quarta-feira, maio 08, 2013

BRASIL: Extrema-direita quer a morte de crianças e se opõe ao atendimento médico para famílias carentes


Por Cristiano Alves


Não é raro no Brasil encontrar pessoas carentes sem qualquer atendimento médico de qualidade, trabalhadores que não podem pagar por terríveis enfermidades perfeitamente tratáveis e curáveis em pleno século XXI, não raramente vindo a óbito por falta de atendimento médico adequado. Recentemente, o governo brasileiro anunciou a contratação de seis mil médicos cubanos, o que despertou a fúria da chamada "direita raivosa". Por quê?

A medicina cubana é considerada uma das melhores do mundo, o pequeno país socialista insular exporta médicos para mais de 70 países, estatísticas comprovam a eficiência destes profissionais, Cuba tem a menor taxa de mortalidade infantil de todas as Américas, mesmo com sua frágil economia debilitada por um embargo de mais de 40 anos, Cuba também tem a maior taxa de médicos por habitantes das Américas, lá é possível encontrar médicos em escolas, universidades, fábricas e outros estabelecimentos. O país envia médicos para países latinos e até mesmo formando gratuitamente médicos interessados em participar de programas gratuitos de assistência aos mais carentes. Milhares de afroamericanos estudam em Cuba, a fim de atender os mais de 40 milhões de negros nos Estados Unidos desprovidos de atendimento médico. Assim, por esses motivos, o país governado pelo Partido Comunista encontra-se em uma situação médica confortável que lhe possibilita "exportar médicos", além da mentalidade comunista de seus cidadãos onde o obreiro e o campesino vem em primeiro lugar. Deste modo, de que país poderia o Brasil "importar seis mil médicos"? Dos Estados Unidos, país que não tem médicos suficientes nem mesmo para sua própria população? País que gasta mais com a sua "guerra contra o terrorismo" do que em pesquisas de remédios(e sua socialização) para curar doenças que matam mais do que o "terrorismo"?

Há milhões de brasileiros sem atendimento médico adequado, mendigando ajuda médica, sem ter onde cair. Parte de nosso povo sofre de terríveis enfermidades cuja cura já está disponível no século XXI, mas carece de tratamento adequado, de remédios ou instalações hospitalares adequadas. Amontoam-se em frente a hospitais em gigantescas filas indianas, esperam atendimento em pé ou no chão em hospitais públicos, correndo o risco de contraírem outras enfermidades e muitas vezes deslocam-se de lugarejos no interior do país até a capital para conseguir atendimento médico. Além disso, a taxa de mortalidade infantil no Brasil é bem maior do que em Cuba, que segundo a UNICEF tem a menor taxa de crianças mortas até o primeiro de vida. Logo, há que questionar, por que tanta gente está se opondo a uma medida que poderá diminuir o número de crianças mortas e propiciar a muitos brasileiros atendimento médico adequado? Num país elitista como o Brasil não é difícil entender o porquê disso tudo. A burguesia brasileira prefere ver uma criança vir a óbito do que aceitar a ajuda de um país estrangeiro socialista, de médicos dispostos a ir trabalhar no interior do país! Essa posição, a propósito, é a de todas as burguesias nacionais. Nos anos 30, para citar um exemplo, a União Soviética, socialista, firmou um pacto de aliança com a Tchecoeslováquia e a França contra a Alemanha nazista. Quando alemães e ingleses assinaram um pacto que garantiu aos primeiros a Tchecoeslováquia a burguesia deste país preferiu trair os interesses nacionais a aceitar a ajuda soviética. No Brasil, seguindo seus companheiros de bolso tchecoeslovacos, a burguesia brasileira, com seus tentáculos na área médica, esbraveja contra a ajuda cubana e tenta por todos os modos impedir que mais de seis mil profissionais de saúde venham trabalhar no Brasil. Não é irônico que os mesmos que dizem "ser contra o abortamento por que é contra a vida" são os mesmos que dizem "não" aos médicos cubanos que poderão impedir a morte de milhares de crianças?

A direita raivosa apresenta-se a cada dia como uma classe antinacional e antissocial, e há quem pergunte ainda "o porquê da inexistência no Brasil de partido de direita". De fato, não há partidos de direita, mas, pior, há muitos partidos de extrema-direita, categoria que ainda sobrevive no cenário nacional graças à influência midiática de revistas reacionárias como a Veja ou do jornal O Globo. Essa situação cada vez mais distancia a elite brasileira das massas trabalhadoras, e isso, para essa elite, longe de ser um "problema", acaba sendo uma conquista para um segmento que tem "horror a pobre".

A direita raivosa alega, nas redes sociais, ser este um "grupo de médicos-milicianos-revolucionários" que vem fazer a Revolução Comunista no Brasil. Curiosamente, os "médicos" da foto portam um FN FAL, de fabricação belga, armamento não empregado pelo Exército Cubano(usam o fuzil Kalashnikov, russo). Além disso, as forças armadas de Cuba não usam chapéu de palha, mas sim gorro verde-oliva.


Fontes:
Estatísticas da UNICEF sobre Cuba: http://www.unicef.org/infobycountry/cuba_statistics.html
Matéria sobre a medicina cubana de jornal suíço: http://www.swissinfo.ch/eng/politics/Cuban_doctors_give_Swiss_a_lesson_in_true_grit.html?cid=33231628#element34210416
Matéria de jornal americano sobre a medicina cubana e americana: http://www.finalcall.com/artman/publish/article_1382.shtml


3 comentários:

Israel Z disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Assis disse...

Não jovem, só queremos que os médicos passem pelo processo de validação de seus diplomas. Sem esse papo de que seu ensino é de boa qualidade, a condição de trabalhar no Brasil deve passar pela avaliação da condição profissional de cada médico, que envolve o conhecimento das doenças restritas a certas regiões e da língua portuguesa. Simples assim.

Assis disse...

Não jovem, só queremos que os médicos passem pelo processo de validação de seus diplomas. Sem esse papo de que seu ensino é de boa qualidade, a condição de trabalhar no Brasil deve passar pela avaliação da condição profissional de cada médico, que envolve o conhecimento das doenças restritas a certas regiões e da língua portuguesa. Simples assim.