quarta-feira, abril 27, 2011

Opinião

Por que quase nenhuma comemoração para uma vitória genuína do brasileiro?
Pelo autor de A Página Vermelha



Há quase 66 anos atrás o povo e os soldados do Exército Brasileiro alcançaram uma de suas maiores vitórias, o triunfo sobre o fascismo italiano. O povo apoiou e aplaudiu aqueles que, partindo sem armamentos, em geral carregando apenas a sua ração de campanha, mochila e muita coragem para enfrentar um inimigo com armamentos nunca vistos em vida, nem mesmo em filmes, uma vez que filmes de guerra não eram comuns nos anos 30-40 nos cinemas quase inexistentes do Brasil. O povo brasileiro, entretanto, e principalmente os comunistas, a sua vanguarda, defenderam de forma ortodoxa a participação brasileira ao lado dos Aliados, apesar da oposição de certos grupos conservadores, favoráveis à participação do Brasil ao lado da Alemanha Nazista, então a menina dos olhos da burguesia mundial.

Nos anos 40 foi composta a Força Expedicionária Brasileira, formada por homens que vinham "do morro, do engenho, das selvas, dos cafezais, da boa terra do côco", conforme reza a famosa Canção do Expedicionário, talvez a mais apropriada para ser o verdadeiro hino do Brasil, filha da luta antifascista. Sua participação da guerra se deu através de sua incorporação pelo Exército Americano, que então lutava contra os nazistas ao lado dos comunistas, da URSS. Lá a FEB conheceu dias difíceis, a começar pelos seus confrontos com os submarinos da Marinha Alemã, que frequentemente torpedeavam navios de transporte brasileiros, matando vários soldados antes mesmo destes chegarem aos seus destinos. Já na Itália, estes militares tiveram ainda que aprender a usar armas então quase inexistentes no Exército Brasileiro, as armas automáticas, sem falar no frio que a infantaria enfrentou em território europeu. Os resultados militares, entretanto, pesaram a favor do Brasil, com um saldo maior de vitórias do que derrotas contra os fascistas italianos e alemães, que então haviam assumido o controle da Itália.

Terminada a guerra, houveram os momentos de glória para o Exército Brasileiro, em grande parte formado por pessoas simples, essa glória, entretanto, durou bem pouco para os seus soldados, que, diferente do que ocorreu no socialismo, onde estes tornaram-se em sua grande maioria heróis nacionais, lendas vivas, com um padrão de vida confortável, no Brasil os soldados foram passados para a reserva, assumindo algumas funções no serviço público, em alguns casos, mas em sua grande parte sendo simplesmente esquecidos, tendo que trabalhar como "guarda-carros"(os precussores do "flanelinha" que hoje vemos nas ruas), indo morar em favelas ou habitações precárias, não condizentes com a sua condição de heróis nacionais. Poucos monumentos foram erguidos em sua homenagem, a maioria nem é tão vistosa quanto os gigantescos outdoors que poluem visualmente as nossas ruas. Enfim, uma vitória quase esquecida, jamais retratada numa produção cinematográfica, quase ignorada, mas não por aqueles que entendem o significado dessa vitória.

Não esqueçamos o sacrifício daqueles que verdadeiramente lutaram pelo Brasil, por uma causa justa! Visite um monumento à vitória brasileira na IIGM, se possível, leve junto uma Fita da Vitória, como esta ostentada no braço

Nenhum comentário: