quinta-feira, agosto 23, 2012

BRASIL: O comunismo dos armênios no Brasil: A tragetória de Levon Yacubian





Resumo: Para uma fração da comunidade armênia de São Paulo, entre os anos 1930-60, o comunismo era sobretudo uma forma de sobrevivência política dentro desta colônia de imigrantes. Neste sentido, o presente trabalho pretende analisar a trajetória de Levon Yacubian, líder comunista da coletividade armênio-brasileira, editor de jornal propagandista, preso pelo DEOPS/SP por atividades subversivas. 


Palavras-chave: Armênios, Comunismo, repressão. 




Abstract: For a part of the Armenian community in São Paulo, among the 1930s-1960s, the communism was mainly a form of political survival within the colony of immigrants. Therefore, this paper is about the trajectory of Levon Yacubian, who was a communist leader of the Armenian-Brazilians, as well as propagandist newspaper editor. He also was arrested by DEOPS/SP for subversive activities. 

Keywords:  Armenians, Communism, repression. 



1. INTRODUÇÃO 

Em 1975, um jornalista de origem estrangeira residente em São Paulo dá entrada no DEOPS/SP(1)  para retirar uma certidão que o permita obter a sua habilitação de motorista amador. Para qualquer cidadão brasileiro, tal procedimento poderia soar trivial e ser executado sem grandes problemas. Entretanto, para indivíduos de origem estrangeira, a desejada certidão ensejava o início de uma devassa na vida pessoal do requerente. 

Assim aconteceu com Levon Yacubian, indivíduo de origem armênia. A simples vontade de expedir a habilitação de motorista trouxe a tona toda sua ação de militante político de esquerda e de liderança respeitada no seio da coletividade armênia brasileira. Ao mesmo tempo, tal certidão exumou as cicatrizes que o aparelho repressor do DEOPS/SP deixou na vida desse militante comunista. 

Assim, o objetivo desse trabalho é, através de uma figura central, compreender algumas características do comunismo da comunidade armênia de São Paulo entre os anos de 1930 e 1964 e como a repressão do Estado autoritário, através de sua ramificação de inteligência e operação – no caso o DEOPS/SP –, agiu para cercear a atividade “subversiva” desses elementos “alienígenas”, conforme nomenclatura recorrente nos prontuários gerados por tal órgão. 

Para cumprir tal objetivo, utilizaremos como fonte os prontuários produzidos pelo DEOPS/SP no decorrer da atividade de investigação e prisão do elemento suspeito. O Fundo DEOPS/SP do Arquivo Público do Estado de São Paulo(2) é reconhecidamente um rico acervo para o estudo dos períodos autoritários da história republicana brasileira e com base nesses documentos, já nasceram diversas pesquisas que tratavam do engajamento político do imigrante e da respectiva repressão(3). 

Para os armênios, segundo nossos levantamentos preliminares, existem cerca de 400 prontuários, sendo que aproximadamente 130 destes foram fichados pelas autoridades como comunistas. Ou seja, é perfeitamente viável, no que diz respeito à disponibilidade das fontes, a proposta de estudar os armênios comunistas no Brasil. 

Entretanto, antes de adentramos na história de Levon Yacubian, far-se-á necessário uma breve digressão pela história da imigração armênia no Brasil, bem como o cenário político que esses indivíduos trouxeram para o país. 


2. A IMIGRAÇÃO ARMÊNIA PARA O BRASIL: PECULIARIDADES SÓCIOPOLÍTICAS 

A chegada dos armênios à América e mais especificamente ao Brasil constitui um processo histórico bem peculiar, se comparada aos demais fluxos migratórios euro-asiáticos que tiveram lugar no final do século XIX até meados do século XX. Não houve uma política de Estado de incentivo à imigração desse povo. Sem  um Estado autônomo desde 1064, capitulado ante os turcos, os armênios se espalharam pelo mundo(4) principalmente após o Genocídio iniciado em 1915, que ceifou a vida de mais de 1,5 milhão de armênios que viviam no interior do Império Turco-Otomano(5).

Devido à imigração armênia ter sido um processo particular e individualizado, não é de se espantar o pequeno número que emigraram para o Brasil se comparado com trabalhadores oriundos de outros países, ou ainda se pensarmos nas cifras de imigrantes armênios em nações que incentivaram o aporte destes, como França ou EUA. Não há um número exato de quantos armênios há atualmente no Brasil. Roberto Grün (1992:17), estima que haja entre 20 a 25 mil armênios, sem discriminar, todavia, se ele considera nesse número apenas os da primeira geração ou também seus descendentes. 

De acordo com Hagop Kechichian, a primeira entrada substancial de armênios no país se deu via Rio Grande do Sul, por comerciantes que em busca de oportunidades de negócios, atravessaram a fronteira uruguaia com o Brasil e se estabeleceram em cidades daquele estado. Alguns mascates armênio-uruguaios alcançaram o sudeste, principalmente as cidades de Rio de Janeiro e São Paulo (KECHICHIAN,  2000:23-24 e 46-48). Contudo, a chegada do maior contingente de imigrantes se concentrou entre os anos de 1924-1926 (Ibid.:32), alcançando o número de cinco mil armênios no país em 1935 (Ibid.:51), atraídos muitas vezes pelas experiências dos árabes na Síria e no Líbano – países nos quais os armênios se refugiaram no primeiro momento –, que remetiam cartas às famílias contando das vitórias e conquistas no Brasil (Ibid.:31).

Kechichian (Ibid.:33) afirma que os primeiros que aqui chegaram se organizaram em pequenas sociedades e conseguiram iniciar pequenos negócios, principalmente vinculados às atividades comerciais de mascate. Uma vez estabelecidos e relativamente estabilizados, os novos imigrantes já direcionavam seus esforços para a confecção de calçados, atividade na qual muitos já trabalhavam nas cidades de origem. 

A partir daí, a vida social e política da comunidade tomou forma. As primeiras sociedades e associações foram fundadas, com o intuito de construir os dois pilares fundamentais da existência do armênio na Diáspora:  a Igreja e os partidos (SAPSEZIAN, 1988:167). Assim, foi formada em 1923 a Comissão da Fundação da Coletividade, com o objetivo de construir uma sede para a Igreja Apostólica Armênia no Brasil (KECHICHIAN, 2000:69). Também os católicos e evangélicos armênios conseguiram organizar-se e constituir suas entidades, em 1935 e 1927 respectivamente (Ibid.:72-73), e é na Igreja Evangélica Armênia que nasce a primeira escola armênia no Brasil, em 1937 (Ibid.:74). Além disto, sociedades culturais e recreativas também afloraram no seio da coletividade nas décadas de 1920 e 1930, bem como agremiações da juventude armênia, encenando peças e cantando músicas armênias em corais. A instituição mais significativa neste sentido foi a Sociedade Artística de Melodias Armênias – Clube Armênio – SAMA (Ibid.:80-84). Também prioritárias, as escolas primárias da comunidade surgiram tão logo foi possível, ainda na década de 1920. 

Por último, as agremiações partidárias também são instituições da primeira hora na coletividade armênio-brasileira. No Brasil, à semelhança em outros países da Diáspora armênia, destacam-se três partidos principais: Federação Revolucionária Armênia, Hentchak e Ramvagar. Entretanto, corria por fora da organização partidária um número considerável de comunistas, que adotaram tal postura política por razões inerentes ao ser armênio e ao estar no Brasil. Assim, passemos então a análise dessas razões. 


3. O COMUNISMO DOS ARMÊNIOS NO BRASIL E A REPRESSÃO DO DEOPS/SP 

A repressão do DEOPS/SP – 1924-1983(6) – conforme mencionamos, recai sobre uma boa fração da colônia armênia, que segundo o entendimento das autoridades repressivas, são “todos pertencem a Armênia Soviética [sic](7) e são comunistas, adeptos e admiradores de Stalin”(8), numa clara tentativa de demonização dos inimigos  políticos. Assim, nos cabe perguntar: se a disseminação do “credo comunista” entre os brasileiros já assustava as autoridades, o que podemos inferir quando refletimos sobre indivíduos ligados a um país que a esta altura era república integrante da URSS(9)? Nesse contexto, os armênios rotulados como comunistas se encaixavam perfeitamente no perfil estereotipado que a repressão criou para enquadrar os elementos indesejáveis: “os revolucionários, os contestadores, os sindicalistas, os estrangeiros, os operários, os anarquistas e os subversivos” (PEDROSO, 2005:114).

Naquela altura, com a Armênia sendo uma das repúblicas socialistas soviéticas, era normal que muitos armênios apoiassem a URSS sem necessariamente ter um gesto de simpatia ao comunismo. Até mesmo o partido democrata liberal  Ramgavar, de cariz conservador e burguês, era um entusiasta da Armênia Soviética, uma vez que foi a anexação do país à URSS o que garantiu a manutenção do torrão nacional, longe da constante ameaça turca. Convém lembrar que não havia entre as agremiações diaspóricas armênias, um partido essencialmente comunista, mas sim indivíduos simpatizantes com os ideais comunistas que poderiam militar entre os brasileiros e divulgar suas ideias entre os patrícios. 

Dessa forma, muitas vezes a repressão feroz e intolerante do Estado não consegue diferenciar o que é comunismo do que é admiração de cunho nacionalista pela Pátria-mãe. Assim, acreditamos ser possível dividir os comunistas fichados pelo DEOPS/SP em três grupos distintos: a) os que apóiam a URSS pelo fato da Armênia estar contida naquele país; b) os que são comunistas para demarcar terreno político dentro da coletividade, uma vez que a vida político-partidária era intrínseca ao indivíduo armênio; c) os que eram comunistas strictu sensu, comprometido com toda a teoria e prática peculiar a essa postura. Entretanto, esses grupos não são excludentes, ou seja, um indivíduo pode se enquadrar nas três categorias simultaneamente. Acreditamos ser esse o caso de Levon Yacubian, nosso objeto de estudo. A seguir, analisaremos a sua ação política a partir de seu prontuário no DEOPS/SP para clarificar tal ponto


4. A TRAJETÓRIA DE LEVON YACUBIAN 

Levon Yacubian nasceu em Alepo, na Síria, em 15 de dezembro de 1925(10). Sua família chegou ao Brasil quando ele tinha dois anos de idade, pelo porto de Santos. Entre idas e vindas, fixou-se em São José do Rio Preto, onde trabalhou como revisor de jornais e revistas, começando assim sua carreia ligada ao jornalismo. Em 1949, já na capital paulista, Yacubian trabalhava no jornal “Folha da Manhã”, quando foi preso juntamente com um compatriota(11), acusado de atividades subversivas(12).
Paralelamente às suas atividades profissionais no “Folha da Manhã”, o jornalista era editor, redator e secretário do jornal “Ararat – a voz do povo armênio”, tido pelo DEOPS/SP como subversivo e comunista(13). Em dezembro de 1946, o jornal possuía dezenas de assinantes em diversas partes do país, mostrando ter uma grande circulação e penetração na coletividade armênia no Brasil(14). De circulação bimestral, o  Ararat era a expressão do segmento mais à esquerda da coletividade armênia, colocando-se em uma postura crítica com relação aos problemas da coletividade brasileira e os rumos que essa tomava sob a direção da Federação Revolucionária Armênia – FRA –, principal força política na diáspora armênia no Brasil e no mundo. Assim, mais que um órgão comunista para além da comunidade, o Ararat era um veículo de propagação de ideias e de oposição no interior da mesma, servindo para marcar uma posição política clara frente às demais  forças partidárias que coexistiam na colônia armênia do Brasil(15). 

Além do  Ararat, Yacubian era membro da  União Cultural Armênia de São Paulo(16), entidade que também era tomada como subversiva pela repressão, uma vez que tinha vários nomes em comum com o jornal, como o do intelectual armênio-brasileiro Jacob Bazarian, egresso da Academia de Ciências da União Soviética(17), além de receber materiais informativos sobre a URSS(18). 

Tal postura oposicionista do  Ararat na coletividade não descarta, contudo, o caráter socialista da publicação. Embora não consigamos encontrar nos textos do periódico grandes alusões teóricas ao marxismo-leninismo e ao bolchevismo – como também não era comum nos demais intelectuais brasileiros de esquerda no período (KONDER, 2009:73-75) –, é evidente a simpatia ao regime soviético e à figura de Stalin. Em uma edição comemorativa ao aniversário do líder soviético, o jornal estampa uma manchete com os dizeres “Stalin e os armênios”, acompanhado de um extenso texto de Yacubian acerca das proezas de Stalin e dos benefícios do comunismo para a Armênia(19). Na mesma edição, todavia, Yacubian da cadeia, também assina o texto denominado “os tashnags a caminho da traição”, mostrando assim em um mesmo número do jornal os diversos usos do comunismo para os armênios do Brasil. 


5. CONCLUSÃO 

Levon Yacubian ficou preso por pouco mais de dois meses – entre 18 de junho e 09 de setembro de 1949 – devido à distribuição do referido jornal(20). Neste tempo, foi emitida contra o réu uma portaria de expulsão do território nacional, punição passível e recorrentemente usada contra elementos estrangeiros que causavam transtornos a ordem nacional, na visão do Estado autoritário. Frente a isso, Yacubian pediu visto de trânsito para deixar o país e ir para o Uruguai, onde procuraria a embaixada da URSS. 

Entretanto, em outubro de 1949, beneficiado por um despacho do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, a expulsão de Yacubian foi arquivada e o réu foi inocentado. A decisão se deu após o juiz entender que a atividade do jornalista não feriu a legislação vigente e não acarretou em danos para o país.

Apesar da absolvição, é fato que Levon Yacubian, ainda que não pertencente ao Partido Comunista Brasileiro e não seguir as orientações do Komitern, agiu no sentido de atrair os seus compatriotas para o lado do comunismo, ainda que essa adesão se desse de acordo com os usos que o jornalista dava a tal ideologia no interior da coletividade. Contudo, pode ter pesado na decisão da justiça a repercussão que o caso tomou. Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, instituição a qual Yacubian frequentava na época de sua detenção, foi organizado um abaixo-assinado em protesto à manutenção da prisão do jornalista mesmo depois da  expedição do alvará de soltura. No mesmo número do Ararat supracitado, também havia uma nota sobre a prisão do jornalista e o descontentamento da sociedade com tal acontecimento. 

Enfim, importa menos o motivo da libertação de Yacubian do que o processo do qual ele faz parte. Preso com um companheiro por atividades subversivas, editor e escritor de um jornal de ampla circulação na comunidade armênia do Brasil, próximo a intelectuais e pensadores ligados mais diretamente a URSS e também inserido na intelectualidade brasileira através da USP, Yacubian mostra-se um valoroso militante, engajado principalmente nos problemas de sua pátria-mãe e da coletividade na que está inserido. Por esse prisma, o comunismo armênio não interfere na sociedade brasileira enquanto força política ameaçadora. Entretanto, na medida em que a ação de Yacubian transborda a coletividade e atinge a universidade, por exemplo, suas atividades engajadas compõem um rico cenário das esquerdas brasileiras no século XX, cujas fileiras são engrossadas por centenas de imigrantes com diferentes formações pessoais e políticas que afluem para o grande rio caudaloso da oposição do autoritarismo repressivo brasileiro e sua principal materialização: o DEOPS. 

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*Graduado em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora – MG, mestrando em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pesquisador do grupo “E/Imigrações: histórias, culturas, trajetórias”, CNPq. 

(1) Chamado nesse momento de Departamento Estadual de  Ordem Política e Social de São Paulo, mas ficou também conhecido pela sigla Dops, que designava o antigo nome de “Delegacia de Ordem Política e Social” (AQUINO, 2001:19).
(2) Doravante denominado de APESP. 
(3) Cf. DIETRICH, 2007, WIAZOVSKI, 2001, ZEN, 2005.
(4) Aharon Sapsezian (1988:161-162) estima que, enquanto viviam na Armênia Soviética cerca de 3,1 milhões de armênios, outros 3,5 milhões estavam espalhados pelo mundo. 
(5) Cf. TERNON, 1996. 
(6) O DEOPS foi criado, segundo Regina Célia Pedroso,  em um contexto de repressão política e formação  
ideológica contra àqueles que fossem julgados prejudiciais para a manutenção da ordem vigente, principalmente os anarquistas e estrangeiros em um primeiro momento. (PEDROSO, 2005:112-114). 
(7) Embora estes tenham emigrado antes de 1921, quando a Armênia se tornou uma das Repúblicas Socialistas Soviéticas. 
(8) Pront. nº 98.438 - Vartavar Tchungurian. DEOPS/SP, APESP. 
(9) Taciana Wiazovski (2001:37) nos mostra que eram justamente os imigrantes – sobretudo judeus – oriundos dos países pertencentes à URSS e seus satélites os mais perseguidos pelo DEOPS/SP sob a acusação de comunismo. 
(10) Pront. 73.631 – Levon Yacubian, DEOPS/SP, APESP. Curiosamente, há outro prontuário que trata do mesmo personagem, registrado sob o número 121.455 em 1952 e com o nome grafado de outra forma: Levon Jacobian. 
(11) Pront. 46.273 - Agop Boyadjian, DEOPS/SP, APESP. 
(12) Pront. 121.455 – Levon Jacobian, DEOPS/SP, APESP. 
(13) Pront. 98.526 – Ararat, DEOPS/SP, APESP. 
(14) Todos os assinantes foram fichados pelo DEOPS/SP e possuem prontuários arquivados no APESP. 
(15) Isso fica claro em um texto de Yacubian para o jornal: “somente o poder socialista dos operários, camponeses e intelectuais armênios é que conseguiu derrotar definitivamente, na Armênia, as forças retrogadas [sic] do governo tashnag de Vratzian. Somente o socialismo é que deu o poder governamental nas mãos do povo armênio, outrora escravisado [sic] e espoliado por  meia dúzia de lacaios tashnags”  Ararat – A voz do povo armênio. Ano IV, nº. 39-40; dezembro de 1949 a janeiro de  1950, p. 1. Lembrando que “tashnags” é a denominação em armênio para os membros da FRA.
(16) Pront. 94.341 - Sociedade Cultural União Armênia de São Paulo, DEOPS/SP, APESP. 
(17) Pront. 95.621 - Jacob Bazarian, DEOPS/SP, APESP. 
(18) Pront. 94.341. 
(19) Ararat – A voz do povo armênio. Ano IV, nº. 39-40; dez. 1949 a jan. 1950, p. 1. 
(20) Pront. 73.63. Desse trecho em diante, as informações são oriundas deste prontuário, salvo exceções que serão notificadas.

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