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Os fundadores do socialismo científico, Karl Heinrich Marx e F. Engels, rejeitaram as teses do uranismo (mais tarde conhecido por várias letras) Karl Heinrich Ulrich |
É comum em tempos pós-modernos que alguns movimentos que visam a legitimação ou "humanização" do capitalismo tentem ocupar praticamente todos os espaços da vida social, inclusive no terreno político-ideológico, no contexto de uma luta pelo poder, micro e macro. Neste sentido, algumas ideologias acabam sendo descaracterizadas por hordas que fazem esforços não somente para se apropriar de uma corrente filosófica, como também para subordiná-la ao que ficou chamamos de "ideologia da sodomia", na qual praticamente todas as esferas da vida social ficam subordinadas a uma ideologia antinatural, frequentemente coordenada por ONGs estrangeiras e grupos agressivamente vitimistas, numa busca não somente pelo triunfo de sua narrativa, como também pelo poder de polícia.
Karl Ulrichs é considerado o pioneiro do movimento LGBT, considerado como organização extremista em vários países membros da ONU |
Embora alguns acreditem se tratar de um fenômeno exclusivamente recente, no qual certa ideologia seria um símbolo do "progresso", o fato é que em outros tempos foram testemunhados intensos embates. No século XIX dois homens duelariam em nome do triunfo de suas ideias, não com roupeiras e nem mesmo pistolas, como era comum naquele século, mas com suas canetas, atrasando assim, por séculos, a implantação de um programa misantrópico celebrado em verdadeiras procissões em São Paulo, Amsterdão, Telaviv e Nova Iorque, e positivado sob a forma de leis repressivas em países como a Alemanha e até o Brasil; tratava-se da luta ideológica entre Karl Heinrich Marx e Karl Heinrich Ulrichs, este último o avô ideológico daqueles em nosso tempo chamados de "povo do alfabeto".
Nos Manuscritos econômico-filosóficos, traduzidos para o português pela editora Martin Claret, Marx escreveu que "as únicas relações naturais são aquelas entre um homem e uma mulher". Neste sentido, ao receber exemplares das obras de Karl Ulrichs, um defensor da descriminalização do crime de pederastia do código penal alemão, os pais do socialismo científico tiveram uma reação bastante negativa. Ulrichs enviou seus escritos a uma ampla variedade de figuras influentes. Karl Marx recebeu sua obra "Mennon oder incubus". Marx e Engels sequer se deram ao trabalho de agradecer a Ulrichs por lhe enviar seu trabalho ou enviar-lhe uma crítica dele. Engels leu o livro de Ulrich e escreveu a Marx em 22 de junho de 1869:
"Que 'sodomita' (o termo em alemão original é "urning") curioso você me enviou. São revelações extremamente antinaturais. Os pederastas estão ficando muito ousados e descobriram que constituem um poder no Estado. Faltava apenas a organização, mas, segundo isso, ela já parece existir em segredo. (Original: "Das ist ja ein ganz kurioser ‚Urning', den Du mir da geschickt hast. Das sind ja äußerst widernatürliche Enthüllungen. Die Päderasten fangen an sich zu zählen und finden, daß sie eine Macht im Staate bilden. Nur die Organisation fehlte, aber hiernach scheint sie bereits im geheimen zu bestehen)..." (Obras em alemão. Vol. 32, pp. 324/5, Engels para Marx, 22 de junho de 1869)
Naquele século, os criadores do socialismo científico
utilizavam cartas para sua troca cotidiana de ideias, assim como hoje usa-se
smartfones, e-mail e aplicativos de mensagens, esta carta não tinha um
propósito doutrinário e nem a intenção de ser publicada, todavia, ela revela
claramente o que se passava na mente de Engels quando ele se deparou com
doutrinas homossexuais. Enfatize-se que Engels utiliza o termo "Päderasten",
utilizado no século XIX para designar um homossexual masculino, não
necessariamente um homem obcecado por jovens do sexo masculino. O próximo ponto
que chama a atenção é o termo "antinatural", usado ainda na Grécia
Antiga por Platão. Engels também deixa implícito que já existia uma organização
de sodomitas, o que o século posterior viria a confirmar. Engels também chama
Ulrichs de covarde ("Infelizmente, ele ainda não tem coragem de admitir
isso abertamente" ) porque ele não confessa publicamente.
Nesta carta a Marx, Engels, além disso, expressa indiferença e até simpatia pela iminente adoção do Direito Penal prussiano pela Confederação da Alemanha do Norte, que criminalizava a prática da pederastia. Sem ser contestado por Marx e Engels, o parágrafo contra a sodomia foi incorporado inicialmente ao Código Penal da Confederação da Alemanha do Norte e, em 1871, ao Código Penal Imperial. In verbis, a pederastia era legalmente definida como:
"Fornicação antinatural cometida entre pessoas do sexo masculino ou entre humanos e animais deve ser punida com prisão; a perda dos direitos civis também pode ser imposta."
Esta é a redação do Artigo 175 do Código Penal, promulgado no ano da fundação do Império. Esta redação é idêntica ao Artigo 173 do projeto de Código Penal para a Confederação da Alemanha do Norte de 1869. Seu conteúdo é baseado no Artigo 143 do Código Penal para os Estados Prussianos, adotado em 1851.
Ao final de seu desabafo quanto ao trabalho de Ulrichs, Engels pede a denúncia do homossexualismo de outros oponentes políticos. Não foi a primeira vez que Engels expressou seu descontentamento quanto a tais militantes. Já em 10 de março de 1865, Marx escreveu a Engels:
"A audácia de Herr Schweitzer (homossexual seguidor de Ferdinand Lasalle), que sabe que eu só precisei publicar suas próprias cartas, é fabulosa. Mas o que mais este maldito cão pode fazer? ... Você deve enviar algumas piadas sobre esse sujeito para Siebel (Carl Siebel, 1836 - 1868, amigo de Marx, poeta e publicista), que, por sua vez, deve divulgá-las nos diversos jornais." (Obras Vol. 31, p. 95)
Em "A origem da família, da propriedade privada e do Estado", escrito principalmente por Engels, pode-se encontrar passagens inequívocas acerca da posição que os comunistas devem ser acerca do assunto. Trata-se de uma obra fundamental sobre a qual Lenin escreveu em 1919:
"Espero que, em relação à questão do Estado, vocês se familiarizem com a obra de Engels "A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado". É uma das obras fundamentais do socialismo moderno, na qual se pode confiar em cada frase, na qual se pode ter certeza de que nenhuma frase é proferida ao acaso, que cada uma é escrita com base em uma enorme quantidade de material histórico e político." Lenin. Sobre o Estado, Obras Vol. 29, p. 425
Milhões de comunistas foram educados por esta obra. Falando sobre as origens da sodomia na Alemanha, Engels escreve:
"Esse progresso, no entanto, surgiu decisivamente do fato de que os germanos ainda viviam na família matrimonial e, na medida do possível, enxertavam a posição correspondente das mulheres na monogamia, mas de forma alguma da natureza lendária e maravilhosamente moralmente pura dos germanos, que se limita ao fato de que o casamento por matrimônio não envolve, de fato, as flagrantes contradições morais da monogamia. Pelo contrário, os germanos haviam se corrompido moralmente durante suas migrações, especialmente para o sudeste, em direção aos nômades das estepes do Mar Negro, e, além da equitação, também adotaram deles graves vícios antinaturais, como Amiano, dos taifalianos, e Procópio, dos hérulos, expressamente testemunham." (Obras Vol. 21, p. 71)
Os autores Amiano Marcelino e Procópio, em diferentes séculos, expressaram repulsa pelo fato de as tribos germânicas dos taifalianos e herulianos praticarem o chamado "vício de Sodoma". Tribos pagãs, de acordo com Amiano Marcelino, esses povos possuíam práticas sociais que, segundo o autor, eram libidinosas e obscenas, como a pederastia. Afirma Marcelino que frequentemente a pederastia destas tribos tinha um caráter de ritual antes de atos de violência praticada em campanhas militares.
Engels, é claro, também não gostava do papel dos
relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo na Grécia "clássica":
"...Liebknecht está naturalmente furioso, já que todas as críticas foram dirigidas especificamente a ele, e ele é o pai que, junto com o come-cu Hasselmann, concebeu um programa podre..." (Marx-Engels Werke Vol. 38, pp. 30/31, Engels para FA Sorge, 11 de fevereiro de 1891)
No original o termo usado é "arschficker" que corresponde exatamente à tradução supracitada. O termo alemão "ficker" tem a mesma raiz do termo em inglês "fucker", sendo o inglês também uma língua germânica. O programa descrito por F. Engels é o famoso Programa de Gotha.
Justiça seja feita, é importante enfatizar que até a realização desta pesquisa não foram encontrados registros de que Hasselmann fosse de fato um sodomita, podendo o termo ter sido usado com o intuito de suscitar repulsa por aquele autor. Por esta razão algumas traduções mais "puritanas" utilizam o termo "ignóbil", "idiota" ou algum insulto menos "picante" para o termo "aschficker". Ainda que Hasselmann não o fosse, esta carta apenas reforça a ideia de que tanto K. Marx quanto F. Engels desaprovavam tal comportamento e qualquer ideia que de alguma forma o legitimasse, como é comum no século XXI nos países do Ocidente.
Apesar desta posição, Marx e Engels tinham a mais alta estima pelo socialista utópico francês Charles Fourier, ao qual Marx e especialmente Engels teceram grandes elogios, usando-se, entretanto, da famosa estratégia de "comer o peixe sem comer as espinhas". Isso deve ser tomado em conta, a considerar que a posição de Fourier a esse respeito diferia da postura dos alemães. O francês escreveu:
"A integridade sexual aproxima os sexos. Quando nada é proibido ou suprimido, pontes são construídas entre as identidades sexuais, para os amores sáficos e pederásticos, e essa ponte para preferências sexuais menos comuns é necessária para a harmonia."
Marx e Engels fizeram vista grossa para essa passagem. Embora alguns possam alegar que Marx e Engels eram "homens de seu tempo", o fato é que em todos os tempos, em todas as eras e séculos, a origem da vida está vinculada à ideia de união entre homem e mulher, não entre dois homens ou entre duas mulheres, mas entre sexos opostos. Essa união não apenas garante a vida, como a continuidade de povos, tribos e inteiras civilizações.
Hoje, na União Europeia, com suas "paradas LGBTs", o feminismo e a doutrina childfree e congêneres, a população cai, a produtividade cai e a previdência já é tida como um problema certo no futuro para a geração atual. Em alguns lugares da Alemanha, terra natal de Engels e Marx, já acontece a "Grande substituição", onde o déficit de mão-de-obra leva o capitalista alemão a recorrer a grandes massas de trabalhadores ilegais do Oriente Médio e da Índia, o que pela diferença de culturas, em especial relativa à mulher, tem levado a grandes convulsões sociais.
Homossexuais não devem ser discriminados e devem ter seus direitos respeitados, enquanto seres humanos, mas não por sua postura ideológica ou suas escolhas pessoais. Eles devem ter acesso a um sistema de saúde, tal como os demais cidadãos, mas por motivos biológicos e médicos deve ser feita uma separação entre o que é o verdadeiro "sexo" do que é um "vício", tal como se faz com o vício do cigarro ou do alcoolismo, que são permitidos a cada um, todavia são alvo de devidas campanhas educativas. Um fumante consciente, por exemplo, que respeita normais morais e a legislação, evita fumar próximo de um não fumante e principalmente num ambiente voltado para não-fumantes e em nenhum momento um estabelecimento que reitera que "É proibido fumar!" é considerado "discriminatório" ou "racista". Essa discussão deveria ser colocada em pauta, em vez de outras de menor relevância.
A práxis mais uma vez
confirma a assertividade das teorias de Marx e Engels: a exaltação do
urano-homossexualismo não tem absolutamente nada de "progressista" e
nem é o caminho para a liberdade e o desenvolvimento social, mas sim um
atestado de um experimento social planetário falho e nocivo para as gerações do presente e do futuro.
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