segunda-feira, setembro 04, 2017

ANTICAPITALISMO 2017

Por Cristiano Alves

Neste fim de semana participamos da ação Anticapitalismo 2017, na Grande Novgorod, uma das cidades mais antigas da Rússia, com mais de 1000 anos de idade.

Inicialmente visitamos o Kremlin de Novgorod (que significa Cidade Nova) e o seu museu, estivemos em contato com peças históricas douradas com mais de 900 anos cujo valor é estimado em mais de 15 milhões de dólares, tão caras que quando transportados pelo ultramar, são levadas em voos separados. Conhecemos vários objetos históricos da Igreja Ortodoxa Russa, preservados no interior do museu, assim como vários elementos da ortodoxia. Engels já dizia que o comunista precisava conhecer os fundamentos do Novo Testamento. Alguns pertences das igrejas, de ouro e prata, foram confiscados pelos bolcheviques e vendidos para aumentar a reserva de ouro do país e financiar o novo Estado. O kremlin de Novgorod serviu como arquétipo para aquele que mais tarde seria conhecido em todo o mundo, o Kremlin de Moscou, cidade surgida quase 300 anos após Novgorod.

Pelo Kremlin também visitamos rapidamente o rio Volhv, de onde em tempos antigos eram retiradas as pérolas, até a descoberta do diamante a gema mais preciosa. Pelo rio Volhv passavam os vikings (eles chamavam a cidade de Holmgarde, ou "Fortaleza da Ilha") vindos da Noruega em direção a Constantinopla, nos tempos em que as grandes navegações e rotas comerciais priorizavam os rios e não o mar. Novgorod foi durante a Idade Moderna ocupada pelo Império Sueco, nessa época os últimos edifícios de madeira do kremlin novgorodense foram queimados e a cidade quase esvaziada. A República de Novgorod, durante a Idade Média, já foi a cidade mais rica da Europa, lá nasceu a moeda russa, o rublo, assim como a escrita e muitos aspectos culturais, já foi maior que Londres e Paris. A cidade foi inteiramente ocupada pelos nazistas da Alemanha e da Espanha. Havia vários túmulos de fascistas espanhóis da Divisão Azul e muitos podem ser vistos em fotos.

Depois seguimos para a ação Anticapitalismo 2017. Uma dirigente do Partido Comunista da Federação Russa enumerou alguns problemas seríssimos que o capitalismo trouxe para a Rússia, 8 milhões de narcômanos, 25 milhões de russos sobrevivendo, sem ter dinheiro sequer para roupas, além da queda dos índices de vida do povo russo e perda de prestígio internacional do país, comparável ao dos países do terceiro mundo.

O evento foi internacional, contando com a participação de membros da Juventude Comunista do Partido Comunista da China, maoístas que ostentavam orgulhosamente um gorro como o do Exército Popular de Libertação, e o camarada Cristiano, do Brasil, que, em seu discurso, ressaltou o papel histórico e progressivo do comunismo na Rússia, enfatizando que conheceu sobre a importância da Grande Novgorod através do cinema soviético, no filme Alexander Nevsky, melhor do que os atuais filmes russos sobre o seu passado, que são feitos apenas com o fim de lavagem de dinheiro, possuem enredo fraco e só arrecadam fundos por causa da enorme propaganda feita nos canais de TV e em pôsteres, mas que fora os efeitos especiais e a fotografia nada mais apresentam de interessante. Enfatizamos que os comunistas faziam filmes melhores, inclusive sobre a Grande Novgorod, cidade que resistiu a duas Cruzadas, aos nazistas e que deve resistir aos capitalistas. O comunismo é melhor inclusive para a cultura e para a preservação das tradições nacionais de um povo.

A Região de Novgorod, no dia 8 de setembro, conhecerá as eleições para governador, concorre a comunista Olga Yefimova.

Durante a saída nos deparamos com uma prisão russa, a vista do exterior é idêntica à de um conjunto de apartamentos de um bairro do subúrbio de Fortaleza, o que demonstra que o capitalismo selvagem brasileiro transformou o povo em prisioneiros dentro de suas próprias casas! Ainda, fotografamos um exemplar do lendário caça soviético MiG-15, responsável por abater inúmeros caças e especialmente bombardeiros americanos durante a Guerra da Coreia, salvando o país de um holocausto atômico.







Um comentário:

JF disse...

Quando for possível escrevam algo sobre o biólogo soviético Trofim Lysenko; existe pouca ou nenhuma informação sobre o seu trabalho na Internet, e a que existe (sendo escassa) é também tendenciosa e nada fundamentada.