa do Stalin.
Seu cachorro morreu: culpa do Stalin.
O Stalin tem culpa de algo: culpa do Stalin.
O Stalin se chama Stalin: culpa do Stalin.
Você nasceu no Brasil: culpa do Stalin.
Marte não é habitada: culpa do Stalin.
PS4 tá caro: culpa do Stalin.
Qualquer coisa de ruim acontece: culpa do Stalin.

sábado, julho 20, 2013

CONTOS: O "Brasil comunista" do mundo de Olavinho


Por Cristiano Alves


Olavinho trabalha em um restaurante, lá ele acredita piamente que um dia será igual a seu patrão, que é dono de uma rede de restaurantes no Brasil, apesar de que seu dinheiro quase todo vai embora pagando o aluguel e o transporte público. Ele tem apenas o segundo grau, já que depois de 5 vestibulares sempre se deu mal nas provas, que considera como "propaganda comunista". Um dia, após xingar alguns blogs comunistas com os piores palavrões possíveis, ele encontrou o seu mestre, que como ele não tem nível superior e nem um sistema de ideias próprio, mas resolveu chamá-lo de "professor", este, com uma mágica dos astros, conseguiu abrir-lhe os olhos para aquilo que sempre tornava Olavinho motivo de chacota em círculos com alguma intelectualidade: "o Brasil é comunista!"

Com sua mente moldada e os olhos agora abertos por seu novo mestre, Olavinho passou a enxergar aquilo que ninguém mais via. Ele saiu para a rua e percebeu que a "Avenida Presidente Kennedy" em realidade se chamava "Avenida Fidel Castro". Horrorizado, ele tentou refugiar-se em um Shopping Center, queria ele estar certo de que havia ainda algum resquício de capitalismo no Brasil. Entrando pela entrada dos fundos, que dava no cinema, ele pensou em relaxar e buscou filmes em cartaz. Ficou aliviado, ao ver que havia um filme sobre herói de gibis, ele usava um escudo com uma estrela branca no centro, o escudo era azul e vermelho, sua roupa seguia o mesmo esquema de cores, mas uma cor parecia diferente, a da pele do herói! Ele percebeu que o capitão era negão, e horrorizou-se ao ler o título do filme: Capitão Cuba(e não era Gooding Jr.)! Mas ele queria ter certeza de poder achar algo americano, da "nova pátria" de seu mestre, então ele viu outro filme onde o protagonista usava uma armadura metálica, vermelha e amarela, e o título anunciava "O homem de aço". Ao pegar um folhetim com a sinopse do filme, havia algo de errado, ele descrevia um herói "nascido na Geórgia"(e não era o estado americano), tinha bigodes pomposos, era operário e se tornou diretor de uma fábrica, mas em visita a soldados soviéticos no Afeganistão ele foi capturado e desenvolveu uma armadura que futuramente usou para combater mujaheedins e outros vilões, incluindo cientistas malucos americanos! Procurando por outros títulos, ele percebeu que o cinema estava cheio de filmes russos, cubanos, coreanos e chineses, e em nesses filmes o vilão era quase sempre um... americano! 

Horrorizado, Olavinho foi a uma loja de informática. Já que o Brasil comunista tem um cinema cheio de títulos comunistas, russos, o video game poderia ser a salvação. Esperando encontrar jogos para atirar em coreanos ou soviéticos, ele ficou horrorizado com os títulos; "Soviet Call: Russian Revolution", "Soviet Call: Civil War", "Soviet Call: In Cuba against Americans", "Patriotic Front", para defender a URSS de uma invasão sul-coreana. O único jogo "não-comunista" que achou foi Civilization, mas logo descobriu se tratar de propaganda comunista, ao constatar que a população do país não decrescia na ordem de centenas de milhões e nem tinha governantes copiando sua republiqueta capitalista, indícios de que os States estão virando comunistas! Cansado de videogames de propaganda comunista, ele ligou o rádio. Hora tocava música cubana, hora era música soviética, tinha rádios de música brasileira, mas sempre... comunistas!

Cansado e perturbado, ele recorreu a internet! Foi procurar vídeos no Youtube que massageassem seu ego, mas reparou que os vídeos de maior visualização eram os do vlog "A voz do comunismo", o restante quase não tinha visualizações, por mais que alertassem sobre a "terrível realidade do Brasil comunista". Daí só faltou recorrer ao seu mestre, que agora de capuz e uniforme brancos e com uma bandeira americana na mão lhe dizia que dessa vez a mídia seria com máscara!

quinta-feira, julho 18, 2013