sexta-feira, janeiro 24, 2014

UCRÂNIA: A classe operária, como classe, não participa de modo algum desses acontecimentos

Originalmente publicado em: http://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2014/01/22/ucrania-a-classe-operaria-como-classe-nao-participa-de-modo-algum-nestes-acontecimentos/

As manifestações de Kiev não tem apoio da classe operária ucraniana.


Em Kiev, na Ucrânia, continuam os confrontos, habituais desde o final de Novembro, entre a polícia e os manifestantes. Em causa está o braço de ferro entre o Governo (que suspendeu a assinatura do Tratado de Livre Associação com a União Europeia) e a oposição que procura liderar os protestos, tentando daí tirar dividendos políticos. Nos últimos meses tem sido crescente o peso do partido fascista Svoboda que integra a coligação oposicionista. Para os anarquistas ucranianos, apesar de criticarem a actuação do governo, os trabalhadores estão fora deste jogo político entre os partidários de um maior relacionamento com a União Europeia e os que defendem uma maior integração com a economia russa. A entrevista que traduzimos e de que publicamos excertos foi dada por um companheiro anarco-sindicalista da Organização Autónoma de Trabalhadores da Ucrânia (um pequeno grupo que desenvolve a sua actividade em Kiev e em Harkov, a segunda cidade mais industrializada da Ucrânia), a uma rádio norte-americana. No entanto, a presença de militantes libertários nas ruas, em protesto contra as medidas autoritárias e repressivas do governo ucraniano, tem sido também uma constante.


Anarquista ucraniano dissipa mitos sobre os protestos na Ucrânia e alerta para a influência fascista

A Radio Asheville , com base no oeste da Carolina do Norte,emitiu recentemente uma fascinante entrevista com um anarco-sindicalista chamado Denys, da Organização Autónoma dos Trabalhadores  da Ucrânia. Nesta entrevista Denys desmascara muitos dos mitos em torno dos protestos a favor da adesão à União Europeia que se estão a verificar no país e explica o que se está a passar nos bastidores e a propaganda que tem sido feita a propósito protestos.

Porque é que o Acordo de Livre Associação com a UE (que beneficiaria, sobretudo, os ultra-ricos oligarcas da Ucrânia) está a ser deliberadamente interpretado como uma verdadeira integração? Os líderes ucranianos recusaram assiná-lo no último minuto. Entretanto, a Rússia está a tentar empurrar a Ucrânia para a sua união aduaneira, oferecendo a Kiev um acordo com a promessa de compra de milhões de euros de produtos ucranianos e um desconto de 30 por cento no Gás Natural russo.

Denys explica que, quando os protestos começaram, a classe política ucraniana foi apanhada de surpresa. Contudo, a oposição, uma coligação orientada sobretudo para a direita (sendo o partido fascista Svoboda o mais visível de todos eles) reagrupou-se rapidamente e transformou a rua na sua máquina de relações públicas. A oposição planeou manifestações massivas, como o líder fascista do Svoboda declarou numa entrevista já em março de 2013. Ficou evidente que os líderes da oposição planearam derrubar o actual governo com o apoio financeiro e político da conservadora Angela Merkel, da Alemanha, dos líderes da UE de Bruxelas e com o apoio visível dos Estados Unidos, cujo embaixador , o conservador John McCain foi a estrela convidada do Euromaidan . (…)

É difícil dizer quem está em maior desespero – se o governo ou se a oposição, mas esta última já anunciou que se vai centrar nas próximas eleições presidenciais , previstas para daqui a 18 meses, embora não seja ainda muito claro o candidato que vai apoiar . (…)

(No entanto), a oposição usou os protestos de rua contra o governo para ganhar poder na Ucrânia. Os resultados têm sido muito proveitosos para o partido Svoboda. No dia 1 de janeiro, o Svoboda organizou uma marcha de mais de 15.000 nacionalistas para comemorar o aniversário do antigo colaboracionista nazi já falecido Stepan Bandera .(…)


Denys : É necessário distinguir entre os dois Euromaidans. O primeiro ocorreu a 21 de novembro, participaram pessoas de classe média, que na sua maioria queriam a assinatura do acordo com a União Europeia. No entanto, hoje, dois meses depois, a maioria das pessoas que estão nas ruas estão preocupadas com questões bem mais práticas, como a brutalidade da polícia, que foi visível na noite de 1 de dezembro e, na generalidade, ninguém está satisfeito nem com o governo nem com o presidente. Assim, a integração europeia continua a ser uma questão mais vasta, mas está hoje numa espécie de segundo lugar. Quando se tratava de manifestações pró-governo as pessoas eram levadas pelo governo para Kiev, em autocarros, ao fim de semana. Estes protestos não foram honestos. Muitas pessoas que trabalham para o governo, como professores, médicos, e assim por diante, foram informados pelos chefes que teriam que participar. Era obrigatório para eles. Não diria que fosse um protesto real. Mas tomando em conta as pessoas que apoiam a união com a Rússia, a Bielorússia e o Casaquistão, sim, há essa opinião e, tomando o país como um todo, está dividido mais ou menos em 50 por cento relativamente à integração na União Europeia ou na União Aduaneira (com a Rússia). O problema é que a segunda posição não está muito representada nos meios de comunicação de massa que se inclinam no outro sentido (pró-UE). E, geralmente, essas pessoas que apoiam a união aduaneira não têm o hábito de protestar. Elas vivem em cidades mais pequenas e, portanto, não estão tão representadas nos media como quem vive na capital. Os apoiantes da União Aduaneira têm também líderes políticos muito estúpidos. Por exemplo, a principal força política que organizou os protestos teve como principal ponto de propaganda anti-UE dizer que a União Europeia iria trazer o casamento entre pessoas do mesmo sexo e outras coisas fora da tradição que não seriam bem acolhidas pela população ucraniana. Até inventaram o termo “euroSodoma”, como em Sodoma e Gomorra. A outra força política que apoia a União Aduaneira é o Partido Comunista da Ucrânia, que há muitos anos não tem nada a ver com o comunismo, e cujo programa político e agenda podem ser descritos como um partido social-conservador normal. Se comparar com Marie Le Pen, não encontrará muitas diferenças.

Asheville Rádio FM: É, na visão desses grupos, uma espécie de regresso à era soviética e ao encontro de outros países do leste europeu?

Denys : Claro, especulam sobre isso, porque os laços entre as pessoas comuns ainda são muito fortes. Você sabe que muitas pessoas têm parentes na Rússia, para não mencionar coisas como a cultura de massas que é comum. Muitas pessoas vêem os canais de televisão russos, e isso é muito habitual na vida de todos os dias das pessoas das regiões do centro, do leste e do sul. As pessoas na região do centro e do sul têm muitas coisas em comum com os russos, com o seu estilo de vida, e não sentem que essas semelhanças existam com os povos europeus. Mas, ao mesmo tempo, uma grande parte da população da Ucrânia vive actualmente no exterior, na União Europeia , especialmente em Espanha , Itália, Polónia, República Checa e Portugal. São pessoas principalmente das regiões ocidentais, mas não exclusivamente.

Radio Fm Asheville : Entre os partidários versus os detractores da inclusão na UE, posso ver uma divisão segundo normas sociais, tal como mencionou, os mais liberais talvez a inclinarem-se mais para o Ocidente, com as suas leis mais progressistas e com os casamentos entre pessoas do mesmo sexo e do outro lado, à direita, os mais conservadores, os mais inclinados para os ortodoxos – ainda que seja uma igreja ortodoxa diferente da igreja ortodoxa russa – e estou seguro de que, dependendo donde está ou em que indústria trabalha, você irá ter mais negócios, em geral, ou com o Oriente ou com o Ocidente. Você pensa que as duas posições se destinam, basicamente, a liberalizar a economia e a enfraquecer os direitos dos trabalhadores ucranianos, ou é uma espécie de falsa escolha para os trabalhadores da Ucrânia?

Denys : Antes do mais você referiu-se ao liberalismo social prevalecente entre os ucranianos pró-UE. Na realidade não concordo com isso. Há essa impressão porque os protestos pró-UE são dirigidos por pessoas com estudos, da classe média, que têm um tipo de agenda mais social-liberal. Mas, mesmo assim, é mais a direita cultural contra a direita cultural. Veja-se, por exemplo: regularmente as pessoas no Euromaiden rezam publicamente, todas juntas, todas juntas. Olhemos, então, o casamento de pessoas do mesmo sexo: os que defendem a integração na UE nunca o aceitarão. De facto, as questões sociais relativas aos direitos dos trabalhadores não estão, de todo, na agenda. A classe operária, como classe, não participa de modo algum nestes acontecimentos. Os trabalhadores tomam naturalmente partido, mas não estão organizados enquanto classe, em sindicatos, e, por isso, como tal, simplesmente não tomam parte nestes eventos. E têm boas razões para isso, porque ambos os lados apenas falam de questões culturais, políticas, que não têm qualquer ligação directa com as necessidades de um trabalhador normal. Os manifestantes que apoiam a UE têm a ideia, absolutamente falsa, da Europa como um paraíso onde tudo está bem, onde tudo está muito melhor do que na Ucrânia ou em qualquer outro lugar. É inútil falar-lhes dos protestos no seio da própria UE, dos programas de austeridade. Eles simplesmente não ouvem e dizem: “Ah, então para você seria juntarmo-nos à Rússia, não é?” Portanto, esta falsa escolha é bastante limitativa, e acho que o mesmo podia ser dito sobre o lado oposto. A agenda de esquerda, a agenda dos direitos dos trabalhadores, não está presente em qualquer destas praças onde as pessoas protestam. (…)

Radio Fm Asheville : Encontrei o site de Dimitrov Kutchinsky , esse tipo é louco. Há ali também referências ao nacional – anarquismo.

Denys : Você está familiarizado com esse conceito?

Radio Fm Asheville : Sim, existem também alguns idiotas que afirmam ser isso aqui nos Estados Unidos . Em San Francisco, Nova York e Chicago. Eles têm algum peso na Ucrânia?

Denys : Sim, na verdade têm. Porque, infelizmente, esta é uma tendência muito comum – fazer uma mistura com temas de esquerda, com a adopção duma narrativa anticapitalista. O ser-se anarquista está na moda, é muito elegante, cool e dá-lhes algumas vantagens imediatas, mas as pessoas misturam isso com temas nacionais, que também estão muito na moda e são muito cool para os jovens, sobretudo para os adolescentes que não vêem qualquer problema em tentarem combinar essas coisas. E isso é especialmente engraçado aqui na Ucrânia, porque existe um grande mito à volta de Makhno. Hoje ele é parte integrante do mito nacional e é considerado um nacionalista, porque na verdade lutou contra os bolcheviques. Por isso, considera-se que ele pertence à Ucrânia, à Ucrânia independente, tem um papel nacional e assim por diante. Obviamente, isto é um total absurdo, mas essa mitologia é muito popular e contribui para a popularidade que aqui tem a síntese entre a esquerda-direita, a chamada terceira posição, como Terza Posizione, que é de facto a tradição fascista italiana.

Radio Fm Asheville : Sim, é o mesmo palavreado que eles usam nos Estados Unidos: “third positionists”. Existe também uma grande sobreposição entre o nacionalismo e a ecologia biocêntrica regional, de modo que parecem estar a invadir o Anarquismo Verde, tentando transformarem-se na corrente principal e antes da maior parte das pessoas se darem conta de quem eles são e o que fazem.

Denys : Compreendo, mas aqui na Ucrânia, para além dos temas da New Age, eles têm também muito fascínio pelos próprios fascistas, como Mussolini, por exemplo. Tentam, de alguma forma, misturá-lo com o anarquismo. Para além disso, você está a par da divisão no movimento anarquista russo que aconteceu recentemente?

Radio Fm Asheville : Não, realmente não.

Denys : Bem, houve uma grande divisão que se repete também na Ucrânia. É a divisão entre os anarquistas que defendem os direitos das minorias, a luta feminista, que prestam atenção às questões gerais da sociedade, aos direitos para as minorias étnicas e os macho-anarquistas que não gostam destas “p….s feministas. ” Eles dizem: ‘ Nós somos tipos porreiros, fazemos muito desporto, somos verdadeiros anarquistas, não queremos nada a ver com essas bichas” . Infelizmente, este macho-anarquismo também está aqui a ganhar muita popularidade nos últimos tempos. (…)

Asheville Rádio FM: Fale-nos sobre o grupo a que pertence, à sua organização.

Denys : O nosso grupo foi fundado há dois anos, e ainda não é muito grande. Mas diria que temos tido, de facto, algum crescimento quer em termos de qualidade, quer de quantidade, porque estamos hoje implantados em dois sítios, um em Kiev e outro em Harkov, que é a segunda maior cidade industrial da Ucrânia. Temos cerca de 20-25 pessoas em Kiev e talvez 15 pessoas em Harkov. Estes não são números astronómicos, mas são maiores do que já foram inicialmente, e acho que estamos a crescer. Nós não nos vemos como um grupo de propaganda política, mais como uma organização de classe. Guiamo-nos pelos princípios do sindicalismo revolucionário, embora o nosso grupo se esteja a tornar cada vez mais anarco-sindicalista. No início tivemos alguns trotskystas e alguns marxistas, mas agora acho que a maioria deles já se consideram anarquistas. Mas, infelizmente, ainda não temos qualquer organização nos locais de trabalho, já que de acordo com a legislação ucraniana, para ela existir é preciso haver pelo menos 3 pessoas em cada local de trabalho. Temos pessoas de diferentes áreas, muitas sem nenhum posto de trabalho fixo, como trabalhadores sazonais ou trabalhadores da construção civil, etc.. Esse é o nosso maior problema e hoje funcionamos na realidade mais como um grupo de propaganda, embora queiramos ser uma verdadeira união de classe, como os IWW, esse é o modelo que pretendemos.

Asheville Rádio FM: Para os ouvintes que não estão familiarizados com o anarco- sindicalismo, gostaria que nos dissesse de que se trata e como é que ele se compara e difere do sindicalismo revolucionário?

Denys : O sindicalismo, enquanto método, assenta na negação de partidos e da política parlamentar como instrumentos capazes de alcançarem qualquer objectivo político. A tónica principal é colocada sobre instrumentos de acção directa, como greves, manifestações, ocupações e assim por diante. O principal desafio do sindicalismo, de per si, é encontrar uma estratégia de ligação entre a luta política e económica e a luta dos sindicatos, das uniões. Assim, ao contrário do trade-unionismo ou do trabalhismo como na Grã-Bretanha, os sindicalistas acreditam que os sindicatos devem ter objectivos políticos em paralelo com os objectivos económicos. Devem lutar, por exemplo, por salários mais altos, mas não se devem esquecer que, em simultâneo, estão a lutar, eventualmente, pelo comunismo, pela queda do capitalismo. Na teoria sindicalista, chamamos a isso ginástica revolucionária .

Radio Fm Asheville : Nunca tinha ouvido essa frase antes.

Denys : A ginástica revolucionária é a luta de todos os dias por pequenas reformas, mas que ao mesmo tempo desenvolve os músculos da classe trabalhadora. Depois dessas lutas, os trabalhadores saem delas melhor organizados e com u maior nível de consciência de classe. Durante as greves e manifestações, a classe trabalhadora consolida e treina-se para outras batalhas de classe e também para as batalhas políticas mais importantes e mais vitais que depois virão. O sindicalismo revolucionário pode unir praticamente qualquer anti- capitalista situado à esquerda, enquanto o anarco-sindicalismo implica que tos membros do movimento partilhem uma visão anarquista. Pessoalmente, não considero que o anarco-sindicalismo seja contraditório com qualquer outra forma de anarquismo social. O anarco-sintetismo é uma escola de pensamento que combina o anarco-comunismo como ideal, o anarco-sindicalismo como método de se chegar a esse ideal e o anarco-individualismo como a base a partir da qual avalia as suas acções.


Apesar da semelhança com a bandeira anarquista, a bandeira da foto é da OUN-UPA, organização que colaborou com os nazistas durante a IIGM. Esses colaboradores de nazistas foram sutilmente reabilitados sob a Glasnost, na Era Gorbatchov, e completamente reabilitados durante a Era Kuchma-Yuschenko, capitalista







Versão curta e adaptada da entrevista que pode ser lida na integra aqui: http://revolution-news.com/ukrainian-anarchist-dispels-myths-surrounding-euromaidan-protests-warns-of-fascist-influence/

quinta-feira, janeiro 23, 2014

CHARGE: Como funciona o raciocínio de um palhaço anticomunista

Para quem acredita que "tomar Pepsi é se tornar abortista" e que "o PT é comunista", a charge abaixo não surpreende nem um pouco!





TEORIA: Racismo de esquerda?

Por Angela Sztormowsky


Os comunistas sempre se orgulharam de ter o seu meio vacinado contra o racismo. A observação dos fatos e sua análise crítica sob uma perspectiva marxista pode entretanto sugerir que há algo de pode no universo de esquerda, que vai além do comunista. Poderia alguém de esquerda sucumbir a uma manifestação de racismo, ainda que do tipo mais sutil? Há alguns dias o camarada Cristiano prestou um grande serviço à esquerda brasileira ao traduzir o texto "Anticomunismo de esquerda, a cortada cruel", do professor Michael Parenti, dos Estados Unidos. O camarada Thelman Madeira também denunciou outro cavalo de Troia da esquerda contemporânea, o "marxismo ocidental". Ambos os artigos nos dão uma mostra de que assim como os sindicatos, organização classista de luta, não estão livres de pelegos, a esquerda não está livre de elementos daninhos. Como bem coloca o intelectual americano, muitos anticomunistas de esquerda não podiam dizer uma só palavra positiva sobre qualquer país socialista, exceto talvez Cuba, e esses, como coloca o professor ianque, nem mesmo podem ter ouvidos tolerantes ou mesmo corteses para quem o fizesse.

Existe uma estranha tendência de parte da esquerda brasileira. Essa mesma esquerda que ovaciona quando os trabalhadores da Venezuela chamavam a Chávez de "comandante", quando os cubanos gritam em uníssono "Viva Fidel", fica horrorizada quando os russos fazem o mesmo dizem "Slava Leninu!" e "Slava Stalinu!". A mesma esquerda que ovaciona as milícias populares bolivarianas fica horrorizada ao ouvir falar da Stasi alemã-oriental ou do NKVD(sigla para Comissariado Popular dos Assuntos Internos). É como se essa esquerda tivesse uma espécie de "fobia de capotes", normalmente usada pelos camaradas operários e camponeses guerreiros das frias terras nórdicas. Essa fobia demanda uma explicação menos política e mais psicológica se tomarmos em conta esses fatores. Alguém poderia dizer que ela é explicada pela "aparência sisuda e demasiado séria dos líderes soviéticos", mas nem mesmo o sorriso dos Kim, da Coréia socialista, talvez os únicos comunistas do período da guerra fria(estendendo-se a Kim Jong Un) conhecidos por aparecerem nas fotos sempre com uma expressão alegre e jovial, diferente da expressão leonina dos alemães Marx e Engels, ou dos soviéticos Lenin e Stalin. Na verdade, essa parte da esquerda aplaude Fidel, Che, Ortega, Sandino, Alliende e Chávez e despreza Lenin, Stalin, Mao, Enver e Kim

Mas o que motiva essa esquerda caviar a ter tanto desprezo por líderes que melhor representam as ansiedades populares e comunistas do povo trabalhador das partes mais longínquas do nosso planeta? Antes da foice e do martelo se consagrarem com símbolos comunistas, seu símbolo era a estrela vermelha. Vermelha por que representa a cor da luta, do sangue derramado do operário, do camponês trabalhador. A Revolução Francesa usou o vermelho, mesmo a Americana o fez de forma discreta, o manto de Jesus era escarlate, um tom intenso de vermelho. A estrela comunista tem cinco braços, que representam os cinco continentes(não existe classe operária na Antártida), e a palavra de ordem do sábio alemão Karl Marx era "trabalhadores de todos os países, uni-vos". Ele não falou "trabalhadores europeus, uni-vos", nem mesmo disse "trabalhadores  brancos", "trabalhadores latinos" ou "trabalhadores morenos", "trabalhadores ruivos"... ele falou em trabalhadores de todos os países, sejam eles da Polônia, da Itália, da Alemanha, do Brasil, dos Estados Unidos ou da África do Sul. 

De fato, teóricos como Lenin e Stalin ressaltaram a importância da questão nacional e da luta anticolonial, mas nunca misturando alhos com bugalhos. O país que estes ajudaram a erguer foi fundamental no processo de emancipação nacional de várias colônias africanas, asiáticas e americanas. O que teria sido a Revolução Cubana sem a ajuda soviética? Os vietnamitas e cubanos reconhecem o papel fundamental da União Soviética, nórdica, dos homens de sobretudos e capotes, na manutenção do poder popular nesses dois países. Será que a medicina cubana seria o que é hoje sem a ajuda soviética, contando apenas com a ajuda americana, por exemplo? Basta ver como está a medicina dos amigos dos Estados Unidos, o SUS por exemplo... Se a Alemanha nazista(o III Reich) visava a aniquilação dos negros em nome de uma "raça superior", a Alemanha Socialista(isto é, a República Democrática Alemã) ajudou os negros da África em sua luta pela independência, lutas essas que, como reconhecidas pelo próprio Mandela, foram fundamentais para acelerar a degeneração do regime do Apartheid. Foram os comunistas alemães que fizeram intensas campanhas para que famílias socialistas recebessem refugiados da guerra na África, num espírito de solidariedade e internacionalismo proletário.  Esses oportunistas ignoram que a Rússia, a China, a Coreia do Norte, a Albânia e outros Estados de orientação marxista não tinham um "Estado padrinho"(como muitos cubanos respeitosamente se referem à URSS), quem iria garantir a segurança da Rússia socialista como essa garantiu com seus mísseis nucleares a segurança de Cuba? A Grã-Bretanha imperialista? Essas potências socialistas jamais estiveram num "paraíso" ou "bonança", mas sempre no meio de uma tempestade e ignorar seu contexto geográfico, o contexto de sua segurança, é esquerdismo inconsequente e infantil.

Mas a despeito de tudo isso, os oportunistas de esquerda, vorazes para ler, mas incapazes de entender a mensagem comunista, parecem enxergar na ideia vermelha uma espécie de "nacionalismo de esquerda", e a partir do momento em que esse nacionalismo adquire proporções etnocêntricas, descartando tudo o que não vem do próprio umbigo latino, ele se caracteriza como um etnocentrismo, um "racismo de esquerda", no sentido etnocêntrico que essa palavra pode ter. E é esse tipo de confusão mental que longe de unificar a classe trabalhadora mundial, apenas trata de segregá-la em nome de uma luta bairrista, regionalista. É por isso que vemos supostas "comunistas" aplaudirem Fidel e Che e atacarem Kim Jong e Kadaffi, capitulando ante o pensamento midiático hegemônico. É por isso que vemos supostos comunistas vestirem uma camisa de Che mas rejeitarem uma de Stalin, a despeito do primeiro ter sido confessamente aluno do segundo. É por isso também que vemos até "comunistas" envergonhando os trabalhadores ao chamar os países ex-marxistas de totalitários.

Esse etnocentrismo latino supostamente de esquerda, mas em realidade descaradamente de direita, encontra seu par no que hoje se conhece por "eurocomunismo", e mesmo tem raízes mais profundas do que se imagina, estando intimamente associado ao "marxismo ocidental" eurocêntrico, que é a rejeição do marxismo enquanto teoria revolucionária mundial, reduzindo a doutrina combativa do sábio alemão a um elitismo local, a um mero passatempo acadêmico.

quarta-feira, janeiro 22, 2014

IMAGEM DA SEMANA: Revolucionário x Reacionário

Nem em datas comemorativas e sob sol e vento agradáveis, mesmo com sua beleza arquitetônica, o mausoléu do facho atrai tantas visitas quanto atraiu ontem o mausoléu do grande Lenin. Não foram raros os momentos em que mesmo presenciei "homenagens" ao mausoléu do carrasco fascista que traiu o povo brasileiro.

A imagem abaixo explica melhor do que mil palavras a diferença entre um "revolucionário" e um "reacionário"!



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EDITORIAL: Olavo de Carvalho quer que seus asseclas "investiguem os intelectuais que reabilitam o stalinismo"


Por Cristiano Alves


Alguém já deve ter passado por uma situação talvez engraçada ou constrangedora onde alguém profere um insulto ou elogio e olhamos para os lados ou para trás, para constatar se realmente aquelas palavras são dirigidas a nós. Recentemente, o pensador neofascista Olavo de Carvalho, em sua página do Facebook, exortou seus seguidores a "estudar e investigar os intelectuais que querem reabilitar o stalinismo". Isso foi feito logo após a chegada do ano de 2014.

O furor parece ter se iniciado após a divulgação de um vídeo promovido pelo autor desse texto e pela Dra. Angela Sztormowsky, uma das articulistas de A Página Vermelha. O vídeo não apenas desmascarava a falácia do "marxismo cultural", provando que existe sim um "fascismo cultural", incitado dia e noite pela TV, por programas policialescos que hostilizam a pobreza e promovem o ódio e o linchamento. A denúncia de que pessoas são perseguidas na academia e principalmente no trabalho por serem comunistas verdadeiros pareceu ter irritado o mistificador barato. Quando este falou em "intelectuais que querem reabilitar Stalin no Brasil", num país tomado por ideias revisionistas, onde até a esquerda se dobra às ideias da direita, parece ter ficado evidente que o alvo de Olavo de Carvalho era A Página Vermelha, A Voz do Comunismo, o Canal da Vitória e outras criações intelectuais associados a mim e à camarada Angela. Coincidência ou não, nas semanas subsequentes a esse chamado macabro, esta sofreu 3 tentativas de assalto à sua residência, sendo que na última o meliante sofreu séria retaliação, embora tenha escapado com vida.

Ao contrário dos devaneios senis do embusteiro que sonha em ser professor, não há partidos por trás de "A Página Vermelha". De fato, há muitos partidos, normalmente clandestinos, que adotam textos de A Página Vermelha em seus grupos de estudos, já tivemos artigos publicados em revistas canadenses e mesmo reproduzidos em sites mais conhecidos. Também é fato que temos traduções de grandes artigos científicos que nos são ideologicamente próximos, e até traduções de filmes inteiros para o português. Normalmente, todo esse esforço colossal parte de uma iniciativa individual, eventualmente publicando artigos de nossos leitores e camaradas. Todo este trabalho, entretanto, não é remunerado e se alguém "financia A Página Vermelha", este alguém é seu próprio autor, que além de jornalista também é operário, e com as moedas advindas do suor de seu próprio trabalho proletário investe em cultura e investe contra a doutrinação de extrema-direita que se hegemoniza na internet e conta com o apoio dos grandes capitalistas. Em última instância, esse "financiamento" também advém de brindes anunciados em A Página Vermelha e em sites de venda.

Olavo de Carvalho pode adorar um showzinho com intelectuais pseudocomunistas, ele pode até ser o rei de seu próprio picadeiro, entretanto suas acusações sem provas, seu embuste típico de um sofista, não tem valor para um marxista-leninista e nem vai enganar a comunistas verdadeiros. Seu showzinho pessoal pode até ter alguma valia para a sua trupe de coprófagos, mas não para pessoas sérias que verdadeiramente entendem o significado da palavra comunismo. Olavo de Carvalho jamais se envolveria num debate aberto para com reais comunistas, pois sabe bem do vexame que iria passar e da armadilha na qual iria cair de modo vergonhoso! Melhor seria o caduco continuar seu choramingo por "ninguém apoiá-lo"(apesar de seu livro ser o quarto mais vendido) e voltar para seus vídeos sobre "açúcar de aborto na Pepsi".

segunda-feira, janeiro 20, 2014

TEORIA: A social-democracia e o nazismo

Por Ludo Martens
Extraído de http://www.hist-socialismo.com/docs/UmOutroOlharStaline.pdf

Fragmento da obra do historiador marxista-leninista belga, médico humanista e antirracista Ludo Martens demonstra como a social-democracia europeia não apenas saudou o führer nazista Adolf Hitler, em sua visão um promotor da "paz e da justiça social", como colaborou intensivamente com este. Texto conforme o antigo português luso.


Quando ouvimos os sociais-democratas, os democratas-cristãos, os liberais e outros burgueses falarem do "terror absurdo" de Stáline, gostaríamos de lhes perguntar onde estavam eles e os seus semelhantes em 1940, quando os nazis ocuparam a Bélgica e a França. A grande maioria daqueles que, no nosso País, denunciaram a depuração de Stáline, apoiou activa ou passivamente o regime nazi desde a sua instalação. Quando os nazis ocuparam a Bélgica, Henri de Man, o presidente do Partido Socialista Belga, fez uma declaração oficial para felicitar Hitler, anunciando que a chegada das tropas hitlerianas significava "a libertação da classe operária"! 

No seu Manifesto de Junho de 1940, Henri de Man, em nome do Partido Operário Belga [assim se chamou o PSB até 1945], escreveu: "A guerra conduziu à derrocada do regime parlamentar e da plutocracia capitalista nas pretensas democracias. Para as classes trabalhadoras e para o socialismo, este desmoronamento de um mundo decrépito, longe de ser um desastre, é uma libertação. A via está livre para as duas causas que resumem as aspirações do povo: a paz e a justiça social."* 

Nos cursos de história somos matraqueados com todo o tipo de ataques mentirosos contra Stáline, mas não nos dizem que o presidente do Partido Socialista Belga, grande crítico da depuração stalinista, aclamou os nazis em Bruxelas! É um facto estabelecido que não só Henri de Man, mas também Achille Van Acker, futuro primeiro-ministro da Bélgica "democrática", colaboraram com os nazis desde a sua chegada a Bruxelas. Deste modo, pode-se compreender que tal gente considerasse a depuração organizada por Stáline como "criminosa" e "absurda". Eles, que se dispuseram a colaborar com os nazis, eram da mesma família que a maior parte das "vítimas da depuração". Também na França, a grande maioria dos parlamentares socialistas votou os plenos poderes a Pétain e ajudou assim a instaurar o regime colaboracionista de Vichy. 

Além disso, quando os nazis ocuparam a Bélgica, a resistência foi quase inexistente. Nas primeiras semanas e nos primeiros meses não houve resistência assinalável. Quase em bloco, a burguesia belga colaborou. E as grandes massas suportaram e aceitaram passivamente a ocupação. O francês Henri Amouroux escreveu um livro intitulado Quarenta Milhões de Petanistas.

Façamos a comparação com a União Soviética. Desde que os nazis puseram os pés no território soviético, tiveram pela frente militares e civis decididos a lutar até à morte. A depuração foi acompanhada de uma campanha permanente de preparação política e ideológica dos trabalhadores para a guerra de resistência. A vigilância antinazi foi a base desta campanha. No seu livro sobre os Urais, o engenheiro americano Scott descreve como esta campanha política se desenvolveu nas fábricas de Magnitogorsk. Relata-nos como o Partido explicava a situação mundial aos operários, nos jornais, nas conferências, através de filmes e de peças de teatro. Fala-nos do impacto profundo que esta educação produziu nos operários. 

Foi graças, entre outras coisas, à campanha de depuração e à educação que a acompanhou que o povo soviético encontrou forças para resistir. Se não tivesse havido essa vontade feroz de se opor por todos os meios aos nazis, é evidente que os fascistas teriam tomado Leningrado, Moscovo e Stalingrado. Se a quinta coluna nazi tivesse sobrevivido, teria encontrado apoio entre os derrotistas e os capitulacionistas do Partido. 

Uma vez a direcção stalinista derrotada, a URSS teria capitulado, como o fez a França. Uma vitória dos nazis na União Soviética teria imediatamente criado condições para que a tendência pró-nazi no seio da burguesia inglesa, sempre muito poderosa, se impusesse ao grupo de Churchill após a saída de Chamberlain. Os nazis teriam provavelmente dominado o mundo. 

* Henri De Man, Après coup, Ed. De la Toison d’or, Bruxelles, 1941, p. 319

TEORIA: Na onda do marxismo ocidental

Por Thelman Madeira de Souza


Foto: Karl Kautsky

A luta feroz contra os detratores do marxismo começa, antes mesmo do eclodir da revolução proletária na Rússia (25 de Outubro-7 de novembro de 1917), quando Lenin escreve O Estado e a Revolução, cujo texto demonstra que a maior autoridade da II Internacional, o teórico Karl Kautsky, deturpava a doutrina de Marx.

Na visão do renegado Kautsky, o marxismo deveria ser esvaziado do seu conteúdo revolucionário de luta, isto é, da ditadura do proletariado. Sem se deter na análise da deturpação teórica, contida na argumentação de Kautsky, Lenin prossegue ajustando contas com aqueles que insistem em caminhar a reboque da ideologia burguesa, isto é, os revisionistas de diversos matizes.

Nessa categoria, também, encontra-se a judia polaca Rosa Luxemburgo, que se destacou por atacar o programa dos marxistas russos e negar o direito das nações à autodeterminação, com base apenas em definições jurídicas e desconsiderando o aspecto sócio-econômico dos movimentos nacionais, uma exigência da teoria marxista para a análise de qualquer questão social.

Sem perceber que autodeterminação significava a formação do Estado nacional, morreu defendendo a espontaneidade das massas, no lugar do trabalho de organização partidária, em total dissonância com os princípios marxistas.

Ainda nessa linha de traição ao marxismo, no período pre- e pós- revolução bolchevique, surge o mais nocivo dos revisionistas, Léon Trotski, a quem Lenin deu um combate sem tréguas. Inimigo declarado da posição bolchevique, no seio do Partido Comunista da URSS, Trotski trava uma luta declarada contra o leninismo (o marxismo da era do imperialismo e da revolução proletária), opondo-se ao programa de construção do socialismo na URSS.

Apesar da soberba, a sua "contribuição teórica" ao marxismo beira à mediocridade, limitando-se a um opúsculo sobre a revolução permanente, um escrito anticientífico, refutado pelo desenvolvimento social na URSS, e vista por analistas isentos como uma aplicação da doutrina sionista. Em sua escalada de injúrias ao Estado soviético, Trotski buscou desintegrar a ditadura do proletariado e abrir caminho para a contra-revolução. No entanto, as suas pretensões não se realizaram graças à firmeza da direção leninista do Estado soviético.

Esses exemplos de revisão do legado de Marx não passavam de uma pretensão descarada de reescrever o marxismo, com as tintas da ideologia burguesa. São o que Lenin chamou de revisionismo, que não deve ser entendido de uma forma ampla e positiva, mas, sim, como o rompimento com o socialismo real e científico de Marx.
Do ponto de vista do seu conteúdo, o revisionismo sempre caminhou a reboque da ciência acadêmica burguesa. E é dos meios acadêmicos que brota uma nova forma de revisionismo, o marxismo ocidental.

Essa erva daninha surge, por volta de 1920, como um questionamento ao marxismo soviético, que, segundo os marxistas ocidentais, valoriza mais o determinismo econômico, no lugar da cultura, filosofia e da arte. Os defensores mais destacados dessa interpretação oportunista do marxismo foram Giórgy Lukács, Antonio Gramsci, Merleau-Ponty, Sartre e os representantes da Escola de Frankfurt. Em comum, defendiam o retorno ao jovem Marx, a rejeição à dialética de Engels, a valorização do papel dos intelectuais e a ênfase nos conceitos de consciência e subjetividade.

O seguimento dessa guinada antimarxista é a teoria crítica lançada, em 1937, por Max Horkheimer, diretor do Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt, que propunha a substituição do materialismo dialético por um materialismo mais aceitável.

Embora se apresentassem como o resgate do vigor crítico do pensamento de Marx, esses teóricos, diferentemente de Lenin, nada acrescentaram ao marxismo, pois encontravam-se em total desacordo com a concepção que Marx tinha da história. Longe de enriquecer o marxismo, tentaram sepultar e esquecer Marx, apesar das honrarias acadêmicas do féretro.

Quando retiraram o conteúdo revolucionário da teoria de Marx, reduziram uma filosofia transformadora a uma filosofia do sujeito, onde a existência paira acima de tudo e de todos. Teóricos da superestrutura, fugiam da crítica da economia política. Com o passar dos anos, a Escola de Frankfurt acabou ficando na crítica pela crítica, isto é, atendo-se apenas a especulações estéreis e esquecendo o aspecto revolucionário da filosofia marxista. É o exemplo gritante da esperteza do dever ser.

Com uma postura arrogante e odienta, em relação ao campo soviético, o marxismo ocidental, em todas as suas vertentes, jamais se propôs reinterpretar a teoria de Marx, de maneira séria e honesta, com base no papel histórico do primeiro Estado socialista do mundo, que enfrentava o cerco imperialista e a sabotagem interna dos cooptados pela contra-revolução. Longe disso, essa corrente revisionista fingia ignorar que a essência de qualquer Estado é a ditadura da classe dominante, no caso, o proletariado que tomara em suas mãos o poder político.

Portanto, ao fugir da realidade, o marxismo ocidental foi, paulatinamente, absorvido pela ideologia burguesa e, hoje, não passa de um instrumento teórico a serviço do capitalismo. Sem medo de errar, pode-se afirmar que o marxismo ocidental contribuiu para o aniquilamento do campo socialista, em especial, quando solapou a influência positiva da União Soviética, nas lutas de libertação nacional dos povos coloniais. O seu trabalho de sapa prosseguiu e se fez sentir, quando da realização do XX Congresso do Partido Comunista da URSS, em 1956, oportunidade em que Kruschev, adotando uma postura revisionista, dá início à destruição do regime soviético, pela via da demonização de Stálin.

Nessa data, sob a influência do marxismo ocidental, as discussões teóricas buscaram afastar o partido dos princípios mais caros do marxismo, como ditadura do proletariado, centralismo democrático e luta de classes, ao mesmo tempo em que se faziam revelações caluniosas e sem provas contra aquele que libertou o mundo do nazismo, o Marechal Stálin. A consequência imediata da denúncia irresponsável e revanchista foi semear a dúvida e estimular a dissidência, no bloco socialista, além de jogar no antissovietismo a maioria dos partidos comunistas, cujos dirigentes, por oportunismo e fraqueza teórica, tonaram-se reféns da forma mais nefasta do revisionismo de direita.

Nessas circunstâncias, não é de surpreender que, no Brasil, não seja diferente. Em outras palavras, aqui, também, os ditos Partidos Comunistas se deixaram influenciar por uma academia que ainda confunde marxismo ocidental com a teoria de Marx. Em nosso meio universitário, diga-se de passagem, com baixo lastro intelectual, o que mais se vê são acadêmicos que não pensam com o próprio bestunto, acostumados, que são, a pensarem com as cabeças de teóricos europeus e americanos.

Dessa gente, pode-se dizer que até a alma é colonizada, pois possuídos de um sentimento de inferioridade, incutido pela classe dominante, jamais ousam questionar o entulho teórico alienígena. Para eles, é mais confortável passar para os trilhos do revisionismo, adotando um discurso antissocialista, do que prosseguir na defesa de uma formulação teórica, capaz de questionar o modo de produção capitalista.
Já que é assim, só lhes resta, Partidos Comunistas e seus mentores intelectuais, desmerecer as obras de Marx, Engels, Lenin e Stálin e surfar, na onda festiva do marxismo ocidental, enaltecendo o revisionismo de Lukács, Gramsci e Néstor Khoan e vendo aspectos positivos em Trotski.



Nota: Estes artigos de opinião são para discutir com classe e com a devida argumentação, não para lançar pueris ataques na página de Facebook sem qualquer fio de comentário inteligente. Grato pela compreensão. Timothy Bancroft-Hinchey, Director e Chefe de Redacção da versão portuguesa da Pravda.Ru

terça-feira, janeiro 14, 2014

OPINIÃO DO LEITOR: Por que a esquerda precisa destruir as pretensões de Olavo de Carvalho


Por André R.


Tentarei ir direto ao ponto, de forma que o texto não fique grande -- afinal, tenho incorrigíveis dedos prolixos -- e que possa ser de rápida leitura. É o seguinte, acredito que diante da onda anti-comunista que está sendo restaurada no Brasil (pois, vocês sabem, é uma velha conhecida da nossa ditadura civil-militar de 64), temos que agir para que não comece uma caça às bruxas nos anos que estão por vir. Eu gostaria de propor uma discussão a respeito de algumas sugestões que tenho comigo, visto que, em tempos como o nosso, temos poucos recursos de ação, senão uma militância dada por discussões intelectuais.

Vamos analisar o inicio disso tudo.

Internet. Olavo de Carvalho. Temos um objeto e um indivíduo. Antes de criticarem coisas como "mas vocês só falam no Olavo de Carvalho" etc., acho que, apesar de tudo, ele é, sim, uma pedra no nosso sapato e eu vou explicar o porquê.

Olavo, desde muito tempo, passou a fazer um contínuo trabalho na internet, seja pelas suas conferências por vídeo (o programa True Outspeak) e a escrita dos artigos -- esse último não sendo tão eficaz quanto o primeiro. Não só isso, mas Olavo de Carvalho desceu do 'patamar' do escritor. Os autores, em dias como os nossos, gostam do glamour. Vejam só, um colunista d'O Globo nas redes sociais, conversando com as pessoas, face-a-face. Nos parece algo bastante tentador, não? E quem é que, no inicio de suas leituras, não quis ter um amigo escritor, sobretudo alguém que chamam de filósofo -- algo que no inicio nos parece algo tão estratosférico e inalcançável às pessoas 'normais'. Olavo não é burro. Ele percebeu isso e foi ganhando adeptos através das suas participações em comunidades do Orkut, por exemplo. Nos anos 2001 e 2002, mesmo, o Olavo tinha uma coluna em um grande jornal. Era um famoso; um figurão.

Compreendido isso, vamos à segunda parte:

Olavo de Carvalho fez a sua militância, criando uma patota de malucos da internet correndo por aí e espalhando mentiras sobre autores que eles não leram, como o próprio Gramsci, que virou uma espécie de bode expiatório da direita. Qualquer pessoa que tenha lido o seu livro mais famoso sabe muito bem que o que dizem sobre a sua suposta hegemonia é algo tão ridículo que não merece nem atenção. Mas essas pessoas não o leram, e a primeira vez que ouviram falar no velho italiano, foi através de um... jornalista do O Globo. Vocês sabem, mas escritores de jornais grandes passam grande confiança. É aí que começa a aparecer a segunda -- e mais importante -- parte da extensão do perigo: pessoas mais famosas ainda que descobrem o Olavo de Carvalho.

Surge Lobão, um cantor. "Caralho, um cantor! E de Rock". Vocês sabem. As pessoas gostam de Rock no Brasil, sobretudo os jovens da classe média (a minha Bossa Nova fica para os velhos de espírito, como eu.). E Lobão também desce do pedestal e não só faz propaganda para o Olavo, mas também conversa com a molecada. E ele começa a falar pros amigos dele que tendem à direita: Roger e Danilo Gentili. Pensem em twitters e páginas de facebook com milhares de seguidores engolindo tudo aquilo. Depois a TV, com o tal do Paulo Eduardo Martins e a Raquel Sherazade. E Feliciano. A maioria deles são papagaios de um Olavo de Carvalho, só que vão levando a coisa adiante ao seu modo. O Danilo Gentili (caralho, um cara da TV!) também passou a conversar com os seus fãs. Ele participava no grupo Liberalismo, onde sempre postei. Eu via ele postando lá e pedindo conselhos à turma. 

Em suma, preciso falar mais? Acho que já dá para compreender a gravidade disso.

O primeiro passo, gosto de pensar, é compreender a situação onde estamos inseridos, assim, de modo que possamos estudar tudo isso e começar a agir de dentro. Não adianta se afobar. Os velhos e saudosos intelectuais da antiga Civilização Brasileira, da qual tenho o prazer de conservar amizade com alguns deles, ficaram quase 5 anos tentando compreender o que estava acontecendo a partir de 1964 para, em 68, lançarem aquela explosão de traduções de autores como Lukács e Gramsci, que saíram pela mesma editora.

IMAGEM DA SEMANA



Para mim é difícil imaginar como pode existir "liberdade individual" para desempregados, que caminham famintos em busca de um trabalho. A verdadeira liberdade se tem apenas onde há a destruição da exploração, onde não há a opressão de uma pessoa por outra, onde não há desemprego e miséria, onde o homem não vive para amanhã perder o trabalho, a casa, o pão. Só nessa sociedade é possível a verdadeira, e não só no papel, liberdade pessoal.

I. Stalin

BRASIL: Olavo de Carvalho, o herói dos racistas

Por Cristiano Alves


Há algum tempo foi denunciado no programa "A Voz do Comunismo", com a participação do autor desse texto e da Dra. Angela Sztormowsky, a exaltação do nome de Olavo de Carvalho no mais famoso fórum neonazista da internet, o Stormfront, onde os nazistas lhe rendiam verdadeiras odes, a despeito de algumas críticas por ligações suas com sionistas.

Dessa vez, uma olavette(como são popularmente conhecidos os seguidores de Olavo de Carvalho) deixou cair sua máscara racista. Após o anúncio do vídeo "Esculachando uma olavette", Júlio Marcos, um seguidor de Olavo de Carvalho, autor de "O que você precisa saber para não ser um idiota", escreveu "Vai para Cuba então, crioulo safado, seu merda!!!!!". As capturas de tela não mentem:


Olavette expressa seu racismo abertamente e sem máscara


Olavo de Carvalho é considerado mesmo pela direita como um "filósofo para racistas e idiotas". Não é segredo para ninguém que seus seguidores abominam a proibição do que consideram um direito sacrossanto, isto é, divulgarem o racismo, a homofobia e disseminarem o ódio abertamente. Sua produção intelectual se resume a trollagem contra sites que eles consideram como sendo comunistas, ainda que se trate de sites anticomunistas.

De acordo com um professor da UFT, Olavo de Carvalho o teria chamado de "sagui"(espécie de macaco de pequeno porte).

Apesar das ações de ódio e de ofensas racistas na rede mundial, é desconhecido qualquer processo contra o grupo citado.

As capturas de tela não mentem, ele segue Olavo de Carvalho

BRASIL: PSTU forma "frente de esquerda" com o PSDB

Por Cristiano Alves


Em Teresina, no Piauí, o PSTU se alia ao PSDB, partido que governa há dezenas de anos a cidade de Teresina, de acordo com um dirigente do SINDISERM, militante do PSOL, Chiquinho, a liderança do PSTU Zé Maria veio a Teresina em diversas oportunidades para fazer reuniões às escondidas. Para José Rodrigues, liderança do PCB, a capitulação do PSTU ante um partido governista da Prefeitura de Teresina é uma vergonha e não vai ser desse modo que ele irá cooptar os trabalhadores para a luta.

O PSTU é a mais famosa organização política a advogar as teorias de Leiba Bronshteyn(Trotsky). O seu método de ação demonstra que a condenação do trotskismo não é um mero acessório cosmético para a luta dos trabalhadores.


TEORIA: A Carta Chinesa, uma luta atual


Por Lúcio Espírito Santo
Originalmente publicado como "A Carta Chinesa, uma luta atual: a batalha entre marxismo e revisionismo"




Mao Tse Tung em seu tradicional uniforme comunista

O livro A Carta Chinesa, formado por uma coletânea de textos, foi editado no Brasil pelo Núcleo de Estudos do Marxismo-Leninismo-Maoísmo. Editado pela Terra Gráfica (primeira edição, 2003) em Belo Horizonte, o livro é constituído por uma polêmica pública entre o Partido Comunista Chinês e o Partido Comunista da União Soviética. A divulgação desses textos não era interesse do PCB e sim do PC do B. O partido era ilegal e minoritário nos anos 60, quando essa polêmica aconteceu, produzindo, além de outros documentos ali reunidos, também a chamada Carta dos 25 Comentários e Nove Comentários Reunidos. Na fase seguinte, no tempo da ditadura, na difícil fase do pós-golpe de 64, que à ilegalidade se sucederam as torturas, prisões e assassinatos dos militantes, o partido teve pouco dinheiro para republicar esses textos. Igualmente, o atual PC do B não os reedita, por um simples motivo: rompeu com Mao Tsé Tung no final dos anos 70, aliando-se a Enver Hoxha. Igualmente, em 2003 parece ter tido pouca repercussão, mas pela sua forma de polêmica pública, o livro tem grande vivacidade e interesse. Há alguns deslizes, como o nome de Lukács errado no prólogo e o índice de textos que fica ao final e não no início. Fora que os conceitos expostos parecem demandar uma definição mais clara: “social-imperialismo” e “revisionismo” abrangem desde a URSS até os demais países do bloco soviético, incluindo Cuba, além de pensadores como Bernstein, Trotsky, Kautsky, Kruschev, Lukács, Gramsci e muitos outros. No entanto, é uma polêmica vibrante, intensa, muitíssimo atual: é a melhor explicação para a queda da URSS entre 1989-91, chegando até mesmo a ser profético em algumas passagens.

O texto, por outro lado, fornece uma hipótese muito melhor para a degeneração da União Soviética em ditadura da burguesia do que a hipótese aventada pelos trotsquistas, adotada pela maioria da academia e das organizações da esquerda, como o PSOL, PCO e PSTU.

O prólogo do livro foi turbinado, a meu ver, com as ideias do Pensamento Gonzalo (Abimael Guzmán), do Partido Comunista do Peru. A aplicação do pensamento de Gonzalo no Peru, segundo esse prólogo, a vigência universal do maoísmo e, embora sem vitória, considerou-o a terceira, nova e superior etapa da ideologia do proletariado: a sequência seria: Marx, Lenin, Mao e Gonzalo. A quarta espada seria Gonzalo.

De autoria do núcleo carioca do marxismo-leninismo-maoísmo, o prólogo é incisivo e tem observações muito boas: ele denuncia o trotsquismo da esquerda brasileira, assim como é duro em relação ao PC do B. A nota 3 do prólogo diz que: “hoje, o grupo de Amazonas critica severamente o finado socialismo albanês, assim como Stálin, enquanto coexiste pacificamente com o regime burocrático, semifeudal e semicolonial dominante no Brasil, sendo parte integrante da nova gerência de seu velho e podre estado.” Segundo esse prólogo, no Informe Político 6, quando das Resoluções do 8º Congresso do PC do B, A Direção de Stálin, pode-se ler: “nunca fomos stalinistas”. Igualmente, o prólogo considera revisionistas modernos: Kautsky, Browder, Trotsky, Tito, Kruschev, Hoxha e Teng Siao Ping. Os revisionistas contemporâneos seriam os falsos maoístas chineses da China atual, antirevisionistas de boca e capitulacionistas de fato.

Por outro lado, o prólogo exagera quando considera o período Brezhnev algo semelhante à “ordem fascista hitleriana” (p. 29). Quando ele fala do filho de Teng Siao Ping, ele também refere-se a ele como representante da “burguesia de Estado, capatazes do capital”. O termo burguesia de estado pareceu-me vago.

As divergências se iniciaram com o XX Congresso do PCUS. O partido chinês, ao criticar o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética e seus resultados, não aceitou em especial um ponto: a ideia da transição pacífica do capitalismo ao socialismo. Pelo simples motivo de que existe o exército burguês como espinha dorsal de sua sociedade e que não permite que essa transição aconteça, além do próprio aparelho estatal. E, a partir dessa divergência, outras se sucederam, com o partido chinês acusando o partido soviético de estar reintroduzindo o capitalismo e decapitando o movimento comunista internacional. Para tanto, Kruschev e os revisionistas atacaram tanto o partido soviético quanto os demais, utilizando o conceito de “luta contra o culto da personalidade”. Como é bastante difícil para os trabalhadores formar líderes temperados na luta, acusá-los de culto da personalidade  foi uma forma de provocar divisões entre líderes e as massas. Provocou também o renascimento do trotsquismo, ao considerar os anti-leninistas dos anos 30 inocentes. O livro A Carta Chinesa registra os trotsquistas fazendo até pedido de reabilitação de Trotsky ao partido soviético após o XX Congresso.

Igualmente, Kruschev mantinha-se perigosamente isolado das massas, sem ter coragem de divulgar abertamente o seu “Relatório Kruschev”. Ao partir para a injúria, chamando Stálin de “tolo”, “bandido” e “assassino”, mostrou que tinha carência de ideias e que era muito fraco, pois o xingamento em política mostra apenas a fraqueza, a frouxidão e a carência de ideias e de argumentos por parte do debatedor.

Assim, pode-se definir que o revisionismo age da seguinte forma: revê a teoria e a história, “cortando” Stálin, mas de fato, seu alvo é Marx e Lênin, dos quais apresenta interpretações convenientes para a burguesia e a sociedade capitalista. A partir do abandono do leninismo, a restauração do capitalismo trouxe o pan-eslavismo, o chauvinismo de grande nação, assim como a destruição cada vez maior dos resíduos do poder soviético, tarefa completada entre 1985-91 por Gorbachev.

O partido comunista chinês muito bem pontuou que não há, como pretendia Kruschev (e que depois Gorbachev entusiasticamente continuou) a coexistência pacífica com o imperialismo. Igualmente, transformar a ditadura do proletariado em “estado de todo o povo” era transformar o estado proletário em estado burguês, pois todo estado burguês sempre fala em “cidade de todos”, assim como fala, atualmente, o PT, em “Brasil de todos”.

A parte mais atual do livro A Carta Chinesa é quando ele critica a Iugoslávia de Tito, que praticamente fornece, enquanto ponta de lança do revisionismo, teorias que são ainda extremamente bem sucedidas no Brasil e hegemônicas atualmente entre a esquerda, fazendo furor nas universidades, movimentos, partidos e organizações: a “autogestão”, “auto-administração operária” são ideias que foram utilizadas com enorme sucesso para fazer a restauração pacífica do capitalismo em países socialistas, eficazes na substituição da economia coletiva por pequenas empresas “autogeridas”. Os tais conselhos não passavam de uma farsa: a camarilha de Tito controlava os conselhos ao nomear seus diretores. Tito também apoiou intensamente a implantação desse caminho na Hungria em 56. Não por acaso, no Brasil e no mundo a mídia divulga intensamente Mészaros e Zizek, respectivamente, um húngaro e um esloveno que sistematizam o revisionismo. Os revisionistas iugoslavos criticam o partido, transformando-o numa Liga. Igualmente, Zizek combate a ideia leninista de que a ideologia do proletariado tem que ser importada do partido, do contrário o proletariado desenvolve apenas ideias social-democratas. Para ele, isso causa a ditadura do partido sobre o proletariado. O foco dos revisionistas é na economia, deixando de lado o partido e projeto político concreto, caindo num economicismo. Isso é bastante visível em Mészaros. O partido comunista chinês teoriza que a política é a economia sintetizada. Apenas por esse capítulo desvendando a farsa da Iugoslávia “socialista” e suas teorias até hoje muito disseminadas, senão hegemônicas, o livro já vale ser adquirido.

quinta-feira, janeiro 02, 2014

INTERNET: Internauta chama o povo brasileiro de burro e incorre em erros de ortografia

Pérolas de um "coxinha": "porque criou um povo burro"; "o povo(...) continuem se fodendo".



MUNDO: Belarus é um dos 50 países com o mais alto Índice de Desenvolvimento Humano(IDH)

Por Cristiano Alves



Considerada "a última república soviética", o país socialista tem elevado o Índice de Desenvolvimento Humano durante o governo do presidente Alexander Lukashenko


De acordo com dados do relatório da Organização das Nações Unidas do último ano, a República de Belarus, país socialista que integrava a ex-União Soviética, elevou a sua qualidade de vida. O país, que sofre sanções econômicas da União Europeia, luta diariamente para melhorar a qualidade de sua economia e resistir à opressão imposta pelos Estados que compõem a UE-OTAN, possuindo ainda baixos salários em comparação a outros países europeus.

Diferente da Ucrânia, o país que é uma das "Três Rússias"(Grande, Pequena e Branca), Belarus, isto é, a Rússia Branca, segue uma política desenvolvimentista e mantem boas relações com a vizinha Rússia. O país não tem acesso ao mar, mas comercializa em termos vantajosos como países como a Venezuela e o Zimbábue. Desde 1994 é governada pelo presidente Alexander Grigoryevich Lukashenko, reeleito desde os anos 90.

Belarus é internacionalmente conhecida por ser o único país europeu livre de grupos neonazistas, por suas ruas limpas, cidades históricas, povo acolhedor e principalmente por seu desenvolvimento social, superior ao do vizinho russo.

INTERNET: Lenin ou Leonardo?

Por Angela Sztormowsky


Internautas associaram fotos do revolucionário comunista soviético Lenin ao galã de Hollywood Leonardo Dicaprio. Confira o resultado:





Lenin foi advogado, filósofo, jornalista e escreveu diversos livros onde defender e aperfeiçoou a ciência socialista científica. A compilação de seus escritos em língua portuguesa está nas Obras Escolhidas, disponibilizado pelo jornal A Nova Democracia.