quinta-feira, fevereiro 23, 2012

HISTÓRIA

Mais do que uma atriz
Por Cristiano Alves

Kira foi uma das quase 1 milhão de mulheres que serviram ao Exército Vermelho durante a IIGM
 
Kira Petrovkaya nasceu em 1918, na Criméia, então parte da Rússia Soviética, numa família de nobres do antigo Império Russo. Seu nascimento se deu um ano após a Grande Revolução de Outubro, que rompeu com o capitalismo e iniciou o período socialista no país. Já durante os seus 7 meses de vida, a família de Kira enfrentou dias difíceis, uma vez que seu pai e vários parentes seus lutaram pelo Exército Branco, que foi derrotado pelos bolchevistas.

Vivendo sem parte de sua família em Leningrado, apesar de suas origens aristocráticas, Kira foi admitida numa escola musical para crianças, a Capela Acadêmica de Leningrado, lá ela aprendeu sobre diferentes artes, tornando-se apaixonada pelo teatro e iniciando a sua carreira como atriz, o que seria interrompido durante a guerra, mas ela não estava despreparada. Segundo Kira, "todas as escolas tinham preparação militar, inclusive a escola de balé"(1), uma hora semanal era utilizada para aprender sobre armas, marchar e tiro desportivo. Aos 16 anos, Kira foi premiada com a maior medalha para eventos de tiro da cidade, a "Sniper de Voroshilov". Assim, em razão de suas notáveis proezas como atiradora, Kira foi mobilizada para defender a cidade onde morava, Leningrado, que conheceu um dos mais terríveis cercos militares da história durante o pesadêlo da ocupação fascista. Atuando como sniper do Exército Vermelho, ela foi ferida duas vezes por estilhaços de artilharia e retornou a serviço como enfermeira de campanha. Ao longo da guerra, empreendida contra as forças do fascismo, inimigo mortal da classe operária mundial, Kira foi condecorada com 3 medalhas, na guerra que destruiu os planos de senhoria mundial apresentados por Adolf Hitler e seus aliados.

Ao fim da guerra, a sniper e enfermeira militar Kira Petrovskaya foi condecorada com 3 medalhas
Após o término da guerra, Kira foi para o Teatro Satírico de Moscou, onde continuou a cantar e exercer suas atividades culturais na União Soviética. De acordo com ela, em Moscou o artista está intimamente conectado ao teatro, "você poderia viver e morrer trabalhando no mesmo teatro", o que é diferente em outros países. Na capital do país, Kira conheceu o seu futuro marido, um diplomata americano, com quem se casou e foi morar nos Estados Unidos. Naquele país, Kira tentou a carreira artística, o que foi dificultado pelo seu forte sotaque russo, mais tarde, ingressou no show de Groucho Marx e passou a viver como escritora, publicando a sua autobiografia, que tornou-se um best-seller. Hoje, Kira Petrovskaya Wayne é militante de projetos cívicos para a promoção da cultura e a erradicação da poluição do ar, sendo também autora de vários livros com assuntos que vão desde mitologia grega até culinária russa e novelas juvenis.

Kira Petrovskaya Wayne, nos dias atuais

1- http://www.silverplanet.com/lifestyles/silver-stars/silver-star-kyra-petrovskaya-wayne/early-life-russia/5721

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