BRASIL
Teresinenses protestam contra os preços abusivos da passagem na capital piauiense e são reprimidos de forma implacável pela Polícia Militar
Por Cristiano Alves
Há alguns dias atrás a Polícia Militar do estado do Piauí realizou uma greve para protestar contra a sua situação na unidade da federação. Seu protesto não tivera qualquer oposição da população e ninguém lhes atacou durante suas passeatas. Essa mesma PM, que há pouco tempo era a massa manifestante agora passou a ser o agente repressor.
A passagem de ônibus em Teresina foi aumentada de R$ 1,90 para R$ 2,10, um preço abusivo numa capital de apenas 750 mil habitantes, sem qualquer terminal de ônibus, com veículos de má qualidade, sem pontualidade e com salários deprimentes para seus trabalhadores. Para se ter uma idéia do ridículo do preço, a cidade de Fortaleza, com mais de 2,5 milhões de habitantes, tem a passagem a R$ 1,70 e R$ 1,00 durante os domingos, além de uma rede de terminais de ônibus, onde o passageiro pode descer de uma linha e pegar outra gratuitamente. Esse aumento gerou protesto por parte da população de Teresina, que reuniu grande número de estudantes e mobilizou cidadãos de todas as idades. Isso, entretanto, não impediu a Polícia Militar de usar spray de pimenta contra estudantes de 17 anos e usar-se de ação violenta contra menores de idade.
A ação reuniu diversos movimentos sociais, embora tivesse caráter "sem bandeiras" segundo os manifestantes, dentre os quais se encontra o autor deste artigo, testemunho da má qualidade do serviço de transporte urbano. Este foi o segundo protesto na capital piauiense, sendo previsto ainda outro para essa quinta-feira(1º de setembro).
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