domingo, abril 02, 2017

Extremistas de direita e esquerda, duas pontas de um mesmo cadarço

Por Cristiano Alves


Não existe nada mais parecido com a extrema-direita do que a extrema-esquerda, ambos são imbecis que na falta de neurônios, criatividade e auto-controle se limitam a gritos de ordem, "nenhum compromisso", a gritar com policiais quem seja lá o que for achando que estão "fazendo a revolução". No máximo, num país onde a burguesia tem não só o controle dos meios de produção, como o de pensamento, servem espantalho político para a direita justificar sua repressão.

Recentemente recebemos uma quantidade de insultos incomensurável de um ignóbil chamado "Rafael Queiroz", que usa o seu nome no alfabeto cirílico. De tão covarde, limitou-se a insultar e depois bloquear, típico de um troll. Dentre os brilhantes argumentos do troll metido a estilista, como era de se esperar, comentários sobre roupa e uma completa escatologia intelectual! O primeiro se dizia ultrarrevolucionário por que "tomou spray de pimenta". Nós fomos contra as manifestações de julho de 2013 exatamente por que soubemos no que elas deram, fomos contra o "Não vai ter Copa" pelo mesmo motivo! O mais engraçado foi ver outros militantes extremistas atacarem o nosso trabalho, como se não tivéssemos vida pessoal! No que essas manifestações resultaram? Na formação de um grande partido de massas e quadros revolucionário? Em uma grande revolução cultural e proletária? Não, apenas enfraqueceu o governo de Dilma Rousseff, chamou a direita do PC para a rua e garantiu a força dessa mesma direita, que inclusive aproveitou-se do "apoliticismo" que a própria extrema-fomentou, com sua política antipartido, e essa mesma direita organizou-se em movimentos como o MBL, cria dos Irmãos Koch, em bolsonaretes e outros grupos que prometem acabar exatamente com aquilo que os grandes capitalistas fomentam e que a esquerda festiva defende, por exemplo o aborto, movimento dos pervertidos, etc. Carlos Marighela ensina em "Manual da guerrilha urbana" que o revolucionário deve parecer-se com o meio popular, e não cobrir-se de extravagâncias. Uma rápida olhada no Facebook nos mostra jovens com pinturas históricas de Lenin, afirmando que são comunistas até a medula, tolos o suficiente para ficar o máximo possível expostos aos ataques da reação. Tiram fotos segurando microfone e então acusam de "contrarrevolucionário burguês" e até "kautskista" quem possui fotos normais com a sua família e momentos de lazer, quem possui o cabelo grande, fotos de boa qualidade ou não grita 24 horas por dia que "são ultrarrevolucionários" rapidamente faz com que sejam vistos como "inimigos da revolução", "traidores", dentre outros epítetos. O Sr. Rafael Queiroz e seus amigos, que mais parecem uma caricatura de Clodovil Hernandez (que ao menos tinha talento com o estilista) parecem com os "bolsominions", só atacam em bando ou enfatizam sua ação no que chamam de "zueira", que nada mais é do que fofoquinha de comadres com ares de alguma superioridade moral. Parece que o Sr. Rafael Queiroz se esquece que o camarada Cristiano além de trabalhar com turismo, conhecendo a história por trás de cada pedra nas cidades onde visita, ainda por cima é escritor, o que é uma grande responsabilidade, já que escritores são ferreiros da alma. Curiosamente, por parte do mesmo e de seus amiguinhos não conhecemos nenhum trabalho de divulgação, contribuições a A Página Vermelha ou pelo menos compartilhamento de nosso conteúdo. Essa extrema-esquerda, festiva, caricata, não quer ser a síntese, mas tão somente a antítese.

Atualmente, no mundo, vivemos um período de recuo estratégico de forças, não se ataca o inimigo na fortaleza dele, isso já nos ensinava Sun Tzu há milhares de anos em "A arte da guerra", livro seguido à risca para delinear as estratégias revolucionárias comunistas de Mao Tsé Tung. Para atacar um inimigo em uma fortaleza é necessário conhecê-lo, ter seu próprio exército, suas armas de cerco e meios necessários para tal. Será que a esquerda tem o seu "próprio exército"? Não! A esquerda no Brasil está mais fragmentada e confusa que um quebra cabeças de uma obra de Pablo Picasso! Sem uma teoria revolucionária não pode haver movimento revolucionário, sem um partido revolucionário, o centro de comando, não se pode falar em revolução. Se uma tentativa de revolução "sem partido" tomasse lugar no Brasil, o cenário mais provável seria o de uma Maydan, como na Ucrânia. No Brasil isso seria um completo massacre das forças de esquerda, pois ao contrário da Ucrânia, o Brasil não possui uma "esquerda militar". Alguém seria capaz de imaginar brutamontes de extrema-direita se batendo com... adolescentes afeminados do movimento dos pervertidos? Temos alertado incansavelmente para isso! Esses mesmos trotskistas, como o Sr. Rafael Queiroz, acha que estamos em 1917, quando os principais Estados imperialistas se batiam numa guerra mundial, não tendo tempo nem forças suficientes para esmagar os levantes populares. O Sr. Rafael Queiroz, que nos acusa de "kautskistas" (será que ele sabe o que é isso?) se esquece que hoje a Nova Ordem Mundial (em realidade velha) imperialista está muito bem organizada e unida em blocos militares como a OTAN e possui tecnologias de golpes de Estado que tem levado ao poder governos pró-imperialistas. E quem tem se oposto a esse bloco? O Partido Comunista das Filipinas? Guerrilheiros maoístas no Nepal? Com todo respeito por tais organizações, estas não apresentam nenhum risco ao imperialismo mundial. Só na mente nefelibata de adolescentes extremistas essas organizações são "a vanguarda do movimento revolucionário mundial". Não desprezamos o papel de organizações de luta, e até reconhecemos que poderia ser uma história completamente diferente se estivéssemos falando de um IRA, movimento que pode afetar diretamente o coração do imperialismo, de um ETA ou de alguma outra força que pudesse mexer com o coração e o cérebro da União Europeia e da OTAN, não necessariamente comunistas. Isso sim é saber explorar as contradições do imperialismo, é ter noção do que é geopolítica.

Alguns trotskistas, independente destes se dizerem stalinistas, marxistas-leninistas, trotskistas ou seja lá o que for rejeitam completamente o trabalho de base, rejeitam o trabalho de arregimentar operários, camponeses e soldados. Estes últimos são essenciais numa revolução, pois são eles que ensinam o trabalhador a manejar um fuzil, são estes que poder organizar um motim nos quarteis, mas como terão o mínimo interesse nisso se a esquerda apenas grita que militares são o diabo em pessoa? E depois, como a esquerda quer ganhar o respeito de militares? Batendo palmas para gays?

Alguns esquerdistas parecem ter uma visão completamente fantasiosa da realidade, eles acham que fazer uma revolução é como ir a uma briga de torcidas de futebol! Não estamos mais em 1917, estamos em 2017 e o aparato militar burguês está mais aparelhado do que ele já foi nos últimos 100 anos, policiais e soldados possuem coletes balísticos, não basta mais ter apenas um fuzil. Possuem ainda veículos blindados, que não são destruídos com pedradas. Além disso, a imagem da esquerda está muito manchada, pois no subconsciente coletivo, esquerdista é alguém que quer fazer paradas de pederastas, "beijaços", "vomitaços" e outros "aços". Existe uma esquerda festiva cujo interesse não é o de arregimentar novos adeptos normais, mas sim tribos urbanas anarquistas que rejeitam qualquer disciplina, qualquer teoria e acham que estão fazendo a grande revolução por que tomaram spray de pimenta ou quebraram a vidraça de um stand de uma corretora de imóveis, onde certamente trabalham pessoas que talvez tenham filhos para alimentar. São filhos de maio de 68 e não de outubro de 1917!

Esses festeiros são tão imbecis a ponto de criticarem o nosso trabalho sem terem o menor conhecimento dele, como se divulgássemos cem por cento das nossas atividades, assim dando à repressão motivos notáveis para levar um ou outro a cadeia ou a outros inconvenientes. Extremistas de esquerda são notáveis pelo ódio descontrolado e pelo seu caráter agressivo, são tão imbecis quanto a extrema-direita, e esses não oferecem qualquer vantagem, são apenas uma quinta-coluna da direita incapazes de avaliar situações críticas, e exatamente pela sua frustração em organizar qualquer coisa, qualquer trabalho de base, querem vociferar contra quem tenta organizar esse trabalho!

Um comentário:

Almir Albuquerque disse...

Não está fácil a vida de pessoas que pretendem manter vivo o legado do marxismo-leninismo nos dias atuais.

Me pergunto se verei nessa vida uma outra conjuntura mais favorável, mas não sou tão otimista.

A esquerda virou uma palhaçada, o pós-modernismo acabou com qualquer possibilidade de propor uma luta com base em estudos sérios de grandes pensadores comunistas.

Não sei onde vamos parar.